• Nenhum resultado encontrado

Tendo em conta que haviam ido às compras, esta sessão iniciou-se com a exploração de alguns talões de compras. Com esta breve exploração foi possível compreender que nos talões, por norma, primeiramente há referência à loja onde foram efetuadas as compras seguindo-se a morada e contactos. Por baixo, geralmente, está especificado aquilo que foi comprado e respe- tivo valor de cada produto.

Alguns dos talões faziam referência a promoções, outros referenciavam os cartões de as- sociação aos supermercados e respetiva quantia reduzida/ poupada.

Por último aparece o total das compras e o troco, quando é o caso. Por norma, é neste espaço que há referência ao imposto de valor acrescentado (IVA) e a PE pediu que atentassem a esses pormenores.

164

Figura 61 - Evidências da exploração dos talões de compras

Tomaram assim consciência de que parte do valor dos bens que adquirimos corresponde ao IVA. Mas ao longo desta exploração foram sentidas algumas dificuldades. Primeiramente pelo facto de ser um conceito novo para todos os alunos, já tinham ouvido falar em IVA, mas nenhum fazia ideia do que se tratava. Depois pelo facto de cada par de alunos ter um talão diferente, fez com que a PE se tivesse que redobrar uma vez que os pedidos de apoio eram constantes, ora porque não encontravam o valor total, ora porque não encontravam a parte referida ao im- posto. Para além destas dúvidas alguns alunos deram demasiada atenção aos bens que consta- vam nos talões assim como ao seu total, quase como que numa batalha para ver quem tinha mais produtos comprados assim como quem tinha o valor total mais elevado. Obviamente que a solução teria sido usar apenas um talão fornecendo cópias iguais a todos os alunos, mas na altura não se refletiu sobre esta situação.

Aproveitando o rumo da conversa sobre os impostos tentou alargar-se um pouco mais o leque de conhecimentos dos alunos. Para além do IVA há outros impostos que são pagos e que servem fins diversos. Neste sentido a PE passou a explicar que os impostos pagos pelos cidadãos servem por exemplo para serem investidos na manutenção de certos espaços públicos como é o caso de escolas, hospitais e bibliotecas. Os alunos passaram a compreender que direta ou indiretamente todos contribuímos para a manutenção e preservação desses espaços.

Para uma melhor compreensão foi tido em conta o caso prático das despesas de manu- tenção tem uma escola sobre as quais podiam refletir. Após a PE ter enumerado variadas situa- ções que requeriam algum investimento, os alunos compreenderam que não eram os seus pais a pagar essas despesas, mas todos os portugueses.

165

Realçou-se, uma vez mais, a importância de saber gerir bem o dinheiro, pois ele é limi- tado e há despesas que não são previsíveis, ou seja, despesas com as quais não estamos a contar e que depois nos podem colocar em situação de apuro. Os espaços públicos, segundo o aluno RD, também têm que “ter algum dinheiro ao canto da gaveta” para fazer face a despesas que não se podem prever: “O estore que estava partido foi uma despesa inesperada para a escola, ninguém sabia que se ia estragar” (Aluno GV).

Tarefa 7.1 – Despesas previsíveis e imprevisíveis

Neste seguimento, a PE entregou a cada aluno uma pequena tarefa por forma a averiguar se todos haviam compreendido a diferença entre uma despesa previsível e uma imprevisível.

Alguns alunos foram escolhidos para ler todas as situações presentes no enunciado da tarefa de modo a esclarecer eventuais dúvidas como se veio a verificar no caso do “passe de autocarro”, que os alunos não sabiam do que se tratava. O termo amolgar também não era um termo conhecido assim como a palavra golpe. Foi essencial que primeiro soubessem interpretar os exemplos fornecidos para posteriormente distinguirem quais se tratavam de despesas previ- síveis e imprevisíveis.

Fora pequenas dúvidas - relativas a termos usados: passe; golpe; amolgar - a grande mai- oria dos alunos conseguiu distinguir, de forma acertada, ambos os tipos de despesas. Esta tarefa não apresentou quaisquer dificuldades na sua realização como se constata no Gráfico 17.

Gráfico 17 - Resultados da T7.1 18 1 19 0 0 19 19 0 19 0 0 19 19 0 1 18 18 1 0 19 P R E V I S Í V E I S I M P E R V I S Í V E I S

DESPESAS PREVISÍVEIS OU IMPREVISÍVEIS

Renovação do passe de autocarro

O ano letivo começa dentro de duas semanas O Patacas fez um golpe profundo numa orelha Aniversário de casamento dos avós

A Tomás e a Clara vão matricular-se numa escola de línguas Uma árvore caiu e amolgou o carro do pai Rui

Uma semana de férias na praia A Clara perdeu o manual de Português Compra de uma bicicleta

166

Seguidamente a PE leu mais uma história da família Moedas, “Boas contas faz quem poupa” (MEC, 2015) (ANEXO 17) e seguiu-se uma breve exploração. No âmbito desta história novos conceitos foram discutidos. Os alunos demonstraram compreender o que significa ter saldo positivo ou negativo. Salientou-se, assim, a importância de viver de acordo com as possi- bilidades de cada um, não gastando mais do que recebemos, correndo o risco de ficar endivida- dos.

Aluno LT: Se nós gastarmos mais do que temos, temos saldo negativo. Aluno IC: E é afirmativo se gastarmos menos.

PE: O saldo é positivo se gastarmos menos do que recebemos, muito bem!

Aluno RD: Mas como é que nós conseguimos gastar mais dinheiro do que o que temos? Imagina , se só tenho 10€ como gasto 15€?

PE: Olha um exemplo muito simples: imagina que recebes uma semanada de 10€, e recebes aos sábados. Todos os sábados os teus pais dão-te 10€. Um dia foste com um colega passear e viste uma camisola mesmo gira, mas era sexta-feira e tu já tinhas gasto a tua semanada, só voltavas a receber no dia seguinte, no sábado. Imagina que te viras para o teu colega e lhe perguntas se te pode emprestar os 15€. Tu só vais conseguir devolver 10€…porque é o que vais receber. Neste caso o teu saldo vai ficar negativo pois vais ficar com uma dívida de 5€.

Tarefa 7.2 – Como obter receitas extraordinárias

Ainda na sequência desta história explorou-se o conceito de receita extraordinária e os alunos demonstraram compreender que se trata da obtenção de algum dinheiro extra, que po- demos obter realizando pequenas tarefas ou serviços. Também podem ser consideradas recei- tas extraordinárias as quantias de dinheiro que vamos recebendo ao longo do ano, em momen- tos especiais, como no aniversário, no natal ou na páscoa. Tratam-se, portanto, de receitas que não são fixas. Nós não fazemos ideia se vamos receber dinheiro no nosso aniversário e também não conseguimos prever a quantia, logo é algo extraordinário, algo que não é usual.

Neste seguimento os alunos redigiram três exemplos de pequenas tarefas que podiam fazer para conseguirem receitas extraordinárias (MEC, 2015). Tal como se pode constatar no Quadro 23, todos os alunos conseguiram dar sugestões adequadas aos irmãos Moedas.

Como se comprova pelo quadro que se segue a referência às tarefas domésticas verifica- se em quase todos os alunos.

Aluno BF: Ajudar a mãe a lavar a louça. Aluno GP: Limpar o pó da casa. Aluno CA: Levar o lixo à rua.

O mesmo acontece na segunda categoria, em que poucos alunos não sugerem tarefas associadas.

Aluno TM: Tratar do cão Patacas. Aluno LG: Ajudar nos TPC do irmão.

167

Aluno GV: Levar as jardineiras do avô ao costureiro.

Relativamente à última categoria definida - Vender coisas -, são poucos os alunos que lhe fazem referência. Há, todavia, sugestões como “vender limonada” (Aluno IP) ou “vender o pão da avó Alice” (Aluno LG).

TAREFAS ALUNOS AJUDAR EM TAREFAS DOMÉSTICAS OFERECER PEQUENOS SERVIÇOS VENDER COISAS BF   CP   CR   CA   GP   GV IP   IC JB    JP   LT LG   LS   MF   MC MG RD   SD   TM   TOTAL 15 15 4

Quadro 23- Sugestões dos alunos por categorias

É fiável depreender que todos os alunos compreenderam que fruto das suas atitudes po- dem obter um pequeno rendimento que lhes permitirá satisfazer algum dos seus desejos.

Tarefa 7.3 – Onde poupar?

Nesta sequência foi importante que compreendessem que desta forma aumentariam os seus rendimentos. Do mesmo modo, se fossem capazes de poupar em pequenas coisas do dia- a-dia também veriam o seu saldo aumentar, uma vez que a poupança seria maior. Assim, a PE entregou mais uma pequena tarefa (MEC, 2015), em que deveriam assinalar as sugestões que permitiriam aos irmãos moedas gastar menos dinheiro.

Estes conceitos parecem ter sido bem compreendidos pelos alunos uma vez que todos assinalaram corretamente as respostas que se ajustavam. Dentro das quatro opções sugeridas, apenas a segunda (Comer um gelado todos os dias) não permitia aumentar a poupança dos dois irmãos e os alunos manifestaram ter claramente essa noção.

168

Tarefa 7.4 – Exercício de preenchimento de espaços sobre conceitos aprendidos

Perto do final desta sessão, foi realizada uma última tarefa que pretendia essencialmente averiguar em que medida os alunos seriam capazes de aplicar a terminologia aprendida e explo- rada ao longo destas sessões. Desta forma, considerou-se que a T7.4, (MEC, 2015) era suficien- temente focada para implicar o uso dos novos termos aprendidos. A justificação para a opção de uma tarefa deste género prendeu-se essencialmente com esse motivo.

Tendo por base a Figura 62 pode depreender-se que a maioria dos alunos usa terminolo- gia correta e adequada, compreendendo que por vezes podem ser usadas outras palavras como sinónimos.

Analisando o primeiro espaço por preencher, apesar da palavra procurada ser ‘despesas’, os restantes dois termos usados pelos alunos - gastos e compras - também estão corretos. Na verdade, pretendia-se que mais alunos usassem a terminologia adequada, contudo é bastante satisfatório perceber que compreenderam o significado do enunciado referindo termos válidos. O segundo espaço, denota aquilo que já havia sido confessado: os alunos não compreen- deram eficazmente o conceito de orçamento. Apenas dois referiram o termo que se esperava - rendimento - sendo que a grande maioria colocou a palavra orçamento, todavia a resposta não pode ser invalidada. Tendo em conta que devemos planear as nossas despesas e com isso fazer um pequeno orçamento, vendo o total de despesas associado ao nosso rendimento podemos então concluir que as nossas despesas devem seguir o orçamento definido.

No que respeita ao terceiro espaço o mesmo acontece. O termo procurado foi escrito apenas por 6 alunos, contudo o vocábulo “compras” também se considera válido. Depreende- se o significado que os alunos pretenderam transmitir com os diferentes termos aplicados. To- davia importa ressalvar que a maioria dos alunos (10) referiu as “contas” e neste caso concreto estas respostas consideram-se erradas. A frase tal como estava construída - Mas, se soubermos gerir muito bem, então depois de feitas as _____, ainda nos deve sobrar dinheiro – não permite a aceitação desse termo uma vez que “se soubermos gerir muito bem” já tem implícita a noção de “se soubermos fazer bem as contas”.

No penúltimo espaço, acredita-se que todos compreenderam a ideia e do mesmo modo todas as respostas foram validadas. Positivo e afirmativo são muitas vezes palavras usadas como sinónimos e o facto de neste ano escolar terem explorado, a Português, as frases afirmativas e negativas, pode ter tido aqui alguma influência.

No âmbito do último espaço 17 alunos escreveram os termos procurados (economias e poupanças) manifestando terem compreendido que aquele dinheiro que se coloca de parte são as nossas economias ou as nossas poupanças.

169

Figura 62- Enunciado da T7.4

Com esta pequena tarefa pode ter-se uma noção mais global dos efetivos conhecimentos adquiridos pelos alunos ao nivel da terminologia própria da EF.

No final desta tarefa a PE leu mais um texto ao grupo, desta vez a história do “Zequinha e a porquinha poupança” (ANEXO 18), em jeito de bónus, sem nenhum tipo de exploração ou atividades associadas. Numa aula posterior, um aluno afirmou ter gostado imenso da história e ofereceu à PE um porquinho mealheiro feito com a mãe. (ANEXO 28)

Documentos relacionados