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1. Demografia escolar no ano lectivo de 1999/2000

1.2. População docente

Neste ponto caracteriza-se o sistema de ensino relativamente à oferta de professores, por tipo e níveis de ensino e ainda por grupo disciplinar, no caso do ensino básico do 2º e 3º ciclos e ensino secundário.

No ano lectivo de 1999/2000 existiam no sistema educativo (excepto o ensino superior) 164.896 professores (tabela 20) dos quais, 88,4% estavam inseridos no ensino público e 11,6% ligados ao ensino privado.

Tabela 20 – Total de professores no ano lectivo de 1999/2000 por tipo e níveis de ensino (Portugal Continental)

Educação pré-escolar 7.521 6.631 14.152

Ensino básico 1º ciclo 34.003 2.622 36.625

Ensino básico 2º ciclo 30.284 2.772 33.056

Ensinos básico 3º ciclo e secundário 73.993 7.070 81.063

Totais 145.801 19.095 164.896

Nível de ensino Ensino Professores público

Ensino

privado Total

Fonte: Ministério de Educação, GIASE - Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo

Na tabela tabela 21 encontram-se descriminados por tipo de ensino e por grupo disciplinar os professores existentes no ensino básico do 2º ciclo. Neste ano lectivo, o grupo disciplinar de Matemática e Ciências da Natureza era o que mais professores empregava (20,6%) do total de docentes. Já o grupo disciplinar de Português e Francês, com apenas 8,3% do total de professores neste nível, era o mais deficitário.

Tabela 21 – Total de professores do 2º ciclo do ensino básico por grupo disciplinar e tipo de ensino (Portugal Continental)

Peso relativo da disciplina 01 Português e Estudos Sociais/História 4.711 439 5.150 15,58%

02 Português e Francês 2.606 149 2.755 8,33%

03 Português, Inglês e Alemão 3.988 340 4.328 13,09%

04 Matemática e Ciências da Natureza 6.240 571 6.811 20,60%

05 Educação Visual 3.049 408 3.457 10,46%

06 Educação Musical 2.011 247 2.258 6,83%

07/08 Trabalhos Manuais 4.054 176 4.230 12,80%

09 Educação Física 2.567 308 2.875 8,70%

10 Educação Moral e Religiosa Católica 1.058 134 1.192 3,61%

Totais 30.284 2.772 33.056 100%

Legenda

Disciplinas consideradas no estudo

Professores do ensino básico 2º ciclo

Código Disciplina públicoEnsino privadoEnsino Total

Fonte: Ministério de Educação, GIASE - Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo,

No respeitante aos professores afectos ao ensino básico do 3º ciclo e ao ensino secundário por grupo disciplinar, verifica-se na tabela 22, que é o grupo de Matemática conjuntamente com o de Francês e Português, aqueles que detêm o maior número de professores, representando cada um deles 10,9%. O grupo disciplinar menos representado, dentro dos considerados no presente estudo, é o de Espanhol com apenas 493 docentes, aproximadamente 0,6% do total.

Tabela 22 – Total de professores do 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário por grupo disciplinar e tipo de ensino (Portugal Continental)

Peso relativo da disciplina 11 Matemática 8.058 778 8.836 10,90% 12 Mecanotecnia 306 8 314 0,39% 13 Electrotecnia 485 43 528 0,65% 14 Construção Civil 161 7 168 0,21% 15 Físico-Química 5.515 489 6.004 7,41% 16 Química-Física 759 180 939 1,16% 17 Artes Visuais 4.093 416 4.509 5,56% 18 Contabilidade a Administração 1.362 113 1.475 1,82% 19 Economia 1.634 247 1.881 2,32%

20 Português, Latim e Grego 5.795 469 6.264 7,73%

21 Francês e Português 8.081 757 8.838 10,90% 22 Inglês e Alemão 7.375 674 8.049 9,93% 23 História 5.151 527 5.678 7,00% 24 Filosofia 2.886 294 3.180 3,92% 25 Geografia 3.934 413 4.347 5,36% 26 Biologia e Geologia 5.843 544 6.387 7,88% 27 Mecanotecnia 665 12 677 0,84% 28 Electrotecnia 989 20 1.009 1,24% 29 Secretariado 907 9 916 1,13%

30 Artes dos Tecidos 990 22 1.012 1,25%

31 Construção Civil e Madeira 371 10 381 0,47%

32 Artes Gráficas 98 11 109 0,13%

33 Equipamento 34 2 36 0,04%

34 Têxtil 43 7 50 0,06%

35 Horto Flur. e Criação de Animais 129 1 130 0,16%

36 Produção Vegetal 82 0 82 0,10%

37 Indústrias Alimentares e Zootecnia 27 0 27 0,03%

38 Educação Física 5.366 491 5.857 7,23%

39 Informática 1.647 254 1.901 2,35%

40 Música 28 17 45 0,06%

41 Espanhol 455 38 493 0,61%

42 Educação Moral e Religiosa Católica 724 217 941 1,16%

Totais 73.993 7.070 81.063 100%

Legenda

Disciplinas consideradas no estudo

Total

Professores do ensino básico 3º ciclo e ensino secundário

Código Disciplina públicoEnsino privadoEnsino

2. A necessidade do planeamento prospectivo dos recursos humanos

especializados para o ensino

O sistema responsável pela formação da grande parte de recursos humanos especializados para os diversos sectores de actividade económica é o sistema educativo nacional. Com efeito, o sistema educativo não funciona isoladamente, mas, muito pelo contrário, tem estreitas relações com todos os restantes sectores de actividade nacional, cujo perfil em grande parte determina, mas dos quais recebe fortes influências e condicionamentos (Prostes da Fonseca;1981; in: Silva et al;118). Contudo, como constata Carneiro (1988;1), dado o tipo de (...) resposta do sistema educativo, em termos de formação, ser lenta e diferida no tempo (...), para dimensionar a quantidade de recursos humanos necessários no futuro para determinado sector de actividade, é necessário que exista uma avaliação prospectiva de médio e longo prazo das tendências de evolução das necessidades desses mesmos sectores. Quando essa actividade de planeamento prospectivo não é feita, tendem a surgir disfunções entre o sistema educativo, responsável pela formação de recursos humanos, e os vários sistemas sectoriais de emprego. Essas disfunções podem acontecer tanto por excesso de recursos humanos como por défice dos mesmos.

No caso particular da formação de recursos humanos especializados para o sector da educação, a mesma está inserida no contexto geral de formação de recursos humanos em Portugal. Tal como referido, o âmbito da presente dissertação incide na formação de recursos humanos especializados para o ensino nos níveis pré-escolar, básico do 1º, 2º e 3º ciclos e ensino secundário. A formação desses recursos é da responsabilidade do ensino superior, sub sistema de formação de recursos humanos do sistema educativo. Assim sendo, e como já foi exposto no capítulo I, de uma situação, em termos de oferta de professores, caracterizada por uma grande flexibilidade até 1974, assistiu-se progressivamente ao aumento da sua rigidez. Esta transição deveu-se a um processo contínuo de formação especializada, tanto para os diversos níveis de ensino como para os vários grupos disciplinares. Uma oferta rígida de professores, gera um sistema rígido em termos da sua alocação.

Como já referimos, o crescimento do número de cursos de formação de professores acompanhou a expansão e diversificação da rede de instituições de ensino superior. Contudo, o grande crescimento ocorrido após 1974 não obedeceu à forma planeada por

ampla reforma de todo o sistema de ensino, dotada de racionalidade.

Note-se que esse processo de reforma foi quebrado com a revolução de 1974, e que desde então, as diversas reformas ocorridas no sistema educativo tiveram origem, quase sempre, em pressões de natureza política e social, e quase nunca baseadas na racionalidade e no planeamento prospectivo. A este propósito refere-se Prostes da Fonseca (1981; in: Silva et al;121) quando afirma que a expansão quantitativa do sistema de ensino (...) impôs uma ampla renovação de estruturas, de métodos e de meios, sendo que esta renovação poucas vezes se tem enquadrado em políticas educativas globais e coerentes, tendo, de preferência, sido traduzida em acções avulsas frequentemente descoordenadas e em experiências deficientemente preparadas e implementadas, sem condições de exequibilidade asseguradas à partida e insuficientemente avaliadas. Admite no entanto a

C.R.S.E. (Proposta Global de Reforma;1988;48) que as reformas educativas são processos complexos e demorados que têm o seu ritmo e as suas etapas (...) devendo ser, por conseguinte, (...) faseadas no tempo.

Em relação à sociedade portuguesa, foram essas pressões, difusas no tempo, que obrigaram sucessivamente o sistema educativo a dar resposta aos problemas que iam surgindo. Essas respostas foram dadas, não de uma forma racional e planeada como anteriormente mencionado, mas recorrendo a medidas de política educativa de curto prazo, traduzidas em numerosa legislação avulsa, desarticulada entre si e sem qualquer preocupação de planeamento de médio e longo prazo. Esperava-se, como vinha sucedendo até então, um auto ajustamento do sistema. Só que este mecanismo funcionou enquanto aquele tinha um elevado grau de flexibilidade, isto é, quando o número de professores profissionalizados no sistema era reduzido. A partir do momento em que a oferta excedeu as necessidades reais, o sistema deixou de se auto regular e entrou em ruptura.

Em termos teóricos, o processo de transição do sistema de um estado de equilíbrio para uma situação de colapso pode ser explicado pelo princípio do acelerador da teoria do comportamento do investimento. Segundo Samuelson e Nordhaus (1999;425), de acordo com este princípio, a taxa de investimento será principalmente determinada pela taxa de variação do produto. Isto é, o investimento será elevado quando o produto estiver a crescer e será menor quando o produto estiver a diminuir.

Aplicando este princípio à evolução da oferta e procura de professores do sistema de ensino nacional verificou-se que:

i. a oferta de cursos de formação de professores cresceu para dar resposta às necessidades da procura daqueles profissionais;

ii. para existir um ajustamento, e segundo este princípio, a oferta deve crescer de acordo com a taxa de crescimento da procura;

iii. a partir do momento em que a procura de professores diminuiu, a oferta deveria ter acompanhado a taxa da procura, mas tal não ocorreu;

iv. o sucedido foi que a procura diminuiu, mas a oferta manteve-se constante, gerando excessos em relação às necessidades efectivas do sistema educativo.

Portanto, o estado de ruptura em que se encontra actualmente o sistema de ensino no que se refere aos recursos humanos, foi consequência directa do tipo de orientações de política educativa encetadas desde 1974, as quais reflectem a ausência de uma cultura de planeamento generalizada a todos os sectores de actividade do País. A inexistência de um planeamento prospectivo das necessidades de formação de recursos especializados, não previu a diminuição sucessiva dos efectivos escolares em todos os níveis de ensino originada pelo fenómeno demográfico e, como consequência, foram sendo formados recursos em excesso. Esta situação gerou a disfunção hoje existente entre a procura de professores e a oferta dos mesmos.

No caso do sistema continuar com os seus próprios mecanismos de regulação, o estado de descompensação tende a agravar-se porque vão continuar a existir candidatos aos cursos de formação de professores, uma vez que as expectativas racionais por si criadas podem não corresponder à realidade. Deste modo, para que o sistema educativo se regule novamente é necessário intervir sobre ele, e a acontecer uma intervenção, esta terá que ser feita através de medidas de política educativa. Para que estas sejam eficazes, devem ser formuladas tendo por base uma estratégia racional das necessidades reais do sistema educativo relativamente à procura e oferta de recursos humanos. Para dotar a estratégia de racionalidade, é necessário que haja um planeamento prospectivo do sistema de ensino. Como refere Carneiro (1988;2), os (...) estudos sistemáticos de necessidades de mão-de-

comum no planeamento do desenvolvimento económico dos países do Leste europeu a partir da década de 30, nos países ocidentais popularizaram-se a partir da II Guerra Mundial e nos países em desenvolvimento, esta metodologia implantou-se na década de 60. De acordo com o autor (ob. cit.;2), estes estudos são ainda hoje uma prática comum (...) na generalidade dos países, visando a tentativa de descodificação do triângulo «Economia -Mercado de Trabalho – Educação».

Mesmo intervindo no sistema no sentido de o regular, é necessário ter em atenção que o seu ajustamento não se faz de forma automática, porque existe um grande desfasamento entre o início e o fim da formação de professores:

i. quando se nota o excesso, uma eventual correcção produz os primeiros resultados ao fim de cinco anos porque, entretanto, já entraram nos cursos de formação mais alunos;

ii. quando se nota um défice, o tempo mínimo necessário para se fazer sentir a correcção são cinco anos, tempo médio de formação de um novo professor.

É preciso ter igualmente em atenção, e repetindo a ideia já expressa anteriormente, que a formação de expectativas racionais por parte dos candidatos aos cursos de formação de professores não é eficaz, já que estes não têm acesso a toda a informação relativa às necessidades reais do sistema de ensino em termos de professores (Samuelson e Nordhaus;1999). No entanto, se não existir uma estratégia racional, planeada e concertada de disseminação da informação relativamente ao estado real deste mercado de emprego, corre-se o risco de ser gerado, um fenómeno de pânico por parte dos futuros candidatos aos cursos de formação de professores, que tenderiam a desviar as suas intenções de candidatura deste tipo de cursos durante um tempo difícil de estimar.

Este cenário a acontecer por um período de vários anos, seria catastrófico quer em termos de oferta de professores, cujo défice conduziria o sistema educativo para uma outra descompensação extrema, desta vez por falta de recursos humanos, quer para a própria escola nacional de formação de professores, a qual tenderia a perder todo o saber acumulado na formação de docentes.

Repetindo, o sector da educação é expectável e regulável e como tal, o planeamento tem de funcionar. Existem países onde o planeamento dos recursos humanos para o ensino é feito

com o objectivo de perceber antecipadamente eventuais desequilíbrios entre a procura e oferta de professores. A título de exemplo, referem-se três estudos recentemente levados a efeito nos Estados Unidos da América, no Canadá e na Austrália e já identificados aquando da descrição da metodologia deste trabalho.

Embora existam semelhanças metodológicas entre os referidos estudos e a presente dissertação, o contexto dos mesmos é muito diferente, porque ao contrário do problema nacional, em que a situação é de um excesso de professores, os países em questão, debatem-se com uma escassez de professores qualificados para fazer face aos respectivos efectivos escolares. Este défice é consequência de um fenómeno demográfico de envelhecimento dos professores no activo, da diminuição de alunos nos cursos de formação de professores e de docentes qualificados que optam por outra actividade que não o ensino.

Vejamos então sucintamente cada um dos estudos:

i. Estado de Idaho, Estados Unidos da América – o Idaho State Board of Education desenvolveu um modelo de previsão de procura e oferta de professores entre 2000 e 2010 para esse Estado. O modelo permitiu identificar regiões do estado com dificuldades em atrair ou manter professores qualificados, bem como identificar as questões chave para a existência de uma oferta qualificada de professores, de modo a assegurar uma procura futura;

ii. Província de Alberta, Canadá – o Advisory Committe on Future Teacher Supply and Demand in Alberta elaborou estimativas do total da procura e oferta de professores até ao ano de 2010, por grupo disciplinar e por regiões com o principal objectivo de desenhar estratégias que permitam evitar o agravamento da escassez de professores no futuro;

iii. A Austrália – O Ministerial Council on Education, Employment, Training and Youth Affairs Australiano, a partir de uma análise exaustiva do mercado de trabalho dos professores dos ensinos primário e secundário, estimou a sua evolução até 2007. À semelhança dos estudos anteriormente referidos, a Austrália debate-se com o problema de falta de professores qualificados.

Em Portugal, também existem estudos relativamente às necessidades de formação de recursos humanos especializados para o ensino. Um desses estudos, da autoria de Roberto Carneiro (Carneiro;1988), foi elaborado em 1988 e fez uma previsão até 2005 da evolução da relação entre as grandes tendências educativas e a estrutura de emprego para um conjunto abrangente de sectores de actividade. Os resultados apontavam para uma diminuição gradual da necessidade de formar recursos para a educação.

Num outro estudo da autoria do mesmo autor (Carneiro et al;2000), na parte onde é desenvolvida uma leitura quantitativa do sistema educativo, foi elaborada uma previsão das necessidades de professores até 2010, por nível de ensino e grupo disciplinar. A metodologia utilizada nesse estudo, bem como os resultados obtidos, têm grandes semelhanças com as desenvolvidas no modelo prospectivo elaborado no capítulo III desta dissertação. As previsões referenciadas no estudo do autor supra citado, em termos de excesso de professores por nível de ensino no ano lectivo de 2010/2011 encontram-se na tabela 23.

Tabela 23 – Excesso de professores no ano lectivo 2010/2011

Níveis de ensino Professores em excesso

Pré-Escolar 5.635

1º Ciclo 353

2ª Ciclo 13.127

3º Ciclo + Sec. 21.550

Fonte: adaptado de Carneiro et al;2000

Como se pode constatar, os valores obtidos apontavam já na altura para um excesso de docentes generalizado aos vários níveis de ensino e grupos disciplinares, caso o número de alunos candidatos aos cursos de formação de professores se mantivessem iguais aos do ano lectivo 1996/1997. Aparentemente estes resultados não mudaram o tipo de políticas relativamente aos numerus clausus desses cursos, nem por parte da administração central, nem por parte das próprias instituições formadoras.

Dito isto, passa-se de seguida ao terceiro e último capítulo do estudo, onde de forma detalhada se procede, em termos conceptuais, à apresentação do modelo prospectivo para o cálculo das necessidades de professores no período de 2000 a 2020.

Capítulo III

Modelo prospectivo das necessidades de professores

O principal objectivo do terceiro e último capítulo, prende-se com a elaboração e operacionalização de um modelo prospectivo das necessidades de recursos humanos por parte do sistema educativo, até ao ano de 2020, tema central da dissertação. Antes de se proceder à sua explicação, convém referir sucintamente alguns aspectos relacionados com o limite temporal do estudo, principais dificuldades encontradas e limitações do mesmo. Em primeiro lugar, a escolha do ano 2020 como limite temporal do estudo, prende-se com a perda de fiabilidade de previsões demográficas para um período superior a 20 anos, com base em dois principais motivos:

i. saldos migratórios – as previsões demográficas entram com os saldos migratórios (população aberta) e estes são altamente sensíveis a aspectos económicos, que por sua vez, são muito complexos de prever no longo prazo;

ii. taxas de natalidade – é difícil de prever o comportamento da natalidade para um período superior a uma geração.

Em segundo lugar, as dificuldades surgidas na elaboração do trabalho tiveram sobretudo a ver com as opções tomadas relativamente à evolução dos planos curriculares dos vários níveis de ensino. Embora na maior parte destes níveis existisse um documento orientador das mudanças curriculares, esse documento tinha, em muitos casos, um grande grau de liberdade em termos de opções disciplinares e cargas horárias respectivas, trazendo consequências em termos de rigor às previsões de professores por grupo disciplinar. As opções em termos de futuro foram feitas tendo sempre como base a realidade actual. Por fim, a natureza prospectiva do estudo, constitui em si mesmo um limite, uma vez que o sistema educativo é um sistema aberto e em permanente evolução. Seja como for, os

coerentes, tendo em conta o que são hoje as dinâmicas das principais variáveis que afectam o sistema.

De seguida, explica-se todo o procedimento de cálculo do respectivo modelo, sendo formulados os diversos cenários estudados, com base na variação de alguns parâmetros. Por fim, procede-se à alimentação do modelo através dos dados estatísticos coligidos e posteriormente tratados, com o objectivo de gerar resultados.