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CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA

3.7. POPULAÇÃO E AMOSTRAGEM

A investigação conteve duas amostras70. A amostra 1 focou-se nos clientes de unidades hoteleiras organizadoras de eventos culturais e a amostra 2 focou-se nos diretores dos mesmos estabelecimentos.

A amostra 1 da investigação foi obtida a partir da população71 de todos os clientes que estavam hospedados em unidades hoteleiras organizadoras de eventos culturais no momento da colheita de dados. Destes, a população-alvo72 consistiu de todos os clientes

70 Uma amostra pode ser definida como o segmento da população que foi selecionado para a investigação (Jupp, 2006), ou seja esta consiste da população acessível que esteve sujeita à colheita de dados do investigador (Tavakoli, 2012).

71 O termo população faz referência à especificada agregação teórica de elementos em estudo, sendo que caracteriza um grupo ou coleção que o investigador está interessado em generalizar (Babbie, 2013). Este consiste do conjunto de elementos ou sujeitos com características comuns estabelecidas por um conjunto de critérios (Fortin, 2000). Segundo Bordens e Abbott (2014), a população abrange todos os indivíduos do mundo possuidores de todas as características necessárias para a investigação.

72 A população-alvo abrange os elementos cujas características cumprem os critérios de seleção antecipadamente definidos, sendo a população específica para o qual o investigador deseja realizar generalizações (Fortin, 2000). Babbie (2013) refere-se à agregação dos elementos a partir da qual uma amostra é realmente selecionada como a população em estudo.

com uma idade mínima de 13 anos73 (contudo, todos os indivíduos entrevistados com menos de 18 anos preencheram o questionário com a ajuda de um familiar). Desta, a população acessível74 foi composta por 2229 clientes capazes de dialogar eficazmente em português ou inglês75 e pertencentes a oito unidades hoteleiras organizadoras de eventos culturais localizadas na ilha da Madeira (Portugal) que aceitaram fazer parte da investigação. Desta população, que é acessível, correspondeu o elemento76 da amostra que foi o indivíduo77.

A amostra 2 da investigação foi obtida a partir da população de todos os diretores de unidades hoteleiras. Destes, a população-alvo consistiu de todos os diretores de unidades hoteleiras organizadoras de eventos culturais. Desta, a população acessível foi composta por seis diretores de oito unidades hoteleiras organizadoras de eventos culturais da ilha da Madeira (Portugal) que aceitaram fazer parte da investigação. Desta população, que é acessível, corresponderam os elementos da amostra que foram o indivíduo e a organização. Segundo Babbie (2013), Bryman (2012), Saunders et al. (2016) e Yin (2014), é possível um estudo conter mais de uma unidade de análise.

O processo de seleção de observações é chamado de amostragem. Este processo abrange qualquer procedimento de seleção de unidades de observação (Babbie, 2013; Zedeck, 2014).

O método de amostragem da investigação foi o não probabilístico. Mais especificamente, foi feito uso de uma amostragem voluntária.

73 A idade mínima da amostra foi de 13 anos visto esta ser a idade mínima permitida para o registo na maioria das médias digitais usadas por unidades hoteleiras, incluindo o Facebook (Facebook, 2016), Instagram (Instagram, 2016), Myspace (Myspace, s.d.), Google+, Youtube (Google, 2016), Flickr (Flickr, 2015), Vimeo (Vimeo, 2016), LinkedIn (LinkedIn Corporation, 2014), Pinterest (Pinterest, 2016) e Tumblr (Tumblr, 2014). Não havendo outras limitações de idade, conhecidas pelo investigador, para o acesso à informação providenciada por unidades hoteleiras em outros meios de comunicação (e.g. televisão, rádio, revistas ou panfletos). Esta limitação teve como objetivo assegurar que todos os inquiridos eram capazes de pesquisar informações online relativas aos eventos culturais das unidades hoteleiras.

74 A população acessível, além de dever fielmente representar a população-alvo, consiste da porção da população-alvo que encontrou-se acessível ao investigador (Fortin, 2000).

75 Para assegurar a compreensão dos depoimentos, foi apenas inquirida a população capaz de dialogar eficazmente em português ou inglês. Adicionalmente, foram apenas tidos em conta os questionários daqueles que não demonstraram estar sob o efeito de álcool.

76 Segundo Babbie (2013), o elemento faz referência à unidade sobre a qual a informação é recolhida e providencia a base da análise. O elemento é geralmente o mesmo que a unidade de análise (i.e. quem ou o que está sendo estudado).

77 O elemento indivíduo faz referência a seres humanos individuais. O que não implica que este não possa ser agregado de modo a formar classes de indivíduos com características em comum (e.g. sexo ou idade), uma vez que o elemento continuaria sendo o indivíduo (apesar de caracterizado em termos da sua pertença a algum agregado). Isto não deve ser confundido com o elemento grupo, que visa analisar uma variedade de grupos (Babbie, 2013).

O método de amostragem não probabilístico implica que cada elemento da população carece da mesma probabilidade de seleção para compor a amostra (Fortin, 2000). Apesar de este método tender a ser menos representativo78 que a amostragem probabilística79, a amostragem não probabilística torna-se necessária quando o investigador não tem acesso a toda a população (Fortin, 2000; Zedeck, 2014) ou não possui um quadro de amostragem80 ou os meios para a criação de um. Além disso, a amostragem probabilística pode ser impossível ou inadequada em diversas situações de pesquisa. De modo que tais situações exigem uma amostragem não probabilística (Babbie, 2013; Jupp, 2006).

Considerando a impossibilidade da obtenção de um quadro de amostragem dos clientes de unidades hoteleiras organizadoras de eventos culturais da ilha da Madeira, tornou-se impossível o uso de um método probabilístico.

Adicionalmente, a amostragem probabilística requer que cada elemento da população tenha uma probabilidade conhecida e maior que zero de ser selecionado (Abbott & McKinney, 2013; Babbie, 2013; Bordens & Abbott, 2014; Fortin, 2000; Jupp, 2006). O que não foi possível para a investigação, visto que a estratégia para a colheita de dados apenas permitiu inquirir os clientes, presentes nas unidades hoteleiras, que aceitaram preencher o questionário nos momentos em que o investigador esteve presente nos estabelecimentos a efetuar a colheita de dados (o que exclui todos aqueles que estiveram nas unidades hoteleiras fora dos horários de inquisição do investigador).

Apesar da amostragem não probabilística não poder garantir que a amostra observada é representativa de toda a população em estudo (e desta forma generalizar os resultados), esta tem os seus benefícios (Abbott & McKinney, 2013; Babbie, 2013; Zedeck, 2014). Esta técnica tem a capacidade de oferecer informações ricas, de explorar as questões de pesquisa e de providenciar novos conhecimentos teóricos. O que é o objetivo dos estudos de caso exploratórios e qualitativos (Saunders et al., 2016). Ainda assim, em tais casos, os resultados da pesquisa apenas podem ser generalizados para a amostra que participou na pesquisa (Abbott & McKinney, 2013).

78 A representatividade caracteriza-se pela qualidade de uma amostra ter a mesma distribuição de características (e.g. idade, sexo, educação, etnia, etc.) que as da população da qual foi selecionada (Babbie, 2013).

79 Também chamada de amostragem aleatória (Jupp, 2006).

80 Um quadro de amostragem apresenta-se como uma lista que inclui todos os nomes ou características, necessárias para a investigação, de todos os indivíduos da população em estudo (Babbie, 2013; Jupp, 2006).

A amostragem voluntária é uma forma de seleção intencional. Esta geralmente faz uso de indivíduos que aceitam participar na investigação (Jupp, 2006; Saunders et al., 2016; Tavakoli, 2012) ou de organizações que voluntariam as suas instituições como locais de pesquisa (Jupp, 2006), sendo que estes não têm qualquer obrigação de participar no estudo (Tavakoli, 2012).

A amostragem voluntária é especialmente usada em pesquisas sensíveis (Jupp, 2006), quando o acesso a informações é difícil (Tavakoli, 2012) e quando é necessário depender daqueles que estão dispostos a responder a pedidos para fornecer dados (Jupp, 2006; Tavakoli, 2012). Como um tipo de amostragem não probabilística (Tavakoli, 2012), a amostragem voluntária sofre dos mesmos problemas de representatividade (Jupp, 2006) e enviesamento (Tavakoli, 2012).