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3 AS NARRATIVAS DE HISTÓRIA DE VIDA DE

3.6 Posicionamento atual frente ao uso de drogas e comunidades

3.6.1 Francisco

Será que não é possível produzir cuidado, produzir saúde de outras formas, menos iatrogênicas, com menos efeitos colaterais (...)?

Francisco

Francisco hoje se dedica aos estudos das teorias e práticas sobre a temática do uso de drogas e da redução de danos. Desenvolveu uma extensa trajetória neste sentido e se vê comprometido com os rumos que essas ações têm tomado ultimamente no país.

Em suas análises quanto às CT’s, primeiramente, relata que as vislumbrava como uma das formas possíveis de tratamento, e que não conseguia enxergar problema nenhum quanto às mesmas em um dado momento de sua vida. Porém, já via na redução de danos uma prática mais potente em relação às pessoas que não chegavam nas CT’s, que ainda estavam em situação de rua, por exemplo. Tenta manter, por conseguinte, uma análise crítica acerca das formas de assistência aos usuários de drogas, desenvolvendo uma visão bem própria acerca dos impactos quantos às formas de tratamento realizados nas CT’s. Em um segundo momento, embora continue a considerar a importância de tais instituições em seus processos de tratamento, passa a fazer uma série de críticas a esses modelos, pois considera que havia outras possibilidades mais interessantes e que teriam menos efeitos colaterais que este tipo de abordagem, a qual passou a considerar desenvolver uma forma de cuidado iatrogênica.

Sobre isto, discorre sobre sua crítica atual relativa aos modelos de cuidado embasados pela abstinência:

É um modelo que ajuda muito a gente, ele é importante. Eu não acredito que a abstinência não seja um caminho importante, acho que pra muita gente essa abstinência, ou pra sempre ou por muito tempo ou por algum tempo, eu acho que ela é importante pra muita gente. Pra mim foi super importante, eu ter mantido uma abstinência de mais de cinco anos, pra mim foi muito importante. Hã... mas, assim, a que preço? Sabe, a que preço? Será que esse preço vale a pena? Será que não é possível produzir cuidado, produzir saúde de outras formas, menos iatrogências, com menos efeitos colaterais, menos, né? (...) Acho que ela [comunidade terapêutica] pode produzir uma abstinência desejada pra muitas pessoas, mas junto com a abstinência tem uma série de outras coisas sendo produzidas aí. E... e é isso, coisa objetivas e coisas, às vezes, muito sutis, assim. Muito sutis nesse modelo de tratamento, que é muito violento, é muito violento.

Como podemos ver, Francisco tem atualmente uma forma muito própria de olhar as CT’s e suas práticas, unindo os vários processos experienciados ao longo de sua vida para construir uma postura quanto ao tema das drogas. Embora critique as formas de cuidado, considerando-as iatrogênicas e violentas, olha também de modo questionador a crítica que hoje se faz quanto às CT’s.

Eu acho que a crítica hegemônica que se faz, é muito mal feita. Eu acho que ela é muito tosca, e eu acho que ela me parece ser feita por pessoas que são militantes históricos importantíssimos, maravilhosos, da luta antimanicomial, mas que conhecem um pouco do universo AD, sabe? E aí tentam reproduzir, tentam impingir à comunidade terapêutica os pecados do manicômio, quando na verdade é de outra coisa que a gente tá falando. Eu não acho que um investimento pesado em comunidade terapêutica seja um retorno ao manicômio, eu acho que é outra coisa. Existem muitas diferenças brutais entre uma comunidade terapêutica e um manicômio. Que muitos experimentam dizer que é simplesmente uma replicação do modelo de manicômio. Não, é muito diferente, muito diferente. Já começa pelo fato de que ninguém fica 40 anos numa comunidade terapêutica. Aliás, ninguém fica nem mesmo dois anos numa comunidade terapêutica. Só isso já é uma diferença brutal, mas muitos experimentariam dizer que a gente tá falando da mesma coisa, né? O fato de que a imensa maioria das comunidades terapêuticas nem mesmo, aliás até, de modo muitas vezes equilibrado, a imensa maioria das comunidades terapêuticas sequer admite o uso de qualquer forma de medicamente lá dentro, né? Quando, quando a gente sabe que no modelo manicomial há um abuso do medicamento. (...) Então, e eventualmente, quando eu digo isso pros

companheiros da luta, a galera diz “ah, então você tá defendendo essa ideia?”, e eu digo, “não, eu não tô defendendo isso aqui, eu só tô dizendo que é preciso qualificar a crítica”, né? É preciso qualificar a crítica. Por exemplo,

eu, eu tenho mais simpatia com alguém que diz a comunidade terapêutica é um retorno ao leprosário (risos), do que alguém que diz que é um retorno ao manicômio. Eu acho que a comunidade terapêutica é mais parecida com um leprosário do que com um manicômio (risos), né? Até por essa ênfase no discurso religioso, pelo não uso de medicamento.

Embora em tantos momentos desse estudo tenhamos evidenciado práticas violentas e opressoras, Francisco e Antônio nos permitem ampliar nosso olhar para

vermos a dimensão positiva das CT’s. Contudo, para além de um julgamento moral sobre se a assistência oferecida por elas é boa ou ruim, queremos frisar, mais uma vez, sobre os efeitos destas instituições na vida dos sujeitos. Nossos dois participantes da pesquisa relatam muito bem o fato de que não há como fazer uma avaliação de forma absoluta sobre as CT’s. Pelo contrário, mostram-nos que é somente experienciando esses processos que podemos perceber suas reais nuances, seus principais mecanismos de funcionamento e influências externas, e a partir disso promover as mudanças necessárias.

Como uma importante conclusão a partir de sua experiência com o uso de drogas e formas de cuidado, Francisco relata:

Porque, uma das coisas que eu acho mais triste, cara, na ciência que se debruça sobre o tema álcool e drogas, há muita produção científica triste, feia, mas talvez nada seja, pra mim, por tudo isso, né, que a gente tá compartilhando aqui, talvez por tudo isso, não existe nenhuma produção científica que eu considere mais feia e mais iatrogência quanto os famigerados estudos em torno do perfil do usuário de drogas. Ora, perfil! Isso não existe, cara! Isso não existe. Não existe perfil do usuário de drogas, não existe o (enfatiza) modelo de tratamento, não tem. Somos seres humanos tão diferentes uns dos outros e o tipo de caminho terapêutico que a gente vai ter que construir em encontro com essas pessoas também vai ter que ser tão diferente, né? Como não essa, talvez essa seja hoje a maior crítica que eu faço ao modelo de tratamento da comunidade terapêutica. Porque essa estrutura, ela não comporta essa diversidade, ela não comporta esse encontro, isso que nós chamamos de projeto terapêutico singular, né? É impossível produzir projeto terapêutico singular numa comunidade terapêutica, não tem como. Por mais cheia de boas intenções que ela... E eu tenho certeza que grande parte delas são, e por isso eu não concordo com o jeito de criticar da galera antimanicomial, que critica como se todos fossem malvados, politiqueiros, evangélicos, a bancada do mal, não é assim, não é assim. Mas é isso, por mais boas intenções que grande parte dessas instituições tenha, eles não conseguem alcançar essa dimensão da individualidade, da singularidade. Não tem, é impossível. A instituição, ela é violenta demais pra comportar algo tão delicado como a singularidade.

Francisco defende a ideia de que não temos como papel fazer alguém parar de usar drogas: somos muito complexos, muito singulares, e, ao mesmo tempo, muito diferentes para determinarmos modelos estáticos de tratamento e acharmos darão conta de vislumbrar todas as necessidades de um sujeito, por exemplo, através da abstinência. Para Francisco:

(...) a nossa tarefa não é fazer a pessoa parar de usar. A nossa tarefa é cuidar das pessoas enquanto elas não param e, quem sabe, quem sabe, contribuir pra que algum desses encontros significativos possam acontecer, enfim. Ajudar a ampliar esse repertório de encontros pra que essa pessoa possa ter um desses encontros, com o trabalho, com o amor, com a vida, com a arte, com sei lá o que. Porque a gente nunca sabe o que vai ser, né? (...) Então, o nosso trabalho

enquanto cuidadores é esse, cuidar das pessoas enquanto elas não param e ajudar as pessoas a ter maior possibilidade, maior repertório possível de encontros, né? Quanto mais encontros elas tiverem, maior o risco de algo bacana acontecer nesses encontros, de alguém, algum insight... Acho que é isso.

Próximo ao que explanamos antes com Žižek (2010), Francisco nos traz a ideia de abertura ao outro, mesmo que esse produza estranhamento, mesmo que esse não me permita – e nunca vai permitir – ter total controle sobre sua vida, pois é a partir disto que produzimos uma ambiente propício às metamorfoses, propício à vida. O cuidado, nesses termos, estaria próximo a esta perspectiva que direciona minimamente a experiência humana, promovendo possibilidades de transformação e permitindo a luta por emancipação, a luta pela autonomia de se fazer escolhas de uma forma mais livre.

3.6.2 Antônio

...essa questão de regras, eu não sei lidar muito com isso, eu não sei muito lidar... Hoje, eu dou as regras, aqui dentro, né?

Antônio

Antônio, atualmente, apresenta-se como um dependente químico em recuperação, identidade continuamente resposta: “E hoje eu sou, também dependente químico em recuperação, fazem doze anos e alguns dia que eu não uso drogas”. Vemos, mais uma

vez, a proximidade do conceito de mesmice em Ciampa (1987/2005). Antônio repõe esta identidade, que podemos considerar ou como uma busca consciente por estabilidade ou como compulsão inconsciente à repetição. Interessante se faz o fato da segunda parte de sua fala “fazem doze anos e alguns dia que eu não uso drogas”. Isso nos remete a uma

passagem ainda em Ciampa (1987/2005, p. 138):

A manifestação do ser é sempre uma atividade (...). O que pode ser percebido é que qualquer predicação é predicação de uma atividade anterior, genericamente, de uma presentificação do ser. Nossa linguagem quotidiana tem dificuldades de falar do ser como atividade – como acontecer, como suceder. Acabamos por usar substantivos que criam a ilusão de uma substância de que o indivíduo seria dotado, substância que se expressaria através dele. (...) Pelo fato já mencionado de interiorizarmos o que é predicado, a atividade coisifica-se sob forma de uma personagem que subsiste independentemente da atividade que a engendrou e que a deveria sustentar (Severino é lavrador mas já não lavra).

Antônio não usa mais drogas, há doze anos e alguns dias. Mesmo assim, ele ainda é um dependente químico. A predicação do que um dia foi, no passado, mantém-se, e o encarcera na eminência de, a qualquer momento, poder migrar de dependente químico em recuperação a dependente químico. Pois, como já havíamos visto antes, há uma série de reações químicas no organismo que podem provocar uma reação irrefreável em busca do uso abusivo de substâncias psicoativas, assim como informou Francisco ao lama budista. Antônio ainda reforça: “Então, era do jeito que contaram pra mim, que eu tenho uma doença progressiva, incurável e fatal, em todas as áreas da minha vida”.

Isso passa a ser o que o constitui. E não só a ele, mas também aqueles outros que também fazem ou já fizeram uso de algum tipo de substância psicoativa. Efeitos em sua vida se impõe diante disso, de forma geral. Quanto à vida profissional, ele relata:

Tem as teorias que falam sobre a questão de dependência química, tem uma delas que eu gosto e vejo ela aqui dentro [da sua comunidade terapêutica] , que tenta explicar da seguinte forma o abuso de drogas, ele usa até esse termo. O abusador, ou o dependente, de drogas, ele, usa por três motivos, a partir dele: ou ele usa por imaturidade, ou por morbidade psiquiátrica, ou por não saber lidar com a substância. As co-morbidades mais comuns e sabidas, relacionadas ao uso, que é abuso de drogas e álcool, são as ansiedades, os transtornos ansiosos, e os transtornos psicóticos. Os transtornos ansiosos, é muito comum, porque, é, comum a pessoa tomar uma cervejinha ou algo

parecido. Então, “eu vou tomar uma Smirnoff que eu crio coragem pra chegar naquela menina”. Então, há um nível de ansiedade, onde as pessoas vão se

automedicar, com a bebida, pra poder quebrar esse medo de estar nesse local, essa inadequação social, gerada pela ansiedade. (...) E o pessoal que, transtornos psicóticos, que tão fora da realidade, né? Vamos dizer assim. E os imaturos. Os imaturos, eles estariam enquadrados, hoje, na questão do... eles não sabem lidar com as emoções. Eles são analfa betos emocionais, eles são, eles não evoluíram. Eles tão com raiva, eu fico com raiva e eu vou usar droga, porque eu não sei lidar com a emoção raiva. Eu não sei lidar com a emoção perda e vou beber. (...) E quem não sabe lidar com a substância. E o que nã o sabe lidar com a substância é o adicto, que é a doença progressiva, incurável e fatal. Afeta todas as áreas da minha vida. O uso compulsivo, tudo o que eu fizer compulsivo vai afetar outra coisa, né? Vamos dizer assim. (...) Então, todos eles têm dificuldade com a substância, que tem pessoas que são ansiosas, mas não conseguem beber. Tem pessoas que são ansiosas e não conseguem cheirar cocaína, não conseguem fumar maconha. Então não vão chegar a isso, porque não conseguem lidar com o proibido também. Pessoas que são psicóticas e também não sabem lidar com essas coisas. Mas, se a substância entrar na pessoa e ela sentir prazer, e entrar no sistema de promessa de recompensa, começa a ficar muito prazeroso o uso de drogas. Prazeroso no sistema de recompensa, não no corpo, não no que acontece ao redor. Nas perdas sociais, perdas sócio familiares, vamos usar esses termos.

Além disto, os dependentes químicos, usuários de drogas, abusadores, também recebem ainda outra conotação

(...) quando se pega, o... o dicionário, e vê o que é que é adicto, a tradução lá

vem do latim ‘escravo’. Sendo que o adicto, que é traduzido pro livro de NA,

é o adicto do inglês americano, e no inglês americano, adicto é um viciado. (...) não sei como é o sentido na cultura americana, mas na cultura brasileira isso veio numa forma diferente, eles colocam essas questão de escravo. (...) Aí como eu tenho essa, a visão de psicólogo, essa questão de epistemologia, vamo no fundo da raiz, vamo ver a questão da cultura, a palavra tem vida, isso modifica, pá, pá, pá. E eu fico mexendo, mexendo, até ter essa minha concepção que o adicto é um viciado em droga, ou como eles gostam de chamar, um drogadicto, viciado em droga, é o nome mais adequado. E aqui é o nome mais adeq... que eles gostam de utilizar lá nos Estados Unidos, também. Então como é uma coisa que veio da cultura americana, o NA foi criado em, lá nos Estados Unidos, então a tradução é mesmo dessa forma, bem, assim, desse jeito.

Antônio constrói uma noção bem ligada às teorias preventivista e proibicionistas quanto ao uso de drogas, perspectiva que nos parece ter sido influenciada enormemente por sua trajetória de vida quanto às internações e a forma de lidar com as drogas que as pessoas mais próximas a ele tinham. Assume essa perspectiva, e passa a reproduzi-la. De certa forma, tem seus ganhos quanto a isso, pois é assim que trabalha e cuida daqueles que procuram pela assistência de sua instituição. Porém, o que colocamos de questionamento é que Antônio parece impor os mesmos modelos que antes o impuseram, e que em tantos momentos o fizeram sofrer. Como já comentamos antes, era sempre questionado, e diante de tanto “cuidados confrontativos”, adaptou-se à essa sistemática e conseguiu reproduzi-la bem em suas práticas. Por exemplo, temos o seguinte relato de Antônio:

(...) teve um momento que eu me mostrei bastante rebelde, que hoje eu sei que é rebeldia, na época eu não sabia que era. Colocar assim, que hoje eu, que nem eu tava lhe dizendo, eu consigo colocar o nome dos processos. Eu não tinha que cuidar do sítio? Eu não tinha que cumprir os horários? E tudo. E aí, acabava indo, mas eu não, eu me recusei a fazer a barba. E eles começaram

a encher meu saco: “Você tem que fazer a barba, você tem que fazer a barba”. E eu: “Não, eu não quero fazer a barba, quem manda na minha barba é eu, não é vocês”. “Aqui você tem que cumprir o que a gente manda”. “Tá certo, mas menos a barba”. Eu fiquei umas três semanas sem, sem fazer a barba. (...)

E hoje aqui, quando tem um barbado, ou é pra isso, ou é pra fazer cena que tá

sendo mal cuidado, pra poder sair da clínica, pra pedir: “Olha, como eu estou! Nem barba eu faço”. Aí tem, tem o pessoal que, por acaso, a gente sabe

que ele é barbado mesmo, sempre tem, aí eles podem andar com barba. Quem não é, aí a gente faz de uma forma pra que ele, conversa com ele pra que possa, fazer a barba.

Em outro momento, Antônio havia nos mostrado que entendia ser as imposições aos sujeitos nesta instituições muitas, e que priorizava respeitá-los em alguns momentos. Porém, nesse momento, como ele mesmo coloca, quem dá as ordens é ele. E como é

psicólogo, ou seja, tem perícia técnica e teórica de prever comportamentos, analisa rapidamente quais são os motivos de um sujeito tomar certas atitudes e logo trata de dar conta destas no sentido de manter controle das situações. Como ele mesmo nos informa:

Mas eu já vi, já vi pessoas que escrevem pra, pra ver essas questões, os padrões de comportamento. Como eu já sou, posso dizer, vou usar o termo, treinado, por exemplo, vou conversar com a pessoa sobre questões dela, assim, eu vejo os padrões muito rápido. O meu trabalho é verificar isso como

clínico, e as pessoas, e eles aqui dentro gostam de perguntar muito, “qual é o meu padrão?”, “por que que eu uso droga?”, “e por onde que eu começo? Por onde é que eu não começo?”, “como é que foi isso? Como é que foi aquilo?”. Então, de tanto fazer isso, eu consigo ver isso com muita clareza,

muito rápido. Nem eu imaginaria que eu conseguiria fazer isso tão rápido, e com tanta precisão. Porque, quando se entra no curso, diz lá que é possível

mensurar e prever comportamento, né? “Mas, isso, isso aqui, isso aqui... Como é que eu vou prever comportamento?”, tá escrito lá, e eu “mas isso não acontece, não. Tem nem perigo!”. Acontece sim, acontece sim, eu faço tudo

isso em prevenção de recaída.

Essa é a perspectiva atual de Antônio, que entendemos estar fortemente atravessado por suas experiências. Hoje em dia, coloca-se como exemplo para outros sujeitos que passam por situações parecidas, relatando sua história quando vê ser oportuno, principalmente quando isso acontece no ambiente profissional, na sua comunidade terapêutica. Comenta, também que trabalha com a perspectiva de internação involuntária: “Por exemplo, aqui, o pessoal é indignado, mas, aqui é involuntário e eu não prometi nada. E eu não prometo lembrando o que falavam comigo”. Atualmente, ele

é quem dá as regras, e estipula qual é a melhor forma de cuidado para os usuários de drogas, assim como antes fizeram com ele.