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7 ANÁLISE DOS DOCUMENTOS QUE ORIENTAM A PRÁTICA

8.2 PLANEJAMENTO DAS AULAS DE MATEMÁTICA

Em continuidade a nossa entrevista, perguntamos as professoras como elas planejavam suas aulas de Matemática. Vejamos primeiramente o que Rosa e Joana relataram sobre suas diferentes fontes de pesquisa e uso de materiais.

Eu uso parte do que eu sei, do que a gente já tem como base pra educação infantil, a proposta da rede, a proposta que vem da rede, faço pesquisas na internet, em outros livros que tenho em casa. É assim! (Professora Rosa)

Assim, eu pesquiso muito na internet. Como eu tô começando agora, eu tenho um material também da época da graduação, por que eu tive uma professora muito boa e eu tenho algumas coisas de algumas lembranças do que a gente viu lá, mas na prática é assim, eu vou pesquisando na internet, tem as lembranças das aulas de matemática, tô dando agora na pós matemática, já dei na verdade, já concluiu e ajudou muito também. A gente realmente trabalhar com concreto que não adianta só a gente falar, a gente tem que dá pro aluno pegar, tocar, contar, selecionar, montar e eu procuro fazer isso na prática, mas assim eu até agora não parei pra pegar um livro, alguma coisa especifica não, eu vou pesquisando na internet, vou vendo atividades, leio o que a gente tem que trabalhar e aí eu vou pesquisando na internet e vou seguindo. No diário de classe, vejo o que a gente vai trabalhar e aí eu vou pesquisando em relação ao diário. (Professora Joana)

Percebemos nas falas das professoras que o planejamento delas para as aulas de Matemática permeiam suas experiências e lembranças, mas também incluem a necessidade de buscas de conhecimentos em diferentes fontes. As fontes variam entre Proposta Curricular do Jaboatão dos Guararapes, Diário de Classe utilizado diariamente pelas professoras, livros e internet.

A professora Rosa também destaca durante a entrevista que usa materiais manipuláveis em suas aulas de Matemática tais como: tampinhas, palitos de picolé com cores diferentes. Além disso, usa brincadeiras como a amarelinha com numerais e a quantidade de crianças para fazer contagens. A professora Joana ressalta a importância do uso de material manipulável durante as aulas de Matemática e cita alguns dos recursos que também foram mencionados pela professora Rosa. Percebemos que as duas professoras se detêm em pontuar elementos que auxiliem na contagem e reconhecimento dos numerais em suas aulas de matemática.

Quanto ao uso do livro didático, elas asseguram que usam, no entanto, Rosa considera que o mesmo possuí uma abordagem limitada e costuma utilizá-lo apenas

como complemento das aulas. Joana afirma que o livro é simples, mas que gosta por ele não trazer apenas atividades de cópia, mas possuir problemas para raciocinar e imagens para contar. Essa análise das professoras reitera a nossa análise do livro e pode ser um dos aspectos a ser discutido em nosso estudo por ocasião das oficinas.

Já a professora Ângela diz que planeja suas aulas de Matemática a partir dos Saberes que o Diário de Classe aponta, para que haja uma coerência entre o planejamento e sua prática, pois precisa registrar sua aula no Diário de Classe. Também usa o livro didático, mas numa proporção menor, porque considera que não há uma coerência entre a proposta da rede para a Educação Infantil e os conteúdos do livro didático. Os recursos que ela utiliza são jogos, materiais concretos como tampinhas para contagem, o próprio corpo e formas geométricas.

Ao perguntar sobre o uso do livro didático, Ângela responde:

Eu utilizo o livro como complemento, que na verdade eu acredito que o livro é isso realmente, como complemento para minhas aulas. Eu não parto do livro. Então assim eu trabalho um conteúdo, ou um saber aí eu uso o livro como um complemento, então eu vejo quais são as atividades, o que o livro traz, o que eu posso também na minha fala, fazer uma ponte pra puder usar o livro, aí uso o livro para atividades com eles. (Professora Ângela)

Ângela continua dizendo que considera a abordagem do livro superficial, que apresenta muito rápido cada conteúdo e não há um encadeamento de um assunto para outro dando uma base para prosseguir.

A professora Diana diz que a referência curricular que usa para elaborar seu planejamento das aulas de Matemática é o PCN e o livro didático que ela gosta de usar. Também diz que dependendo do conteúdo, realiza pesquisas em blogs específicos para Educação Infantil. Quanto aos recursos que utiliza durante as aulas de Matemática, ela diz que usa jogos, Bloco lógico, jogos de montar, tampinhas de garrafa, palitos e o próprio corpo das crianças para realizar movimentos no pátio. Sobre a frequência com que usa o livro didático, ela ressalta que usa duas vezes por semana e acha a abordagem do livro boa, como vemos no trecho de sua fala:

Eu gosto, é boa. É bem... assim pra faixa etária é bem tranquila, não tem muita dificuldade não, o aluno consegue entender. Porque não adianta o livro ser uma dificuldade grande, um livro bem estruturado e o aluno não, responder, não adiantou. Então eu gosto, os alunos conseguem responder até sozinhos. Com o tempo eles vão fazendo,

lendo... Tem algumas atividades que... que é bom é que com o uso do livro, o aluno vai fazendo leitura daquilo e quando vejo ele já está fazendo aquela atividade, às vezes acerta, às vezes não mas ele vai fazendo a própria leitura de imagem, ou de alguma atividade que ele já fez. (Professora Diana)

Observa-se que as professoras utilizam fontes diversas de pesquisa para realizar seus planejamentos de Matemática, como os conhecimentos que já possuem devido aos anos que trabalham com Educação Infantil, os documentos oficiais da rede de ensino e pesquisas na internet. Com relação aos recursos usados pelas professoras, podemos perceber a compreensão das mesmas quanto a maneira que as crianças aprendem, por meio das interações e das brincadeiras como mencionado nas DCNEI (2009). Elas destacam o uso de diferentes recursos para dinamizar as aulas, como o próprio corpo, brincadeiras, jogos e materiais manipuláveis como tampinhas de garrafa e palitos de picolé para realizar contagem. Em suas falas percebemos a predominância para o ensino de contagem, dos numerais e das formas geométricas. Quanto ao uso do livro didático, as opiniões das professoras divergem, de uma abordagem limitada a uma abordagem coerente para a faixa etária.

Reiteramos que o ensino de Matemática na Educação Infantil precisa estar atrelado aos contextos do mundo real das crianças, as suas experiências e que a linguagem precisa ser clara. No entanto, pontuamos que a escola não pode esquecer sua função de fazer as crianças irem além do que já sabem, respeitando o tempo de desenvolvimento individual. Para isso, o professor precisa planejar da melhor forma possível, buscando fontes teóricas, conhecer as crianças, materiais interessantes, para que as aulas sejam significativas.

8.3 VIVÊNCIAS RELACIONADAS A ESTATÍSTICA NA SUA PRÁTICA