• Nenhum resultado encontrado

Brasil e Nordeste

3.3. Caracterização do Brasil

4.2.3. Planeamento Operacional

Normalmente é este tipo de planeamento que especifica com exactidão quais os recursos que devem ser disponibilizados para cada um dos produtos e serviços fornecendo os respectivos cronogramas de forma mais precisa.

Para Lacombe (2003):

O planeamento operacional é uma função gerencial, de acordo com concepção de Fayol, que especifica que recursos deve estar disponíveis para cada produto e fornece o cronograma, e as principais decisões a seu respeito são inerentes a actividade de se administrar de cada um dos chefes de unidades organizacionais. Oliveira (1993) argumenta que o planeamento operacional “pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas”.

Os benefícios advindos do planeamento no caso do turismo não estão voltados exclusivamente para atender os visitantes, mas tem como principal objectivo a melhoria da qualidade de vida da população o que acaba também por se expandir até os visitantes, verificando-se que é de extrema importância a participação e o envolvimento da comunidade em todo o processo de planeamento.

O Planeamento tem por finalidade principal orientar as decisões a serem tomadas, não representando, como pensa a grande maioria a solução para todos os problemas pelo facto de demandar elevados custos e tempo em sua elaboração.

Não há um modelo de planeamento que seja facilmente aplicado a toda e qualquer localidade, pois cada região tem suas especificidades, problemas e exigências. O planeamento deve adequar-se as particularidades e diferenças sempre respeitando os desejos e necessidades da comunidade envolvida nas regiões onde serão implantados.

33

Dias (2003) considera que a diminuição das desigualdades social, política e económica é o objectivo que, visando a melhoria da qualidade de vida das populações, deve ser perseguido pelo planeamento como política do Estado. E o turismo, dentro das políticas públicas, deve perseguir o mesmo através do desenvolvimento sustentável e perspectivando a manutenção de um equilíbrio em suas três dimensões: o económico, o sociocultural e o ambiental.

Diante da dimensão ocupada pelo turismo, a proposta é que o planeamento e o desenvolvimento se integrem, ou seja, ao desenvolver a actividade turística juntamente com a comunidade local, as chances de ampliar os benefícios socioculturais, económicos e ambientais, proporcionado tanto ao turista quanto a comunidade local que também ganha com produtos de melhor qualidade.

Inskeep (1991) alerta ser necessária a inclusão da comunidade em todo o processo de planeamento e tomada de decisões. Este conceito baseia-se no facto de que o planeamento é realizado para os residentes da localidade, portanto, deve participar efectivamente do seu desenvolvimento expressando suas opiniões e seus desejos para o futuro.

Kanter e Ruesch (2003) mostram a importância do envolvimento da comunidade, eles devem se sentir parte do processo, ajudando em todas as realidades sociais, culturais, económica e recursos naturais, necessárias para que o desenvolvimento ocorra com sucesso. Se, pelo contrário, o processo de planeamento é imposto, seja por alguma organização ou empresa alheia à comunidade local sem dar participação à população e inclusive a ignorando a sua opinião, o planeamento resultante terminará em um verdadeiro fracasso, produzido pela resistência ou rejeição por parte da comunidade local.

O planeamento do desenvolvimento não admite experimentos ou trabalhos de laboratório. Os erros de desencadeamento do processo representam altos custos sociais, e por isso é importante evitá-los. (Molina e Rodriguez, 2001)

34

de pessoas levando-se a considerar a incontestável necessidade de planear de forma a preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida das próprias pessoas. O planeamento é considerado como um dos recursos metodológicos mais eficientes conseguidos pelo homem e é através deste recurso que a racionalidade é aplicada como um elemento regulador de suas acções (Ignarra, 2003).

O planeamento tornou-se indispensável no processo de tomada de decisão por fornecer informações e dados consistentes referentes a realidade do que se quer estudar estipulando objectivos a serem alcançados, prazos pré-determinados, e metodologia considerando os recursos disponíveis e os obstáculos que possam impedir a concretização dos objectivos.

Actualmente fala-se muito em planeamento participativo, que é uma vertente do planeamento estratégico. O planeamento participativo tem como principal característica não apenas incentivar que as pessoas participem pois isto já ocorre na maioria dos processos de planeamento, actualmente para se realizar ou se fazer algo é comum pedir sugestões às pessoas, trata-se de um instrumento de intervenção na realidade.

O planeamento participativo parte do princípio de que não haja participação na sociedade, ou seja, de que pessoas e grupos não podem se beneficiar dos recursos necessários para que tenham um mínimo de bem-estar.

Propõem-se que o planeamento participativo seja utilizado como ferramenta por instituições, grupos e movimentos, bem como pelos governos e seus órgãos, para que possam agir direccionados a influenciar na construção externa da realidade, ou seja, servindo como meio para se buscar benefícios sociais maiores.

O sentido do planeamento participativo está em estimular o desenvolvimento de conceitos, exemplos, técnicas e ferramentas para decidir o rumo que se deve seguir de forma correcta, não apenas contribuir para o crescimento e a melhoria da entidade

35

planeada, mas se inclui como forma de construir novos horizontes, dentre eles, valores que serão parte de uma nova sociedade.

O planeamento participativo tem sua visão própria de participação, surgindo de uma sociedade organizada injustamente, ou seja, organizada de forma não participativa, neste sentido vê-se a participação como uma possibilidade de que os bens naturais e os produzidos pelo homem sejam usufruídos por todos. Tal participação envolve a distribuição de poder e a possibilidade de decisão por parte da sociedade.

Avançar para questões mais gerais e mais complexas, como a de se perceber a forma de contribuição na realidade social, para que assim se possa transformá-la e reconstruí-la na direcção determinada em conjunto, de forma igualitária, com a contribuição de todos os que participam da instituição, grupo ou movimento, quer seja de uma cidade, um estado ou até mesmo de uma nação.