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AVALIAÇÃO CRÍTICA

RESULTADOS OBTIDOS

ENRIQUECIMENTO PROFISSIONAL • PONTOS POSITIVOS

Decisão de suspensão dos dois planos de pormenor em curso e a sua substituição por um plano de urbanização.

Capacidade técnica e motivação da equipa do plano contratada.

Modo e formato da participação pública, alargada ao público e a diversas entidades e agentes representativos dos interesses a ponderar.

Proposta do plano desenvolvida com base em objetivos estratégicos, que contemplou nomeadamente, um parque urbano com 8,7 ha para promoção e qualificação do espaço público.

Aplicação a um plano de urbanização do sistema e dos instrumentos de execução do plano, bem como do estabelecimento de mecanismos de perequação compensatória, impostos pelo RJIGT.

• PONTOS NEGATIVOS

Morosidade do processo de contratação pública da equipa do plano.

Inexistência de cadastro predial para o Município.

Sucessivas alterações no conteúdo do plano e nos procedimentos provocados pelas sucessivas alterações do RJIGT e pela revisão do PROT- Algarve, durante o processo de elaboração do plano.

Atrasos provocados pela introdução da modalidade de conferência de serviço pelo Dec. Lei nº 316/2007 de 19/9.

Participação pública maioritariamente direcionada para questões de natureza individual.

Morosidade do processo de elaboração e aprovação do plano.

A aprovação e publicação do PU de Quarteira Norte/Nordeste, através do Aviso nº 9368/2010 de 10/5, foi o resultado obtido mais evidente. Contudo importa ainda destacar outros resultados obtidos / induzidos pela elaboração do plano:

Identificação das dificuldades e das consequências do estabelecimento de mecanismos de perequação compensatória, a um plano de urbanização;

A demonstração da vantagem de assegurar, ao longo da elaboração do plano, a maior articulação entre o planeamento e a gestão urbanística, por forma a antecipar os constrangimentos no subsequente licenciamento das operações urbanísticas, decorrentes da definição do sistema e dos instrumentos de execução do plano e do estabelecimento dos mecanismos de perequação compensatória;

A participação pública alargada e continuada ao longo do período de elaboração do plano, que contribuiu para diminuir o grau de conflitualidade inerente à elaboração do plano, que no caso em apreço era potenciado pelos antecedentes relacionados com a suspensão da elaboração dos dois planos de pormenor anteriores;

A aprovação e publicação do plano induziu ainda a necessidade de proceder à elaboração do RMPCFC, aprovado e publicado como Regulamento nº 875/2010 de 13/12, (vide ficha 15).

O processo de elaboração do Plano de Urbanização de Quarteira Norte/Nordeste contribuiu para uma aprendizagem e atualização dos conhecimentos técnicos e também de outras dimensões determinantes no planeamento municipal, destacando-se:

A importância da definição dos termos de referência do plano, nomeadamente quando refletem uma visão estratégica para o mesmo e a importância do desenvolvimento de uma proposta de ocupação que tem em consideração o território em concreto e a sua aptidão para diferentes usos, não valorizando apenas a sua apetência para o processo de urbanização, factos que permitiram que a proposta de plano contemplasse um parque urbano com cerca de 8,7 ha, que salvaguarda e valoriza a natureza, o ambiente, a paisagem e o património e assume uma função estruturante na proposta de ocupação urbanística.

A aplicação a um plano em concreto, dos sistema e instrumentos de execução e em particular dos mecanismos de perequação compensatória, exigidos pelo RJIGT, que é considerado pela comunidade técnica como um fator essencial para mitigar a injustiça relativa associada à elaboração e execução dos anteriores PMOT, na medida que se assegura uma redistribuição mais equitativa dos benefícios e dos encargos, na área de intervenção do plano.

A importância do processo de participação pública alargada e continuada, complementada com informação ao público, para permitir simultaneamente, diminuir o grau de conflitualidade inerente à elaboração do plano e evitar que os grupos de pressão mais informados, condicionem o processo de decisão a seu favor.

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IDENTIFICAÇÃO DA TAREFA /TRABALHO

TAREFA DESEMPENHADA

CARACTERIZAÇÃO DA TAREFA / TRABALHO

Plano de Pormenor da Zona Industrial de Boliqueime

O procedimento de elaboração do Plano de Pormenor da Zona Industrial de Boliqueime, PPZIB, iniciou-se em 2002.06.26, com a deliberação de Câmara Municipal que mandou elaborar o plano de pormenor para uma área de 76,16 hectares, classificada pelo PDM maioritariamente como solo urbano, na categoria de Espaços Industriais – Novas Áreas

Industriais.

– Em 2004.01.07 foi lançado o concurso público para contratação da equipa técnica para elaboração do plano, que culminou em 2004.10.12 com a celebração do contrato com a equipa vencedora, que estipulava um prazo de 165 dias para elaboração do plano, (prazo que não inclui o tempo para aprovação das quatro fases previstas, nem o prazo para consulta às entidades); A proposta base e posteriormente um estudo prévio, serviram de base a reuniões de trabalho com os proprietários e/ou seus representantes e com diversas entidades e agentes representativos dos interesses a ponderar, para consensualizar e robustecer a proposta de plano datada de Novembro de 2005 que, foi aprovada na reunião de Câmara 2005.11.30 e submetida à consulta das entidades para efeitos de parecer, no âmbito do artº 75º do RJIGT (Dec. Lei nº 380/99 de 22/9 com as alterações do Dec. Lei nº 310/03 de 10/12), tendo sido ouvidas 11 entidades;

A CCDR-Algarve emitiu parecer favorável condicionado à versão final do PPZIB, em 2006.06.27, nos termos do n.º 1 do artigo 78.º do Dec. Lei n.º 380/99, de 22/9 com a redação dada pelo Dec. Lei n.º 310/03, de 10/12 e em2006.09.11 teve lugar a reunião de concertação;

Em 2006.10.31, foi aprovada em reunião de Câmara a proposta de plano com as alterações introduzidas na sequência dos pareceres das entidades consultadas e foi deliberada a abertura de um período de discussão pública que decorreu entre 27 de Dezembro de 2006 e 26 de Janeiro de 2007. No período de discussão pública houve uma apresentação pública do plano e sessões de atendimento personalizado com os interessados que pretendiam esclarecer dúvidas, sendo que, da ponderação efctuada às participações recebidas (17) concluiu-se que, 57% foram participações individuais e as restantes foram de organizações empresariais. Em resultado da ponderação efetuada, as participações aceites determinaram ajustes de pormenor na proposta do plano.

A versão final do PPZIB foi aprovada por deliberação de Câmara de 2007.07.18, após aprovação da ponderação da discussão pública, e remetida para a Assembleia Municipal que aprovou o plano em 2007.07.27, tendo o mesmo sido remetido para a DGOTU, para registo e publicação, o que veio a acontecer através do Aviso nº 1586/2008 de 17/1. O PPZIB está disponível para consulta em: http://cantino.cm-loule.pt/planosonline/index.html

O tempo de elaboração do PPZIB foi de aproximadamente cinco anos e seis meses, desde a deliberação inicial até à sua publicação, incluindo o procedimento do concurso público para contratação da equipa externa, valor que desce para dois anos e nove meses se não for considerado o prazo do concurso público e o prazo para publicação, após a aprovação. Da proposta do Plano de Pormenor da Zona Industrial de Boliqueime aprovado e em vigor, (Fig. 2.17), destaca-se:

A definição de uma estrutura verde como elemento aglutinador de todos os equipamentos, que integra, o verde equipado incluindo a linha de água e o verde de valorização urbana (num total de 9,8 ha), e também o verde privado de enquadramento; a reserva de áreas para localização de equipamentos de utilização coletiva (num total de 3,5 ha);

Constituição de 90 parcelas destinadas a: indústria (66 parcelas), armazenagem (19 parcelas), comércio e serviços (5 parcelas), para além das parcelas destinadas a equipamentos (5), infra-estruturas (3) e uma habitação existente a manter (1); A definição do sistema e dos instrumentos de execução no regulamento, para cumprimento do RJIGT, (Dec. Lei nº 380/99 de 22/9 com a redação dada pelo Dec. Lei nº 310/03 de 10/12), sendo de referir nomeadamente: o estabelecimento de três unidades de execução para a área de intervenção do plano e a adoção do sistema de cooperação para a execução do plano (artº 41º); a adoção de instrumentos de execução do plano, preferencialmente através da operação de reparcelamento com obrigação de urbanizar (artº 42º); o estabelecimento de mecanismos de perequação compensatória, através da fixação do índice médio de utilização, da área de cedência média, e da repartição dos custos de urbanização (artºs 43º a 45º);

O PPZIB introduziu acertos na área de intervenção que implicaram a reclassificação de 2,1ha de solo rural, do PDM, na categoria de Espaços Agrícolas - Área da RAN, para solo urbano.

Do enquadramento legal para elaboração e aprovação do PPZIB, destaca-se: o RJIGT, (Dec. Lei nº nº 310/03 de 10/12); o PROT-Algarve (Dec. Reg. nº 11/91 de 21/3) e o PDM de Loulé (RCM nº 66/2004 de 26/5).

Acompanhamento do processo de elaboração, participação, concertação, discussão pública e aprovação do plano.

Coordenação