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O Poder das Mídias Sociais

2.3 MÍDIAS SOCIAIS

2.3.3 A Utilização das Mídias Sociais nas Organizações

2.3.3.2 O Poder das Mídias Sociais

Telles (2010) assevera que a eleição presidencial em 2008 nos Estados Unidos foi um paradigma devido à utilização das Mídias Sociais. Para o autor, a campanha de Barack Obama transformou 50 estados numa grande comunidade virtual:

Obama colocou em prática tecnologias sociais. Ele venceu as eleições de 2008 por sete pontos percentuais, em grande parte por ter usado todas as tecnologias sociais de nossa época: blogs, fóruns de discussão, vídeos virtuais, mensagens de texto e redes de celulares – para conectar-se com seu eleitorado. Criou um comunidade de base (My.BarackObama.com) para vender sua campanha e arrecadar uma quantidade de fundos sem precedentes. (TELLES, 2010, p. 188)

Nos últimos anos, movimentos populares ganharam alcance, tendo se organizado a partir das Mídias Sociais. Em países com regimes totalitários como Egito e Irã, o acesso às redes sociais possibilitaram que manifestantes expressassem ao mundo, por meio do Twitter e Facebook, a reação de setores da sociedade à falta de democracia e liberdade naqueles países. Outro caso de grande repercussão nas redes foi relacionado à espionagem. O site Wikileaks, fundado por Julian Assange, ganhou repercussão a partir de 2010 quando vazaram documentos classificados do governo americano que apresentavam algumas das atrocidades ocorridas durante a guerra do Iraque.

Mais recentemente, também nos EUA, o governo do Presidente Donald Trump tem enfrentado críticas e está sob investigação por suspeita de ter ocorrido influência russa na campanha eleitoral, durante a última eleição presidencial americana em 2017 . Os russos teriam atuado com informações falsas (Fake news) nas Mídias Sociais, beneficiando Trump. Ressalta-se que o Presidente Trump é usuário frequente de redes sociais como o Twitter. Nas investigações o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg foi chamado a depor no Congresso Americano para justificar o vazamento de informações privadas dos usuários da plataforma que podem ter sido repassadas aos russos.

Em 2018, no mês de maio, a greve dos Caminhoneiros no Brasil paralisou o país por uma semana, gerando grandes prejuízos no campo político, econômico e piscossocial. Este movimento foi totalmente articulado por meio do aplicativo Whats App. Os acontecimentos retrocitados demonstram a importância dos decisores monitorarem o que se passa nas Mídias Sociais e estarem prontos para lidar com potenciais problemas.

A renomada revista Exame (2016) publicou um artigo denominado “30 casos que mostram o impacto do Big Data no seu dia a dia” em que retrata inúmeras situações em que a análise de grandes volumes de dados tem sido utilizada para atingir objetivos de empresas, organizações. A seguir, alguns exemplos foram selecionados:

- entender o consumidor: redes como o Walmart usam dados recolhidos por sensores, redes sociais e outras fontes para entender melhor como se comporta o consumidor e assim, atendê-lo melhor.

- eleições: Nas eleições de 2012, Barack Obama recolheu por 18 meses dados sobre seus eleitores na internet. Isso permitiu uma melhor

compreensão dos interesses e preocupações do eleitorado e, provavelmente, o ajudou a ser reeleito presidente dos EUA.

- relacionamentos: sites de encontro já usam big data para identificar entre seus usuários cadastrados quais são aqueles que têm a maior chance de formar casais com potencial de dar certo.

- evitar suícidos: Durkheim, é uma iniciativa de uma associação de veteranos de guerra americanos em conjunto com a empresa de análise de dados Patterns and Predictions. Trata-se de um projeto que acompanha redes sociais no Facebook, no Twitter e no LinkedIn, além de informações contidas em seus smartphones e tablets para detectar palavras e frases que caracterizem o autor como um potencial suicida.

- substituir currículos: A Votorantim e outras empresas já estão substituindo a velha análise de currículos pela coleta e observação de dados publicados pelos candidatos sobre si em redes sociais e outros espaços da internet.

- estipular preços:Nos EUA, sites como o Netflix, lojas, empresas aéreas já usam big data para estipular variações no preço dos produtos e serviços que oferecem. [..] o uso de dados de big data pela rede de lojas Macy's permitiu que caísse de 27h para 1h o tempo necessário para rever o preço dos produtos à venda na cadeia.

- desenvolver vacinas: A Merck usa big data para colher dados que, reunidos e analisados, são usados para identificar padrões que ajudam no desenvolvimento de vacinas pela empresa. (EXAME, 2016)

No cenário atual, em que as Fake News se espalham rapidamente, as organizações não podem dispensar o uso dessas Mídias Sociais para responder com agilidade, evitando que uma comunicação deficiente possa prejudicar a imagem e credibilidade da organização. Telles (2010) defende a integração entre as mídias tradicionais com as novas tecnologias, pois a comunicação tradicional não sobreviverá sem essa integração. Em outras palavras destaca Telles (2010, p.57) as organizações “... não têm a escolha se devem ou não participar nas Mídias Sociais, sua escolha é o quão bem irão participar dela.”

Na comunicação governamental o domínio da utilização das Mídias Sociais representa conhecimento estratégico: seja para dar maior visibilidade às ações do Estado, para responder com rapidez, para antecipar-se a situações de crise com a opinião pública.

O quadro a seguir apresenta as Mídias Sociais mais seguidas no Brasil, segundo a Pesquisa Social Media Trends (2018):

Quadro 1 – As Mídias Sociais mais seguidas no Brasil Mídia Social Usuários Brasil (milhões) Informações levantadas Facebook 130

Com 2 bilhões de usuários é a Rede Social mais popular do mundo e passou a ser destaque no Brasil em 2012. O Brasil é o terceiro país mais ativo no Facebook, perdendo apenas para os EUA e a Índia.

Whats

App 120

Com cerca de 1.2 bilhões de usuários no mundo. Um dos principais aplicativos de mensagem e comunicação não só do Brasil, como do mundo.

Youtube 98

É a maior plataforma de vídeos do mundo. É usada para acompanhar programas, escutar músicas, acompanhar os youtubers e fazer marketing. Entretanto, apesar do grande número de usuários, apenas 47,2% das marcas brasileiras investe em marketing na rede, o que significa uma discrepância de mais de 20% em relação aos usuários brasileiros — a maior entre os dados da Social Media Trends 2018.

Instagram 57 Possui o maior índice de engajamento entre as redes sociais, o Instagram. Tem crescido na preferência entre as redes sociais no Brasil.

Twitter

30

A rede social para micro blogs teve um boom repentino no país, mas, de 2013 para cá, caiu cerca de 63% no volume de usuários ativos. Essa é uma tendência observada inclusive pelas empresas. A Social Media Trends 2018 evidenciou que houve uma queda de 11% no investimento no Twitter entre as empresas respondentes. Apesar disso, a rede ainda figura em 4° lugar entre o investimento das empresas. O Twitter ainda pode ser valioso para ações de marketing digital e, quando bem usado, pode ser um canal extra de aquisição e branding para sua marca.

LinkedIn 29

A maior rede social corporativa de todo o mundo conta com aproximadamente 200 milhões de usuários pelo globo. LinkedIn tem um grande potencial estratégico no posicionamento de empresas nas redes sociais, no networking entre profissionais de diversas áreas e no employer branding, atraindo mais potenciais colaboradores para a empresa.