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PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NA NATURZEZA – PCANs

No eixo três busquei questioná-los especificamente quanto as Práticas Corporais na Natureza no Ensino Médio, observando a formação inicial de cada

professor, se conheceram a temática e se ela é apresentada no currículo da Educação Física.

Questão 1- Considera as PCANs um conteúdo da Educação Física? Por quê? Professor “A”: “Sim, pois proporciona aos educandos momentos de contato com a

natureza”.

Professor “B”: “Vejo como uma proposta da Educação Física”.

Professor “C”: “Sim, porque é uma atividade física e ainda aproxima o aluno da

natureza”.

Professor “D”: “Sim, porque conscientiza o aluno da importância que a natureza tem

para o seu dia-a-dia”.

Através das respostas dos professores podemos perceber que eles trazem a especificidade da importância do contato com o meio natural. Nesse sentido, o autor Dalben (2015, p.911) propõe que:

Seus ensinamentos, no entanto, perduram sobretudo como a tentativa de promover aos estudantes o gosto pela vida ao ar livre, ou seja, de incitar o desejo por uma vida transcorrida em harmonia com a natureza e seus elementos, possibilitando não apenas que o corpo se fortalecesse mas principalmente que a natureza fosse descoberta em suas potencialidades educativas.

É possível analisar que os professores percebem as PCANs como prática no ambiente natural apenas, relacionando a importância da natureza para o desenvolvimento pessoal dos alunos.

Questão 2 – Você desenvolve este tema no currículo do Ensino Médio? Por quê? Professor “A”: “De alguma maneira, pois temos um bosque nos fundos da escola,

(slackline); um gramado e pátio grande. Porque considero importante o contato”.

Professor “B”: “Não. Falta de conhecer”.

Professor “C”: “Não, não tive na formação inicial. Fiz um curso ano passado, mas é

muita coisa pra pouco tempo”.

Na questão dois, é possível perceber que os professores acabam não tematizando o conteúdo pelo fato de não conhecer, principalmente porque não tiveram o conhecimento necessário sobre as Práticas na Natureza, na formação inicial e nem como formação continuada.

Nessa perspectiva, hoje já podemos perceber que é muito amplo a temática das PCANs, pois temos no Referencial Curricular Lições do Rio Grande (2009), algumas proposições a cerca do tema, como competências e conteúdos, e segundo as colocações dos professores, na graduação de cada um não lhes apresentaram essa temática, apenas experiências com esportes. Dois professores dizem que apresentam as PCANs nas aulas de educação física porque gostam da prática, mas sem conteúdos e conhecimentos específicos.

Questão 3 – O que você conhece sobre as PCANs?

Professor “A”: “Sei que é atividade de aventura na natureza”. Professor “B”: “Muito pouco”.

Professor “C”: “Meu conhecimento é de buscar fora e no ano passado os bolsistas do

PIBID trabalharam com algumas turmas onde pude ter contato também”.

Professor “D”: “Conheci através de algumas monitorias e por ser atleta dessas

atividades, mas tenho ainda insegurança para desenvolver sozinha”.

Nessa questão podemos perceber a falta de conhecimento dos professores, que em conta disso, acabam buscando conhecer através de outros docentes ou acadêmicos/bolsistas, obtendo uma aprendizagem básica sobre PCANs. Mesmo o professor “A” que teve a disciplina de Campismo na formação inicial, apresenta conhecimentos mas incipiente, e todos buscam saber sobre o conteúdo através de outros profissionais ou por praticas de lazer.

Nessa perspectiva, busquei a possibilidade de apresentar aos professores uma atividade prática de estudos sobre as Práticas Corporais de Aventura, visando proporcionar conhecimentos para a inserção dessa temática como um conteúdo nas aulas de Educação física, com um embasamento teórico, bem como apresentação de um planejamento criado por mim, no estágio supervisionado.

Essa situação, principalmente da falta de conhecer e querer saber, “estimula os docentes [...] a buscarem fontes de conhecimento diferenciadas para o exercício profissional, [...] em programas de formação continuada e em cursos de atualização para gerir a prática docente” (FARIAS e NASCIMENTO, 2012, p. 72).

Nessa ideia, apesar de não conhecerem na formação inicial, há possibilidades de adquirir uma aprendizagem sobre o conteúdo, seguindo a ideia do autor, uma boa oportunidade seria formação continuada, cursos e afins.

Questão 4 – Considera uma experiência de conhecimento relevante aos alunos? Por quê?

Professor “A”: “Sim, algo diferente, novas experiências”. Professor “B”: “Se os alunos tiverem a vivência”.

Professor “C”: “Sim, porque é uma atividade física e ainda aproxima o aluno da

natureza”.

Professor “D”: “Sim, pois as experiências e vivencias é que farão a diferença na vida

desses sujeitos”.

Os professores acreditam que as Práticas Corporais de Aventura Junto à Natureza podem proporcionar aos alunos novas experiências no meio natural. Um professor cita as práticas como uma atividade física que passa a aproximar o aluno à natureza, fazendo com que isso proporcione conhecimentos fora de um ambiente fechado, uma quadra ou ginásio, como é comum nas aulas de Educação Física.

Nessa ideia, o autor Dalben (2015, p.907), traz a proposição de que “a codificação das práticas corporais ao ar livre que compõe a invenção desta natureza tida como um espaço lúdico faz parte, sobretudo, de uma ideia bastante singular de natureza que seria priorizada pela medicina natural e pelas vilegiaturas”.

4.4 EXPERIÊNCIA DO ENCONTRO DE FORMAÇÃO

Através do questionário os professores tinham a opção de constituir ou não o grupo de estudos formado pela pesquisadora e professores participantes da pesquisa, cada um na sua determinada escola e em períodos diferentes.

Os quatro professores do estudo aceitaram a ideia da participação da formação de forma prática e presencial, sendo que conseguimos realizar apenas na escola da cidade de Ajuricaba, em virtude de horários dos professores da cidade de Ijuí.

Na escola que foi realizada a formação/grupo de estudos, tivemos dois encontros presenciais, nas quartas-feiras do mês de novembro, possibilitando troca de saberes entre professores e pesquisadora.

Nos encontros apresentei aos professores a minha proposta de inserção das Práticas Corporais de Aventura na Natureza como conteúdo de Educação Física no Ensino Médio, que foi desenvolvida no Estágio Curricular Supervisionado III, baseado na literatura de GONZÁLEZ, DARIDO e OLIVEIRA (2014) Práticas Corporais e a Organização do Conhecimento: Lutas, Capoeira e as Práticas Corporais de Aventura, propondo uma analise da estrutura que envolve a escola e as possibilidades da prática dessa temática.

Foram apresentados os seguintes itens:

- Embasamento teórico sobre as Práticas Corporais de Aventura na Natureza, numa perspectiva de “por que ensinar”;

- Modelo de uma Unidade Didática criada pela pesquisadora;

- Tipos de modalidades para prática no ambiente escolar e fora dele também; - Criação de uma Unidade Didática em conjunto (que será realizada neste ano de 2017 em forma de projeto, ainda em construção).

- Leitura e estudo dos conteúdos e competências que o Referencial Curricular Lições do Rio Grande apresenta.

Nos encontros busquei apresentar alguns autores que trazem as PCAN’s como possibilidades de inserção do aluno no ambiente natural, bem como as modalidades que podemos realizar e estão ao alcance das escolas do estudo, observando as particularidades também dos professores, pois, conforme o questionário, não tiveram tal conteúdo em sua formação inicial.

Achei muito positivo os encontros da formação, mesmo que sendo pouco, em virtude de tempo dos professores, conseguimos construir conhecimentos juntos, como

por exemplo, espaços de possíveis vivências, e entender o porquê de tematizar o conteúdo, dando ênfase no desenvolvimento pessoal dos alunos perante o ambiente natural. Para mim, foi possível perceber o porquê de eles não apresentarem esse conteúdo em suas aulas, pois a maioria não teve esse conhecimento na graduação, e o professor que conheceu, não teve um embasamento teórico a partir do aprendizado na formação inicial.

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