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Fase 3: Recomendações e decisão

2.7 Plataformas livres

Plataforma, no contexto da área de informática, é o padrão de um processo computacional. É uma expressão para denominar uma tecnologia utilizada em determinada infraestrutura, facilitando e integrando seus diversos elementos. Neste trabalho, plataformas livres são inerentes à Software Livre (SL), que se refere à liberdade que tem o usuário de executar, distribuir, modificar e repassar as alterações em um software, sem necessidade de pedir permissão ao autor. Não significa, com isso, que os direitos autorais sejam desrespeitados.

De acordo com a Fundação Software Livre (Free Software Foundation – FSF), organização sem fins lucrativos, fundada em 1985, por Richard Stallman, um programa (software) é considerado Software Livre, se os usuários possuírem as seguintes liberdades (FSF, 2009):

1. Executar o programa, para qualquer propósito;

2. Estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades. Acesso ao código fonte é pré-requisito;

3. Redistribuir cópias, de modo que seja possível ajudar ao seu próximo; e,

4. Aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, criando condições para que toda a comunidade se beneficie. Acesso ao código fonte é um pré- requisito para esta liberdade.

O SL não precisa do pagamento de licenças para ser utilizado, nem documentos impressos em papel que representem a legitimidade do uso de programas proprietários, gerando, com isso, liberdade e velocidade de ações. As licenças de SL definem apenas as regras de sua utilização, objetivando apenas garantir a alteração e distribuição do software, protegendo a identidade do autor, distribuindo o código fonte, a instalação em um número irrestrito de computadores e a não restrição à sua venda. Das principais licenças que norteiam o SL são mais relevantes: GNU (GNU, 2009) e BSD (BSD, 2009).

A licença GNU, aqui adotada, também chamada de GPL (General Public License) foi idealizada a partir do projeto GNU, onde liberdade e acesso ao código fonte são fatores principais, possibilitando realizar modificações. O software pode ser distribuído, com ou sem custo, sem restrições. Esta licença impõe, no entanto, uma regra: uma vez modificado o software, a mudança não pode ser apropriada por nenhum usuário, sendo de uso comum entre os que o partilham. Já a licença BSD (Berkley Software Distribution), criada pela Universidade de Berkley,

impõe poucas limitações, permitindo o livre acesso do software pela sociedade, bem como que agentes privados possam financiar e fazer uso da pesquisa, para fins proprietários.

Para a elaboração do protótipo e desenvolvimento do sistema evolutivo, utilizou-se um grande aparato de softwares no modelo de SL, constantes na Tabela 31. Todos foram vastamente estudados e adequados para a situação proposta neste trabalho. Os principais módulos, integrantes do conjunto metodológico, são:

1. Base de conhecimento: com referência à manipulação da base de conhecimentos, foi utilizado o SGBD objeto-relacional PostgreSQL, não somente por sua intensa capacidade de manipulação de dados, mas também por sua vasta documentação e conceituação no cenário internacional. Como forma de permitir uma interação plena entre o homem e a máquina, a utilização do software PgAdmin possibilitou uma interface amigável para a criação dos inúmeros arquivos (tabelas) aqui utilizados;

2. Base de modelos: contem os instrumentos conceituais para os cálculos e análises dos dados. Para sua formulação e implementação foi utilizada a linguagem de programação Java, bem como o framework de desenvolvimento Netbeans, dentro das metodologias de orientação a objetos e orientação a aspectos;e,

3. Diálogo: responsável pela comunicação do usuário com o computador. Possui a tarefa de receber instruções e informações do usuário, bem como transmitir as respostas às suas solicitações. Neste módulo foi utilizado o sistema operacional GNU\Linux, bem como os softwares Gimp e Inkscape, para manipulação de imagens, BROffice para edições de textos complementares e geração de planilhas, iReport, para criação de relatórios, e JasperReports, para apresentação dos resultados gráficos e textuais, em formato de relatório.

3 METODOLOGIA

Uma das questões mais discutidas em planejamento e gerenciamento de sistemas de recursos hídricos diz respeito a como selecionar e formalizar critérios que orientarão a escolha da melhor alternativa. Nesse sentido, segundo Ribeiro (1990), uma ferramenta imprescindível para os profissionais do gerenciamento de recursos hídricos é a Análise de Sistemas de Recursos Hídricos. Define-se Sistema, neste caso, como qualquer estrutura, esquema ou procedimento, real ou abstrato, que em um dado tempo de referência, interrelaciona-se com uma entrada, causa ou estímulo de energia ou informação, e uma saída, efeito ou resposta de energia ou informação (DOOGE apud TUCCI, 1987). A análise sistêmica está relacionada à abstração, ou simplificação de um problema complexo, de tal maneira que apenas sejam mantidas as informações relevantes para sua solução (PORTO & AZEVEDO, 2002).

Este trabalho formula, desenvolve e aplica um modelo para resolução de problemas, envolvendo operação de reservatórios, baseado em métodos de simulação, contemplando funções caracterizadas por critérios da receita líquida advinda do balanço hídrico de um reservatório e de regiões de influência, de forma a prover a melhor representação e compreensão do comportamento desse sistema físico, quando submetido a um determinado conjunto de condições variáveis no tempo.

Conforme Campos (1998), já não se pode limitar os estudos, simplesmente à aplicação da série histórica de vazões; há, pois, que se fazer a modelagem matemática, estabelecida com base no balanço hídrico e condições definidas pelas características hidráulicas dos reservatórios; inserem-se também, nesse contexto, condições hidrológicas, ambientais, políticas e socioeconômicas, a serem identificadas como pertinentes à operacionalidade do sistema. Exige-se, assim, o conhecimento dos elementos principais envolvidos, compondo as características do sistema hídrico, como: vazões afluentes; demandas; vazões de restrição à jusante do ponto de interesse; limites operacionais dos níveis dos reservatórios; volumes precipitados e evaporados nas bacias hidráulicas; volumes armazenados nos reservatórios; volumes mínimos e máximos permitidos nos reservatórios, dentre outros. A modelagem visa ao estudo de cenários futuros, com as devidas restrições técnicas e operacionais.