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AVALIAÇÃO CRÍTICA

RESULTADOS OBTIDOS

ENRIQUECIMENTO PROFISSIONAL • PONTOS POSITIVOS

Empenhamento do executivo municipal.

Capacidade técnica e motivação da equipa do plano contratada.

Modo e formato da participação pública, alargada ao público e a diversas entidades e agentes representativos dos interesses a ponderar.

Proposta do plano que contemplou nomeadamente, uma estrutura verde com cerca 9,8 ha que integra a linha de água existente.

Aplicação ao plano de pormenor do sistema e dos instrumentos de execução do plano, bem como do estabelecimento de mecanismos de perequação compensatória, impostos pelo RJIGT.

Decisão da Câmara Municipal de mandar elaborar o projecto das infraestruturas para a área de intervenção do plano.

• PONTOS NEGATIVOS

Morosidade do processo de contratação pública da equipa do plano.

Inexistência de cadastro predial para o Município;

Alterações sucessivas no conteúdo do plano provocadas por alterações legislativas e pela indefinição das políticas setoriais.

Participação pública maioritariamente direcionada para questões de natureza individual. Morosidade do processo de elaboração e

aprovação do plano.

A aprovação e publicação do PP da Zona Industrial de Boliqueime, através do Aviso nº 1586/2008 de 17/1, foi o resultado obtido mais evidente. Contudo importa ainda destacar outros resultados obtidos / induzidos pela elaboração do plano:

A participação pública alargada e continuada ao longo do período de elaboração do plano, contribuiu, de facto, para diminuir o grau de conflitualidade inerente ao processo de planeamento e criou condições favoráveis para a execução do plano.

Tendo sido adoptado o sistema de cooperação para execução do plano, a Câmara Municipal, após a entrada em vigor do plano, mandou a elaborar o projeto das infraestruturas da área de intervenção do plano, para promover a execução do plano, facilitando a elaboração dos projetos de loteamento por parte dos investidores privados. Esta solução está articulada com o previsto no programa de execução e no plano de financiamento do PPZIB, que identifica as obras a executar pela Câmara Municipal, umas financiadas integralmente pelo Município e outras a repercutir nos investidores sobre a forma de taxas de urbanização.

Contudo, a execução do PPZIB tem estado condicionada pelas dificuldades sentidas pelos investidores para se associarem com vista ao reparcelamento do terreno e pela crise económica que entretanto sobreveio.

O processo de elaboração do Plano de Pormenor da Zona Industrial de Boliqueime, contribuiu para a aquisição de conhecimentos técnicos, mas também, para a perceção de outras dimensões determinantes no planeamento municipal, destacando-se:

A aplicação, a um plano de pormenor, dos sistemas e instrumentos de execução definidos no regulamento e em particular dos mecanismos de perequação compensatória, exigidos pelo RJIGT;

A importância do programa de execução e do plano de financiamento, tendo presente que os investimentos a suportar pelo Município no âmbito dos planos têm que ser considerado no orçamento municipal;

A importância do investimento municipal para promover a execução do plano, em articulação com a escolha do sistema de execução do plano, sendo que, a adoção do sistema de cooperação tem implícito um maior investimento por parte da Câmara Municipal, a quem compete a iniciativa de execução do plano, ainda que com a cooperação dos particulares interessados;

A avaliação e ponderação dos interesses em presença são fundamentais para o êxito do plano, sendo que, no caso do PPZIB, embora o PDM definisse o uso industrial para aquele espaço, havia nomeadamente duas dimensões em confronto que foi preciso conformar: a dimensão económica (associada aos potenciais investidores e à viabilização de algumas empresas existentes ou a instalar) e a dimensão social (associada aos proprietários das habitações existentes na UE3 e que pretendem manter, o uso habitacional sem perder a possibilidade de reconversão, no futuro, para uso industrial e/ou de armazenagem).

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IDENTIFICAÇÃO DA TAREFA /TRABALHO

TAREFA DESEMPENHADA

CARACTERIZAÇÃO DA TAREFA / TRABALHO

Regulamento Municipal de Perequação Compensatória e dos Fundos de Compensação

O Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial aprovado pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua redação actual, prevê no seu art. 136.º que os instrumentos de gestão territorial vinculativos dos particulares devem prever mecanismos diretos ou indiretos de perequação compensatória.

Ainda de acordo com o n.º 2 do artigo 120.º do citado diploma legal, as unidades de execução devem ser delimitadas de forma a assegurar um desenvolvimento urbano harmonioso e a justa repartição de benefícios e encargos pelos proprietários abrangidos, sendo que, as alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 125.º do RJIGT, estabelecem a possibilidade de ser associado um fundo de compensação a cada unidade de execução, com o objetivo de liquidar as compensações devidas pelos particulares e respetivos adicionais, cobrar e depositar em instituição bancária as quantias liquidadas, e liquidar e pagar as compensações devidas a terceiros. O referido fundo de compensação deve ser gerido nos termos a definir em regulamento municipal, conforme previsto no n.º 2 do ditado artigo.

Assim, face à adoção dos mecanismos de perequação compensatória nos novos planos municipais, a Câmara Municipal sentiu necessidade de proceder à elaboração de um regulamento municipal para o efeito:

O projeto de Regulamento Municipal de Perequação Compensatória e dos Fundos de Compensação foi submetido a discussão pública em Julho de 2010.

No período da discussão pública não foram recebidas quaisquer participações, pelo que, terminado esse período, e cumprida a tramitação legal, o Regulamento Municipal de Perequação Compensatória e dos Fundos de Compensação foi aprovado e publicado através do Regulamento n.º 875/2010, no DR - 2.ª Série, n.º 239 de 13 de Dezembro de 2010, e está disponível em:

http://www.cm-loule.pt/menu/276/regulamentos.aspx .

Do Regulamento Municipal de Perequação Compensatória e dos Fundos de Compensação aprovado para o Município de Loulé destacam-se, em termos de conteúdo, as seguintes normas:

Do CAPÍTULO II - Da Perequação, destacam-se: o artigo 4º que estabelece os mecanismos de perequação que os planos de pormenor e planos de urbanização podem adoptar, nomeadamente, Índice Médio de Utilização (IMU), a Área de Cedência Média (ACM), e a Repartição do Custos de Urbanização (RCU); os artigos 5º, 6º, 7º, 8 e 9, que estabelecem respectivamente, a perequação de encargos e de benefícios e as modalidades de compensação, em espécie e em numerário; e o artigo 10º que estabelece a possibilidade de recurso, em caso de discordância, das avaliações feitas pela Câmara Municipal para determinar o valor do terreno para cada PU, PP ou unidade de execução, no âmbito da compensação em numerário, (artº9º);

Do CAPÍTULO III - Fundo de Compensação, destacam-se: o artigo 11º, que regula a constituição do fundo de compensação que deve ser associado a cada PU, PP ou unidade de execução; os artigos 12º, 13º e 14º, que regulam, nomeadamente, a participação dos interessados, a composição e mandato da comissão de gestão e a gestão do fundo de compensação.

Definição dos objetivos.

Coordenação e acompanhamento do processo de elaboração, discussão pública e aprovação do regulamento.

Articulação com os outros projetos relacionados.