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A presente pesquisa contemplou todos os Estados brasileiros, sendo os vinte e seis (26) Estados mais o Distrito Federal, totalizando 27 (vinte e sete) entes que passaram pelo processo de análise, o que a caracterizou como um estudo censitário. Destaca-se que estudo censitário trata-se de um “procedimento que visa levantar informações padronizadas de todos os elementos do universo pesquisado” (MARQUES et al., 2006, p. 52), em vista disso, utilizam-se, ao invés de uma amostra, toda a população.

Escolheu-se estudar os Estados, principalmente pelo fato do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais virem a decretar „calamidade pública no âmbito financeiro‟, em 2016, evento que vem sendo destacado ao longo desta investigação. Além disso, outros Estados não chegaram a esse estágio, mas vêm alertando estar vivenciando momentos difíceis no que se refere às suas finanças, informação que fez com que optasse por realizar a análise de todos os entes estaduais.

Quanto à forma em que os documentos foram coletados, ocorreu por meio do site do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), o qual disponibiliza todas as documentações referentes à contabilidade, sejam de entes municipais ou estaduais. Sendo assim, os procedimentos para obter os demonstrativos, são apresentados na Figura 8. Optou-se por coletar as Demonstrações Contábeis por meio da referida plataforma, porque a ferramenta é de fácil acesso, e, mais do que isso, o site contempla todos os documentos consolidados por ano.

Em relação ao período de coleta desses demonstrativos, ocorreu entre o começo de abril e final de junho de 2017. Esse período de coleta justifica-se pelo fato do mês de abril ser o prazo limite para divulgação das demonstrações contábeis referente ao ano anterior, nesse caso, para divulgar as demonstrações de competência do ano de 2016.

Destaca-se que é possível ocorrer alguns atrasos quanto à disponibilização desses documentos no próprio site do Siconfi, e, por conta disso, foi necessário estenderem o prazo de coleta em virtude de alguns Estados ainda não apresentarem seus demonstrativos no referido site. O último Estado divulgou seus documentos apenas no final de junho, por isso, o processo de coleta documental ter acontecido entre abril e junho.

Figura 8 - Roteiro do processo de coleta dos documentos para extração dos dados

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Paralelamente, deu-se início à coleta de dados pertinentes aos indicadores ora estudados nesta pesquisa. Como o Siconfi favoreceu a obtenção dos relatórios referentes aos anos anteriores (2012 a 2015), independente do prazo para divulgação dos documentos que se

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•Após a entrada no site do Siconfi, seguiu-se para o ícone 'Consultas'. Essa opção oferece a possibilidade de ingressar em quatro itens: Consultar Finbra, Consultar Declarações, Consultar Históricos, e, Consultar Dados Gerenciais. Dentre essa gama de opções, escolheu-se 'Consultar Declarações' (segunda opção).

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•Ao escolher 'Consultar Declarações', são apresentadas duas opções: 'Siconfi' e 'Anteriores ao Siconfi'. Destaca-se que, ao optar por 'Siconfi', o site fornece documentos a partir de 2013 até o ano atual, e, ao optar por 'Anteriores ao Siconfi', ofertam-se documentos de 1998 a 2014. Como o corte deste estudo contemplou os anos de 2012-2016, utilizaram-se as duas opções, sendo 'Anteriores ao Siconfi', para obter os documentos referentes à 2012, e, 'Siconfi', para obter os documentos de 2013 à 2016.

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•Após realizar um dos procedimentos do item 2 (já que, para este estudo foram necessários empregar os dois), os próximos rituais, seguem os mesmos passos. Então, optou-se por 'Consultar Declarações', onde foi aberta uma tela na qual alguns campos eram necessários serem preenchidos para efetuar a busca dos documentos.

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•Abrindo a página 'Consultar Declarações', pedia-se para informar a 'Esfera', na qual escolheu-se a 'Estadual/Distrital'. Em sequência, informava-se o 'Ente", onde colocava-se o nome do Estado. Logo em sequência, escolhia-se o 'Poder", que, no caso desta pesquisa, optou-se pelo 'Executivo', pelo fato do estudo contemplar os governos. O quarto passo desta etapa, solicitava a informação do 'Órgão', onde era preenchido pelo 'Governo do Estado', o qual estava se fazendo a busca, pois esses processos foram feitos individualmente para cada Estado. Por fim, o ano era informado.

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•Após preencher todos esses campos, o site solicitava que fossem preenchidas as informações referentes ao código de segurança que eles forneciam na própria página. Fazendo isso, optava-se por 'Consultar'.

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•Depois do procedimento de nº 5, o site apresentava uma lista com todos os documentos disponíveis referente ao Estado o qual se fez a busca e no referido ano de competência informado, sendo a próxima etapa, fazer o download do 'Balanço Anual (DCA)', com estado atual 'Homologado', documento que fornece as demonstrações contábeis necessárias para coletar os dados demandados pelos indicadores.

tratavam do ano de 2016, enquanto esses não eram divulgados, iniciou-se à coleta de dados para os antes de 2012 a 2015. Antes disso, foi necessário analisar as nomenclaturas das contas apresentadas pelos indicadores de Wang, Dennis e Tu (2007) e confrontá-las ao plano de contas dos entes federativos do Brasil, a fim de verificar quais as contas que equivaliam aos dados requeridos por tais indicadores.

Nesse diagnóstico, observou-se que o plano de contas de 2012 e 2013 apresentaram algumas terminologias diferentes do plano de contas de 2014 a 2016, fato que motivou realizar uma descrição detalhada quanto às contas utilizadas em cada período. Então, considerando que cada indicador possui suas particularidades quanto a demanda por dados para que o mesmo seja calculado, o Quadro 9, apresenta todas as demonstrações que foram utilizadas para fins de coleta de dados essenciais a esta investigação, informando as terminologias apresentadas no índice trazido pelos autores dos indicadores e as contas equivalentes do plano de contas do setor público brasileiro. Ressalta-se que o período de coleta de dados contemplou o prazo entre abril e setembro de 2017.

Quadro 9 - Dados coletados das demonstrações

Demonstração Indicador Nomenclatura no

Índice

Dados Demandados

2012 – 2013 2014 - 2016

Balanço Patrimonial

Posição de Caixa

Caixa e Equivalentes de Caixa Disponível Caixa e Equivalentes de Caixa

Investimentos de Curto Prazo Aplicações Financeiras Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo Obrigações de Curto Prazo Passivo Financeiro Passivo Circulante

Liquidez Imediata

Caixa e Equivalentes de Caixa Disponível Caixa e Equivalentes de Caixa

Investimentos de Curto Prazo Aplicações Financeiras Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo Recebíveis Créditos em Circulação –

Disponível Créditos a Curto Prazo Obrigações de Curto Prazo Passivo Financeiro Passivo Circulante

Liquidez Corrente Ativos de Curto Prazo Ativo Financeiro Ativo Circulante Obrigações de Curto Prazo Passivo Financeiro Passivo Circulante

Ativos Líquidos

Ativos Líquidos Restritos e Não

Restritos Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido

Ativos Totais Ativo Ativo

Obrigações de Longo Prazo Obrigações de Longo Prazo Passivo Não Financeiro Passivo Não Circulante

Ativos Totais Ativo Ativo

Obrigações de Longo Prazo per

capta Obrigações de Longo Prazo Passivo Não Financeiro Passivo Não Circulante

Balanço Orçamentário

Posição Operacional Receita Total Receita Total Total Receitas

Despesa Total Despesa Total Total Geral da Despesa

Resultado da Execução Orçamentária Receita Total Receita Total Total Receitas Despesa Total Despesa Total Total Geral da Despesa Tributos per capta Receita Tributária Receita Tributária Receita Tributária

Receita per capta Total da Receita Receita Total Total Receitas

Gastos per capta Total dos Gastos Despesa Total Total Geral da Despesa Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Além da descrição apresentado no Quadro 9, é fundamental explicar o motivo de ter considerado algumas contas dos demonstrativos do setor público brasileiro, tais como a de Recebíveis (Indicador de Liquidez Imediata), Despesa Total (Indicador Posição Operacional, Resultado da Execução Orçamentária e Gastos per Capta) e Receita Total (Indicador Posição Operacional, Resultado da Execução Orçamentária e Receita per Capta).

Em relação aos Recebíveis, considerou-se a conta que representasse todos os direitos que a entidade pública tivesse a receber em curto prazo, classificada como Créditos a Curto Prazo (2012-2013) ou Créditos em Circulação – Disponível (2014-2016). De acordo com o Plano de Contas do Setor Público (PCASP), tal conta contempla “valores a receber por fornecimento de bens, serviços, créditos tributários, dívida ativa, transferências e empréstimos e financiamentos concedidos realizáveis em até 12 meses da data das demonstrações” (TESOURO NACIONAL, 2017a).

Quanto a Despesa Total ou Gasto Total, considerou-se a Despesa Empenhada, primeiro nível da despesa e se refere ao “ato emanado de autoridade competente que cria pra o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não, de implemento de condição” (TESOURO NACIONAL, 2017b), sendo assim, classifica-se como o valor do crédito orçamentário ou até mesmo adicional que é comprometido a algum consumo.

Em relação à Receita Total, considerou-se a Receita Bruta Realizada, a qual é registrada no momento em que produtos ou serviços de uma entidade é repassado para outra entidade, independente do recebimento ou não.

Salienta-se que, o indicador „Resultado da Execução Orçamentária‟, da categoria Solvência Orçamentária, demandou dados referentes ao número populacional de cada Estado, os quais foram recolhidos do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No que concerne a esse dado, o IBGE divulga apenas a estimativa do número da população do Brasil, seja separado por município, Estado, região ou do país, portanto, para fins de cálculo do indicador não foi possível empregar o número exato da população em decorrência da disponibilidade. Para coletar esses dados, seguiu-se o roteiro apresentado na Figura 9:

Figura 9 - Roteiro de acesso aos dados populacionais

Fonte: Elaborado pela autora (2018), a partir de IBGE (2017).

Após a obtenção de todos os relatórios e planilhas necessários à pesquisa, os dados demandados pelos indicadores foram coletados com o suporte da ferramenta Microsoft Excel 2010, cujo formulário encontra-se no Apêndice A, seguindo os roteiros apresentados neste subcapítulo. Em sequência, seguiu-se para o tratamento dos dados, a partir dos quais se constituiu o modelo empírico que é explorado e detalhado no próximo subcapítulo.