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O trabalho prático como instrumento para a melhoria da aprendizagem das ciências: um estudo com alunos do 5.º ano

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

O Trabalho Prático como

instrumento para a melhoria da

aprendizagem das Ciências – Um

estudo com alunos do 5.º Ano

Dissertação de Mestrado em Ensino do 1º e 2º

Ciclos do Ensino Básico

Sara Catarina Fernandes Dias nº 54337

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

O Trabalho Prático como

instrumento para a melhoria da

aprendizagem das Ciências – Um

estudo com alunos do 5.º Ano

Dissertação de Mestrado em Ensino do 1º e 2º

Ciclos do Ensino Básico

Sara Catarina Fernandes Dias nº 54337

Trabalho orientado pela

Professora Doutora Isilda Teixeira Rodrigues

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iii

Relatório Final, correspondente ao estágio de natureza profissional/prática de ensino supervisionado, elaborado para a obtenção do Grau de Mestre em Ensino do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, de acordo com os Decretos-Lei n.º 74/2006, de 24 de Março e n.º 43/2007, de 22 de Fevereiro.

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v

“Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo”

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vii

Dedicatória

Dedico este relatório dissertativo às pessoas mais importantes da minha vida: à minha mãe, Maria Eugénia Dias, e ao meu pai, José Dias, que sempre me apoiaram neste percurso académico, que fizeram de tudo e se esforçaram imenso para que nada me faltasse para a conclusão deste curso que me propus a frequentar.

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ix

Agradecimentos

Ao concluir um trabalho desta dimensão, não poderia deixar de agradecer às pessoas que, direta ou indiretamente, estiveram envolvidas neste processo, pois sem o auxílio destas não poderia ser realizado.

Em primeiro lugar, um agradecimento grande e especial à minha orientadora, Professora Doutora Isilda Rodrigues, pela grande disponibilidade, dedicação, encorajamento, amizade e sentido crítico que sempre demonstrou durante a supervisão deste trabalho. Também tenho de agradecer a compreensão e paciência que sempre revelou e que muito me ajudou na conclusão do mesmo.

A todos os professores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e da Escola Superior de Educação de Viseu, que partilharam comigo os seus conhecimentos e que me ajudaram a crescer e aos professores cooperantes, que me acolheram, aconselharam, auxiliaram e sempre se mostraram disponíveis, o meu extensíssimo obrigado pelas suas contribuições para a minha formação profissional e pessoal.

Não poderia também deixar de agradecer aos alunos com quem tive o prazer de conviver e ensinar, e pelas maravilhosas experiências que me proporcionaram.

Igualmente não poderia deixar de agradecer à minha família, nomeadamente aos meus pais, irmão e cunhada, pois sem o carinho, amor, apoio e incentivo que eles me deram ao longo do meu percurso académico não estaria aqui. Eles sempre me incentivaram a seguir os meus sonhos e sempre me proporcionaram forças para seguir em frente. A pessoa que hoje me tornei devo-o a vós mesmo.

Ao Telmo Almeida, por todo o apoio, pela motivação em horas difíceis, por me incentivar a conseguir sempre mais, pelo teu amor incondicional, o meu imenso obrigado pela tua presença na minha vida.

Um obrigada às minhas amigas e companheiras de estágio, por todo o apoio, pelas ideias, pela interajuda e pelo bom humor. Pelos conselhos sensatos, pelas aventuras, pelos bons momentos, pela força e amizade. O meu sincero obrigado!

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xi

Resumo

O presente Relatório de Estágio, indispensável para a obtenção do grau de Mestre do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico, teve por base o Estágio Pedagógico realizado na Escola Básica 2.º e 3.ºciclos Diogo Cão – Vila Real. Este Estágio foi realizado no âmbito de distintas disciplinas (Língua Portuguesa, História e Geografia de Portugal, Matemática e Ciências da Natureza). Tendo em conta a nossa temática de investigação, este Relatório Dissertativo incidiu, predominantemente, na prática pedagógica realizada no âmbito da disciplina de Ciências da Natureza do 2.º CEB, em que o trabalho prático assumiu um papel fundamental.

Pretendeu-se, então, ao longo deste Relatório refletir sobre o trabalho prático como instrumento para a melhoria da aprendizagem das Ciências no 2.º CEB. Para isso foi realizado um estudo, de natureza qualitativa, ao nível do 2.º CEB (5.º ano), que permitiu demonstrar a importância do trabalho prático no Ensino das Ciências e na aprendizagem dos alunos, em contexto sala de aula.

Neste trabalho fundamentamos bibliograficamente o trabalho prático no Ensino das Ciências do 2.º CEB. É também realizada uma revisão bibliográfica para aprofundar os conhecimentos sobre as unidades didáticas lecionadas, nomeadamente “as plantas e os fatores do meio”.

Apresentam-se também as planificações das unidades de ensino, de acordo com o Programa Nacional e Metas curriculares das Ciências da Natureza e uma reflexão sobre a prática pedagógica desenvolvida.

Este Relatório constitui-se, como uma rica ferramenta de aprendizagem, reflexão e avaliação pedagógica, pois ele permitiu uma melhor e maior conscientização acerca do trabalho que foi realizado por nós na prática pedagógica, bem como estudar e apresentar pistas para a melhoria da mesma no futuro, de uma forma clara, objetiva e concisa.

Palavras - Chave: Estágio pedagógico; Ensino das Ciências; Trabalho Prático;

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Abstract

The present Training Report, indispensable to the acquisition of the Master degree of the 5th and 6th grades of Elementary School in a Pedagogic Training carried out at Diogo Cão Elementary School in Vila Real. This Training was realized in the bounds of different subjects (Portuguese, History and Geography of Portugal, Maths and Science). Taking into account our investigation theme, this Dissertative Report fell upon predominantly, in the pedagogical practice carried out at Science in the 5th and 6th grades of Elementary School, in which the pratical work took a very important role. Along this report, we intended to think over the pratical work as a tool to the learning improvement of the Sciences at the Elementary School. For that a research has been carried out a research of qualitative nature, at this level of teaching, to show the importance of the pratical work in the Sciences Teaching and at the students’ learning in the classroom.

In this work we support bibliographically the pratical work at the Sciences Teaching at the 5th and 6th grades of Elementary School. It also has been made a bibliographical revision to improve the know ledges on the didactic units taught, namely «the plants» and «the environment agents».

We also show up the plannings of the Teaching Units, according to the National Programme and the Curricular Goals of Science and a mull about the advanced pedagogical practice.

This report sets up as a rich instrument of learning, reflexion and pedagogical assessment, because it made possible a better and a bigger consciousness about all the work done by us at the pedagogical practice, as well as to study and to present tracks to improve it in the future, in a clear, objective and concise way.

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Índice Geral

Dedicatória... vii Agradecimentos ... ix Resumo ... xi Abstract ... xiii

Índice de figuras ... xviii

Índice de gráficos... xix

Índice de tabelas ... xx

Índice de Anexos ... xxi

Abreviaturas... xxii Capítulo I – Introdução ... 1 1.1 Contextualização do estudo ... 2 1.2 Identificação do Problema ... 4 1.3 Objetivos do estudo ... 4 1.4 Limitações do estudo ... 5 1.5 Organização do relatório ... 5

Capítulo II – Caracterização das Instituições onde foi desenvolvida a prática pedagógica ... 7

2.1 Escola EB2/3 Diogo Cão... 7

2.1.1 Caracterização da instituição e do edifício ... 7

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2.1.3 Tipo de instituição e a sua organização interna ... 10

2.1.4 Avaliação crítica do espaço escolar ... 15

2.2 As salas de aula e os materiais educativos da Escola Básica 2/3 Diogo Cão ………..16

2.2.1 As salas de aula ... 16

2.2.2 Outros espaços de aprendizagem ... 18

2.2.3 Reflexão e análise crítica à forma como o espaço está organizado e o seu funcionamento ... 18

2.3 A atividade educativa e o trabalho escolar ... 20

2.3.1 Observação e cooperação educativa ... 20

2.4 Planificação, reflexão e avaliação das atividades ... 21

2.4.1 Planificações de Ciências da Natureza ... 21

2.4.2 Reflexão sobre a prática pedagógica ... 22

2.5 Processo avaliativo ... 25

Capítulo III – O Trabalho Prático no Ensino das Ciências no 2.º CEB ... 29

3.1 Finalidades do 2º Ciclo do Ensino Básico ... 29

3.2 O Ensino das Ciências no 2.º CEB ... 32

3.3 Trabalho prático no 2.º Ciclo do Ensino Básico ... 36

3.4 O papel do Professor no Trabalho Prático do 2.ºCiclo do Ensino Básico ... 42

3.5 As plantas e os fatores do meio ... 45

Capítulo IV – Descrição do Estudo realizado no 2.º CEB ... 49

(18)

xvii

4.2 Descrição do questionário ... 50

4.3 Descrição da Amostra... 50

4.4 Descrição das atividades desenvolvidas ... 51

4.5 Resultados da aplicação dos questionários sobre as atividades práticas no Ensino das Ciências ... 59

Capítulo V – Conclusões ... 73 Bibliografia ... 75 Referências Bibliográficas ... 75 Webgrafia ... 79 Referências Legislativas ... 83 Anexos ... 85

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xviii

Índice de figuras

Figura 1 – Mapa do concelho de Vila Real ... 9

Figura 2 – Relação entre o trabalho prático e o trabalho laboratorial de campo e experimental (Adaptado de Leite, 2001). ... 39

Figura 3 – Experiência sobre a mudança de cor das folhas (autoria própria) ... 51

Figura 4 – Experiência com grãos de milhos e pouca água (autoria própria) ... 522

Figura 5 - Experiência com grãos de milho e água suficiente (autoria própria) ... 522

Figura 6 - Experiência com grãos de milho e muita água (autoria própria) ... 533

Figura 7 - Experiência com grãos de milho colocadas na estufa (autoria própria) ... 533

Figura 8 - Experiência com grãos de milho à temperatura ambiente (autoria própria) 544 Figura 9 - Experiência com grãos de milho colocadas no frigorífico (autoria própria) ... 544

Figura 10 - Experiência com sementes de alface colocadas na escuridão (autoria própria) ... 555

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xix

Índice de gráficos

Gráfico 1 – Perceção dos alunos sobre a importância da realização de atividades

práticas na disciplina de Ciências da Natureza, das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 59

Gráfico 2 – Perceção dos alunos sobre a realização de atividades práticas nas aulas de

Ciências da Natureza, das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 60

Gráfico 3 - Perceção dos alunos sobre o gosto da realização de atividades práticas por

aprender mais das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 61

Gráfico 4 – Perceção dos alunos sobre o uso de materiais e equipamentos que são

usados nas atividades práticas que não são usados em outras aulas das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 62

Gráfico 5 – Perceção dos alunos sobre a realização de atividades práticas e a melhor

compreensão do fenómenos que ocorrem das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 63

Gráfico 6 – Perceção dos alunos sobre a realização das atividades práticas e a presença

de barulho sendo desta forma prejudiciais das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 64

Gráfico 7 – Perceção dos alunos sobre as atividades práticas e a partilha de

conhecimento com os colegas das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 65

Gráfico 8 – Perceção dos alunos sobre o gosto da realização de atividades práticas por

serem feitas em grupo das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 65

Gráfico 9 – Perceção dos alunos sobre a compreensão do que é pedido nos protocolos

experimentais das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 66

Gráfico 10 – Perceção dos alunos sobre a realização de atividades práticas e o registo

dos resultados das turmas A e B comparando o pré e pós-teste. ... 67

Gráfico 11 - Comparação dos resultados das questões 2, 3 4 e 6 da turma A e B, tendo

(21)

xx

Índice de tabelas

Tabela 1 – Horário de funcionamento ... 13 Tabela 2 - Componentes do currículo e respetiva carga horária semanal do 2.º Ciclo do

Ensino Básico. (Decreto-Lei n.º94/2011, de 3 de Agosto). ... 14

Tabela 3 - Horário da turma A, ano letivo 2013-2014. ... 14 Tabela 4 – Perceção dos alunos da amostra sobre o conceito de germinação da turma A

e B, comparando o pré e pós-teste. ... 68

Tabela 5 – Perceção dos alunos da amostra sobre os fatores que influenciam a

germinação da turma A e B, comparando o pré e pós-teste. ... 69

Tabela 6 – Perceção dos alunos da amostra sobre a influência da luz na germinação da

turma A e B, comparando o pré e pós-teste. ... 70

Tabela 7 – Perceção dos alunos da amostra sobre o conceito de fotossíntese da turma A

(22)

xxi

Índice de Anexos

Anexo 1 – Regulamento Interno do Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão. Anexo 2 – Plano anual de atividades do Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão. Anexo 3 – Projeto Educativo “À Conquista da Autonomia” do Agrupamento Vertical

de Escolas Diogo Cão.

Anexo 4 – Planificações n.º1 - n.º5.

Anexo 5 – Grelha de observação – exemplo.

Anexo 6 – Tabela KWL – As plantas e o Meio-Diversidade e o Aspeto. Anexo 7 – Guião da atividade experimental – exemplo.

Anexo 8 – Questionário utilizado para a análise dos resultados do estudo – exemplo Anexo 9 – Protocolo experimental “Porque mudam as folhas de cor?”.

Anexo 10 – Protocolo experimental “A água tem influência na germinação?”.

Anexo 11 – Protocolo experimental “Qual o efeito da temperatura na germinação das

sementes?”.

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xxii

Abreviaturas

AVEDC – Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão CEB - Ciclo do Ensino Básico

CIFOP – Centro Integrado de Formação de Professores CN – Ciências Naturais

EB – Ensino Básico

KWL – What I Know – What I Want – What I Learned (K – os alunos descrevem o que

já sabem sobre o assunto; W - o que querem saber sobre o assunto; L – o que aprenderam sobre o mesmo)

SASE – Serviços de Ação Social Escolar TC – Trabalho de Campo

TE – Trabalho Experimental TL – Trabalho Laboratorial TP – Trabalho Prático

UNESCO- United Nations Educational Scientifc and Cultural Organazation

(Organização Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas)

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1

Capítulo I – Introdução

No âmbito do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico (1.º e 2.º CEB) realizámos o presente Relatório Dissertativo para obtenção de grau de Mestre. Este incide, principalmente, sobre o trabalho prático como instrumento para a melhoria da aprendizagem das Ciências no 2.º CEB, visto ter sido esta temática privilegiada durante o Estágio do 2.º CEB. Durante a realização do Estágio do 2.º CEB, foi notória, a melhor compreensão dos fenómenos estudados pelos alunos quando realizaram trabalho prático. Quando é realizado trabalho prático, os alunos manipulam diferentes materiais, visualizam e interpretam os resultados obtidos. Segundo Pereira (1992, p.24) isto possibilita “à criança adquirir uma compreensão científica dos fenómenos e acontecimentos que compõem o mundo físico e social de que faz parte”. O mesmo autor diz-nos ainda que o trabalho prático que é realizado nas aulas de ciências também contribui para o desenvolvimento de valores e atitudes, como por exemplo, a curiosidade, a exigência de fundamentação, a necessidade de prova para o julgamento, a persistência, a valorização, a cooperação e a consideração do ponto de vista dos outros. Todos estes elementos são importantes, não só para a compreensão científica dos fenómenos, como também para o desenvolvimento psicossocial das crianças, uma vez que estas são competências transversais à sua vida. Para além das razões apontadas, é importante referir que esta é uma temática que nos motiva particularmente, pois esta permite uma maior confiança e proximidade com os alunos, diminuindo o ensino tradicional em que vigora a “pedagogia bancária”. Como nos diz Paulo Freire (2010), muitas vezes responsável pela desmotivação dos alunos.

Além do estudo realizado debruçamo-nos e refletimos sobre a prática do ensino realizado.

Assim, neste primeiro capítulo, apresentamos de uma forma sucinta, um pequeno enquadramento do trabalho, bem como é elaborada a contextualização do estudo realizado, identificando-se o problema a estudar, definindo-se os objetivos de estudo, as respetivas limitações e a organização do Relatório.

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2

1.1 Contextualização do estudo

O Estágio supervisionado, a qual se refere o presente Relatório Dissertativo, foi executado na Escola Básica 2/3 Diogo Cão - Vila Real. Desta forma, este Estágio foi realizado no 2.º CEB, abrangendo as disciplinas de Ciências da Natureza, Língua Portuguesa, Matemática e História e Geografia de Portugal. O Estágio foi cumprido em três turmas distintas: duas de 5.º ano nas disciplinas de Ciências da Natureza e Matemática e uma do 6.º ano nas disciplinas de Língua Portuguesa e História e Geografia de Portugal.

Este Relatório incide sobre o Estágio efetuado na disciplina de Ciências da Natureza, do 5.º ano de escolaridade e um estudo que envolveu duas turmas de 5.º ano.

Nos dias de hoje, além do conhecimento científico, a escola deve ter o papel de se preocupar em transformar os alunos mais independentes, criando hábitos de reflexão e partilha.

Como já mencionamos anteriormente, preferimos dar maior ênfase ao Ensino das Ciências por ser uma área que desperta muita curiosidade nos alunos, desempenhando um papel importante na forma como as mesmas vêem e compreendem o mundo que as rodeia.

A sociedade que nos rodeia, encontra-se em constante evolução em termos de Ciência e Tecnologia, o que trouxe um claro melhoramento das atividades científicas, em comparação com as que eram praticadas em épocas anteriores. Assim sendo, as ciências passaram a ter um papel mais importante no desenvolvimento das sociedades, uma vez que o seu desenvolvimento social está ligado ao desenvolvimento científico e tecnológico.

Segundo o Ministério da Educação (2001) citado por Valongo (2012, p.3) “o ensino das ciências não se deve limitar ao domínio dos saberes, deve antes integrar também a componente social, uma vez que todo o conhecimento adquirido pela ciência tem implicações na sociedade”, pois, é através desta que os cidadãos conseguem partilhar as suas opiniões e ideias fundamentadas, cooperando em debates e discussões no grupo em que se encontram a trabalhar. Como diz Ferreira (s.d.) citado por Nascimento (2012, p.1)

“(…) não é só esta importância do ensino das ciências na formação de novos cidadãos cientificamente cultos. Também as competências adquiridas pelos alunos ao longo dos seus planos de estudos e passagem pelas escolas e graus de ensino são extremamente importantes para a futura convivência numa sociedade desenvolvida”. É importante que os alunos, ao

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3

longo do seu percurso escolar adquiram competências sociais de modo a integrarem-se facilmente na sociedade. Para Reis (1996) citado por Valongo (2012, p.5) “numa estratégia investigativa, muitas competências científicas podem ser sucessivamente utilizadas, promovendo o raciocínio, o pensamento crítico, a autoaprendizagem e a capacidade de resolver problemas”.

No que concerne à ciência e suas aplicações tecnológicas, nos últimos anos, estas foram deixando de ser encaradas como interesses de uma determinada elite. Estas passaram a ser acessíveis a um maior número de pessoas, muito por intervenção dos média, que colaboraram a que estes novos conhecimentos científicos e tecnológicos se tornassem interesse de um maior número de pessoas. Assim sendo a população tornou-se mais culta em termos científicos e tecnológicos.

Nos dias que correm, precisamos de estar preparados para viver num mundo complexo com mudanças científicas e tecnológicas, sendo que todos os dias surgem novas descobertas.

Lima (1998) citado por Nascimento (2012, p.1) refere que “os alunos (…), aprendem, entre outras temáticas, ciências, de modo a tornarem-se aptos, críticos e de algum modo úteis à sociedade no futuro”, pois, é a ciência que nos dá a possibilidade de obter os conhecimentos que nos ajudam a resolver os problemas da vida real. Para que consigamos entender as ciências é necessário adquirir a capacidade de incrementar formas de pensar que nos permita adaptarmo-nos à evolução contínua do mundo. Reis (2006) citado por Nascimento (2012, p.1) diz que “(…) desde o século XX que a educação

das ciências nas escolas assegura claramente uma constante formação de engenheiros, professores e cientistas, capazes de garantir num futuro próximo o desenvolvimento científico e tecnológico de um país (…)”.

Neste estudo iremos defender o trabalho prático como instrumento para a melhoria da aprendizagem das ciências no 2.º CEB, fundamentada através de uma revisão bibliográfica. Também serão apresentadas a descrição e resultados do estudo. Este Relatório contempla ainda a planificação, reflexão e avaliação das atividades.

(27)

4

1.2 Identificação do Problema

Neste estudo pretendemos responder à seguinte questão: O trabalho prático pode melhorar a aprendizagem das ciências, de modo a promover o desenvolvimento das competências cognitivas, sociais e procedimentais dos alunos?

1.3 Objetivos do estudo

O presente Relatório refere-se ao estudo elaborado tendo em atenção a prática de ensino supervisionada no 5.º ano do 2º CEB, tendo como principais objetivos:

 Planificar unidades de ensino de acordo com as orientações para o ensino das ciências;

 Fundamentar teoricamente as principais metodologias, estratégias e recursos de ensino utilizados ao longo do Estágio Pedagógico;

 Refletir sobre o trabalho desenvolvido, os seus aspetos positivos e negativos;

 Adquirir competências cognitivas e atitudes fundamentais para o desempenho do docente;

 Melhorar a prática pedagógica;

 Identificar a importância que os alunos do 2.ºCEB deram ao trabalho prático;

 Identificar com que hábito os alunos do 2.ºCEB realizam trabalho prático;

 Reconhecer que quando realizam atividades aprendem mais com as mesmas.

(28)

5

1.4 Limitações do estudo

Uma das limitações encontradas na realização deste estudo foi, o curto período de tempo disponível para lecionação de aulas, o que não nos permitiu aplicar todos os métodos e estratégias de que gostaríamos. No entanto, consideramos que seria muito positivo se nos fosse dada a possibilidade de lecionar mais aulas, desta forma já poderíamos explorar muitos mais métodos e estratégias de ensino e motivação das turmas, bem como adequar ainda melhor os métodos usados, consoante a resposta dos alunos.

A outra limitação foi o não acesso ao laboratório para a realização mais correta dos trabalhos práticos, pois, as salas de aula não possuíam os recursos e estrutura adequada para realizar algumas das atividades.

1.5 Organização do relatório

Este Relatório Dissertativo encontra-se dividido em vários capítulos e subcapítulos.

Em primeiro lugar, temos o capítulo I – introdução, onde se explica a escolha do tema e se faz a contextualização do estudo, identificação do problema, objetivos, limitações do estudo e a organização do Relatório.

Em segundo lugar (no capítulo II), é explorada a prática pedagógica desenvolvida no Estágio pedagógico. É feita a caracterização da instituição e meio envolvente e a mesma é classificada quanto à sua tipologia e organização interna, bem como é feita uma avaliação crítica do espaço escolar. Continuamente, são analisadas as salas de aula, outros espaços de aprendizagem e os materiais educativos presentes na escola, também é realizada uma reflexão crítica quanto à forma de organização espacial e o funcionamento dos diversos espaços. De seguida, é feita uma análise/reflexão da atividade educativa e trabalho escolar, no que respeita à observação e cooperação educativa. Por fim, são apresentadas as planificações, fundamentações e reflexões sobre a prática pedagógica realizada com a turma de 5.º ano de escolaridade, bem como a descrição do processo avaliativo realizado.

(29)

6

No capítulo III, é apresentado o Trabalho Prático no Ensino das Ciências no 2.ºCEB. Incluímos as finalidades do 2.º Ciclo do Ensino Básico, o Ensino das Ciências no Ensino Básico, o Trabalho Prático no 2.º Ciclo do Ensino Básico, o papel do professor no Trabalho Prático do 2.º Ciclo do Ensino Básico. Por último abordámos, em termos de revisão bibliográfica, o conteúdo que nos serviu de base ao estudo por nós desenvolvido, as plantas e os fatores do meio.

O capítulo IV, corresponde à análise e discussão dos resultados. Neste capítulo é apresentado a descrição do estudo e da amostra, e de seguida são apresentados, analisados e discutidos os resultados obtidos.

Por fim, no capítulo V, e último capítulo, são apresentadas as conclusões.

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7

Capítulo II – Caracterização das Instituições onde foi desenvolvida a

prática pedagógica

2.1 Escola EB2/3 Diogo Cão

Neste primeiro ponto, faremos uma breve caracterização da instituição onde realizámos a prática pedagógica, a Escola EB2/3 Diogo Cão, do edifício onde ela está inserida, bem como a sua localização e meio envolvente, a sua organização interna e por fim faremos uma avaliação crítica ao espaço.

2.1.1 Caracterização da instituição e do edifício1

O Agrupamento Vertical de Escolas de Diogo Cão (AVEDC) foi homologado em 26 de Junho de 2003 e resultou da integração da EB2,3 de Diogo Cão, e do Agrupamento Horizontal D. Dinis. É constituída por 1 escola do 2.º e 3.º ciclos, 23 escolas (61 turmas) do 1.º ciclo e 21 jardins-de-infância (28 salas).

O AVEDC é constituído por um total de 49 edifícios escolares e acolhe 2779 alunos, repartidos pelos diferentes níveis de educação e ensino, da seguinte forma: Educação Pré-escolar – 550 crianças; 1.º CEB – 1345 alunos; 2.ºCEB – 621 alunos; 3.º CEB – 159 alunos; Cursos de Educação e Formação de Adultos – 213 alunos.

A escola é sede do agrupamento e comporta um número elevado de alunos, encontrando-se sobrelotada. Do número total que frequentam o Ensino Básico (EB), 740 são apoiados pelo Serviço de Ação Social Escolar (SASE), o que perfaz cerca de 29% dos alunos, sendo que destes, 352 estão inseridos no escalão A. O corpo docente conta com 298 docentes, sendo 29 educadores de infância, 104 professores do 1.º ciclo, 144 do 2.º e 3.º ciclo e 11 de educação especial. Faltam, ainda contabilizar 96 pessoas entre assistentes técnicos e operacionais. No agrupamento são servidas diariamente mais ou menos 1323 refeições/almoços e fornecidos suplementos alimentares a meio da manhã e da tarde aos alunos mais carenciados.

1

Informação retirada do Projeto Educativo do Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão, ano letivo 2009

(31)

8

A Escola Diogo Cão é fundamentada no modelo Nórdico (arquitetura Brandão), o que permite uma melhor mobilidade, luminosidade e contacto com a natureza, mas não é muito adaptado ao clima da região, uma vez que esta apresenta um clima de extremos. Como a escola já foi construída há 40 anos mostra alguns problemas de qualidade e escassez de espaços escolares. A escola Diogo Cão é constituída por um bloco central onde se encontra os Serviços de Administração Escolar, o ginásio e a biblioteca, quatro blocos numerados de um a quatro, com salas de aulas também numeradas, e todos unidos por corredores cobertos. No 2º bloco, funciona um laboratório de Matemática, inserido no projeto “O combate ao insucesso à Matemática” e no 4º bloco existe um laboratório de Física e Química com equipamentos suficientes para trabalhar; um bloco de salas de Educação Musical e um bloco pré-fabricado, onde funcionou a biblioteca e atualmente adaptado para duas salas de aula. Para além destes blocos, existe um outro pré-fabricado, onde são lecionadas as aulas de um curso de Educação e Formação.

A escola também tem um pavilhão gimnodesportivo para a prática de modalidades desportivas de ambiente coberto, estas instalações foram ofertadas pelo Instituto Nacional do Desporto com o Ministério da Educação.

A área que circunda os pavilhões é ampla e inclui bastantes zonas arborizadas, um campo de jogos e espaços de recreio onde as crianças podem brincar.

As instalações e os equipamentos da escola sede revelam-se, na sua generalidade, suficientes para responder às necessidades educativas da comunidade. No entanto, apresenta algumas limitações por ser uma escola sobrelotada, pois os equipamentos, por vezes, são poucos e desadequados para responder às necessidades educativas de toda a comunidade escolar2.

2.1.2 Localização e meio envolvente

A Escola E/B 2, 3 Diogo Cão, sede do AVEDC, situa-se na rua Dr. Manuel Cardona, na freguesia de S. Pedro, em Vila Real, capital de distrito do Norte de Portugal. A sede, Escola EB 2/3 Diogo Cão encontra-se localizada junto a algumas instituições importantes da cidade, nomeadamente o CIFOP, o Instituo Português da

2 Informação retirada do Projeto Educativo do Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão, ano letivo

(32)

9

Juventude, o centro de Saúde, a Guarda Nacional Republicana, Ginásio clube de Vila Real, entre outras. A rede escolar do AVEDC circunda as freguesias de: Arrabães, Adoufe, Borbela, Campeã, Lamas de Ôlo, Lordelo, Mondrões, Quintã, Vila Cova, Vila Marim, Vilarinho da Samardã e ainda as freguesias urbanas de Nª Sr.ª da Conceição, S. Dinis e S. Pedro (figura1).

Estas áreas circundantes caracterizam-se por um forte envelhecimento da população, demonstrando também que a população escolar tem vindo a diminuir consideravelmente ao longo de alguns anos. Deste modo, ao ver a população escolar a diminuir, foi necessária uma reorganização da rede escolar. As medidas encontradas envolveram o fecho de algumas escolas e houve a necessidade de um transporte de crianças para aldeias próximas. No entanto, esta reorganização não foi conseguida na sua inteira totalidade pelo que continua a existir grupos pequenos em que o isolamento é o fator principal de repressão social e de aprendizagens.

Observámos uma estreita relação entre alunos de famílias de escolaridade baixa e nível socioeconómico desfavorecido e as fracas expectativas escolares relativamente aos que possuem condições sócio económicas e profissionais mais elevadas, o que leva a que os primeiros tenham um maior insucesso escolar.

Figura 1 – Mapa do concelho de Vila Real (Imagem retirada do Projeto Educativo do Agrupamento Vertical de

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10

2.1.3 Tipo de instituição e a sua organização interna

Com o Decreto – Lei n.º 75/2008, de 22 de abril, verificou-se que as escolas, a partir destes documentos, tinham a aprovação de um regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da educação pré-escolar e dos Ensinos Básico e Secundário. Com este Decreto - Lei n.º 75/2008 de 22 de Abril, surgiram alterações na organização dos agrupamentos. O agrupamento de escolas passou a ser:

“uma unidade organizacional, dotada de órgãos próprios de administração e gestão, constituída por estabelecimentos de educação pré-escolar e escolas de um ou mais níveis e ciclos de ensino, com vista à realização das finalidades seguintes:

a) Proporcionar um percurso sequencial e articulado dos alunos abrangidos numa dada área geográfica e favorecer a transição adequada entre níveis e ciclos de ensino;

b) Superar situações de isolamento de escolas e estabelecimentos de educação pré-escolar e prevenir a exclusão social e escolar;

c) Reforçar a capacidade pedagógica das escolas e estabelecimentos de educação pré -escolar que o integram e realizar a gestão racional dos recursos;

d) Garantir o funcionamento de um regime de autonomia, administração e gestão, nos termos do presente Decreto-Lei” (Decreto-Lei 75/2008 de 22 de abril, artigo 6.º, ponto 1)

Segundo o Projeto de intervenção “À Conquista da Autonomia”, o AVEDC, caracteriza-se por um conjunto de pontos fortes, tais como:

- A estratégia de inclusão total de todos os alunos, assumida por toda a comunidade educativa.

- A diversidade de oferta educativa, nomeadamente a oferta de Cursos de Educação e Formação como parte integrante da visão do Agrupamento.

- O funcionamento bastante integrado do Agrupamento.

- Um agrupamento que aproveita todas as alterações legislativas e mudanças de conjuntura como oportunidades e reage muito agilmente às mudanças, usando-as como estratégias de melhoria.

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- O papel importante desempenhado pelos Diretores de Turma na ligação entre os alunos e os restantes professores das turmas em que se integram.

- O bom ambiente e clima de escola.

- Uma liderança envolvente, que motiva e empenha todos.

O Regime de Administração, Gestão e Coordenação da Escola é assegurado por órgãos próprios como o Conselho Geral, o Diretor, o Conselho Pedagógico e Conselho Administrativo, que se regem segundo princípios orientadores que decorrem da aplicação do Decreto-Lei nº 115-A/98 de 4 de maio e do Decreto-Lei nº 75/2008 de 22 de abril.

O Conselho Geral é o órgão de direção encarregado pelas definições das linhas orientadoras da escola, certificando a participação e representação da Comunidade Educativa.

“O conselho geral é o órgão de direcção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da actividade da escola, assegurando a participação e representação da comunidade educativa, nos termos e para os efeitos do n.º 4 do artigo 48.º da Lei de Bases do Sistema Educativo” (Decreto-Lei 75/2008 de 22 de abril, artigo 11.º, ponto 1).

Para além de outras competências, o diretor tem a competência de representar a sua escola, exercer o poder hierárquico em relação ao pessoal docente e não docente e o poder disciplinar em relação aos alunos. O diretor também pode intervir nos termos da lei no processo de avaliação de desempenho do pessoal docente e avaliar o desempenho do pessoal não docente. O diretor é eleito pelo conselho geral.

“O conselho pedagógico é o órgão de coordenação e supervisão pedagógica e orientação educativa do agrupamento de escolas ou escola não agrupada, nomeadamente nos domínios pedagógico-didáctico, da orientação e acompanhamento dos alunos e da formação inicial e contínua do pessoal docente e não docente” (Decreto-Lei 75/2008 de 22 de abril, artigo 31.º).

Ao conselho pedagógico compete-lhe, entre muitas outras coisas, elaborar uma proposta de projeto educativo a submeter pelo diretor ao conselho geral, também tem de apresentar propostas para a realização do regulamento interno e dos planos anual e plurianual de atividades e emitir uma apreciação sobre os respetivos projetos e propostas de celebração de contratos de autonomia.

“O conselho administrativo é o órgão deliberativo em matéria administrativo -financeira do agrupamento de escolas ou escola não agrupada, nos termos da legislação em vigor” (Decreto-Lei 75/2008 de 22 de abril, artigo 36.º).

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O conselho administrativo, tem de aprovar o projeto do orçamento anual, em correspondência com as linhas orientadoras definidas pelo conselho geral, elaborar o relatório de contas da gerência, autorizar a realização de despesas e o respetivo pagamento, fiscalizar a cobrança de receitas e verificar a legalidade da gestão financeira e zelar pela atualização do cadastro patrimonial.

No Decreto-Lei 75/2008, de 22 de abril, artigo 9.º, refere-se à utilização por parte dos Agrupamentos, de instrumentos de autonomia, como o Projeto Educativo, o Regulamento Interno, o Plano Anual de Atividades e o Orçamento. Todos estes instrumentos encontram-se disponíveis em anexo (anexo 1, 2 e 3), excluindo o orçamento.

“a) «Projecto educativo» o documento que consagra a orientação educativa do agrupamento de escolas ou da escola não agrupada, elaborado e aprovado pelos seus órgãos de administração e gestão para um horizonte de três anos, no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo os quais o agrupamento de escolas ou escola não agrupada se propõe cumprir a sua função educativa;

b) «Regulamento interno» o documento que define o regime de funcionamento do agrupamento de escolas ou da escola não agrupada, de cada um dos seus órgãos de administração e gestão, das estruturas de orientação e dos serviços administrativos, técnicos e técnico -pedagógicos, bem como os direitos e os deveres dos membros da comunidade escolar;

c) «Planos anual e plurianual de actividades» os documentos de planeamento, que definem, em função do projecto educativo, os objectivos, as formas de organização e de programação das actividades e que procedem à identificação dos recursos necessários à sua execução; d) «Orçamento» o documento em que se prevêem, de forma discriminada, as receitas a obter e as despesas a realizar pelo agrupamento de escolas ou escola não agrupada” (Decreto-Lei 75/2008 de 22 de Abril, artigo 9.º, ponto 1).

Todas as escolas devem ter em sua posse estes instrumentos. Estes definem todas as normas, definindo como deverá funcionar toda a escola, os seus órgãos de administração e gestão, as estruturas de orientação educativa, os diversos serviços e estruturas educativas, bem como os direitos e deveres, que toda a comunidade escolar

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deve respeitar. O Regulamento Interno, é elaborado com base nos deveres e direitos fundamentais, da Constituição da República Portuguesa e nos princípios enunciados na Lei de Bases do Sistema Educativo.

O horário de funcionamento das unidades curriculares, na Escola Básica 2/3 Diogo Cão, é o seguinte: turno da manhã, tem início às 8.15h e termina às 13.15h, o turno da tarde tem início às 13.20h e termina às 18.45h. Durante este período existem blocos de aulas de 90 minutos e 45 minutos dependo das disciplinas e da carga horária que compete a cada uma. Ao longo dos turnos, ainda existem intervalos de 10, 15 ou 20 minutos, dependendo do horário das diversas turmas.

Turno da Manhã Turno da Tarde

8:15 – 9:00 13:20 – 14:05

9:00 – 9:45 14:05 – 14:50

Intervalo de vinte minutos Intervalo de dez minutos

10:05 – 10:50 15:00 – 15:45

10:50 – 11:35 15:45 – 16:30

Intervalo de dez minutos Intervalo de quinze minutos

11:45 – 12:30 16:45 – 17:30

12:30 – 13:15 17:30 – 18:15

Tabela 1 – Horário de funcionamento

Segundo o Decreto-Lei n.º94/2011, de 3 de Agosto, a carga horária para a componente do currículo (Tabela 2), Matemática e Ciências para o 5.º ano de escolaridade é 9 x 45 minutos e 4,5 x 90 minutos. A carga horária semanal refere-se ao tempo útil de aula e está organizada em períodos de 45 e 90 minutos, obtendo a sua distribuição por anos de escolaridade.

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Tabela 2 - Componentes do currículo e respetiva carga horária semanal do 2.º Ciclo do Ensino Básico. (Decreto-Lei n.º94/2011, de 3 de Agosto).

No que diz respeito à carga horária do dia e da semana, encontra-se de seguida uma tabela (tabela 3) do horário da turma em que desenvolvemos a nossa prática pedagógica, turma A.

Tabela 3 - Horário da turma A, ano letivo 2013-2014 (M – Matemática; P – Português; ET – Educação

Tecnológica; CN – Ciências da Natureza; I – Inglês; EV – Educação Visual; HGP – História e Geografia de Portugal; EM – Educação Musical; EF – Educação Física; EMRC – Educação Moral e Religião Católica).

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2.1.4 Avaliação crítica do espaço escolar

Pelo que podemos constatar a Escola Básica 2/3 Diogo Cão tem boas condições para o desempenho das suas funções, está bem localizada e tem bons acessos. A conjuntura da estética da escola é agradável, com compartimentos amplos, espaçosos e bem iluminados.

Apesar de a escola ter boas condições, apresenta algumas carências a nível da estrutura, pois a escola já tem 40 anos e começam a aparecer problemas de isolamento, no entanto, percebemos que existia uma grande preocupação pelos espaços.

Durante o nosso Estágio, verificámos que os espaços eram insuficientes em relação ao elevado número de alunos, uma vez que a escola está preparada para receber um certo número de alunos, mas recebe muitos mais.

Uma das dificuldades que nos deparámos foi o facto de não se ouvir a campainha em todo o espaço escolar, o que dificultava a gestão do tempo.

No que concerne ao recreio, consideramos que este é um ponto muito positivo. O recreio é um espaço bastante amplo e com condições favoráveis para que os alunos pudessem brincar à vontade e descarregar energia. No entanto, o recreio apresenta uma grande desvantagem, sendo que a maior parte não é coberta. Quando o estado meteorológico é chuvoso os alunos têm obrigatoriamente de se abrigar nos corredores ou no interior do pavilhão, pois a área coberta é demasiado reduzida para todos os alunos.

No que diz respeito ao pessoal docente e não docente com que trabalhámos, são pessoas bastante profissionais e dedicadas, pois mostraram-se sempre disponíveis para nos ajudar e auxiliar em tudo o que foi preciso. É de salientar que o pessoal docente facultou as anteriores horas de substituição, direcionando-as para tutórias e apoios, sendo benéfico para os alunos, que tinham assim possibilidade de superar algumas dificuldades registadas durante as aulas e de aumentar os conhecimentos científicos.

Podemos concluir este ponto fazendo notar que a escola apresenta um bom ambiente educativo, ou seja, manifesta um bom espaço físico que permite os alunos conciliarem de forma saudável os estudos e as suas aprendizagens com as suas brincadeiras.

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2.2 As salas de aula e os materiais educativos da Escola Básica 2/3

Diogo Cão

Iremos agora caracterizar a forma como os espaços estão organizados, bem como os materiais educativos que existem, tanto na sala de aula como noutros espaços de aprendizagem.

2.2.1 As salas de aula

A escola está organizada em espaços, cada um com determinadas funções. A sala de aula é um dos espaços mais importantes na escola, pois é lá que os alunos passam a maior parte do tempo, é onde podem e devem adquirir novos conhecimentos, valores, aptidões e atitudes que favoreçam o seu desenvolvimento científico e pessoal. Assim sendo, temos de ter em atenção a forma como o espaço e a sua gestão afetam os alunos, a sua motivação e aprendizagem, porque o ambiente de trabalho influencia na aprendizagem, no diálogo e na comunicação, tendo efeitos cognitivos e emocionais nos alunos.

Não há uma organização espacial que se possa considerar exemplar ou que funcione como um modelo. Cada professor deve adaptar e organizar o espaço consoante as características dos alunos que o frequentam, as dimensões existentes, os equipamentos de que dispõe, aos materiais educativos que possui, assim como, as atividades que pretende realizar. Também, podemos afirmar que um espaço alegre é muito mais cativante do que um espaço apresentado de cores escuras, que “transmitam” tristeza. Nesta linha Arends (1995, p.85) diz-nos que: “a maneira como o espaço é gerido tem efeitos cognitivos e emocionais importantes nos alunos. Embora os professores não controlem a quantidade de espaço disponível, têm uma considerável liberdade de acção no que diz respeito à sua gestão”. Assim sendo, cabe ao professor decidir como organizar a sua sala de aula, tendo sempre em vista a melhoria da qualidade de aprendizagem dos alunos, bem como o aumento da sua motivação e gosto em estar no espaço da sala de aula e em aprender.

Cabe ao professor fazer a melhor gerência possível do espaço disponível na sala de aula, de forma a potenciar ao máximo os resultados obtidos pelos seus alunos. Sabendo que, como nos diz Arends (1995), a própria disposição do mobiliário

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influencia não só as aprendizagens dos alunos, como também a própria avaliação do seu estilo de ensino. O professor deve adequar o espaço às necessidades dos alunos, bem como às suas próprias necessidades, consoante os objetivos que pretende atingir.

Para além da disposição física, a decoração da sala também é muito importante para que se crie um ambiente acolhedor e convidativo, que proporcione um melhor ambiente de aprendizagem. Neste sentido, Arends (1995) diz-nos ainda, que o professor pode decorar a sua sala de aula bem e com pouco dinheiro, podendo, inclusive, pedir ajuda aos seus alunos para essa tarefa. Assim, os alunos podem sentir a sala como sendo sua, ficando o espaço mais agradável para os mesmos. O autor mencionado anteriormente refere ainda que muitos alunos apreciam ver os seus trabalhos expostos nos espaços verticais, podendo o professor usar este facto como parte de um sistema de incentivo e motivação à aprendizagem.

A organização do espaço e dos materiais é necessária, para que haja um bom rendimento de ensino/aprendizagem.

A Escola Básica 2/3 Diogo Cão possui dois laboratórios (CN1 e CN2) destinados preferencialmente ao ensino das Ciências Naturais. No entanto, nem sempre as turmas têm aulas de ciências nessas salas. As salas de Ciências da Natureza eram bastante amplas e com muita luminosidade natural e as mesas estavam dispostas todas separadas horizontalmente de frente para o quadro. Ambas as salas possuíam uma carteira para o professor com computador sem acesso à internet e com ligação para o projetor e um quadro branco. A sala CN2 continha uma pequena despensa onde poderíamos encontrar algum material de laboratório necessário para realizar atividades práticas.

As salas de aula onde os alunos tinham a disciplina de Ciências da Natureza, ficavam localizadas no pavilhão 1 e no pavilhão 2 da escola, sendo que na sala de informática 1 era dada a aula com duração de 90 minutos e na sala número 9 era dada a aula de 45 minutos de duração.

A sala de informática 1, caracterizava-se por ser uma sala pequena, ter poucos recursos e desconfortável por causa dos computadores e da disposição. As mesas estavam dispostas em filas na vertical relativamente ao quadro e à mesa do docente, ficando os alunos de lado para o quadro. A secretária do docente tinha um computador com acesso à internet e com ligação ao projetor que estava direcionado para um quadro interativo, tendo ao lado um quadro branco disponível para anotar os registos

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necessários. Desta forma, na nossa opinião, a sala não apresentava as condições necessárias para a realização de atividades práticas.

A sala número 9 caracterizava-se por ser uma sala pequena e ter poucos recursos. As mesas estavam dispostas de forma tradicional, visto ser uma sala teórica. A sua disposição era a tradicional, tinha uma secretária para o docente com computador sem acesso à internet e com ligação ao projetor que estava direcionado para um quadro interativo, tendo ao lado um quadro branco disponível para anotar todos os registos necessários. Esta sala, na nossa opinião, também não apresentava as condições necessárias para a realização de atividades práticas.

2.2.2 Outros espaços de aprendizagem

Outro dos espaços de aprendizagem muito procurado pelos alunos é a biblioteca e uma pequena sala de estudo, para realizar trabalhos individuais e de grupo, para consultar livros, bem como outras atividades importantes no processo de aprendizagem do aluno.

A biblioteca é um espaço amplo e parece apresentar boas condições para responder às necessidades de toda a comunidade escolar. Apresenta-se como um espaço agradável e propício a momentos de estudo e trabalho, promovendo a resposta às necessidades de toda a comunidade escolar.

2.2.3 Reflexão e análise crítica à forma como o espaço está organizado e o seu funcionamento

As salas de aula da Escola Básica 2/3 Diogo Cão são constituídas maioritariamente por secretárias, armários e outros recursos dispostos numa organização propícia ao desenvolvimento do processo de ensino – aprendizagem. As salas de aula são bastante iluminadas e encontram-se equipadas com aquecimento, o que permite aos alunos e à comunidade educativa o conforto necessário ao desenvolvimento do processo educativo.

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O mobiliário que existe satisfaz os requisitos necessários, bem como os recursos pedagógicos e didáticos. Isto é muito importante, pois “a forma como está disposto o mobiliário pode influenciar o tempo de aprendizagem escolar e, dessa forma, a aprendizagem dos alunos.” (Arends, 1995, p.93) para além disto, a disposição da sala também é importante para o professor, pois “consiste em avaliar o seu próprio estilo de

ensino” (Arends, 1995, p. 93). Desta forma, a sala de aula deve estar adaptada às suas funções de ensino.

As diferentes disposições das secretarias na sala de aula número 9, podem-se considerar eficazes, para o trabalho em grupo (tendo como principal intuito a partilha de conhecimentos e o espírito de entreajuda). Verificámos, que de uma forma geral, a disposição da sala de aula facilitou o tipo de trabalho prático que realizámos. Permitia-nos uma visão global da turma, que assim Permitia-nos transmitia a informação de uma forma generalizada, podendo da mesma forma verificar se todos os alunos estavam a acompanhar as atividades. Esta disposição da sala também nos permitia entender o tipo de interação que os alunos tinham entre si.

Tal como refere Arends (1995, p.94) “a forma da sala de aula deve adequar-se às suas funções, sendo que diferentes formações são utilizadas para diferentes funções. Estas são as três formações mais usadas: filas e colunas, círculo, grupos…”.

As salas de aula encontravam-se com os espaços verticais preenchidos com placards, mas não tinham expostos trabalhos dos alunos, o que pensamos que deveria acontecer. Arends (1995, p.96) afirma que “muitos alunos sentem-se bem quando veem os seus trabalhos na parede, e tal exposição pode ser usada como sistema de incentivos”, pelo que consideramos que seria proveitoso ter os trabalhos dos alunos expostos nos placards das salas. Na nossa opinião, cabe também ao professor o trabalho de decoração da sala, uma vez que deve tornar a sala, para além de segura e funcional, acolhedora para os alunos, de forma a estimular o gosto pela frequência do espaço, bem como uma melhor motivação.

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2.3

A atividade educativa e o trabalho escolar

Neste ponto, mencionamos a importância da observação e cooperação educativa. Apresentamos o funcionamento do dia e da semana de uma turma em estudo, manifestaremos a nossa opinião acerca do modelo pedagógico adotado pelo professor cooperante da disciplina de Ciências da Natureza.

2.3.1 Observação e cooperação educativa

O Estágio foi realizado em grupos de três elementos, sendo que as responsabilizações foram efetuadas individualmente.

Antes de cada responsabilização, realizámos sempre uma observação das instituições, dos materiais, dos seus espaços educativos, bem como das aulas dos professores cooperantes. Os professores cooperantes deram-nos sempre os melhores conselhos, o que contribui para a nossa melhoria enquanto professores. Também efetuamos a observação das aulas dadas pelos nossos parceiros de Estágio, para que no final das mesmas, houvesse partilha entre nós, destinado à discussão dos aspetos positivos e menos bons, notados durante a aula, com o intuito da melhoria das próximas responsabilizações.

A observação, foi ao longo do Estágio, um elemento com extrema importância. Estrela (1994, p. 18) diz-nos que “a observação naturalista, quando aplicada

sistematicamente em campo da Pedagogia, permite o levantamento de uma informação muito diferente da que normalmente se obtém através de outras técnicas”. A observação caracteriza-se por um trabalho profundo, tendo, limitações temporais na recolha de dados, tal como refere Estrela (1994, p. 18) “a observação caracteriza-se por um trabalho

em profundidade, mas limitado a uma situação (no sentido lato do termo) e a um tempo de recolha de dados”. O mesmo autor ainda refere que na recolha de informação é elaborado um trabalho de organização à posteriori, através de uma análise rigorosa dos dados recolhidos. Assim, “esta metodologia constitui uma ferramenta de trabalho que permite tornar operacional uma nova perspectiva pedagógica” (Estrela, 1994, p. 18).

Nesta fase, a observação, foi muito útil na recolha de informação e de melhoria da nossa prática docente.

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2.4 Planificação, reflexão e avaliação das atividades

Neste ponto, apresentamos as planificações das responsabilizações desenvolvidas nas aulas de Ciências da Natureza do 2.º CEB (anexo 4), apresentando as fundamentações e reflexões sobre a prática pedagógica realizada e ainda a descrição do processo avaliativo utilizado e realizado.

Também, neste capítulo, apresentamos as estratégias e as atividades realizadas no trabalho prático, bem como as metodologias utilizadas no decurso da prática pedagógica e os argumentos que levaram ao seu recurso e a fundamentação teórica que os sustenta.

Por fim, fazemos uma breve reflexão sobre a prática pedagógica e sobre as planificações desenvolvidas e apresentamos a descrição do processo avaliativo por nós efetuado.

2.4.1 Planificações de Ciências da Natureza

Ao longo do nosso Estágio Pedagógico, elaborámos cinco planificações de Ciências da Natureza. Nesse trabalho tivemos a colaboração do professor cooperante de Ciências da Natureza e da professora orientadora da UTAD. As planificações incluíram para além dos conteúdos programáticos, as metas, os objetivos, os métodos/estratégias, os recursos/materiais, os pré-requisitos, a avaliação e a duração de cada aula. Estes foram os aspetos que considerámos mais relevantes para constarem nas nossas planificações.

Segundo Pais & Monteiro (1996, p.34) “a planificação poderá ser feita em função de objectivos ou em função de actividades”, por isso os objetivos das planificações devem estar bem delimitados e adaptados para os diversos níveis de generalização.

Para o professor é importante fazer um registo em papel para saber como vai decorrer a aula, pois, não basta ter a aula planeada na cabeça, o professor tem de fazer o esforço de ter tudo organizado para correr bem. Pais & Monteiro (1996, p. 37) também defendem que “a planificação tem de ser feita previamente, qualquer que seja o modelo escolhido pra registar”.

Pais & Monteiro (1996, p. 37) referem que “não podemos dizer que este ou aquele modelo é o melhor ou que é o mais correcto. O essencial é que o modelo escolhido agrade ao professor, [isto é,] que se sinta bem a trabalhar com ele”. Assim, as nossas planificações ao

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22

longo do Estágio apresentaram, como já referido anteriormente, os aspetos que considerámos mais importantes, pois como referem Pais & Monteiro, não existe um formato rígido, que se aplique em todas as aulas.

Os conteúdos abordados nas nossas responsabilizações, foram-nos cedidos previamente pelo professor cooperante e foram realizadas reuniões no sentido de nos auxiliar na realização, execução e organização das planificações e das aulas. Para que as planificações estivessem de acordo com os conteúdos que iríamos abordar, estas tiveram sempre por base o programa específico da disciplina, bem como as Metas Curriculares, ambos da autoria do Ministério da Educação e Ciência. Outro documento orientador nas planificações foi o manual escolar adotado pela escola, Páginas da Terra – Ciências da Natureza 5º ano (2013, Porto Editora) e mais bibliografia que se considerou importante para a elaboração das mesmas.

2.4.2 Reflexão sobre a prática pedagógica

Esta etapa académica - Estágio II, decorreu com muita motivação e empenho. Ao longo do nosso Estágio, e como já tínhamos verificado anteriormente no Estágio do 1.º CEB (Estágio I), trabalhar com crianças não é fácil. Consideramos que o professor deve esmerar-se por uma postura flexível e adaptar-se ao meio em que está inserido, respondendo desta forma aos meios e interesses das crianças.

Embora, as idades dos alunos não variassem muito, o facto das características deles serem bastante diferentes, no que diz respeito ao nível socioeconómico e das capacidades, revelou-se um grande desafio.

O Estágio fez com que crescêssemos mais em termos pessoais e profissionais. A interação e o contacto com os alunos e docentes, revelaram-se extremamente positivos para nós. Foi bom termos tido a oportunidade de colocarmos tudo o que tínhamos aprendido, em prática e desenvolver as outras capacidades e competências. Com as responsabilizações, desenvolvemos conhecimentos e competências, que irão ser importantes e transversais para a nossa vida futura como profissionais, como por exemplo: a importância da adequação individualizada das estratégias, as especificidades concretas na interação formativa com os alunos, a importância de manter uma postura democrática e diplomática, sem deixar de exercer a nossa autoridade, a importância do

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trabalho de equipa, entre outras. Podemos dizer que os alunos mostraram-se muito interessados e participativos nas atividades desenvolvidas.

Ao longo da nossa prática pedagógica supervisionada pretendemos desenvolver um trabalho com atividades dinâmicas, pedagógicas e lúdicas. Também foi nossa intenção realizar atividades que despertassem a curiosidade dos alunos, bem como, momentos em que refletisssem sobre os resultados das atividades que foram realizadas. Ao longo deste processo, esteve sempre presente a avaliação. Com a realização das atividades, desejamos avaliar as capacidades e as competências dos alunos na execução e interpretação das atividades que lhes eram solicitadas.

Uma das preocupações na construção das planificações das aulas, foi que nelas constasse atividades atrativas, de modo a cativar a participação e atenção do público-alvo. Pensámos que as atividades propostas foram bastante diversificadas e atrativas, uma vez que utilizámos atividades práticas diversas, bem como recursos e materiais manipuláveis.

Como já mencionámos, os protocolos das atividades experimentais elaborados, desempenharam um papel indispensável. Os alunos encontraram os procedimentos que deviam seguir durante a atividade prática. Os protocolos para além de servirem para organizar as atividades práticas, serviram também para que os alunos desenvolvessem a reflexão crítica e as competências de observação.

Pereira (1992, p.102) diz que “cabe ao professor criar condições pedagógicas que permitam ao aluno utilizar a linguagem da aula como meio para aprender e como forma de desenvolvimento do seu potencial humano, como indivíduo e como ser social”. Assim, nas nossas responsabilizações tivemos sempre em atenção a linguagem. Tivemos o cuidado de criar condições que dessem oportunidade aos alunos de utilizarem a linguagem quotidiana e a linguagem científica. Potenciámos uma melhor compreensão das temáticas abordadas, bem como a aquisição de um tipo de linguagem mais elaborada por parte dos alunos.

Assim sendo, os alunos revelaram-se capazes de descodificar a linguagem oral e a linguagem escrita. Revelaram-se também capazes de proceder à construção de novos conhecimentos, o que se tornou importante visto que, tal como menciona Fosnot (1996, p.86), “(…) o facto de conhecer as palavras científicas utilizadas para explicar um fenómeno pode não reflectir necessariamente uma compreensão daquilo que as palavras descrevem”. De um ponto de vista global, embora alguns termos técnicos facilitem a comunicação, o número dos termos essenciais que os alunos têm de aprender, deve ser relativamente

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pequeno. Desta forma, tentámos que os alunos adquirissem novos termos científicos ao seu próprio ritmo, tentando sempre que eles percebessem o seu significado e fossem capazes de os utilizar no seu discurso, de uma forma correta e natural.

Nas nossas responsabilizações observámos que os significados das palavras técnicas só foram compreendidos por alguns alunos. Usámos uma linguagem simplificada e cientificamente correta, mas a distração e o desinteresse dos alunos fez com que a maioria dos alunos não os compreendesse. Recorremos sempre que possível a atividades práticas para tornar os conceitos mais concretos.

Wolf-Michael Roth (1995) citado em Miguéns (1999, p.36), recorre a alguns autores como John Dewey, Seymour Papert e Donald Schon para fortificar a sua convicção de que os alunos quando estão envolvidos aprendem melhor “(…) actividades

de exploração e investigação motivam para a busca de soluções de acordo com os seus interesses e com as interacções com outros parceiros da sua comunidade de aprendentes”.

O trabalho prático que foi proposto nas nossas responsabilizações, teve como objetivo envolver o máximo dos alunos e incentiva-los, uma vez que pretendíamos despertar e aumentar a curiosidade e a descoberta de coisas novas. Após o desenvolvimento das atividades práticas, pensamos ter conseguido estimular os alunos pelo gosto da descoberta, bem como o envolvimento dos alunos nas atividades, levando a uma aprendizagem significativa.

No que concerne aos instrumentos de avaliação, estes foram de caráter diagnóstico e formativo. Como instrumento da avaliação formativa, utilizámos por exemplo, uma ficha formativa.

Durante toda a prática pedagógica, fomos sempre dando feedback aos alunos para ir estimulando o seu interesse pela matéria, criando sempre um clima agradável. Considerámos que houve sempre entreajuda entre professores - alunos e alunos – alunos. Tentámos sempre que os alunos compreendessem os objetivos da ação, fazendo a articulação entre os conhecimentos conseguidos e os anteriores. Também tentámos que os relacionassem com o seu quotidiano e com os conhecimentos científicos, de forma a que a aprendizagem fosse bem conseguida pelos alunos.

Consideramos que as responsabilizações iniciaram e terminaram de forma adequada. Mantivemos, na nossa opinião, um ritmo adequado a lecionar os conteúdos, atividades e objetivos, de acordo com as necessidades dos alunos. Utilizámos uma boa expressividade estando adequada ao ritmo da aula, tendo atendido, apreciado e corrigido as intervenções dos alunos. Tivemos sempre em atenção a transmissão dos

Imagem

Figura 1 – Mapa do concelho de Vila Real (Imagem retirada do Projeto Educativo do Agrupamento Vertical de  Escolas Diogo Cão, ano letivo 2009)
Tabela 1 – Horário de funcionamento
Tabela 2 - Componentes do currículo e respetiva carga horária semanal do 2.º Ciclo do Ensino Básico
Figura 2 – Relação entre o trabalho prático e o trabalho laboratorial de campo e experimental (Adaptado de Leite,  2001)
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