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4. DEFESA EUROPEIA POLÍTICAS DE DEFESA EM PORTUGAL

4.2. Portugal na PESD/PCSD

Portugal, consciente de que a segurança nacional depende da estabilidade política do continente europeu, adopta uma atitude em favor do reforço da PESC e da Política de defesa

129 Orçamento do Estado para 2010 - Relatório. Ministério das Finanças e da Administração Pública, Janeiro 2010, in http://www.mdn.gov.pt/NR/rdonlyres/E4C2BF4C-A9E1-4E1F-AF86-7935A5F8B0C8/0/Nota_Explicativa_ODN2010.pdf,

consultado em 23/05/2010;23h.

130 TEIXEIRA, Nuno Severiano 2009. Que visão para a Defesa? Portugal-Europa-NATO – Que visão para a Defesa? Desafios

que se colocam a Portugal. Revista Nação e Defesa, Outono Inverno, nº124, 4ª série, p.17 e segs.

131 Idem, p.18.

132 Idem,Ibidem.

europeia134. Portugal tem estado presente desde a primeira hora na formulação da PESC e da PESD, tendo participado em todas as missões militares da UE, e tem estado presente em todos os passos do desenvolvimento das capacidades militares da UE (Teixeira, 2009;61).

Actualmente, para além das missões de apoio às populações, a prioridade das missões desempenhadas pelas Forças Armadas são as que visam satisfazer os compromissos políticos internacionais, i.e. missões internacionais de natureza militar, inseridas no sistema de defesa colectiva da NATO e da PESD, e missões internacionais de apoio à política externa, de gestão de crises, de natureza humanitária e de manutenção de paz.

A figura seguinte fornece-nos os dados relativos ao número de militares Portugueses destacados para missões internacionais da UE de 2005 a 2009.

Fig.4 - Forças Nacionais destacadas no âmbito das missões da UE de 2005 a 2009 (números

até Julho de 2009).

Fonte: Teixeira, Nuno Severiano, 2009. “Contributos para uma Política de Defesa” Anexo II, p.IX, Ministério da Defesa Nacional, Lisboa.

A figura 4 permite-nos constatar que de 2005 a 2009 foram destacados cerca de 608 militares portugueses para as várias missões da UE.

Portugal é membro da UE desde 1986 e participa, actualmente, nas seguintes missões PESD: • Operação ALTHEA (Bósnia-Herzegovina)

134 Retirado do site oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros in http://www.mne.gov.pt/mne/pt/infopolitica/ue/peuropeias/,

• EUPM (Bósnia-Herzegovina)

• EUPT & Futura missão PESD Kosovo • EU BAM Rafah

• EUPOL RD Congo • EUSEC RD Congo

• Apoio à missão da UA no Sudão (Darfur) AMIS II

Para além das missões da UE, Portugal tem enviado militares para missões internacionais desenvolvidas sob a égide de várias organizações das quais Portugal faz parte, tais como a NATO, e a ONU. A figura seguinte mostra-nos as missões em que Portugal participa actualmente:

Fig.5 – A actual participação Portuguesa em missões internacionais.

Fonte: Estado Maior General das Forças Armadas - http://www.emgfa.pt/documents/916rm84g0kc5.png

Ao analisarmos a figura 5, podemos constatar que é no âmbito da NATO que Portugal tem enviado mais militares para as missões internacionais, tendo actualmente cerca de 524 militares destacados. Nas missões da ONU estão actualmente destacados 151 militares. E nas missões da UE estão 57 militares destacados.

De acordo com Paulo Pinheiro, Portugal é um país exemplar para avançar na linha da frente das cooperações estruturadas permanentes previstas no Tratado de Lisboa, pois já alcançou os níveis de ambição da PESD, importa salientar os seguintes critérios ou indicadores a que Portugal responde satisfatoriamente135:

• A percentagem na participação das missões PESD.

• O nível de «participação ou extensão geográfica» (tanto mais importante quanto a UE pretende ser um actor ou exportador global de paz e estabilidade).

• O tipo de missões e grau de complexidade e risco.

• Os meios disponíveis e levados para o teatro de operações. Apesar das limitações, sobejamente conhecidas, Portugal tem vindo a demonstrar o seu empenho e capacidade de resposta quando especificamente solicitado a contribuir para os críticos meios aéreos de transporte táctico (C-130 no Congo e no Chade).

• As condições de operacionalidade e interoperabilidade.

• As capacidades de planeamento conjunto. Portugal, neste domínio, tem ampla experiência na articulação com a UE, com a NATO e com a ONU.

• O impacto no terreno (incluindo nas populações). É ponto comum o enorme e positivo impacto da participação portuguesa em todos os teatros de operações.

• A capacidade de acção combinada e conjunta e a articulação com parceiros estratégicos. • A modernização de equipamentos, a reorganização de estruturas políticas e de comando

operacional.

• A participação em cooperação (estruturada permanente) quanto à participação/desenvolvimento de forças multinacionais.

• A percentagem das despesas da Defesa no PIB.

• As iniciativas inovadoras de financiamento da contribuição nacional em missões internacionais. • A participação nas forças de reacção rápida e preenchimento de quotas de forças em reserva. • A participação nos programas e projectos da Agência Europeia de Defesa - European Defense

Agency (EDA).

• A participação em sistemas de cooperação internacional de transporte estratégico.

135 Pinheiro, Paulo Vizeu, 2008. “Portugal e a Defesa Europeia”. Relações Internacionais, Dez. 2008, no.20, p.145-151, in http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/ri/n20/n20a12.pdf , consultado em 06/04/2009;18h.

Apesar das evoluções há ainda tarefas por realizar quer a nível nacional, quer a nível europeu, onde importa harmonizar as políticas económicas e sociais com a política de defesa europeia. O programa do actual governo no quadro da integração europeia entende que “com a perspectiva da entrada em vigor do Tratado de Lisboa dar-se-á uma importante alteração institucional nas áreas da PESC e da PESD. Portugal deve estar na linha da frente do aprofundamento daquelas políticas”136. Segundo Nuno Severiano Teixeira “os custos com as missões PESD, civis e militares, devem ser assumidos pelos Estados Membros, da mesma forma que o são as responsabilidades na produção da segurança internacional” (Teixeira, 2009;235). Roy H. Ginsberg refere que “a UE deve ver a segurança/defesa como um investimento e não como uma despesa”137 pois a estabilidade política e o desenvolvimento económico da UE, dependem da manutenção da segurança e defesa dentro e fora das sua fronteiras.

4.3. A Força Militar Comum Europeia e as alterações na Política de Defesa Nacional em