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COM A INCLUSÃO DOS RECURSOS DO PRÉ-SAL

Historicamente, o aumento da demanda mundial por petróleo constitui produto do crescimento econômico das nações, uma vez que a energia representa o insumo- motor de indispensável suporte para a produção. Com o desenvolvimento tecnológico industrial das nações capitalistas, empreendeu-se o aumento exponencial da demanda pelo “ouro negro”, cuja função ganhou cada vez mais importância e difusão pelo mundo, tornando-se uma das commodities mais valorizadas tanto a nível local quanto internacional.

Devido a essa importância econômica, o acesso às reservas de hidrocarbonetos tem constituído objeto de inúmeros conflitos geopolíticos pelo mundo122, à medida que se observa o caráter indiscutivelmente estratégico que o petróleo adquiriu para o desenvolvimento das nações. Nesse sentido, vislumbra-se que a engenharia política atrelada ao mercado do petróleo traz consigo elementos que vão muito além do segmento industrial, produzindo reflexos inclusive sobre a soberania das nações, constituindo forte mecanismo de prosperidade na definição da política econômica e da influência externa dos Estados. Diante do cenário de intensa competição entre os

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Na Segunda Guerra Mundial, a lógica econômica militar em torno do petróleo se mostrou decisiva no deslinde do conflito. Naquele contexto, os países detentores do controle das fontes estáveis para o abastecimento de óleo passaram a ter vantagens no deslocamento das tropas militares por meio de veículos terrestres, navios e aviões. Em vista da abundância de petróleo nos Estados Unidos e a União Soviética à época, garantiu-se o abastecimento do combustível, conduzindo os países aliados à vitória no conflito. Noutro giro, havia relativa escassez no grupo de países formadores do Eixo, liderados pela Itália, pelo Japão e pela Alemanha, cujas máquinas de guerra encontraram-se freadas pela dependência da importação do hidrocarboneto. (TORRES FILHO, Ermani. O Papel do Petróleo na Geopolítica Americana. In: FIORI, José Luis. (org) O Poder Americano. Petrópolis: Vozes, 2004. p.15)

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sistemas de produção, as reservas de petróleo também contribuem diretamente para a definição do protagonismo no domínio econômico e influência política dos países na formação dos blocos econômicos e na expansão dos respectivos mercados financeiros, característicos do processo de globalização hodierno.

Em virtude da tendência visualizada no mercado mundial, as nações buscam cada vez mais a obtenção do maior aproveitamento dos recursos energéticos situados em seus respectivos territórios. Nesse trilho, Brasil, China, Rússia, Noruega, Venezuela, México, Argélia e outros importantes países produtores localizados no Golfo Pérsico, a despeito da forte participação empresarial do capital privado na composição das empresas de maior destaque em seus respectivos territórios, detêm o controle sobre suas jazidas.

No âmbito privado, a ocorrência de diversas fusões de empresas petrolíferas, as denominadas Oil Companies (OC’s), promoveu significativas mudanças no panorama internacional, produzindo reflexos inclusive sobre empresas estatais, a exemplo das norueguesas Staroil e Norsk Hydro, que, buscando adquirir maior grau de competitividade no segmento, somaram-se, resultando na origem à StatoilHydro, grande empresa atuante no Mercado de petróleo e gás a nível global123.

Diante desse prisma, em 1997, o Brasil optou por flexibilizar o modelo de monopólio na Indústria do Petróleo, fazendo com que, a partir de então, a Petrobrás atuasse em regime de concorrência com empresas privadas nacionais e estrangeiras, que passaram a operar mediante a celebração de contratos de concessão, através dos quais se empreendia a delegação da prestação dos serviços de Exploração e Produção de petróleo e gás. Com a abertura do Mercado, a Petrobrás adotou nova postura competitiva, fator que conduziu à internacionalização de suas atividades, ensejando correlatamente a diversificação e integração da companhia, que passou a atuar em outros ramos da produção energética, como o de biocombustíveis e energias renováveis.

De maneira geral, o panorama vislumbrado no ano 2000 demonstrou que o petróleo permaneceria fixado como commodity política, desempenhando importância central no campo das economias capitalistas. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, desencadeou-se o processo de instabilidade política a nível global, aspecto que

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Disponível em:

http://www.statoil.com/brazil/pt/Pages/default.aspx?redirectShortUrl=http%3a%2f%2fwww.statoil.com% 2fbrazil, Acesso em 18, nov, 2014.

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contribuiu significativamente para a ocorrência de forte alta no preço do barril de petróleo, que, somada à especulação financeira, atingiu o patamar de US$ 140,00 (cento e quarenta dólares) em 2008, aumentando a margem de desigualdade entre os países produtores de petróleo e os países meramente importadores do hidrocarboneto124.

Após a observância do gráfico abaixo, no qual se analisa a evolução do preço- médio do barril de petróleo no cenário econômico internacional entre os anos de 1970 e 2013, percebe-se que as volatilidades dos preços da commodity e do mercado financeiro andam próximas, influenciando-se reflexamente.

Figura 1: Ascenção do preço-médio anual do barril de petróleo no cenário econômico mundial (1970/2013)

Fontes: Brain & Company, BP Statistical e American Bureau of Labor Statistics125

Levando em conta a força política e econômica da segurança energética no atual panorama global, pode-se inferir que países em desenvolvimento como o Brasil, que

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BP, British Petroleum. Statistical Review of World Energy. 2011. Disponível em http://www.bp.com. Acesso e 18, nov, 2014.

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Vale observar que apesar de em meados de 2008 o preço médio do barril de petróleo ter atingido o patamar de US$ 140,00, sua média anual não superou valor de US$ 100,00. (Disponível em: http://infograficos.oglobo.globo.com/economia/reservas-provadas-de-petroleo.html. Acesso em: 19, nov, 2014.)

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detém significativas reservas de petróleo e gás, possuem expressivas possibilidades de se firmar em patamar de destaque no cenário da indústria petrolífera internacional. Se bem aproveitados, os recursos energéticos podem trazer consigo considerável padrão de crescimento para outros segmentos produtivos e induzir o desenvolvimento econômico dessas nações. Nesse particular, vale observar que a expansão do mercado interno brasileiro, assim como o aumento nas taxas de crescimento econômico de outros países em desenvolvimento como China e Índia, faz impulsionar a elevação da dependência por fontes energéticas, dentre as quais se destaca o petróleo.

Apesar do expressivo destaque que vem se conferindo às energias limpas na matriz energética mundial, estima-se que o petróleo manterá seu papel central na oferta energética nos próximos anos, acompanhado pela demanda mundial126. Não é outra a conclusão que se retira do gráfico abaixo, a partir do qual se confirma a manutenção da presença do petróleo e do gás natural como produtos de significativo destaque nas matrizes energéticas mundial e brasileira:

Figura 2: Projeção da Matriz Energética Mundial e Brasileira (2013/2035 – 2013/2022)

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IEA, International Energy Agency. Statistics, 2011. Disponível em: http://www.iea.org/stats/. Acesso em 19, nov, 2014.

66 Fontes: Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agência Internacional de Energia (World Energy Outlook

2013) e BP Outlook 2035127.

De fato, a matriz energética mundial tende a buscar fontes alternativas e mais limpas nos próximos vinte anos. Conforme o Relátório Word Energy Outlook 2013, a participação das fontes renováveis na matriz global passará de 13% para 18%, em 2035, e, nesse trilho, ao passo em que a participação do gás passará dos atuais 21,3% para 23, 69%, estima-se que a presença do petróleo neste segmento caia de 31% para aproximadamente 27%, aspecto que não lhe retira a liderança isolada.

O aludido contexto se dá em virtude da forte demanda por combustíveis fósseis no que tange ao atendimento dos padrões de crescimento mundiais. No ritmo em que se desenvolvem as economias pelo mundo, estima-se que, até 2035, serão necessários ao menos 14 milhões de barris diários a mais do que os índices alcançados atualmente128.

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Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/infografico-participacao-de-cada-fonte-de- energia-11620261. Acesso em: 19, nov, 2014.

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IEA, International Energy Agency. Statistics, 2013. Disponível em: http://www.iea.org/stats/. Acesso em 19, nov, 2014.

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Puxada por economias emergentes como China e Índia, que deverão responder por aproximadamente 75% da elevação da demanda por petróleo, espera-se o crescimento exponencial da demanda mundial por petróleo, que, apesar do destaque conferido a energias como o gás não convencional americano (american shale gas129), o petróleo manterá sua posição estratégica na órbita competitiva do desenvolvimento.

Para compreender a geopolítica do petróleo, torna-se necessário analisar a distribuição geográfica de suas reservas pelo mundo, uma vez que esses dados são indispensáveis para entender as relações entre os países produtores e consumidores, assim como as relações comerciais e políticas entre os governos e as Oil Companies, cujos deslindes influenciam consideravelmente o desempenho econômico das nações. Observando a distribuição das reservas de petróleo provadas pelo mundo, verificar-se-á que, o Oriente Médio se destaca expressivamente, haja vista a concentração de aproximadamente 795 bilhões de barris na região, seguindo pelas Américas Central e do Sul, detentoras do montante de 325,4 bilhões, e pela América do Norte, com aproximados 217,5 bilhões de barris aproximadamente. Nesse passo, seguem a Rússia e a Europa, que somadas detêm 141,1 bilhões de barris, e a África e a Ásia e a Oceania, que detém 132,2 e 41,3 bilhões de barris, respectivamente130. Não por acaso, a maior parcela das nações integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) situa-se na região do Oriente Médio, que, dados os patamares de reservas provadas do hidrocarboneto, detém considerável potencial produtivo, estimado em aproximadamente 1,65 trilhão de barris.

No que se refere ao número de reservas provadas, os holofotes se concentram na Venezuela, detentora do maior volume de reservas de petróleo provadas no planeta, seguida pela Arábia Saudita, Canadá e Irã. Nesse ranking, sem incluir as reservas do Pré-sal, o Brasil situa-se na décima quinta posição, aspecto que no cenário econômico internacional serve de alavanca para a atração de investimentos externos no mercado

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A perfuração horizontal de gás não convencional representa 55% da produção americana e a Agência Internacional de Energia previu que os Estados Unidos vão ultrapassar Rússia e Arábia Saudita para se tornar o maior produtor do mundo em 2015. (Fonte: IEA, International Energy Agency. Statistics, 2013. Disponível em:

http://oglobo.globo.com/economia/preco-do-petroleo-ja-caiu-27-desde-junho-divide-analistas-

quanto-tendencia-da-cotacao-14319626#ixzz3K0AIzTNU. Acesso em: 20, nov, 2014.)

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BP, British Petroleum. Statistical Review of World Energy. 2013. Disponível em http://www.bp.com. Acesso em 18, nov, 2014.

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nacional. O aludido panorama é ilustrado pelo gráfico abaixo, que expõe a escala dos países no que se refere às reservas de petróleo:

Figura 3: Ranking dos países de acordo com as reservas de petróleo provadas

Fontes: Bain & Company, BP Statistical Review e American Bureau of Labor131.

Com a descoberta de enormes reservas de petróleo na faixa territorial situada entre os Estados de Santa Catarina o Espírito Santo, com dimensões de 497 milhas de comprimento, a aproximadamente 170 milhas da Costa Nacional, o denominado Pré-sal, alavanca-se o patamar do Brasil no ranking acima, que passa a ocupar a 8ª posição, superando países como China e Estados Unidos. Com isso, muda-se radicalmente o panorama do setor petrolífero, aspecto em razão do qual as atenções passam a se concentrar a indústria do petróleo e gás brasileira, atraindo investimentos que dinamizarão expressivamente a economia nacional, fazendo com que o país ingresso no grupo dos maiores produtores de petróleo no mundo.

Atualmente, o Brasil possui reservas provadas estimadas em 15,7 bilhões de barris de petróleo, que se somam aos mais de 55 bilhões estimados com potencial exploratório para os próximos seis anos, cuja maior parte situa-se no entorno do Pré-

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Disponível em: http://infograficos.oglobo.globo.com/economia/reservas-provadas-de- petroleo.html. Acesso em 21, nov, 2014.

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sal132. Para tornar essa projeção realidade, atribuem-se à Petrobrás e às demais petrolíferas atuantes no segmento de petróleo e gás nacional os desafios de desenvolver tecnologias que permitam segurança no proceder da exploração submarina abaixo da camada de sal133 e possibilite a identificação de fornecedores locais que atendam às demandas por preços competitivos e dentro dos prazos cada vez mais curtos.

Com esse intuito, exige-se do Governo o esforço para fortalecer o máximo possível a cadeia produtiva nacional, o que demanda medidas tendentes a dinamizar setores de importância singular para a eficiência da indústria local, como os segmentos de midstream e downstream, responsáveis, respectivamente, pelo refinamento/beneficiamento e transporte, distribuição e comercialização do petróleo e derivados da refinaria aos locais de consumo. Para tanto, estima-se que entre 2010 e 2020 a Petrobrás e demais operadoras de E&P, incluindo Pós e Pré-sal, atuantes no mercado local aplicarão o montante aproximado de US$ 400 bilhões, cuja maior parcela será destinada à construção de plataformas, sondas de perfuração e navios134.

À luz desse panorama, ganham relevo as cláusulas de Conteúdo Local, cujo propósito consiste em, através da exigência de um percentual mínimo de participação nacional em componentes, bens e serviços, garantir investimentos na órbita doméstica e, com movimentação de recursos no segmento, dinamizar e tornar mais eficiente e competitiva a cadeia produtiva do país. Contudo, caso os fornecedores locais não se encontrem aptos a prover as necessidades do mercado, abre-se margem para que as Oil

Companies busquem fora do Brasil a supressão das necessidades existentes, fator que

posiciona o desenvolvimento tecnológico nacional no centro do equilíbrio competitivo do Mercado.

Avaliando os dados relativos à produção e ao consumo de petróleo, notam-se aspectos como a (in)dependência do hidrocarboneto para o desenvolvimento dos países,

132 COPPE/UFRJ. Disponível em:

http://www.petroleo.coppe.ufrj.br/historia-do-petroleo/. Acesso em: 22, nov, 2014.

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Nesse particular, podem se indicar como desafios tecnológicos impostos ao Pré-sal desde o desenvolvimento de materiais anticorrosão, já que a profundidade dos poços varia de cinco mil a sete mil metros a partir do nível do mar, passando pelo aprimoramento de técnicas de perfuração, com o fim de driblar a espessa camada de sal e mais cinco quilômetros de rochas oceano abaixo, além da questão do escoamento da produção, que demanda alargada infraestrutura para possibilitar o transporte do hidrocarboneto, haja vista que as plataformas, em geral, situam-se a 300 quilômetros da costa.

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Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP). Disponível em: http://www1.onip.org.br/; http://oglobo.globo.com/economia/camada-pre-sal-traz-expectativa-de- triplicar-reservas-de-oleo-6633764. Acesso em 24, nov, 2014.

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o que se reflete no posicionamento do respectivo mercado como exportador ou importador do líquido. Com a análise do gráfico abaixo, identifica-se que enquanto a Arábia Saudita e a Rússia situam-se como maiores produtores mundiais de petróleo, os Estados Unidos e a China são considerados os maiores importadores do produto. Igualmente, observa-se que o Brasil encontra-se na décima terceira e sétima posições, respectivamente.

Figura 4: Ranking dos países segundo índices de produção e consumo de petróleo (2003/2013) – (Milhões de barris/dia)

Fonte: ANP135

No período observado, a produção brasileira cresceu em torno de 40%, enquanto a capacidade de processamento avançou apenas 8%136. Essa disparidade produz significativos efeitos negativos na no mercado de petróleo e gás brasileiro, detalhe que acentua a condição de país exportador de petróleo bruto e importador de derivados,

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BP, British Petroleum. Statistical Review of World Energy. 2011. Disponível em http://www.bp.com. Acesso em 24, nov, 2014.

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ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em www.anp.gov.br. Acesso em 24, nov, 2014.

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principalmente produtos como o diesel e a gasolina. Levando em conta o montante global de exportações do segmento em comento no ano de 2012, incluindo petróleo e derivados, contata-se que representou 11%, ao passo que as importações de produtos do mesmo setor representaram 10% do total naquele ano137, o que demonstra que o Brasil não consegue êxito na utilização do mercado de petróleo e gás para a geração de superávit comercial, uma vez que o saldo positivo alcançado com a balança do petróleo tem sido constantemente anulado diante do índice negativo advindo da balança de produtos derivados.

Insta ressaltar que, apesar de o Brasil estar produzindo e consumindo aproximadamente 40% de petróleo a mais que há dez anos, a capacidade de beneficiamento da matéria-prima, consistente na sua transformação em produtos como diesel, gás138, gasolina, lubrificantes, nafta, óleo combustível e querosene de aviação, avançou apenas 4,5% no mesmo período, cobrindo apenas dois terços dos 2,93 milhões de barris consumidos em 2013139. Embora tenha havido recentes aumentos na produção, a dependência brasileira no que se refere ao suprimento externo vem oscilando nos últimos anos, especialmente em virtude de problemas relacionados à estrutura da indústria nacional para promover a inovação tecnológica e científica, indispensável para que os agentes locais larguem na frente no concorrido mercado internacional de petróleo e gás, fazendo com que a capacidade de refino cresça menos e de forma mais lenta que a demanda por derivados140.

Além disso, considerando que o Brasil possui expressiva participação de fontes renováveis na sua matriz energética, se comparado à média mundial, estimadas em 44%

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MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior. Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br//sitio/interna/index.php?area=5. Acesso em: 16, nov, 2014.

138 No que se refere ao consumo do gás natural, interessa observar que, em 2012, a média diária de produção foi de 70,6 milhões de m³/dia, índice que conduziu o produto a assumir a participação de 11,5% na matriz energética nacional. (ANP. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em www.anp.gov.br. Acesso em 20, nov, 2014)

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Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Anuário Estatístico - 2013. Disponível em: http://www.anp.gov.br/. Acesso em 25, nov, 2014.

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O desempenho do Brasil no refino do petróleo, em 2013, foi o pior entre os países do bloco dos BRIC’s, sigla que engloba mercados emergentes como o da Rússia (alta de 7,7%), da Índia (78,7%) e da China (83,4%). Esse resultado só se mostrou mais satisfatório, dentre os países com maior capacidade de transformação de óleo, que países como Japão, Itália e Alemanha, nos quais houve queda da atividade.

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e 13%141, respectivamente, confere-se vantagem comparativa ao setor energético local, abrindo margem para que parte do crescimento da demanda seja por elas atendido, e, bem assim, para que o excedente do setor de petróleo e gás seja exportado para países com maiores necessidades desses produtos.

Em meados de 2006, dando execução a um consórcio formulado entre as Oil

Companies British Gas e a Partex, ao perfurar mais cinco mil metros a contar da

superfície do mar, a Petrobrás localizou petróleo em uma região, que foi à época chamada de Tupi. Empreendidas análises na área, verificou-se que a reserva possuía a capacidade de extração aproximada de cinco a oito bilhões de barris de petróleo. Obtido êxito na perfuração desse campo, conduziu-se à busca de novos poções no entorno da região, com destaque para Yara, situada na Bacia de Santos, com três a quatro bilhões de barris, e Baleias, na Bacia de Campos, com capacidade estimada em um e meio a dois bilhões de barris. A partir de então, o Governo Federal brasileiro anunciou a existência de uma nova realidade geológica para o país, que fez com que se chamasse a atenção do mercado internacional: as reservas do Pré-sal, delimitada em uma região que se compreende desde o norte do Estado de Santa Catarina ao sul do Espírito Santo. Com isso, entidades internacionais como a Agência Internacional de Energia (AIE) e o Ministério de Energia dos EUA conduziram os holofotes para o Brasil, indicando a abertura de um novo ciclo de desenvolvimento, tendente a romper sua dependência energética, que sempre constituiu aspecto resultante de entrave ao seu progresso.

O aumento das reservas potenciais significa uma nova perspectiva para o Brasil, à medida que abre espaço para a superação do que já foi uma das maiores