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7. Dark Camps of Genocide – Campos de Genocídio Negros

3.2. O Porto e Turismo

Do ponto de vista das áreas de administração turística, o Porto encontra-se integrado numa das cinco regiões turísticas do Portugal Continental, o “Turismo do Porto e Norte de Portugal, E.R.”, onde se inclui, por exemplo, Guimarães, Capital Europeia da Cultura 2012.

A Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (ERTPNP) tem várias delegações, sendo que a do Porto aposta no produto estratégico City & Short Breaks. Em parceria com o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), desenvolve diversos estudos, incluindo o do perfil dos turistas que visitam o Porto e/ou o Norte de Portugal e que deixam este destino via Aeroporto do Porto (PORTO E NORTE, 2013).

Assim, no 2º Semestre de 2013, num universo de 480 questionários, 40.6% dos turistas vieram por motivos de férias, traduzindo-se num ligeiro aumento, em período homólogo de 2012; 31.5% em negócios; 25.2% para visitar a família ou amigos e 2.7% para estudar. Relativamente aos que vieram de férias, 61.5% foi por lazer; 19 % fizeram um short-break; 11.1% pretendiam relaxar e 8.2% conhecer a região. Os números podem traduzir um universo disponível para usufruir das ofertas turísticas disponíveis.

Os turistas que vieram de férias são essencialmente mulheres (62.6%), têm entre 19 e 40 anos (65.2%), sendo a maior incidência a faixa etária entre os 31 e 40 anos com 27.7%. Vieram ao PNP pela primeira vez (74.4%), acompanhados (91.8%), pelo conjugue ou família (87.8%) A nível das habilitações académicas, 48.9% frequentou o ensino secundário e 34.6% o ensino superior, são trabalhadores por conta de outrem (66.5%) e apresentam rendimentos situados maioritariamente entre 1000 a 3000€, com uma frequência de 69.7%, representando um ligeiro aumento relativamente aos rendimentos no ano passado, em período homólogo.

52 Pernoitaram na cidade do Porto (76.4%), sendo que Gaia foi a segunda escolha com apenas 9.5%., e 8.1% dos inquiridos dormiram em ambas as cidades. O tipo de alojamento selecionado por 36.5% dos entrevistados foi o hotel, mas a procura pelos

hostels duplicou, em período homólogo ao de 2012, sendo agora de 28.8%. Registou-se

um ligeiro decréscimo da média de número de noites, relativamente ao ano passado, sendo atualmente de 2.80 noites no Grande Porto e 3.41 no Norte de Portugal.

Como referido anteriormente, o facto de no aeroporto operaram operadoras low-

cost é um fator condicionador pois 60% das viagens foram pela Ryanair contra as

21,5% pela TAP, seguido de 6.7% da Easyjet, outra operadora low-cost.

Os turistas elegeram a região do Porto e Norte de Portugal (PNP) pela sua Beleza Natural (31.1%); Preço (25.9%) e Gastronomia (25.4%), sendo o seu país de residência França (30,8%), seguido da Espanha (23.1%) e Alemanha (17.4%). A internet foi o meio mais utilizado para obterem informação (64.8%), seguido dos familiares e amigos (29.9%) e da empresa (22.6%), sendo que 88.5% efetuaram as reservas on-line.

A gastronomia, fazer compras, desfrutar da paisagem, comprar artesanato e visitar monumentos foram as principais atividades efetuadas com resultados de 86.5%; 75.5%, 70.8%, 51.6% e 44.3% respetivamente.

Estes turistas, numa escala de 1 a 7 pontos, estão satisfeitos com a visita (6.29), o que se traduziu num ligeiro aumento relativamente ao ano passado, e apesar de pretenderem recomendar (5.56) e regressar (4.49), houve um ligeiro decréscimo nestas duas intenções.

Considerado o Melhor Destino Europeu 2013, pela Lonely Planet (P3, 2013), o Porto reúne características distintivas que o tornam desejável para ser visitado. Capital Europeia da Cultura em 2001 e Património Mundial da Humanidade desde 1996, esta cidade aposta na Cultura e Lazer, Património, Arquitetura, Gastronomia e Vinho, Animação noturna e Espaços Verdes (PORTO TURISMO, 2013).

Assim, em seguimento do produto estratégico que se pretende desenvolver: City & Short Breaks, a cidade pretende transmitir energia e vitalidade através de criação de várias opções para que o turista encontre o que precise e que goste. Desde cruzeiros de barco no Rio Douro, até circuitos de autocarros, passeios de helicóptero, segway, bicicleta, vespa, elétrico, Tuk Tuk ou Minitrem, podendo usufruir também da paisagem

53 que é possível ver através do funicular ou teleférico, ou optando pelas sugestões de percursos pedonais, de maneira a que o turista seja tentado a prolongar a sua estadia (PORTO TOURS, 2013).

Relativamente aos percursos e roteiros pedonais, o Turismo do Porto sugere os seguintes (VISIT PORTO TRAVEL, 2013b): New York Times sugere; Parques e Jardins; Páscoa: o Porto em 2 dias; Património Mundial; Porto Azulejos; Porto Barroco, Porto Neoclássico; Rota Urbana do Vinho.

Constata-se que apesar de os cemitérios municipais do Porto estarem inseridos na Rota Europeia dos Cemitérios mais Significativos, o sítio eletrónico oficial do Turismo do Porto não apresenta uma proposta para que os visitem. Só após uma pesquisa pela palavra “cemitério” é que encontraremos referência à história dos cemitérios de Agramonte, Prado do Repouso, Ingleses, da Lapa e sua igreja. Além disto, tem a informação de duas atividades já decorridas: o convite para se visitar no dia 1 de novembro, dia de Todos os Santos e o de em março, o Porto voltar a ser a “Cidade das Camélias”(VISIT PORTO TRAVEL, 2013b), sugerindo uma rota que segue quase todos os jardins e espaços verdes da cidade, em espaços públicos, nos cemitérios, nas casas particulares.

Assim, para que encontremos alguma referência à Rota Europeia dos Cemitérios mais Significativos, o turista tem que recorrer ao sítio eletrónico da Câmara Municipal do Porto e ao do Departamento do Ambiente, na Higiene Pública, que aborda o Ciclo Cultura dos Cemitérios Municipais, permitindo fazer o download do mapa e história dos Cemitérios Agramonte e Prado do Repouso (CMP, 2007).

No entanto, o Porto oferece muito mais do que os cemitérios municipais e apesar de já existir um “Guia dos Cemitérios do Porto”, os 5.000 exemplares já desapareceram dos Postos de Turismo, estando só acessível nas bibliotecas ou noutros espaços, apenas disponíveis para consulta ou para serem fotocopiados. Este guia foi concebido pelo Prof. Doutor. Francisco Queiroz para a Câmara Municipal do Porto, em 2000. As suas 21 páginas, em formado A5, estão divididas nos seguintes capítulos: “Um pouco de História”, onde além da história, aborda a importância histórica e artística dos cemitérios e “Roteiro para uma visita”. Nesta última parte é feita uma breve descrição dos Cemitérios dos Ingleses, Catacumbas de S. Francisco, Cemitério da Lapa,

54 destacando os monumentos de valor histórico e artístico do cemitério Prado do Repouso e Agramonte.

Devido ao facto de não existirem exemplares disponíveis para ceder, a Eng.ª Arnaldina Riesenberger concede o guia, a quem a contactar, gratuitamente, em formato

pdf. Contudo, não é prático para os turistas que pretendem ficar com um exemplar.

Claramente não poderá ser expectável que um turista se desloque a uma biblioteca para ter acesso ao guia, ou que contacte a Engª. Arnaldina Riesenberger, por isso tem-se que criar condições para que os cemitérios estejam acessíveis de uma forma simples e prática e assim suscite um maior interesse em visitá-los.

Atualmente, além o sitio electrónico da Câmara Municipal do Porto, os Postos do Turismo da cidade disponibilizam gratuitamente um Mapa Turístico Oficial onde os cemitérios surgem identificados mas não destacados, no verso do mapa, como locais a serem visitados. Para além do mapa, só no Porto de Turismo da Avenida dos Aliados é que é permitido os turistas terem acesso a um Mapa Turístico Interativo, onde selecionam o que pretendem ver e podem ler uma breve descrição sobre o local/monumento, estando disponível informação sobre os cemitérios11.

11 No entanto, a Sra. Aurora, funcionária neste posto de turismo informou-nos que poucos turistas estrangeiros perguntam pelos cemitérios do Porto, sendo cerca de 30 a 40 anuais. O que significa que se trata de um nicho de mercado a explorar.

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4. As Características Turísticas dos Cemitérios mais importantes do

Porto

O contacto com os cemitérios fez-se em forma de visita, que foi guiada, em cada um dos cemitérios, pelas vozes que funcionaram como fontes orais (ver ponto relativo á metodologia), com a exceção do Cemitério Catacumbal da Igreja Monumento S. Francisco que por se encontrar desativado (ou seja, porque não recebe mais enterramentos), já está direcionado completamente para o turismo.