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PLANO ANUAL DE PROSPEÇÃO E MONITORIZAÇÃO

No documento Programa Operacional de Sanidade Florestal (páginas 110-116)

Anualmente é realizada uma campanha de prospeção e amostragem em Portugal continental, direcionada para árvores com declínio, potencialmente indicadores da presença do NMP, nomeadamente, descoloradas, total ou parcialmente, tombadas, afogueadas e ardidas, com exceção dos exemplares totalmente destruídos por incêndios florestais, doravante designadas árvores com declínio.

Muitas destas situações encontram-se associadas à presença de outros agentes bióticos nocivos (pragas e doenças) pelo que a identificação do NMP apenas pode ser comprovada através de análise laboratorial, razão pela qual se procede a uma intensa recolha de amostras de lenho, para, através de análise laboratorial se testar a presença de NMP.

Esta Prospeção tem como objetivo detetar a presença do NMP em Portugal, baseada na metodologia estabelecida no âmbito do Inventário Florestal Nacional (IFN5) e direcionada para parcelas com ocupação florestal de resinosas. Para além desta monitorização de abordagem sistemática, encontram-se também definidos planos específicos de prospeção e amostragem baseados no risco de dispersão do NMP, dirigidos à Zona Tampão (faixa de cerca de 20 km contígua à fronteira com Espanha estabelecida com vista a minimizar a possibilidade de dispersão do NMP para os outros Estados-Membros), a locais próximos a áreas afetadas pelo NMP e a outras áreas em que são evidentes sintomas de declínio, como por exemplo, as percorridas por incêndios florestais e periferia das mesmas e locais de concentração de material lenhoso de risco.

Particular enfoque tem sido conferido à Zona Tampão, tendo-se intensificado, em 2013, a amostragem de árvores com sintomas de declínio, tal como imposto pela Decisão 2012/535/UE, da Comissão, de 26 de setembro, alterada pela Decisão de Execução n.º 2015/226/UE, da Comissão, de 11 de fevereiro, designadamente, na disposição constante na alínea b), do n.º 3, do seu Anexo II.

Procedeu-se, deste modo, à monitorização da floresta de coníferas hospedeiras de NMP sita na Zona Tampão, com o objetivo de amostrar todas as árvores com declínio, para análise laboratorial e teste da presença de NMP, de acordo com um regime de amostragem capaz de confirmar, com um nível de confiança de 99%, que o nível de presença do referido organismo nocivo nessas árvores é inferior a 0,02%, seguindo o esquema de amostragem definido pela EFSA (EFSA Supporting Publications 2012:EN-385).

Para além deste plano específico de amostragem dirigido à Zona Tampão, foi igualmente monitorizada a floresta de coníferas do restante território continental seguindo metodologia que consiste de uma abordagem sistemática, tendo por base a grelha de amostragem de 2x2 km estabelecida no âmbito do IFN e direcionada para parcelas com ocupação florestal de resinosas. Assim, das 12.000 parcelas do IFN com ocupação florestal foram constituídas, como base do plano anual de prospeção e monitorização, as 2.170 parcelas identificadas como ‘ocupação por resinosas’, designadamente Pinus pinaster, cada uma abrangendo uma área de 500 m2. Estas parcelas foram monitorizadas em 2008 e desde então a grelha tem sido deslocada 500 m do ponto original, na direção de cada um dos pontos cardeais, resultando na monitorização de 19.530

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parcelas ao fim de 9 anos (considerado o ano de 2008 como ‘ano central’); nos casos em que a deslocação resulta em locais sem ocupação florestal por resinosas, monitoriza-se, complementarmente e sempre que possível, um local próximo. Decorridos seis anos de deslocação, em 2014 procedeu-se à rotação das parcelas para SE.

As ações de prospeção de árvores com declínio e de amostragem decorreram durante todo o ano, ainda que com maior incidência no período de Outono/Inverno. A recolha de amostras, nas árvores, ocorreu, como tem vindo a ser prática comum, essencialmente à altura do peito (1,30 m), uma vez que não é praticável, em geral, efetuar a recolha na copa. Esta foi, no entanto, e também como usual, considerada sempre que exequível, de acordo com as diretrizes europeias, nomeadamente em cortes de exploração e noutros casos específicos.

A análise laboratorial foi atribuída a vários laboratórios, aprovados pela DGAV, com vista a maximizar a celeridade de processamento das amostras e o tempo de resposta, sendo que foi conferida prioridade à amostragem na Zona Tampão e, bem assim, à sua respetiva análise laboratorial.

De referir ainda que, desde 2009, as ações de prospeção são relatadas (e georreferenciadas) numa interface específica do ICNF, o Sistema de Gestão de Informação de Sanidade Florestal, à qual têm acesso os técnicos responsáveis pelo planeamento das ações, os que procedem à amostragem in situ e bem assim os laboratórios que procedem à análise laboratorial, permitindo a análise dos resultados das campanhas de prospeção e monitorização praticamente em tempo real; podem também aceder, a esta interface, outras entidades se e quando relevante.

Em 2014, foi atualizado o Manual Procedimentos Internos - PROSPEÇÃO NACIONAL DO NEMÁTODO DA MADEIRA DO PINHEIRO, incluindo disposições específicas sobre a metodologia de identificação, prospeção e amostragem de árvores com sintomas de declínio sitas na Zona Tampão de modo a cumprir com as exigências estabelecidas nas já referidas Decisões Comunitárias e com o respetivo esquema de amostragem definido pela EFSA (EFSA Supporting Publications 2012:EN-385).

Tais procedimentos foram devidamente divulgados às unidades territorialmente desconcentradas, que executam as ações de prospeção e amostragem de árvores com sintomas de declínio.

A Tabela I resume os resultados preliminares obtidos na campanha de monitorização de 2014, para o território continental.

Tabela I – Campanha de Prospeção e Amostragem do NMP – Resultados preliminares 2014, por Região

REGIÃO Nº de parcelas de Prospeção planeadas Nº Total de parcelas Prospetadas Nº de Amostras Nº de resultados positivos Norte 2.500 3.300 2.933 0 Centro 2.500 6.191 4.877 673 Lisboa e Vale do Tejo 450 632 533 106 Alentejo 450 909 787 79

Algarve 100 1.148 246 3

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Durante a campanha de 2014 foram monitorizadas 12.180 parcelas e recolhidas 9.376 amostras compostas (no máximo 5 árvores por amostra composta, das quais até à data 861 positivas para a presença de NMP). As análises laboratoriais encontram-se praticamente concluídas, sendo que as relativas à Zona Tampão já estão terminadas.

A Figura 1 mostra a localização das parcelas monitorizadas bem como as amostras positivas para a presença de NMP para os anos de 2011 a 2014.

Todas as amostras positivas detetadas durante a campanha de 2014 encontram-se em Locais de Intervenção (LI) anteriormente consagrados ou na envolvência destes, essencialmente centrados nas regiões Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo (Figura 2).

Não foram detetados pontos isolados.

De registar também que, desde 2008, não foi detetado qualquer ponto positivo na região Norte (apenas um ponto positivo foi detetado nessa região, em 2008, designadamente no Concelho de Boticas).

Os resultados da Prospeção e Amostragem conduzidos na Zona Tampão durante o ano de 2014 são resumidos na Tabela II.

Tabela II- Campanha de Prospeção e amostragem do NMP na Zona Tampão, 2014, por Região.

REGIÃO Nº de parcelas de Prospeção Nº de Amostras Nº de resultados positivos Norte 2.613 2.505 0 Centro 3.074 2.877 0 Lisboa e Vale do Tejo n.a. n.a. n.a.

Alentejo 677 653 0

Algarve 1.113 226 0

Total 7.477 6.261 0

Na Zona Tampão, área sujeita a intensa monitorização e amostragem do declínio, foram recolhidas e analisadas 6.261 amostras, não tendo sido detetado nenhum caso positivo de NMP, o que nos permite dizer que esta zona continua isenta deste organismo nocivo.

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Figura 1 - Distribuição das parcelas de prospeção e amostragem de NMP, com indicação dos resultados positivos de 2011 a 2014.

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A Tabela III resume os dados de Prospeção e Amostragem referentes ao ano 2014 e por tipo de Zona.

Tabela III - Prospeção e Amostragem, por Zona (2014).

Zona de Restrição Nº Total de parcelas

prospetadas Nº de Amostras Nº de resultados positivos Zona Tampão 7.477 6.261 0 Local de Intervenção 2.699 1.824 653 Restante Zona 2.004 1.291 208 Total 12.180 9.376 861

Até ao momento, 653 freguesias foram identificadas como Locais de Intervenção (LI), apuradas com base no referencial CAOP 2012 (Carta Administrativa Oficial de Portugal), das quais 570 efetivamente identificadas como positivas para a presença de NMP ao longo dos anos (entre 1999 e 2014), e 83 classificadas por motivos precaucionários, dado o reconhecido, pelo ICNF, I.P., do estabelecimento e dispersão do NMP (é o caso de freguesias da zona tampão da antiga Zona de Restrição de Setúbal e Faixa de Contenção Fitossanitária, onde a incidência de amostragem, desde 2008, não tem sido relevante dado o imperativo redireccionamento do esforço de amostragem para a zona centro).

Adicionalmente, foram ainda intensificadas as ações de prospeção e amostragem de árvores com sintomas de declínio nas freguesias LI adjacentes à Zona Tampão, i.e., freguesias da Restante Zona, consideradas igualmente de intervenção prioritária, à data 8 freguesias do Distrito de Castelo Branco (Figura 3).

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Relativamente a resultados específicos da Prospeção e Amostragem junto da fronteira Portuguesa, perto do local onde foi detetado o surto espanhol, em Valverde del Fresno (Cáceres), a cerca de 600 metros da fronteira com Portugal, foram monitorizadas, na área correspondente à Zona Tampão, 7.915 parcelas nos distritos de Castelo Branco e Guarda entre os anos de 2008 e 2014. Nestes Distritos, foram recolhidas 6.857 amostras na Zona Tampão, todas negativas após análise para teste da presença de NMP.

A Tabela IV resume os resultados da campanha de Prospeção e Amostragem para os Distritos de Castelo Branco e Guarda.

Tabela IV – Prospeção Nacional – 2008 a 2013 (Distritos de Castelo Branco, e Guarda).

Distrito Tipo de Zona Nº Parcelas

Prospetadas Amostras Nº de Nº de resultados positivos

Castelo Branco Zona Tampão 5.252 4.336 0 Guarda Zona Tampão 2.663 2.521 0

TOTAL Zona Tampão 7.915 6.857 0

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