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Pré-Jornada e Pré-Jornadinha

No documento 2013MaireJosianeFontana (páginas 75-78)

3. A PRÉ-JORNADINHA: CONTEXTO, METODOLOGIA E PESQUISA

3.2 Pré-Jornada e Pré-Jornadinha

O envolvimentocom as Jornadas Literárias não se dá apenas durante os cinco dias de sua realização, mas ao longo dos anos, por meio das atividades de Pré-Jornada e Pré- Jornadinha, com o objetivo de despertar nas pessoas o gosto pela leitura e a criticidade e de preparar os leitores para a participação e os debates na Jornada e na Jornadinha. Trata-se de uma atividade que tem por finalidade a realização da leitura antecipada das obras dos autores convidados para a Jornada e a Jornadinha Nacional de Literatura, a fim de desenvolver a análise e a interpretação dos textos. Ao mesmo tempo, busca constituir-se num processo de reflexão sobre a leitura como prática social e literária e as manifestações artístico-culturais em diferentes mídias. Nesse processo são realizadas tanto ações individuais de leitura quanto são organizados momentos para compartilhar as experiências vivenciadas com vistas à formação continuada de leitores e de mediadores de leitura.

Dentre as atividades de preparação para a Jornada, podem-se destacar os trabalhos desenvolvidos no Centro de Referência de Literatura e Multimeios, conhecido como Mundo da Leitura. Esse ambiente, inaugurado em 1997, visa promover atividades ligadas à formação do leitor, à difusão da literatura e ao universo em que se constituem as múltiplas linguagens. Seu objetivo primordial é a formação de leitores em ambiente multimidial, atendendo à demanda de um novo leitor, numa perspectiva crítica e cidadã. O espaço disponibiliza para toda a comunidade passo-fundense e regional um acervo com obras variadas, que podem ser emprestadas gratuitamente. Possibilita, ainda, o empréstimo de sacolas circulantes, compostas por obras selecionadas pelos monitores que trabalham no local ou pelos próprios professores que desejam levar as sacolas para a(s) escola(s) onde trabalham, com no máximo 35 livros, para o trabalho com as obras em sala de aula.

Nesse espaço, também são realizadas práticas leitoras com alunos de escolas públicas e particulares, de diversos municípios da região, utilizando como recursos diferentes suportes de leitura. As práticas devem ser agendadas antecipadamente pelos professores responsáveis pelas turmas, com grupos de, no máximo, 35 alunos, e são desenvolvidas pelos monitores do Mundo da Leitura, com duração de duas horas, de acordo com o tema gerador da discussão e a faixa etária do grupo de visitantes. As práticas visam um contato maior com a leitura, promovendo um novo olhar sobre o texto literário, apresentando a leitura não como um processo torturante, mas como uma forma prazerosa de buscar conhecimento e de compreender a nós mesmos e o mundo em que vivemos. Na realização das práticas, faz-se uso

de diversas linguagens (verbal, musical, visual, dramática), apresentadas em diversos suportes (CDROM, livros, internet etc.). As leituras são apresentadas como uma novidade, despertando o interesse dos sujeitos para a apreciação das leituras, proporcionando a interação entre os indivíduos e o mundo. Destaca-se que, em ano de Jornada, as práticas leitoras são desenvolvidas com base nas obras indicadas para o evento, sendo esta uma das atividades que podem ser desenvolvidas como prática de Pré-Jornada e Pré-Jornadinha.

Uma das características físicas que chama a atenção dos visitantes do Mundo da Leitura logo ao chegar é o labirinto, localizado em frente ao Centro. Trata-se de um labirinto que leva a outro labirinto: o labirinto da literatura. Isso significa que, ao entrar no Mundo da Leitura, o leitor entra em contato com leituras literárias em diferentes suportes e linguagens, o que lhes possibilita novas leituras. Cada nova leitura é um mistério desvendado pelo leitor.

Ao citar o Mundo da Leitura, Weschenfelder (2003, p. 39-40) destaca que esse ambiente funciona como um laboratório que

[...] planeja, coordena, propõe e executa práticas inovadoras de estímulo à leitura em múltiplos suportes, com vistas à formação de sujeitos capazes de ler competentemente textos literários e não literários contidos nos vários suportes, desde o livro impresso até o hipertexto [...]. essas práticas leitoras procuram estabelecer vínculos entre a literatura, o teatro, a história e as artes plásticas, construindo um pequeno espetáculo em torno dos textos e dos leitores. A escolha do texto, a utilização do cenário, o movimento do rosto, dos lábios, do olhar, a voz do contador de histórias, a composição física do personagem, o jogo de luzes e sombras, tudo isso passa a ter uma importância muito maior do que as práticas tradicionais de leitura, ainda vigentes na maioria das escolas. É o ensino da literatura como arte, e mais: arte como uma forma de pensar.

Nesse espaço, portanto, a literatura ganha um novo olhar, desperta novos sentidos, sempre envolvendo as pessoas com os recursos tecnológicos. As práticas leitoras concebem a literatura não como mero divertimento, mas como formadora de cidadãos e de pensamentos que fazem compreender a realidade.

Merece destaque, também, o já referido Caderno de Atividades, uma ferramenta criada com a finalidade de estimular os professores a desenvolverem práticas leitoras nas escolas, saindo do tradicional, alicerçadas nas mais diferentes linguagens, com base nos livros indicados para a Jornada e para a Jornadinha de Literatura. O Caderno de Atividades não é uma receita, mas um modelo do que pode ser desenvolvido pelos professores, de modo a estimular alunos e professores para o trabalho com as obras indicadas, não só em ano de Jornada, mas em outras ocasiões, servindo como subsídio para o trabalho em momentos

diversos. Destaca-se que esse material é gratuito e disponibilizado no site da Jornada Nacional de Literatura e, ainda, no Mundo da Leitura da Universidade de Passo Fundo.

O desenvolvimento das atividades de Pré-Jornada e Pré-Jornadinha ocorrem, ainda, por meio eletrônico, e se diferenciam de acordo com a faixa etária do participante. Professores e alunos de ensino superior participam da Pré-Jornada formando, inicialmente, grupos com no máximo dez integrantes, fazendo, posteriormente, a leitura individual de, no mínimo, duas obras de autores diferentes, dentre as obras que serão discutidas na Jornada Nacional de Literatura. Feita a leitura das obras, o grupo deve reunir-se e discutir a experiência individual de leitura, registrando na ata on-line, disponível no site da Jornada, o nome de cada participante e a respectiva obra escolhida. O terceiro passo é desenvolver, em grupos de, no máximo, dez pessoas, uma atividade leitora a partir de uma (ou mais de uma) das obras lidas. As práticas sugeridas podem ser aplicadas em escolas, bibliotecas, hospitais, entre outros ambientes, podendo ser aplicadas em diferentes linguagens (dramatizações, exposições). Por fim, as práticas leitoras desenvolvidas devem ser socializadas com o grupo. Para cada etapa da Pré-Jornada, deve ser preenchida uma ata on-line, que, ao final, dá ao participante o direito de ganhar um certificado de participação. A atividade deve ser registrada com fotos e/ou vídeos e compartilhada, devidamente identificada com o nome dos participantes e o local em que a prática foi desenvolvida, no grupo da Pré-Jornada, no Facebook.

Com alunos de ensino médio o trabalho é diferenciado. Inicialmente, professores e alunos devem escolher uma obra e realizar a leitura. A partir da leitura e compartilhamento de suas experiências leitoras, os alunos devem, em grupos, criar um trabalho final, que pode valer-se de diferentes linguagens (vídeo, fotografia, produção textual). Dos trabalhos produzidos, três são selecionados, em cada turma, para publicação pelo professor no grupo do

Facebook Pré-Jornada, devidamente identificados com o nome dos participantes e local em

que o trabalho foi desenvolvido. Nessa atividade, os alunos podem interagir no grupo, curtindo e comentando seus trabalhos e trabalhos de outros grupos.

Com alunos de ensino fundamental também podem ser desenvolvidas as atividades de Pré-Jornadinha. Da mesma forma que para os demais, são, inicialmente, escolhidas as obras pelos alunos e é feita sua leitura individual. Posteriormente, as leituras são discutidas, de modo a socializar entre os alunos as experiências leitoras de cada um. O professor deve realizar práticas leitoras, com base nas obras lidas e discutidas, tendo como auxílio os

Cadernos de Atividades da Pré-Jornadinha. A realização das atividades e o resultado podem

ser registrados por meio de fotos e/ou vídeos e, posteriormente, publicados na página da Jornada 2013 no Facebook.

No documento 2013MaireJosianeFontana (páginas 75-78)