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Plano de estágio em docência

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UFRPE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DAS CIÊNCIAS

NÍVEL MESTRADO

PLANO DE ESTÁGIO DE DOCÊNCIA EM ENSINO DE CIÊNCIAS I

MESTRANDO: João Paulo da Silva Santos

DISCIPLINA: Prática de Ensino da Física I

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Alexandro Cardoso Tenório, Dr.

Recife Outubro de 2015

1.CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:

- A problematização e contextualização no ensino de Física; - O laboratório didático interdisciplinar no ensino de ciências; - Robótica educacional no ensino de Física;

- Relação ciência, tecnologia e robótica educacional.

2. JUSTIFICATIVA

A formação docente tem sido ao longo dos anos fruto de diversas investigações científicas sobre as práticas metodológicas adotadas nos mais diversos níveis de ensino. Algumas delas têm mostrado que a formação inicial do professor é marcada veemente por paradigmas construídos e consolidados ao longo de sua formação acadêmica. Behrens (2007) afirma que o professor é influenciado pelos paradigmas da sua própria formação. Esses paradigmas são determinantes na forma como os futuros professores entendem os fenômenos que ocorrem na sala de aula e de que forma podemos lidar com eles num contexto educacional atual. Apesar de serem construídos ao longo da formação acadêmica, eles são passíveis de mudanças e podem ao longo do tempo e do contato com outros eventos serem modificados.

Behrens (2007); Condemarín E Medina (2000) concordam que a formação de professores é um tema bastante atual na escola que se preocupa com a qualidade da educação dos seus alunos. Sendo assim é importante investir em uma boa formação de educadores. Mas, essa formação tanto a inicial quanto a continuada, devem oferecer suporte para que os paradigmas tradicionais sejam rompidos e abrindo espaços para a contemporaneidade.

As escolas de formação de professores precisam estar atentas às mudanças que vem ocorrendo ao longo dos anos e corrigir seus currículos para atender a essas mudanças. As ideias de ciência e tecnologia não são mais as mesmas de anos atrás. Com o advento das novas tecnologias essas ideias tomaram rumos diferentes. Muitas vezes são criadas confusões entre os alunos que não conseguem entender bem as relações estabelecidas na

contemporaneidade entre essas duas vertentes. Associadas a isso surgem os estereótipos criados acerca do quem vem a ser ciência e tecnologia.

Para Cachapuz et al (2011) , esses estereótipos são as visões deformadas de ciência e tecnologia. Esse mesmo autor afirma que essas visões foram construídas ao longo do tempo, fruto de concepções errôneas que se perpetuaram e até hoje são alimentadas nos mais diversos níveis de ensino. Assim um dos grandes desafios dos educadores, consiste exatamente na superação dessas visões a partir de formações que levem a reflexões que possam romper esses paradigmas associados ao cientificismo e ao tecnicismo.

Sendo assim surgiu então a necessidade, de discutir a introdução de tecnologias na sala de aula. Essa política de inclusão já se encontra em nosso estado. Uma parcela das escolas do estado de Pernambuco já dispõe de aparatos tecnológicos como a robótica educacional em aulas de Física e Matemática. E a grande pergunta que surge é: “Será que os professores tem a formação científica e tecnológica para associar essas novas ferramentas em suas aulas?” Ou será que ele reproduz as visões deformadas de ciência e tecnologia?

As respostas a essas perguntas só serão possíveis a partir de pesquisas que investiguem as possíveis concepções de professores que trabalhem com essas tecnologias em sala de aula.

Um fator importante a ser levado em conta nessa discussão é a formação inicial do professor. Essa primeira formação é responsável pelas concepções básicas que o professor constrói ao longo de sua vida acadêmica. Ela é responsável pela estrutura de aula que o professor desenvolve em sua sala de aula.

Assim a formação inicial do professor deve acompanhar as necessidades do mundo contemporâneo científico e tecnológico, na tentativa de contribuir para disseminar e construir conhecimentos, que permitam ao estudante da rede básica uma melhor compreensão do mundo.

O que falar então desse mundo científico e tecnológico? Sem dúvida vivemos a era da tecnologia, onde boa parte da população ou por que não dizer

todos, tiveram ou tem contato direto com aparatos tecnológicos. Assim a tecnologia tem assumido cada vez mais espaços dentro da sociedade inclusive na escola. Nessa perspectiva, esse plano de trabalho, pretende identificar quais as visões de ciência de ciência e tecnologia de um grupo composto por nove estudantes do curso de Licenciatura em Física que cursam o sétimo período. Para isso as atividades propostas seguirão o Ciclo da Experiência de George Kelly que será usado como ferramenta metodológica para identificar essas visões.

4. METODOLOGIA

Como metodologia será utilizada a TCP (Teoria dos Construtos Pessoais) de George Kelly, mais precisamente o Ciclo da Experiência.

Este ciclo é composto por cinco fases distintas: A Antecipação, o investimento, o Encontro, A confirmação ou Refutação e a Revisão Construtiva. O objetivo é investigar visões de ciência e tecnologia de licenciandos em Física.

A seguir será descrito em detalhes as etapas das atividades dentro do ciclo.

Etapa 1 – Antecipação: Nessa etapa serão identificadas as hipóteses antecipadas

pelos alunos sobre o evento que eles vivenciarão. Nessa fase será realizada uma entrevista com intenção de identificar essas hipóteses. Será explicada também a importância da pesquisa e das atividades do ciclo.

Etapa 2 – Investimento – Essa etapa caracteriza-se por investir para que os

estudantes tenham formação para vivenciar o encontro. Essa etapa constará basicamente de dois objetivos:

1) Aprofundar os conceitos de ciência e tecnologia ;

2) Fazer a relação da importância do laboratório didático de Física e a robótica educacional.

Serão utilizados artigos e periódicos da área para esse aprofundamento.

Etapa 3 – Encontro – Momento em que os estudantes terão contato com o evento

1º Momento – Oficina - Estudo teórico das propostas pedagógicas para o trabalho com a robótica educacional.

2º Momento – Oficina - Estudo da Programação de robôs educacionais (princípios básicos);

3º Momento – Oficina - Montagem dos robôs;

No terceiro momento será solicitado aos estudantes que eles pensem num possível plano de aula ou sequencia didática, que relacione os conceitos até aqui vivenciados, explorando as ideias de ciência e tecnologia a partir da robótica educacional.

Etapa – 4 – Confirmação ou Refutação – Momento em que o estudante testa

suas hipóteses, confirmando-as ou refutando-as.

Nessa etapa os estudantes apresentarão as suas produções solicitadas na etapa anterior.

Etapa – 5 – Revisão Construtiva – Essa etapa, caracterizada pela ampliação do

limite de validade de suas hipóteses iniciais.

Nessa etapa retornaremos as perguntas da entrevista da primeira etapa.

As atividades práticas serão realizadas no Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE), no Departamento de Matemática, localizado no Centro de Ensino de Graduação das exatas da Natureza (CEGEN)

5. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE ACOMPANHAMENTO DE AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS

14/10 – Apresentação do plano de estágio e discussão sobre a relação: ciência,

tecnologia e robótica educacional;

16/10 – O laboratório didático no ensino das ciências e a relação com ciência e

tecnologia;

21/10 – Oficina de robótica educacional (Os princípios do laboratório didático de

robótica educacional- Discussão da proposta pedagógica da LEGO);

30/10 – Oficina de robótica educacional(robótica livre com Arduino);

11/11 – Oficina de robótica educacional (montagem dos Kits da LEGO EV3);

13/11 – Oficina de robótica educacional (apresentação da interface gráfica da

LEGO e Arduino);

18/11 – Oficina de robótica Educacional (programação dos robôs); 25/11 – Culminância (apresentação e entrega das Atividades)

6. AVALIAÇÃO:

A avaliação constará da elaboração de uma proposta de atividade, fazendo a ponte Robótica educativa-ciência – tecnologia. Essa atividade pode ser um plano de aula ou uma sequência didática. Eles deverão considerar o tempo de realização das atividades de no mínimo duas aulas com os estudantes da escola pública. No ultimo encontro haverá apresentação das atividades produzidas.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEHRENS, M. A. O paradigma da complexidade na formação e no

desenvolvimento profissional de professores universitários. Educação, vol. 30,

n. 63, p.439-455, set/dez.2007.

CACHAPUZ, A.; GIL- PÉREZ, D.; CARVALHO, A. M. P de.; PRAIA, J.e VILCHES, A. (org.). A necessária renovação do ensino das ciências. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

CONDEMARÍN, M.; MEDINA, A. Evaluación de los aprendizajes, un medio para

mejorar las competencias lingüísticas y comunicativas. Santiago de Chile,

8. BIBLIOGRAFIA

BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de Ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 19, n.3: p.291-313. 2002.

CARVALHO, A,M.P; RICARDO, E.C; SASSERON,L.H;ABIB,M.L.V.S; PIETROCOLA,M. Coleção Ideias em Ação. Ensino de Física. São Paulo: Cengage Learning, 2010.p.29-51.

DINIZ, R.; SANTOS, M. A. Utilização da Robótica Educacional LEGO® nas

aulas de Física do 1º ano do ensino médio e suas contribuições na aprendizagem. Congresso Iberoamericano de Ciência, tecnologia, Innovación y

educación. Buenos Aires, Argentina, 2014.

FEITOSA, J.G. (org). Manual didático pedagógico – Lego Zoom. Curitiba: Zomm editora Educacional,2013.

FOUREZ, G. Crise no Ensino de Ciências? Investigações em Ensino de

Ciências, Porto Alegre, v.8, n.2, 2003.

NARDI, R. Coleção Educação Para a Ciência. Pesquisas em Ensino de Física. São Paulo: Escrituras Editora, 2004.

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