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PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA IMPLEMENTAÇÃO/ OBSERVAÇÃO/ ACÃO/ DESCRIÇÃO.

IV.1. Planificação Anual da ESQP (Educação Visual – 3º Ciclo )

O professor deve iniciar o seu ano letivo com a execução da respetiva planificação do trabalho a desenvolver.

Para António Pinela (2010) a planificação anual consiste na identificação das finalidades da disciplina e na seleção, organização e distribuição, no tempo dos objetivos, dos conteúdos, estratégias, técnicas de avaliação e gestão dos tempos letivos correspondentes ao programa a implementar e a desenvolver durante o ano letivo, para alcançar os objetivos da aprendizagem.91

Segundo Arends (2008) planificar pressupõe responder às seguintes perguntas:92

 Para quem é que se está a organizar o trabalho? (Os alunos)  Para quê levar a cabo este trabalho? (Objetivos)

Que assunto se vai tratar? (Conteúdos)

 Como é que se vai realizar o trabalho? (Estratégias)  Quanto tempo se vai gastar? (Tempo previsto)  Em que medida foi conseguido? (Avaliação)

91 Pinela, António A. B., (2010). Organização e Desenvolvimento Curricular, Planificação da Prática

Letiva, Lisboa: Sítio do Livro.pág.54.

Neste sentido, quando clarificarmos o processo de planificar encontramos:

 Um conjunto de conhecimento, ideias ou experiências sobre o fenómeno a organizar, que atuará como apoio conceptual e de justificação do que se decide;

 Um propósito, uma meta a alcançar que nos indica a direção a seguir;

 Uma previsão a respeito do processo a seguir que deverá concretizar-se numa estratégia de procedimento que inclui os conteúdos ou tarefas a realizar, a sequência das atividades e a avaliação do processo.

Uma das tarefas importantes da planificação é clarificar “o quê”, “o porquê” e “o como” se pretende desenvolver o ensino numa turma e como se podem modificar as previsões, em virtude do desenrolar do processo.

Na tomada de decisão cruza-se o discurso pedagógico (que coisas valem a pena, que sentido formativo possuem as diferentes alternativas de trabalho) com o discurso técnico/didático (que aprendizagens, como as organizamos, que materiais, como fazemos para que todo o processo seja integrado, funcional e eficaz).

Trata-se de uma competência básica e imprescindível de todo o professor em referência à dupla capacidade de organizar, contextualizar (e reorganizar, sempre que necessário) a sua ação letiva. Opõe-se, em tal sentido à rotina, à adoção mecânica dos desenvolvimentos curriculares estranhos à sua própria iniciativa. É uma competência necessária porque, para levar a efeito o ensino no contexto sócio cultural de uma escola ou no marco concreto de uma sala de aula, não há soluções universais.

Há ainda que ter em conta alguns fatores importantes: a sequência lógica de aula para aula, de unidade para unidade assim como a existência de flexibilidade que permitirá ir ao encontro dos interesses dos alunos.

A planificação leva o professor não só a elaborar uma reflexão da sua prática educativa, mas também a expor os seus objetivos e a sua metodologia. Este instrumento tem como principal função utilizar o currículo estipulado pelo Ministério da Educação adequando-o às características e especificidades de cada turma.

Quanto à estrutura da planificação anual, podem-se salientar os seguintes pontos:  Unidade didática93 como sendo um conjunto ordenado de actividades, estruturadas e

articuladas para a consecução de um objetivo educativo em relação a um conteúdo concreto. (Cesar Coll, 1996)

 Competências específicas que devem ser desenvolvidas pelos alunos.

 Unidades temáticas ou conteúdos como sendo temas essenciais que devem ser desenvolvidos através da subdivisão em tópicos ou subtemas.

 Materiais e técnicas como sendo instrumentos para o funcionamento da aula.  Área de exploração como sendo o método a desenvolver em cada tarefa.  Tempo como sendo a duração estipulada para cada unidade didática.

93 Coll, César, (1996). Psicologia e Currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo, Ática.

Na sequência da definição, da caracterização e da estrutura que compõe de uma forma geral a planificação de longo prazo do ensino seguir-se-á uma análise do plano de organização do ensino aprendizagem (APÊNDICE 9) elaborado pelos docentes do grupo de Artes Visuais da ESQP para a disciplina de Educação Visual do terceiro ciclo do ensino básico no 7º ano de escolaridade.

As unidades temáticas previstas para o 7.º ano de escolaridade são cinco94:

Comunicação, Espaço, Estrutura, Forma e Luz-Cor. Estes cinco conteúdos programáticos delineados para o desenvolvimento dessas mesmas unidades abordam os seguintes conteúdos:

 Comunicação: elementos visuais na comunicação, códigos de comunicação visual, papel da imagem na comunicação.

 Espaço: representação do espaço – sobreposição, dimensão, cor, claro-escuro, gradação de nitidez, relação homem-espaço.

 Estrutura: estrutura/forma/ função; estruturas naturais e criadas pelo homem; ritmo de crescimento; módulo/padrão.

 Forma: perceção visual da forma – qualidades formais, qualidades geométricas, qualidades expressivas; fatores que determinam a forma dos objetos: físicos – propriedades dos materiais – económicos – produção artesanal e produção industrial – funcionais – antropometria e ergonomia – estéticos.

 Luz - Cor: a cor – luz no ambiente.

Os conteúdos acima mencionados são considerados fundamentais na apreensão das competências essenciais previstas para a disciplina de Educação Visual, mas não são exclusivos na medida em que os professores podem introduzir novas abordagens, desde que estas estejam de acordo com “o projeto educativo da escola, com a realidade local e com

momentos julgados necessários”95.

Contudo, durante a prática de ensino supervisionada, a professora estagiária alterou a ordem das unidades didáticas descritas em cima e que estão estipuladas no plano de organização do ensino aprendizagem. Elaborou uma nova planificação a longo prazo (APÊNDICE 10) com a respetiva ordem: Unidade I - A Forma – elementos da forma; Unidade II – A Comunicação Visual; Unidade III – Estrutura; Unidade IV – Espaço e Unidade V – Luz e Cor com as respetivas competências específicas.

Tal alteração deveu-se à importância que a professora estagiária atribui às duas primeiras unidades – A forma e a Comunicação – uma vez que a sua formação se enquadra nessas áreas tão fundamentais. Por outro lado, a alteração deveu-se ao fato de a professora estagiária ter adquiridos novos conhecimento como futura professora das artes visuais. As

94 Escola Secundária Quinta das Palmeiras. Grupo disciplinar de Artes Visuais – Plano de organização do

ensino/aprendizagem: Educação Visual 7º ano. Covilhã: Escola Secundária Quinta das Palmeiras, 2011/2012.

95 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Departamento de Educação Básica – Ajustamento do programa de

Educação Visual: 3.º ciclo. [Suporte eletrónico]. Lisboa: Ministério da Educação, 2001b. [Consultado em

15/09/2011]. Disponível em http://www.dgidc.min-

opções que se fizeram a este nível foram sofrendo alguns ajustamentos ao longo do ano, após se conhecer os alunos.

Desta forma, esta alteração veio melhorar o desenvolvimento dos alunos, no âmbito à capacidade de expressão e comunicação, bem como a capacidade de representação através do desenho.