• Nenhum resultado encontrado

6 DISCUSSÕES

6.2 PLANTA BAIXA ARQUITETÔNICA

Como o número de doentes renais triplicou, observou-se que o estudo de layout de trabalho para equipe e pacientes mostra-se insuficiente, no qual foram percebidas, registradas e verificadas por meio de fotos e entrevistas os problemas causa-efeito, como a falta de espaço e o espaço físico mal elaborado para novos serviços e para execução de alguns já existentes. Todos esses fatores corroboram para tais questões, dada uma demanda que vinha apresentando uma tendência de crescimento constante conforme a ABCDT (2017).

A patir da análise ambiental nas clínicas, se verificou a falta de espaço, as adaptações e os mobiliários aproveitados com o aumento da demanda. A edifição do hospital onde uma das clínicas está instalada é da decada de 1980, por isso ela tenta se expandir dentro do que é possível. Percebe-se que não houve um planejamento para a expansão, o que torna difícil o uso para vários funcionários e pacientes. Apesar de existir uma boa intenção da administração em tentar resolver os problemas, as limitações da própria edificação impedem que sejam feitas determinadas obras e, com isso, não comporta a melhora do conforto, concomitantemente, com o aumento do número de funcionários e pacientes existentes na clínica.

A recepção se torna um dos maiores problemas de fluxo cruzado, pois os pacientes que aguardam o início do tratamento se encontram, em determinados dias, com os pacientes ambulatoriais do SUS. O espaço é pequeno é conflitante já que também há um trânsito de macas com pacientes trazidos pelos socorristas (figura 103) e de cadeirantes (figura 104), não possuindo outra entrada/saída para os que ali transitam.

Figura 103 – Recepção da Clínica 1

Fonte: A AUTORA, 2018

Figura 104 – Recepção da Clínica 1

Fonte: A autora, 2018

Uma das Clínicas não comporta todos os profissionais que ali se fazem presentes pela falta de espaço, como já analisado anteriormente. A reorganização espacial ou um novo

layout ou projeto arquitetônico poderia ser sugerido devido a várias demandas que ocorrem, entre elas: a ampliação para adequar novas instalações e para comportar novos equipamentos, utilizando a própria edificação ou a instalação da clínica em um novo prédio para atender às necessidades dos usuários em diálise, otimizar os fluxos na circulação do ambiente construído, encurtar as distâncias percorridas nas operações e, assim, melhorar a capacidade de produção (figuras 105A, 105B e 106).

Segundo Schmenner (1995), os layouts ruins podem causar uma série de consequências negativas para as operações de serviços, desde a criação de excessivas filas de clientes até o aumento dos custos totais da operação. [...] Haynes (2008), por sua vez, chama a atenção para a influência dos layouts de serviços no aumento da produtividade dos funcionários. Considerando esses argumentos, justifica-se a necessidade de uma maior sistematização no uso de técnicas para o projeto (apud SANTOS et al., 2012, p. 2)

Figura 105 – (A) Sala de repouso para paciente, (B) Estoque de equipamentos

Fonte: A autora, 2018

A

Figura 106 – Sala de repouso para paciente e estoque de equipamentos

Fonte: A autora, 2018

O posto de enfermagem (figura 107) localiza-se de frente à sala principal de HD, de lado para a sala de descontaminação dos capilares e de fundos para a sala de sorologia positiva, mas não proporciona boa visão para o paciente que está no final da sala de HD e, assim, é necessário que o enfermeiro conte também com a ajuda do som emitido pela máquina. A disposição também não beneficia a equipe de enfermagem, poderia ter um posto em cada canto da sala para melhor visualização deste ambiente.

Figura 107 – Posto de enfermagem da sala Hemodiálise

A organização e o layout do espaço não favorecem as necessidades que ali são aparentadas no ambiente construído. Uma das clínicas possui 5 consultórios para tratamento ambulatorial, mas o número não é o suficiente para todas as equipes de médicos e multidisciplinar que utilizam o espaço. Os consultórios são ocupados em forma de revezamento e 8 médicos passaram a dividir a sala da coordenação por não haver um ambiente exclusivo para as reuniões clínicas. Além disso, as portas instaladas nos consultórios médicos não possuem abertura suficiente para a passagem de cadeira de rodas.

O DML é pequeno para colocação e retirada do material que é manuseado várias vezes ao dia, além de não comportar as dimensões do carrinho de limpeza (figura 108A). O WC de funcionários é pequeno para o contingente de usuários internos (figura 108B). A sala reservada para armazenar as caixas de heparina é estreita (figura 108C) e, por não ter espaço suficiente, as caixas ficam também dispostas no corredor e na sala de repouso. Esses fatores são consequências diretas da expansão do serviço de diálise.

Figura 108 – (A) DML, (B) WC Funcionário, (C) Depósito de Heparina

Fonte: A autora, 2018

Em uma das Clínicas, o piso de epóxi está aplicado em toda a sala de HD, mas sofreu uma patologia (ABNT: NBR 9575). Uma fissura no piso (figura 109) surgiu de uma ponta a outra e em direção a uma coluna de sustentação da edificação, passando pelo posto de enfermagem principal e terminando na área de lavagem de fístulas e de higienização das mãos (figura 110). Além disso, ocorre um pequeno vazamento hidráulico abaixo da cuba de lavagem das mãos e, para tentar contê-lo, fizeram uma adaptação manual para reter a água (figura 111), que poderia cair direto na fissura. A clínica já está tomando as devidas providências para que o

vazamento fosse consertado e a fissura no piso reparada, preocupando-se com a saúde do paciente de diálise.

Os requisitos de limpeza e sanitização de pisos, paredes, tetos, pias e bancadas devem seguir as normas contidas no manual Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde 2ª edição, Ministério da Saúde / Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Brasília-DF, 1994. Nos pisos desde que sejam resistentes à lavagem, ao uso de desinfetantes e não sejam aplicadas com pincel. Quando utilizadas no piso, devem resistir também a abrasão e impactos a que serão submetidas (RDC no50/2002, p.107).

Figura 109 – Patologia da Sala 1 de HD

Fonte: A autora, 2018

Figura 110 – Área de lavagem de fístulas da Sala 1 de HD

Figura 111 – Vazamento no piso na sala de HD

Fonte: A autora, 2018