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Capítulo II – Caracterização das Instituições onde foi desenvolvida a prática

2.4 Planificação, reflexão e avaliação das atividades

Neste ponto, apresentamos as planificações das responsabilizações desenvolvidas nas aulas de Ciências da Natureza do 2.º CEB (anexo 4), apresentando as fundamentações e reflexões sobre a prática pedagógica realizada e ainda a descrição do processo avaliativo utilizado e realizado.

Também, neste capítulo, apresentamos as estratégias e as atividades realizadas no trabalho prático, bem como as metodologias utilizadas no decurso da prática pedagógica e os argumentos que levaram ao seu recurso e a fundamentação teórica que os sustenta.

Por fim, fazemos uma breve reflexão sobre a prática pedagógica e sobre as planificações desenvolvidas e apresentamos a descrição do processo avaliativo por nós efetuado.

2.4.1 Planificações de Ciências da Natureza

Ao longo do nosso Estágio Pedagógico, elaborámos cinco planificações de Ciências da Natureza. Nesse trabalho tivemos a colaboração do professor cooperante de Ciências da Natureza e da professora orientadora da UTAD. As planificações incluíram para além dos conteúdos programáticos, as metas, os objetivos, os métodos/estratégias, os recursos/materiais, os pré-requisitos, a avaliação e a duração de cada aula. Estes foram os aspetos que considerámos mais relevantes para constarem nas nossas planificações.

Segundo Pais & Monteiro (1996, p.34) “a planificação poderá ser feita em função de objectivos ou em função de actividades”, por isso os objetivos das planificações devem estar bem delimitados e adaptados para os diversos níveis de generalização.

Para o professor é importante fazer um registo em papel para saber como vai decorrer a aula, pois, não basta ter a aula planeada na cabeça, o professor tem de fazer o esforço de ter tudo organizado para correr bem. Pais & Monteiro (1996, p. 37) também defendem que “a planificação tem de ser feita previamente, qualquer que seja o modelo escolhido pra registar”.

Pais & Monteiro (1996, p. 37) referem que “não podemos dizer que este ou aquele modelo é o melhor ou que é o mais correcto. O essencial é que o modelo escolhido agrade ao professor, [isto é,] que se sinta bem a trabalhar com ele”. Assim, as nossas planificações ao

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longo do Estágio apresentaram, como já referido anteriormente, os aspetos que considerámos mais importantes, pois como referem Pais & Monteiro, não existe um formato rígido, que se aplique em todas as aulas.

Os conteúdos abordados nas nossas responsabilizações, foram-nos cedidos previamente pelo professor cooperante e foram realizadas reuniões no sentido de nos auxiliar na realização, execução e organização das planificações e das aulas. Para que as planificações estivessem de acordo com os conteúdos que iríamos abordar, estas tiveram sempre por base o programa específico da disciplina, bem como as Metas Curriculares, ambos da autoria do Ministério da Educação e Ciência. Outro documento orientador nas planificações foi o manual escolar adotado pela escola, Páginas da Terra – Ciências da Natureza 5º ano (2013, Porto Editora) e mais bibliografia que se considerou importante para a elaboração das mesmas.

2.4.2 Reflexão sobre a prática pedagógica

Esta etapa académica - Estágio II, decorreu com muita motivação e empenho. Ao longo do nosso Estágio, e como já tínhamos verificado anteriormente no Estágio do 1.º CEB (Estágio I), trabalhar com crianças não é fácil. Consideramos que o professor deve esmerar-se por uma postura flexível e adaptar-se ao meio em que está inserido, respondendo desta forma aos meios e interesses das crianças.

Embora, as idades dos alunos não variassem muito, o facto das características deles serem bastante diferentes, no que diz respeito ao nível socioeconómico e das capacidades, revelou-se um grande desafio.

O Estágio fez com que crescêssemos mais em termos pessoais e profissionais. A interação e o contacto com os alunos e docentes, revelaram-se extremamente positivos para nós. Foi bom termos tido a oportunidade de colocarmos tudo o que tínhamos aprendido, em prática e desenvolver as outras capacidades e competências. Com as responsabilizações, desenvolvemos conhecimentos e competências, que irão ser importantes e transversais para a nossa vida futura como profissionais, como por exemplo: a importância da adequação individualizada das estratégias, as especificidades concretas na interação formativa com os alunos, a importância de manter uma postura democrática e diplomática, sem deixar de exercer a nossa autoridade, a importância do

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trabalho de equipa, entre outras. Podemos dizer que os alunos mostraram-se muito interessados e participativos nas atividades desenvolvidas.

Ao longo da nossa prática pedagógica supervisionada pretendemos desenvolver um trabalho com atividades dinâmicas, pedagógicas e lúdicas. Também foi nossa intenção realizar atividades que despertassem a curiosidade dos alunos, bem como, momentos em que refletisssem sobre os resultados das atividades que foram realizadas. Ao longo deste processo, esteve sempre presente a avaliação. Com a realização das atividades, desejamos avaliar as capacidades e as competências dos alunos na execução e interpretação das atividades que lhes eram solicitadas.

Uma das preocupações na construção das planificações das aulas, foi que nelas constasse atividades atrativas, de modo a cativar a participação e atenção do público- alvo. Pensámos que as atividades propostas foram bastante diversificadas e atrativas, uma vez que utilizámos atividades práticas diversas, bem como recursos e materiais manipuláveis.

Como já mencionámos, os protocolos das atividades experimentais elaborados, desempenharam um papel indispensável. Os alunos encontraram os procedimentos que deviam seguir durante a atividade prática. Os protocolos para além de servirem para organizar as atividades práticas, serviram também para que os alunos desenvolvessem a reflexão crítica e as competências de observação.

Pereira (1992, p.102) diz que “cabe ao professor criar condições pedagógicas que permitam ao aluno utilizar a linguagem da aula como meio para aprender e como forma de desenvolvimento do seu potencial humano, como indivíduo e como ser social”. Assim, nas nossas responsabilizações tivemos sempre em atenção a linguagem. Tivemos o cuidado de criar condições que dessem oportunidade aos alunos de utilizarem a linguagem quotidiana e a linguagem científica. Potenciámos uma melhor compreensão das temáticas abordadas, bem como a aquisição de um tipo de linguagem mais elaborada por parte dos alunos.

Assim sendo, os alunos revelaram-se capazes de descodificar a linguagem oral e a linguagem escrita. Revelaram-se também capazes de proceder à construção de novos conhecimentos, o que se tornou importante visto que, tal como menciona Fosnot (1996, p.86), “(…) o facto de conhecer as palavras científicas utilizadas para explicar um fenómeno pode não reflectir necessariamente uma compreensão daquilo que as palavras descrevem”. De um ponto de vista global, embora alguns termos técnicos facilitem a comunicação, o número dos termos essenciais que os alunos têm de aprender, deve ser relativamente

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pequeno. Desta forma, tentámos que os alunos adquirissem novos termos científicos ao seu próprio ritmo, tentando sempre que eles percebessem o seu significado e fossem capazes de os utilizar no seu discurso, de uma forma correta e natural.

Nas nossas responsabilizações observámos que os significados das palavras técnicas só foram compreendidos por alguns alunos. Usámos uma linguagem simplificada e cientificamente correta, mas a distração e o desinteresse dos alunos fez com que a maioria dos alunos não os compreendesse. Recorremos sempre que possível a atividades práticas para tornar os conceitos mais concretos.

Wolf-Michael Roth (1995) citado em Miguéns (1999, p.36), recorre a alguns autores como John Dewey, Seymour Papert e Donald Schon para fortificar a sua convicção de que os alunos quando estão envolvidos aprendem melhor “(…) actividades

de exploração e investigação motivam para a busca de soluções de acordo com os seus interesses e com as interacções com outros parceiros da sua comunidade de aprendentes”.

O trabalho prático que foi proposto nas nossas responsabilizações, teve como objetivo envolver o máximo dos alunos e incentiva-los, uma vez que pretendíamos despertar e aumentar a curiosidade e a descoberta de coisas novas. Após o desenvolvimento das atividades práticas, pensamos ter conseguido estimular os alunos pelo gosto da descoberta, bem como o envolvimento dos alunos nas atividades, levando a uma aprendizagem significativa.

No que concerne aos instrumentos de avaliação, estes foram de caráter diagnóstico e formativo. Como instrumento da avaliação formativa, utilizámos por exemplo, uma ficha formativa.

Durante toda a prática pedagógica, fomos sempre dando feedback aos alunos para ir estimulando o seu interesse pela matéria, criando sempre um clima agradável. Considerámos que houve sempre entreajuda entre professores - alunos e alunos – alunos. Tentámos sempre que os alunos compreendessem os objetivos da ação, fazendo a articulação entre os conhecimentos conseguidos e os anteriores. Também tentámos que os relacionassem com o seu quotidiano e com os conhecimentos científicos, de forma a que a aprendizagem fosse bem conseguida pelos alunos.

Consideramos que as responsabilizações iniciaram e terminaram de forma adequada. Mantivemos, na nossa opinião, um ritmo adequado a lecionar os conteúdos, atividades e objetivos, de acordo com as necessidades dos alunos. Utilizámos uma boa expressividade estando adequada ao ritmo da aula, tendo atendido, apreciado e corrigido as intervenções dos alunos. Tivemos sempre em atenção a transmissão dos

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conhecimentos, tentando sempre transmitir os conteúdos de forma clara e de modo a cativar a atenção dos alunos.

Desta forma, os alunos foram encorajados a colocarem as suas dúvidas, para que não existissem questões sobre o tema. Assim sendo, os alunos mais intimidados foram estimulados a participar nas discussões sobre os temas em estudo.

Pensámos, desta forma, que o esforço feito para potenciar ao máximo a participação democrática e a aprendizagem de todos, foi bem conseguida. Os alunos deram feedback positivo, mencionando que gostaram das aulas lecionadas por nós. O professor cooperante também nos deu feedback positivo, referindo que aprendia muitas coisas novas connosco. Assim, considerámos que todo este processo foi extremamente positivo para a nossa formação, pois potenciou o nosso amadurecimento profissional.