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III. PLANO DE INTERVENÇÃO

3.1 AÇÕES PROPOSTAS PARA O PLANO DE INTERVENÇÃO

3.1.3 Política de Valorização da Formação Docente

A quarta ação refere-se à Criação de Política de Valorização da Formação Docente no Município de São Paulo de Olivença. As pesquisas realizadas apontaram entre os pesquisados, sejam os Gestores do Programa, sejam os professores formadores, e, principalmente os cursistas, que não há, por parte dos Gestores Municipais, uma política de valorização dos professores que cursam o Parfor. Foi relatado pela Presidente do Fórum, pela Coordenadora Geral e pela Coordenadora de Curso que a maior causa dos abandonos dos alunos do Programa se dá justamente pelas necessidades financeiras com que os alunos convivem para cursar o Parfor. Existem alunos que são do regime temporário e que, justamente nos meses de janeiro e fevereiro, em que precisam deslocar-se de suas comunidades até a sede onde funciona o polo, quando têm de arcar com despesas com transporte, alimentação e hospedagem, são retirados da folha de pagamento.

Apesar de não ser objeto de estudo da pesquisa, há uma preocupação por parte do pesquisador no que se refere às duas turmas do Curso de Pedagogia Intercultural, que tiveram início no segundo semestre de 2014, pois, 90% dos professores matriculados no referido curso são de comunidades ribeirinhas, logo, necessitam deslocar-se para a Sede do Município para realizarem sua formação.

Como já descrito no capítulo 2, aproximadamente, 23,5% dos alunos do Curso de Pedagogia (objeto de minha pesquisa) desistiram do Curso. Em conversa com alguns desses alunos foi relatado que o abandono se deu por questões financeiras. Se levarmos em consideração que apenas dez alunos do Curso de Pedagogia moram em comunidades ribeirinhas, este percentual de quase um quarto da turma ter desistido do curso é muito alto. Isto nos leva a imaginar que se não houver uma política de valorização para os professores do Curso de Pedagogia Intercultural, em que a maioria desses cursistas mora em comunidades distantes da sede do Município, o percentual de abandono pode ser ainda maior.

Dos 78 professores que começaram o Curso de Pedagogia Intercultural, em julho de 2014, quatro já abandonaram o curso. Não foi possível entrar em contato com os alunos que abandonaram o curso, pois moram em comunidades distantes da Sede do Município. Mas, em conversa com outros alunos da turma, houve relatos de que os que abandonaram o curso o fizeram por razões financeiras. À primeira vista, este número de abandono parece pequeno, mas se levarmos em consideração que isso ocorreu em apenas dois períodos, no final do curso isto pode ter uma repercussão bastante negativa, principalmente em um município que possui ainda um número elevado de professores sem formação superior.

O quadro 9 apresenta uma síntese da proposta da política de valorização da formação docente.

Quadro 9- Proposta da Política de Valorização da Formação Docente Ação

(O que) Justificativa (Por que) (Onde) Local (Tempo) Quando (Responsável) Quem (Método) Como Quanto (Custo)

Política de Valorização da Formação Docente Criar uma Política de Valorização da Formação Docente que vise assegurar a permanência dos professores nos Cursos ofertados pelo Parfor. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo de Olivença Dezembro de 2015 Gestor município do e Secretário Municipal de Educação. Com recursos do FUNDEB através do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração. R$ 88.800,00

Para a efetivação desta ação, será necessária uma vontade política por parte do Gestor Municipal de Educação e do Gestor do Município (Prefeito), uma vez que demandará recursos para sua execução.

Como um dos objetivos do trabalho é analisar os processos de implementação do Parfor em São Paulo de Olivença, bem como propor estratégias que possam minimizar problemas para futuras turmas, uma vez que a turma que é objeto deste estudo concluirá o curso no segundo semestre de 2015, sugerimos, duas propostas para esta ação.

A primeira é destinada aos professores de regime temporário e que frequentam o curso de Pedagogia Intercultural, ou seja, aqueles professores que tem seus contratos com término em dezembro de cada ano e que nos meses de janeiro e fevereiro são excluídos da folha de pagamento. Esses professores, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Educação, somam um total de 42 professores. A proposta é que estes professores tenham seus contratos prorrogados, assim continuarão recebendo os seus vencimentos, inclusive nos meses de janeiro e fevereiro. Esta ação é viável e pode ser executada, pois os recursos que são enviados pelo FUNDEB, continuam sendo transferidos nos meses de janeiro e fevereiro, mesmo com as escolas e os alunos em recesso.

A segunda proposta contempla todos os 75 professores que ainda estão participando do Curso de Pedagogia Intercultural. Como uma forma de valorizar os professores que estão em formação no Parfor, nos meses de janeiro, fevereiro e julho, período em que as atividades do Programa estão em andamento, cada professor participante do Curso receberá uma bolsa auxílio-formação no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais). Neste sentido, a estimativa7 de investimentos nesta ação é de R$ 88.800,00 (oitenta e oito mil e oitocentos reais) por ano.

O responsável pela efetivação da ação é o Secretário Municipal de Educação, que fará a articulação junto ao Gestor do Município para que haja a previsão desses recursos na Lei Orçamentária Anual, e que seja aprovada pelo Poder Legislativo Municipal. Assim, como na primeira proposta, os recursos para esta ação serão oriundos do FUNDEB.

Neste sentido, a ação se justifica pela necessidade da permanência desses professores nos cursos ofertados pelo Parfor.