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Leon-Paul Fargue, Léon Felipe, Carmen Bernos de Gasztold, Arnoul Gréban,

3. POETAS-TRADUTORES DE POESIA NO BRASIL (1960 2009)

3.2 Uma abordagem geracional

3.2.4 Poetas-tradutores contemporâneos

Em meados da década de 1990, Ítalo Moriconi, ao tratar do lugar conquistado pela tradução entre os poetas brasileiros, sentenciou:

Hoje, o ato de batismo do poeta brasileiro não é mais a publicação dos seus primeiros poemas em suplementos literários – estes deixaram de existir ou foram substituídos por suplementos ‘culturais’. A certidão do poeta passou a ser dada pela publicação de tradução de poema estrangeiro (MORICONI, 1996, p. 304).

Dezesseis anos depois, parece ainda mais acertada a observação do crítico, dado o elevado número de poetas contemporâneos que publicou pelo menos uma tradução de poesia desde então. Numa comparação entre as cinco décadas estudadas, temos que nos anos de 1960 e 1970, há uma média de vinte poetas-tradutores publicando poesia traduzida. Nas três décadas seguintes, esse número sobe para trinta e quatro nos anos 1980, cinquenta nos anos 1990 e alcança cinquenta e sete na década de 2000.

Em muitos casos, eles desempenham simultaneamente o papel de poeta, tradutor e crítico e, por isso, assumem o protagonismo entre os seus pares justamente por darem conta de tantas atividades. Na sua maioria, aqui estão qualificados como “contemporâneos” os poetas- tradutores nascidos a partir dos anos 1950, exceto alguns que tiveram estreia tardia na poesia.

Em gerações anteriores, o mais comum era os poetas ganharem a vida como funcionários de repartições públicas. Hoje, um grande número dos poetas-tradutores trabalha como professor universitário e pesquisador. Muitos deles se movem em variados campos da cultura, como o cinema, a música popular ou experimental e outras artes. Entre eles podemos encontrar, segundo nota Cláudio Daniel (2008, p. 97), poetas que mesclam referências cultas às linguagens da comunicação de massa, fazem experimentação com o som, a imagem e a expressão corporal. São músicos, dramaturgos, fotógrafos etc.

Aqui, os apresento em ordem alfabética.

Adalberto Müller (1966) nasceu em Ponta Porã (MS). É professor de Teoria da Literatura e de Literatura e Cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde desenvolve projetos sobre Literatura e Cinema. Publicou os livros de poemas Ex Officio (Paris, 1995) e Enquanto velo teu sono (7Letras, 2003). Organizou o livro de ensaios Benedito Nunes, João Cabral: a máquina do poema (Ed. da UnB, 2007). É membro do Conselho Deliberativo da SOCINE (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual). Escreveu e

dirigiu, com Ricardo Carvalho, o curta-metragem (35mm, 15') Wenceslau e a árvore do gramofone, sobre a poesia de Manoel de Barros. Traduziu, de Francis Ponge, O partido das coisas (Iluminuras, 2000) e A mimosa (UnB, 2003). Traduziu ainda, de Cummings, O tigre de veludo (UnB, 2007).

O poeta e músico Alberto Marsicano (1962) formou-se em filosofia na USP e em Música Clássica pela Benares Hindu University (Índia). Em 1980, em Bombaim, elaborou traduções de textos do sânscrito para o espanhol. Foi discípulo do indiano Ravi Shankar nos anos 1970 e introduziu a sitar no Brasil. A convite do maestro Antonio Carlos Jobim, primeiro reitor da ULM (Universidade Livre de Música) regeu a cadeira de música clássica indiana nessa instituição. Recebeu o Independence Day Award do governo indiano por seu trabalho. Faz poesia experimental. Lançou vários CDs, entre eles Isto não é um livro de viagem com o poeta Haroldo de Campos. Seu ultimo CD (Sonic Wave) foi indicado ao 49Th. Grammy (USA). Lê grego, latim, sânscrito, japonês, coreano, híndi e bengali. Aparece no levantamento de poesia traduzida com John Keats: Nas invisíveis asas da poesia (Iluminuras, 1998); O olho imóvel pela força da harmonia, de Wordsworth (Ateliê, 2007), ambos em parceria com John Milton; O casamento do céu e do inferno e outros escritos de William Blake (L&PM, 1984), Trilha Estreita ao Confim, de Bashô (Iluminuras, 1997), em parceria com Kimi Takenaka, e Sijô Poesicanto Coreana Clássica (Iluminuras, 1984), em parceria com Yun Jung Im. Pubicou ainda Haicai – Antologia da poesia clássica japonesa, em colaboração com Beatriz Shizuko Takenaga e Kensuke Tamai ( Editora Oriento/Japan Foundation, 1989).

Também professor universitário é Alberto Pucheu (1966), que leciona Teoria Literária na UFRJ. Carioca, começou a publicar poesia em 1993, com Na cidade aberta (Ed. UERJ, 1993). Lançou outras seis obras poéticas até 2007. Organizou um livro sobre poetas-filósofos em atuação no Brasil: Poesia(e)Filosofia; por poetas-filósofos em atuação no Brasil (Sette Letras, 1998) e escreveu Guia conciso de autores brasileiros (Fundação Biblioteca Nacional, 2002) No âmbito da tradução de poesia, verteu ao português O Coração de Deus: poemas místicos de Rabindranath Tagore (Ediouro, 2004).

Alexei Bueno (1963) é poeta, editor e diretor do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) do Rio de Janeiro. Estreou em 1984 com o livro As escadas da torre. É conhecido por sua dicção “solene” e “hermética” e pelo uso das formas fixas (PINTO, 2006, p. 94). Organizou, para a editora Nova Aguilar, as obras completas de

Augusto dos Anjos, de Mário de Sá-Carneiro, a atualização da obra completa de Cruz e Sousa, a Obra reunida de Olavo Bilac, a poesia completa de Jorge de Lima e a obra completa de Almada Negreiros, a poesia e prosa completas de Gonçalves Dias e uma nova edição da Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes. Publicou, pela Nova Fronteira, uma edição comentada de Os Lusíadas e de Grandes poemas do Romantismo brasileiro. Consta do levantamento de poesia traduzida com As quimeras, de Nerval (Topbooks, 1996), e é um dos tradutores da antologia Poesia e prosa, de Leopardi (Nova Aguilar, 1996).

Alípio Correia de Franca Neto (1966) nasceu em São Paulo (SP). É poeta, escritor e tradutor. No campo da literatura infantil, traduziu diversos livros para a Cosac Naify. Traduziu também A verdade da poesia (Cosac Naify, 2007), de Michael Hamburger. Fez traduções de poemas de Phillip Larkin para revistas literárias. Traduziu Exilados (Iluminuras, 2003), única peça de James Joyce. No terreno poético, traduziu Música de câmara (Iluminuras, 1998) e Pomas, um tostão cada (Iluminuras, Prêmio Jabuti 2002), ambos de James Joyce, e A balada do velho marinheiro (Ateliê Editorial), de S. T. Coleridge, obra vencedora do Prêmio Jabuti de 2006.

Álvaro Faleiros (1972) nasceu em Viña-del-Mar (Chile), filho de brasileiros exilados. Durante o exílio, viveu também na Holanda e no Canadá. É doutor em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da mesma universidade, além de poeta, tradutor e crítico de arte. Publicou os livros de poemas Coágulos (Iluminuras, 1995), Amapeando (Nankin, 1997), Transes (publicado na França em 2000), o Retirante que virou Presidente (Cordel, 2002), Auto do Boi d´Água (Cordel, 2003), Meio mundo (Ateliê Editorial, 2007) e Do centro dos edifícios (2011). É também percussionista e letrista: em 2003, lançou o CD Água Minha. Fez a versão francesas de poemas de Hilda Hilst, De la mort. Odes minimes (Nankin Editorial, Éditions du Noroit). Como tradutor, publicou Latitudes: nove poetas do Québec (Noroît/Nankin, 2003), O Bestiário (Iluminuras, 1997) e Caligramas (Ateliê, 2007), ambos de Guillaume Apollinaire. Traduziu a epopeia nacional da Finlândia Kalevala, em parceria com o antropólogo José Bizerril. Com Donatela Natili, traduziu tankas da poetisa japonesa Yosano Akiko (Editora da UnB, 2007).

Andityas Soares de Moura (1979), mineiro de Barbacena, é poeta, tradutor, ensaísta e professor universitário na área do Direito na UFMG. É de 1997 o seu primeiro livro de poemas, Ofuscações. Tem

traduções inéditas do catalão Joan Brossa, do galego Manuel Antonio e de poemas eróticos do renascimento francês. Organizou uma edição da Lírica de Luís de Camões (Belo Horizonte, Crisálida, 2004). Traduziu e anotou os poemas da escritora galega Rosalía de Castro reunidos em A rosa dos claustros (Crisálida, 2004). Traduziu Composições (Crisálida, 2007) e Isso (UnB, 2004), do poeta argentino Juan Gelman.

Aníbal Cristobo (1971) é argentino. Entre 1996 e 2001, morou no Rio de Janeiro, onde publicou Teste da iguana, Jet-lag e Krill. Atualmente vive em Barcelona. Integra o conselho editorial das revistas Tse-Tsé (Argentina) e Inimigo Rumor (Brasil). Os três livros foram escritos tanto em português quanto em espanhol. Traduziu, com Carlito Azevedo, Sete pragas depois, do peruano Antonio Cisneros (Cosac Naify, 2003).

Antônio de Campos (1946) é do sertão de Pernambuco. Formado em Direito, é funcionário público, poeta e crítico literário. Estreou com Mais forte que o mal (1979). Publicou ainda Crítica da razão vivida (1982), 20 Tiranas de amor mais 10 canções de amor às avessas (1985), Palavra de ordem (1988), 20 poemas de amor e uma canção sem desespero (1996), Feito no coração (1985) e O livro dos bichos (poesia infanto-juvenil, vencedor Prêmio Funcultura de Pernambuco em 2009). Traduziu e prefaciou as Canções da experiência e da inocência, de William Blake (Bagaço, 1987).

Antonio Medina Rodrigues (1941) é professor aposentado de língua e literatura grega na USP, tradutor, poeta e ensaísta. Seus artigos publicados na imprensa de São Paulo foram reunidos em Papo Cabeça (Ateliê Editorial). Escreveu muitos livros didáticos. Lançou o livro de poemas Ideias (Experimento, 1994). Traduziu comédias gregas de Aristófanes. No levantamento de poesia traduzida, constam as suas traduções de Canto do destino e outros cantos, de Hölderlin (Iluminuras, 1994), e de O cântico dos cânticos (Hedra, 2008).

António José de Lima Leitão (1787-1887) foi um médico, político e militar português, além de tradutor de clássicos da literatura europeia. Aparece na bibliografia de tradução de poesia publicada no Brasil porque a sua tradução de Paraíso Perdido, de John Milton, foi publicada no país pela Edigraf em 1968.

Antônio Moura (1964) nasceu em Belém (PA). É roteirista de cinema e vídeo, letrista e publicitário. Publicou em 1996 o livro de poemas Dez, selecionado pela Universidade de Madri para integrar uma antologia internacional de poesia e crítica . Publicou ainda Hong Kong & outros poemas (Ateliê Editorial, 1999), Rio Silêncio (Lumme, 2004) e

participou da antologia de poesia brasileira Poesia de Invenção no Brasil (Landi, 2002). Seu livro Rio Silêncio, em tradução para o inglês de Stefan Tobler, recebeu o Prêmio John Dryden, da John Dryden Translation Competition, de Londres, Inglaterra. Traduziu Quase- Sonhos e Traduzido da noite, ambos com poemas do poeta africano Jean-Joseph Rabearivelo e Contra o segredo profissional, de Cesar Vallejo (Lumme, 2006).

Antônio Risério (1953) é antropólogo e poeta, pesquisador da etnopoesia. Foi responsável pelo projeto para a implantação do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e também faz roteiros para cinema e televisão. Suas principais obras poéticas são Fetiche (Fundação Casa de Jorge Amado, 1996) e Brasibraseiro (Landy, 2004). Traduziu a antologia de poesia iorubá Oriki Orixá (Perspectiva, 1996) e “Fragmentos de Altazor”, de Vicente Huidobro, na antologia Folhetim, poemas traduzidos (Folha de São Paulo, 1987).

Augusto Contador Borges (1954) nasceu em São Paulo. Publicou os livros de poesia Angelolatria (Iluminuras, 1997), O Reino da Pele (Iluminuras, 2003) e A Morte dos Olhos (Iluminuras, 2007). Estreou com dramaturgo em 2007 com a peça Wittgenstein! Traduziu do Marquês de Sade Ciranda dos Libertinos (Max Limonad, 1988), A Filosofia na Alcova e Diálogos entre um padre e um moribundo, da coleção Pérolas Furiosas, da editora Iluminuras, além de Aurélia, de Gerard de Nerval (Iluminuras, 1991). No âmbito poético, traduziu O nu perdido e outros poemas (Iluminuras, 1995), do poeta francês René Char.

Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior (1937-2007), conhecido como Bento Prado, ou Prado Jr. foi professor de Filosofia na USP e na Universidade de São Carlos. Foi filósofo, escritor, poeta, crítico literário e tradutor. Suas obras mais importantes são na área da Filosofia. Em 1969, na ditadura militar, foi aposentado compulsoriamente e exilou-se na França. Retornou ao Brasil no final da década de 1970. Uma amostra da sua produção poética está em Filosofemas – Antologia 2 (Massao Ohno Editor, 1987). No âmbito da tradução de poesia, traduziu Horácio: Odes e Épodos (Martins Fontes, 2003).

Carlito Azevedo (1961) é um influente poeta carioca da geração de 1990. É editor e crítico. Suas principais obras são: Collapsus Linguae (1991), vencedora do Prêmio Jabuti; As banhistas (1993); Sob a noite física (1996); Versos de Circunstância (2001) e Monodrama (2009). Desde 1997, edita a revista de poesia Inimigo Rumor que,

segundo Manuel da Costa Pinto, organizador da Antologia comentada da poesia brasileira do século 21, “vem publicando alguns dos nomes mais importantes da poesia brasileira contemporânea e estabelecendo uma ponte fundamental com poetas portugueses” (PINTO, 2006, p. 55). A revista prioriza a poesia brasileira, a tradução de poesia e os ensaios. Traduziu Ode a uma estrela, de Neruda (Cosac Naify, 2009), Dia de folga, de Jacques Prévert (Cosac Naify, 2004) e Sete pragas depois, de Antonio Cisneros (Cosac Naify, 2003), em parceria com Aníbal Cristobo.

Carlos Loria é baiano. Lançou Territor (Edições Audience of One, 1980); Aborigem (Código, 1988); Monocromos (Audience of one, 2004). Foi professor de italiano da Faculdade São Bento/ Salvador (BA). Traduziu Cummings: 20 Poemas (Código, 1990) e, em parceria com Adalberto Müller, O partido das coisas, de Francis Ponge (Iluminuras, 1995).

Claudia Roquette-Pinto (1963) é carioca. Formada em tradução literária pela PUC-RJ, dirigiu durante cinco anos o jornal cultural Verve. Tem cinco livros de poesia publicados: Os dias gagos (Edição da autora, 1991); Saxífraga (Editora Salamandra, 1993); Zona de sombra (Editora 7Letras, 1997); Corola (Ateliê Editorial, 2001 – Prêmio Jabuti de Poesia de 2002) e Margem de manobra (Editora Aeroplano, 2005). Consta do levantamento de tradução de poesia com Primeiras Palavras, de Douglas Messerli (Ateliê, 1999), feita em conjunto com Régis Bonvicino.

Cláudio Daniel (1962) é poeta, tradutor e ensaísta. Sua formação inicial é o jornalismo. Fez mestrado em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e mantém o blog literário Cantar a Pele de Lontra57. Edita desde 2006 a Zunái – Revista de Poesia e Debates. Assumiu em 2010 como curador de Literatura e Poesia do Centro Cultural São Paulo (CCSP), ligado à prefeitura paulistana. Além de promover encontros e palestras sobre poesia, sob a sua direção, a curadoria lançou a coleção “Poesia Viva”, plaquetes de poesia brasileira contemporânea com tiragem de mil exemplares e distribuição gratuita, projeto que está divulgando autores da literatura recente, “de diversas gerações, tendências e estilos, novos ou consagrados”. A revista eletrônica Zunái, além do que o seu nome anuncia: poesia, debates e ensaios, costuma defender bandeiras político-ideológicas, como, por exemplo, a causa palestina. No âmbito poético, Cláudio Daniel publicou os livros Sutra (edição do autor, 1992), Yumê (Ciência do Acidente,

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1999) e A sombra do leopardo (Azougue Editorial, 2001), esse último vencedor do prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira, promovido pela revista CULT. Claudio Daniel é identificado com os neobarrocos, grupo de poetas que tem traduzido vários hispano-americanos. Organizou os eventos literários internacionais Galáxia Barroca e Kantoluanda, em 2006, em São Paulo, entre outros. São seus parceiros nas traduções os poetas Luiz Roberto Guedes, Horácio Costa, Glauco Mattoso e Virna Teixeira. No levantamento de tradução de poesia 1960-2009, aparece com as seguintes traduções: Shakti, de Reinaldo Jimenez (Lumme, 2006); Sunyata & outros poemas, de Víctor Sosa (Lumme, 2006); Estação da fábula, de Eduardo Milán (Fundação Memorial da América Latina, 2002); Geometria da água e outros poemas (Fundação Memorial da América Latina); Rupestres (Tigre do Espelho, 2001); Madame Chu e outros poemas (Travessa, 2003); Íbis amarelo sobre fundo negro (Travessa, 2006), todos de José Kozer; Máquina final, de Efraín Rodríguez Santana (Lumme, 2009) e, com Fabiano Calixto, Prosa do que está na esfera (Olavobrás, 2003), de León Félix Batista. Além disso, organizou e participou da tradução da antologia Jardim dos cameleões - A poesia neobarroca na América Latina (Iluminuras, 2004).

Everardo Norões (1944) nasceu no Ceará. É economista, poeta e crítico literário. Viveu na França, na Argélia e em Moçambique; hoje mora no Recife. Sua obra poética inclui: Poemas Argelinos (Ed. Pirata, 1981); Poemas (Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2000), Nas entrelinhas do mundo, em coautoria (En sol, 2002); A rua do padre inglês (2006) e Retábulo de Jerônimo Bosch (2009). Também é crítico teatral e dramaturgo. Traduziu El río hablador/ O rio que fala - Antologia da poesia peruana (7Letras, 2007).

Fabiano Calixto (1973) é poeta, tradutor e ensaísta. Publicou Algum (1998), Fábrica (Edições, 2000), Um mundo só para cada par (Alpharrabio Edições, 2001), este em parceria com Kleber Mantovani e Tarso de Melo, Música possível (2006) e Sangüínea (2007). Edita, com Angélica Freitas, Marília Garcia e Ricardo Domeneck, a revista Modo de Usar & Cia. Traduziu com Cláudio Daniel

Prosa do que está na

esfera, com traduções do poeta dominicano León Félix

Batista.

Fábio Aristimunho Vargas (1977) é advogado, professor universitário na área do Direito, poeta e tradutor. Mestre em Direito Internacional pela USP e doutorando em Teoria Literária/Tradução pela UFPR. É organizador do Tordesilhas – Festival Ibero-Americano de

Poesia Contemporânea. É especialista em Estudos Bascos pela Universidad del País Vasco (2008). Foi tradutor-residente na Universitat Autònoma de Barcelona com bolsa do Institut Ramon Llull (2009). Publicou os livros de poemas Medianeira (Quinze & Trinta, 2005) e Pré-datados (Lumme, 2010). Organizou e traduziu para a editora Hedra quatro antologias de poesia: basca, catalã, galega e espanhola, das origens à guerra civil.

Fernando Koproski (1973) nasceu em Curitiba. É poeta e compositor. Publicou os livros de poemas: Manual de ver nuvens (1999), O livro de sonhos (1999), Passagens - Antologia de Poetas Contemporâneos do Paraná (2002), Tudo que não sei sobre o amor (2003), Como tornar-se azul em Curitiba (2000) e Pétalas, pálpebras e pressas, (2004). Como tradutor, selecionou, organizou e traduziu Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser eu mesmo amém (Sette Letras, 2005), antologia de poemas de Charles Bukowski.

O poeta, artista plástico, editor, ensaísta e tradutor Floriano Martins (1957) é cearense. Foi editor do jornal Resto do Mundo (1988/89) e da revista Xilo (1999). Em 2001, criou o projeto Banda Hispânica, banco de dados virtual sobre poesia de língua espanhola, integrado ao Jornal de Poesia (www.jornaldepoesia.jor.br). É considerado um poeta surrealista. Escreve ensaios sobre música, artes plásticas e literatura para publicações estrangeiras da Europa e América Latina e brasileiras, como o Rascunho e Poesia Sempre. Organizou para as revistas mexicanas Blanco Móvil e Alforja duas edições especiais dedicadas à literatura brasileira: "Narradores y poetas de Brasil" (1998) e "La poesía brasileña bajo el espejo de la contemporaneidad" (2001), bem como as edições especiais "Poetas y narradores portugueses" (Blanco Móvil, México, 2003) e "Surrealismo" (Atalaia Intermundos, Lisboa, 2003). Participou dos seguintes volumes coletivos: Camorra (volume monográfico sobre Harold Alvarado Tenorio, Ediciones La Rosa Roja, Bogotá, 1990), Focus on Ludwig Zeller, poet and artist (Mosaic Press, Oakville-New York-London, 1991), Adios al siglo XX (Edição dedicada à poesia de Eugenio Montejo, Separata da revista Palimpsesto, Sevilla, 1992), O olho reverso: 7 poemas e um falso hai- kai (Thesaurus, 1993), Tempo e antítese: a poesia de Pedro Henrique Saraiva Leão (Editora Oficina, 1997) e Surrealismo e Novo Mundo (Ensaios sobre Surrealismo na América Latina, org. Robert Ponge, Editora da UFRGS, 1999). Dirigiu, juntamente com Claudio Willer, a Agulha - Revista de Cultura. Traduziu Expírito multiversos, de Rubén Mejía (Escrituras, 2007), poeta mexicano contemporâneo.

Gilson Maurity (1926-2010) foi um renomado médico cardiologista, cirurgião de coração e tórax. Depois de longa carreira na medicina, dedicou-se à poesia e à tradução. Em 1999, publicou seu primeiro livro de poemas, ao qual se seguiram outras cinco obras. Traduziu Pequenos poemas em prosa, de Baudelaire, para a Coleção Grandes Traduções da editora Record (2006), com prefácio de Ivo Barroso, e Últimos poemas de amor, de Paul Éluard (Ibis Libris, 2009).

Guilherme Gontijo Flores (1984) nasceu em Brasília. É poeta e mestre em Estudos Literários, na área de Estudos Clássicos, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007) e professor de Língua e Literatura Latina pela Universidade Federal do Paraná desde 2008. Participou da antologia Jovens escritores capixabas - 2002 e da coletânea Instantâneo: poesia e prosa: fermento literário (2005). Traduziu As janelas, seguidas de poemas em prosa franceses, de Rilke, em parceria com Bruno Silva D'Abruzzo (Crisálida, 2009).

O paulistano Horácio Costa (1954) é arquiteto de formação. No entanto, enveredou-se pelo mundo das letras: fez mestrado na New York University e doutorado em Yale. Foi professor de literatura brasileira no México e leciona Literatura Portuguesa na USP. Ao lado do supracitado Cláudio Daniel, é um poeta identificado com a poética neobarroca. Publicou 28 Poemas/ 6 contos (1981), Satori (1989), O Livro dos Fracta (1990), The Very Short Stories (1991), O Menino e o Travesseiro (1998), Quadragésimo (1999), entre outros. Organizou dois eventos internacionais de poesia: "A palavra poética na América Latina, avaliação de uma geração" (São Paulo, Memorial da América Latina, 90; publicada em livro) e "O veículo da poesia" (São Paulo, Biblioteca Mário de Andrade, 98). Outros livros: José Saramago: o período formativo e Mar abierto: ensayos sobre literatura brasileña, portuguesa e hispanoamericana, publicado no México. Tem poemas ou livros traduzidos para o espanhol, inglês, francês, romeno, macedônio e búlgaro. Atualmente é presidente da ABEH — Associação Brasileira de Estudos da Homocultura. Consta do levantamento de tradução de poesia 1960-2009 com A pedra do sol, de Octavio Paz (Annablume, 2009), Morte sem fim e outros poemas, de José Gorostiza (Editora da USP e Fondo de Cultura Económica, 2003), e Poemas, de Elizabeth Bishop (Companhia das Letras, 1990).

Janice Caiafa (1958) é poeta, antropóloga e professora da Escola de Comunicação da UFRJ. É Doutora em Antropologia pela Universidade de Cornell (EUA), com Pós-Doutorado pela City

University of New York. Publicou Aventura das cidades: ensaios e etnografias (2007); Jornadas urbanas: exclusão, trabalho e subjetividade nas viagens de ônibus na cidade do Rio de Janeiro (2002); Nosso século XXI: notas sobre arte, técnica e poderes (2000) e Movimento punk na cidade: a invasão dos bandos sub (1985). No âmbito poético, lançou Neve rubra (1996); Noite de Ela no céu (1997), Fôlego (1998); Cinco Ventos (2001) e Ouro (2005). Traduz do inglês e do francês. Consta no levantamento de poesia traduzida com As rosas, de Rilke (7Letras, 2007).

João José de Melo Franco (1956), paulista de Barretos, é poeta, tradutor, cineasta e editor da Ibis Libris. Tem formação em Cinema, Filosofia e Letras (grego e latim) e pós-graduação em Filosofia da Linguagem e Semiótica. Entre as suas publicações poéticas estão O mar de Ulisses (Ibis Libris, 2006) e Diários de amor perdido (Ibis Libris, 2008). Traduziu Carmina Burana, poemas medievais dos séculos XI, XII e XIII (Ibis Libris, 2008) e Pranto para Ignacio Sanchez Mejias, de García Lorca (Ibis Libris, 2009). Carmina Burana foi escrito em alemão arcaico e traduzido a partir da versão latina e francesa.

João Moura Jr. (1950) é poeta e tradutor. Nasceu no Rio de Janeiro e vive em São Paulo desde a década de 1980. Fez crítica de cinema na revista IstoÉ e foi editor dos suplementos culturais Folhetim (Folha de S. Paulo) e Cultura (O Estado de S. Paulo). Estreou com o livro Páginas Amarelas (1988), publicado na coleção Claro Enigma, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti de revelação. Traduziu O Baphomet (1986), de Pierre Klossowski. Consta do levantamento de poesia traduzida no Brasil com Poemas de W.H. Auden (Companhia das