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A região do Xingu é definida como Região Turística do Xingu, designação atribuída pela Companhia Paraense de Turismo (PARATUR) com mais cinco regiões que formam o Pará: Belém, Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica e Araguaia Tocantins. O ordenamento territorial do estado adotado nestes seis polos turísticos foi realizado pelo governo estadual por meio da PARATUR em 2001, quando o turismo integrava os três principais eixos de desenvolvimento do Pará, juntamente com o agronegócio e a mineração. Posteriormente, em 2011, o governo lançou o Plano Ver-o-Pará (Plano Estratégico de Turismo do Pará), em que o Xingu permanece

no ordenamento das regiões turísticas do Estado, atualmente composto por doze municípios, articulados com base nas diretrizes de ordenamento das regiões de integração do estado32.

O planejamento estadual considera o objetivo geral do Programa Nacional de Regionalização do Turismo que propõe o desenvolvimento da atividade turística de forma regionalizada, com foco no planejamento coordenado e participativo. O programa institui estâncias de governança regionais e municipais com foco no desenvolvimento municipal e parte na estância regional. O programa estabelece critérios, compromissos e recomendações para que a região turística e os municípios possam compor o programa do Mapa do Turismo Brasileiro33. De forma geral, o Mapa é uma ferramenta do governo federal que orienta a aplicação de recursos, com base na definição de municípios prioritários impactados pelo turismo34. Reúne municípios mais próximos e que tenham características similares ou complementares, e os critérios mínimos para habilitação são possuir órgão responsável pelo setor do turismo e ordenamento de investimentos no setor35.

Tabela 3 - Categorização dos municípios das regiões turísticas do Mapa do Turismo Brasileiro

Região turística do Xingu

Município Categorizado em 2018

Altamira Categoria B

Brasil Novo Categoria E

Medicilândia Categoria D

Uruará Categoria D

Vitória do Xingu Categoria D

Anapu Categoria D

Pacajá Categoria D

Placas Categoria D

Porto de Moz Categoria D

Senador José Porfírio Categoria E

Fonte: Elaborada pela autora com base em dados Mtur.* *Portaria Nº 39, de 10 de março de 2017.

32 Referente ao art. 2º do Decreto Estadual nº 1.066, de 19 de junho de 2008 (PARÁ, 2008).

33 O programa institui exigências mínimas obrigatórias, isto é, para estar no Mapa do Turismo Brasileiro, um município ou região deverá atendê-las. As exigências foram definidas pela Portaria MTur Nº 205/2015.

34 Portaria Nº 39, de 10 de março de 2017, que estabelece regras e critérios para a formalização de instrumentos de transferência voluntária de recursos, para execução de projetos e atividades integrantes do Programa Turismo e respectivas Ações Orçamentárias, e dá outras providências. As categorias determinam os limites de repasses de valores do MTur aos municípios.

35 Ver informações que constam no Mapa do Turismo Brasileiro, que podem ser consultadas no site: http://regionalizacao.turismo.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=76&Itemid=267.

Conforme ilustrado na tabela 3, analisou-se que dez municípios da Região Turística do Xingu estão categorizados no Mapa do Turismo no biênio 2017-2018, ou seja, habilitados para receber repasses de verbas federais para o desenvolvimento do turismo que podem estar ligadas direta ou indiretamente ao setor turístico. Conforme os critérios da política de regionalização, observa-se que o município de Altamira é considerado prioritário para receber tais demandas.

A metodologia do Ministério de Turismo agrupa os municípios em cinco categorias, de A até E, no qual A representa os municípios com maior fluxo de turistas e maior número de empregos formalizados e estabelecimentos no setor de hospedagem, enquanto D e E menor fluxo de turistas e empregos formais no setor.

O Programa de Regionalização contribui para a diversificação e ampliação da oferta turística, destacando-se as iniciativas de roteirização na região. A roteirização turística busca elaborar roteiros conforme as atribuições de todos os envolvidos no processo, ou seja, por meio de sua integração e organização, confere realidade turística aos atrativos que estão dispersos.

O Ministério do Turismo define roteiro turístico como um itinerário caracterizado por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística das localidades que o formam (BRASIL 2007a, p. 13). A partir da identificação e da potencialização dos atrativos é que se inicia o processo de criação de roteiros turísticos, fazendo com que a oferta turística de uma região se torne mais rentável e comercialmente viável (BRASIL, 2007a).

Em se tratando de instrumentos de estruturação turística, somente os municípios de Altamira e Vitória do Xingu possuem inventários turísticos. O inventário consiste em levantar, identificar, registrar e divulgar os atrativos, serviços e equipamentos turísticos, as estruturas de apoio ao turismo, às instâncias de gestão e outros itens e condições gerais que viabilizam a atividade turística (BRASIL, 2013). É muito importante ressaltar que o inventário se constitui como base de informações para que se planeje e gerencie adequadamente o processo de desenvolvimento dos municípios e regiões, assim considerado como uma das primeiras ações a serem implementadas nas gestões municipais.

A implementação das políticas de turismo no território é uma estratégia para o alcance de desenvolvimento local. Uma possibilidade seria a formatação de circuitos de visitação. Essas ferramentas possibilitam trabalhar municípios de uma mesma região que possuem afinidades culturais, sociais, ambientais e econômicas e que, juntos, buscam organizar e desenvolver a atividade turística regional de base sustentável.

4.3 Possibilidades de turismo na Transamazônica associado à cadeia produtiva “do cacau