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No início do ano letivo, em reunião com o professor Carlos Abreu, foram decididos os alunos aos quais lecionaria bem como quais as aulas a que iria assistir. Inicialmente havia- se combinado uma prática pedagógica de coadjuvação letiva em três alunos: uma aluna de 1º grau, um de 5º grau e um de 8º grau. Para além disto, decidiu-se realizar uma participação em atividade pedagógica de uma aluna de 4º grau e um aluno de 1º ano de iniciação. Apesar desta distribuição ser bastante apelativa em termos de variedade de níveis, acabou por ser alterada por questões práticas de disponibilidade e empenho dos alunos. Uma vez que o aluno de 8º grau, a frequentar o 12º ano de ensino regular, pretendia candidatar-se ao ensino superior noutra área não relacionada com a música, antecipou-se alguma falta de empenho nos estudos musicais e uma possível desistência futura em prol dos estudos regulares.

Assim sendo, por sugestão do orientador cooperante, decidiu-se não lecionar mas assistir às aulas do aluno de 8º grau, substituindo-o em prática pedagógica de coadjuvação letiva por um aluno de 5º grau, com carácter e habilidade bastante diferentes das do aluno de 5º grau já escolhido. Dentro deste plano, para aumentar o leque de níveis aos quais me iria expor durante a PES, em vez de participar na atividade pedagógica da aluna de 4º grau, fi- lo no aluno de 8º grau.

Esta organização, mesmo assim bastante heterogénea, permitiu o contacto com alunos de, virtualmente, todo o espectro de níveis de ensino no CMACG. Apesar da decisão de apenas assistir às aulas dos alunos de iniciação e de 8º grau, a participação não foi totalmente passiva, uma vez que lecionei uma aula a cada um (substituição inesperada) e, a pedido do professor Carlos Abreu, participava frequentemente nas aulas assistidas com opiniões ou sugestões de exercícios, por exemplo.

Para além de lecionar e observar as aulas dos alunos escolhidos, decidiu-se também que faria parte, até certo ponto, da avaliação dos mesmos. Participei neste processo por minha vontade, por achar que necessitava de experiência neste tipo de avaliação, propondo ao

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professor Carlos Abreu que participasse na avaliação das provas finais do 1º e 2º períodos. Assim, assisti às provas finais do 1º período de aulas dos 5 alunos em questão bem como às deliberações do júri. No 2º período, para além de assistir novamente, fiz parte do júri das provas finais participando ativamente na discussão da classificação das mesmas. Apesar de, oficialmente, não ser realmente membro do júri, os restantes professores fizeram questão de me perguntar a opinião e inserir-me na discussão.

3.1 Tipos de registo

Para registar os acontecimentos durante a minha PES, recorri regularmente ao caderno de campo e às “Fichas de aula”.

O caderno de campo foi por mim usado de forma semelhante à que usei enquanto frequentava a minha licenciatura em música. O principal uso que lhe dei foi de anotar estratégias de ensino que o professor Carlos Abreu usava nas suas aulas e que eu achava úteis ou interessantes. Nalguns casos, anotei não só estratégias de ensino como também questões técnicas ou formas de pensar a técnica instrumental que eu próprio nunca tinha considerado. Este tipo de registo foi, no entanto, mais útil nas aulas assistidas do que nas lecionadas uma vez que, no caso das segundas, o registo era apenas feito no final do dia e era, portanto, menos detalhado.

Para organizar e registar os acontecimentos ao longo das aulas lecionadas e assistidas, elaborei um documento que denominei “Ficha de aula”. Nesta, coligi as informações consoante o seu tipo da seguinte forma:

Planeamento e objetivos: No primeiro campo fiz um planeamento da aula, onde

especifiquei os conteúdos e as competências que pretendia trabalhar. Estes eram por vezes bastante simples nos casos em que a aula iria consistir em ler repertório novo ou rever as peças antes de uma audição ou prova. Noutras situações eram repetitivos, quando o trabalho de uma aula se prolongava para as aulas seguintes. Por fim, o procedimento da aula foi muitas vezes diferente do planeamento nas situações em que o professor Carlos

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Abreu fazia alguma sugestão ou decidia uma nova peça a trabalhar, ou o aluno tinha ainda dificuldades nos assuntos trabalhados na aula anterior.

Competências a adquirir: Aqui incluo as competências trabalhadas durante a aula.

A natureza das mesmas pode ser prática (por exemplo a destreza na execução de um arpejo ou a capacidade de realizar uma dinâmica crescendo) ou teórica (noções relacionadas com a forma da peça ou a hierarquia de tempos fortes e fracos).

Estratégias: Neste campo incluí todas as estratégias utilizadas durante a aula que

eram maioritariamente formas de resolver problemas que surgiam. Estas eram bastante variadas uma vez que podiam ser exercícios que trabalhavam alguma técnica que era a causa da dificuldade do aluno numa certa passagem, metáforas para melhor transmitir alguma ideia técnica ou musical, ou variações do material em estudo (como, por exemplo, mudar ritmos) com o objetivo de trabalhar alguma componente específica. Também incluo neste campo as abordagens ligeiramente diferentes que fiz durante o trabalho mais convencional das aulas.

Conteúdos: Este campo contém o nome das peças ou andamentos trabalhados

durante a aula bem como o seu respetivo compositor. Para além disto, incluo também aqui alguns exercícios como arpejos ou escalas quando estes tiveram um papel preponderante na aula, servindo especialmente para aquisição de bases técnicas do aluno e não apenas como um exercício para resolver um problema específico que tenha surgido durante uma aula.

Resumo da aula: Neste campo final do relatório descrevo sucintamente a forma

como decorreu a aula. Por vezes a descrição é bastante curta, especialmente em aulas onde se aborda repertório novo e estas consistem quase exclusivamente em fazer uma leitura conjunta e escolher as digitações a utilizar.

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Apesar das fichas de aula estarem todas em anexo (Anexo 11), encontra-se abaixo um exemplar:

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