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População e Amostra

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R. S.Int – Responsabilidade Social Interna S.Ext – Responsabilidade Social Externa

3.2 População e Amostra

A população objeto de estudo desta pesquisa é composta dos moradores do Complexo da Maré, localizado no bairro que tem o mesmo nome, no município do Rio de Janeiro, que compreende as dezesseis comunidades existentes no local.

pessoas distribuídas em 16 comunidades distintas: Vila dos Pinheiros, Timbau, Baixa do Sapateiro, Nova Holanda, Bento Ribeiro Dantas, Parque União, Conjunto Pinheiros, Vila do João, Roquete Pinto, Rubens Vaz, Praia de Ramos, Conjunto Esperança, Parque Maré, Marcílio Dias, Nova Maré e Salsa e Merengue.

A Tabela 2 mostra a população nas principais Favelas do Município do Rio de Janeiro. A Maré apresenta-se como o complexo de comunidades populares de maior concentração demográfica quando comparada a outros bairros como: Rocinha, Alemão e Jacarezinho.

Tabela 2 – População nas Principais Favelas do Município do Rio de Janeiro

Localidade 1991 1996 2000

Rocinha 42.892 45.585 56.313

Alemão 51.591 54.795 65.637

Jacarezinho 37.393 34.919 36.428

Maré 62.458 68.817 113.817/132.176 *

Fonte: Censo IBGE –2000; * Censo CEASM – 2000

Da Tabela 2 observa-se que houve um crescimento da população entre os anos de 1996 e 2000, segundo os dados do IBGE. De acordo com a análise do Censo 2000 – Maré (2000, p. 37) até 2000, o IBGE considerou a população da Maré composta por apenas nove comunidades: Timbau, Baixa do Sapateiro, Parque Maré, Nova Holanda, Rubens Vaz, Parque União, Praia de Ramos, Roquete Pinto e Marcílio Dias. As outras comunidades da Maré foram consideradas pelo IBGE como Conjuntos Habitacionais.

Da mesma Tabela 2 observa-se uma diferença entre o total de habitantes do bairro. O Censo realizado pelo CEASM registrou 132.176 moradores enquanto o Censo do IBGE totalizou 113.817, ou seja, uma diferença de 18.359 habitantes. Tal diferença é justificada pelos elaboradores do Censo Maré em função do procedimento adotado pelos entrevistadores do Censo gerido pelo CEASM que foram remunerados com valor fixo, havendo a necessidade de contatar todos os moradores e domicílios. Seus organizadores, acrescentam no relatório: “houve casos que o entrevistador teve que ir cerca de cinco vezes à casa do morador para conseguir a entrevista” (CEASM, A Maré em dados: Censo Maré -2000, p. 38).

Considerada a população de quase 132.000 pessoas, de acordo com o último Censo do IBGE, a Maré possui um número de habitantes superior a municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como: Queimados (121.688), Japeri (83.160), Itaguaí (81.952), Maricá (76.556) e Seropédica com 65.020 habitantes.

Quanto à amostra, trata-se de uma amostra de conveniência. O pesquisador entrou em contato com 15 membros do Complexo da Maré, apresentados por um líder religioso das imediações do Complexo. Com esses 15 membros o pesquisador realizou um estudo piloto, em que testou o questionário (Anexo 1).

3.3 Instrumento

Um questionário com 18 itens foi utilizado como instrumento para a coleta de dados. Os itens 1 a 5, sobre o perfil dos respondentes; o conhecimento dos moradores sobre Responsabilidade Social nas perguntas 6 a 12 e a respeito das expectativas e necessidades dos moradores os itens 13 a 18.

O questionário é uma espécie de roteiro de entrevista estruturada que tem por objetivo medir determinadas variáveis de um grupo social e descrever suas características (RICHARDSON, 1999).

O questionário aplicado na coleta de dados foi semi-estruturado e conteve perguntas abertas e fechadas. No caso, a maioria das questões foi fechada, havendo seis subitens abertos (Anexo1). Havia itens fechados em que o respondente deveria assinalar uma única alternativa e itens em que deveria ordenar as alternativas.

Nos itens abertos, o respondente era solicitado a expressar a sua compreensão acerca de um conceito, listar projetos sociais e ONGs do Complexo, completar com novas alternativas de resposta, justificar o que respondeu e acrescentar algo de novo (sua opinião ou sugestão) acerca do que foi abordado.

Na construção do questionário foi utilizada a escala de Likert. O método Likert utiliza uma escala de cinco opções de resposta que proporciona maior informação ao respondente, o qual tem a opção de até não conhecer o assunto (Apêndice 1).

A Escala de Likert, segundo Richardson (1999), determina melhor a existência de uma ou mais atitudes no grupo de itens considerados, e a escala construída a partir desses itens mede o fator mais geral.

Para a aplicação do questionário o método utilizado foi o contato direto. Na aplicação direta há menos possibilidades de os entrevistados não responderem ao questionário ou de deixarem algumas perguntas em branco. Neste caso, o pesquisador e as pessoas multiplicadoras orientadas por ele puderam explicar os objetivos da pesquisa e do questionário.

Segundo Richardson (1999, p. 205), dentre as vantagens do questionário destacam-se: permitir abranger uma área geográfica ampla, sem ter a necessidade de treinamento demorado aos aplicadores desse instrumento de pesquisa e, também por não inclui o nome do entrevistado, o mesmo pode sentir-se com maior liberdade para expressar sua opinião. Tais vantagens se aplicaram ao contexto dos moradores do bairro Maré.

Para Richardson (1999, p. 202), o pré-teste é a aplicação prévia do questionário a um grupo que apresente as mesmas características da população incluída na pesquisa. Não se trata apenas de uma revisão do instrumento, mas um teste do processo de coleta e tratamento dos dados. Desta forma, o questionário deve ser testado em sujeitos com as mesmas características da população-alvo da pesquisa, tornando-se assim relevante fazer o teste do questionário.

Verificou-se neste estudo piloto que a linguagem do instrumento mostrou-se adequada e que era importante introduzir mais um item: “Deseja acrescentar sua opinião ou sugestão a algo que foi perguntado”? Tendo em vista o seu conhecimento e facilidade de circulação no Complexo, os 15 participantes do estudo piloto cooperaram com o pesquisador aplicando o instrumento em outros moradores com os quais tinham contato, principalmente vizinhos. A maioria dos 15 colaboradores relatou que só teria penetração na comunidade em que morava.

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