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2.4.3 Fechamento do orçamento

2.4.3.2 Preço de venda e BDI

Para o cálculo do preço de venda e do BDI, tem-se como embasamento a planilha de orçamento que possui todos os custos diretos e indiretos, custo com encargos financeiros, administração central, impostos e lucro (VALENTINI, 2009).

O valor do preço de venda é o somatório do custo, do lucro e dos impostos. É definitivamente o custo final do empreendimento (MATTOS, 2006).

Ainda de acordo com Mattos (2006), os impostos são aplicados sobre o preço de venda da obra, e podem ser de ordem federal, estadual ou municipal. Estes impostos são representados pelo COFINS, PIS, CPMF, ISSQN, IRPJ, CSLL, de acordo com o ilustrado na figura 4.

Figura 4: Impostos pagos sobre o custo da obra

______________________________________________________________________________ BDI ou BONIFICAÇÃO é a parcela do custo do serviço independente, do que se denomina custo direto, ou seja, o que efetivamente fica incorporado ao produto. Desta maneira o BDI é afetado entre outros, pela localização, pelo tipo de administração local exigido, pelos impostos gerais sobre o faturamento, exceto leis sociais sobre a mão-de- obra aplicada no custo direto, e ainda deve constar desta parcela o resultado ou lucro esperado pelo construtor (DIAS, 2011, p. 141).

O significado da abreviatura de BDI, de acordo com Dias (2001) é dividida em duas parcelas e significa: B - é o beneficio que condiz ao resultado estimado do contrato; DI – abreviação de despesas indiretas que conduz aos custos julgados indiretos.

Mattos (2006) explica que o BDI é um fator de majoração expresso em porcentagem, aplicado sobre o custo direto sobre todos os serviços da obra, chegando ao preço de venda. Aponta que o BDI inclui despesas indiretas, custo da administração central, custos financeiros, fatores imprevistos, impostos e lucro.

A sequência de cálculo dos preços de venda é: (MATTOS, 2006 p. 240) 1. Calcular o custo direto (CD);

2. Calcular o custo indireto (CI); 3. Fazer a soma CD+CI;

4. Calcular a administração central (AC) sobre CD+CI; 5. Calcular o custo financeiro (CF) sobre CD+CI;

6. Calcular os imprevistos e contingências (IC) sobre CD+CI; 7. Totalizar CUSTO = CD+CI+AC+CF+IC;

8. Somar as alíquotas de COFINS, PIS, CPMF, ISS = IMP%; 9. Somar IMP% + Lucro = i% (incidências sobre o preço de venda); 10. Calcular PV = CUSTO / (1-1%);

_____________________________________________________________________________________________ 12. Aplicar o BDI sobre os custos unitários para obter os preços unitários.

O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão que estabelece as taxas de BDI para cada tipo de obra, e de acordo com o Acórdão Nº 2622/2013 os percentuais médios de BDI a serem utilizados, principalmente para obras públicas, são os valores apresentados na figura 5. De acordo com o Acórdão Nº 2622/2013, estas taxas foram fixadas por um grupo de trabalho que estabeleceu parâmetros de mercado analisando orçamentos de obras públicas, utilizando critérios contábeis e estatísticos, e controlando a representatividade das amostras.

Figura 5: Valores médios do BDI

Fonte: Tribunal de Contas da União (2013)

O preço de venda e o BDI conforme Mattos (2006) são obtidos a partir da aplicação das seguintes fórmulas: Preço de venda: PV = ( % %) [Eq. 01] Onde: CD = custo direto; CI = custo indireto; AC = administração central; CF = custo financeiro; IC = imprevistos e contingências;

TIPOS DE OBRA VALOR MÉDIO

DO BDI

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 22,12%

CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 20,97% CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA,

COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES CORRELATAS 24,18% CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES

DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 25,84% OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 27,48%

______________________________________________________________________________ LO = lucro operacional; IMP = impostos. BDI: BDI = − 1 [Eq. 02] Onde: PV = preço de venda; CD = custo direto. 2.4.3.3 Planilhas de preço

A planilha de preço ou orçamentária, nada mais é do que o documento que integra todos os serviços de forma discriminativa que se refere aos custos diretos, suas unidade de medições, quantidades e seus referentes preços unitários e totais (SANTOS; SILVA; OLIVEIRA, 2012). 2.5 CUSTO DOS INSUMOS

Os insumos de acordo com Gonzáles (2008) são representados pelos elementos que são indispensáveis para a execução de um serviço de uma construção, sendo classificados em três categorias: materiais, mão-de-obra e equipamentos. Minichiello (2007) destaca que os insumos originam-se das especificações dos projetos e seus memoriais descritivos, os quais quanto mais detalhados estiverem, melhor será o resultado do orçamento.

2.5.1 Materiais

O custo dos materiais para Mattos (2006) é de suma importância para a análise do preço de uma composição de serviço de uma obra, pois representa normalmente mais da metade do seu custo unitário do serviço. Segundo Limmer (1996, p.104), “Os materiais representam cerca de 60% do custo da construção, e o seu custo de utilização subordina-se a dois aspectos bem distintos: consumo e preço”.

_____________________________________________________________________________________________ Sobre os materiais são aplicados impostos de ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza), IPI, (Imposto sobre produtos industrializados), alíquota de importação, etc. (MATTOS, 2006).

Com os insumos identificados, pode-se realizar sua cotação de mercado, que deve ser feita na região que será construída a edificação. Também, é importante que já se tenha as quantidades e especificidades corretas dos materiais, para possibilitar uma melhor negociação com o fornecedor (DIAS, 2011).

A cotação de preços dos materiais deve ser feita no mínimo em três fornecedores, realizando simplesmente a média aritmética entre eles, para adotar o preço. Caso se verifique muita disparidade entre os três preços, é necessário realizar um número maior de cotação (DIAS, 2011). Para saber se é realmente necessário realizar mais cotações, Mattos (2003) aposta na distribuição estatística “t-Student” que mostra quantas amostras devem ser coletadas para obter uma boa representação dos preços de mercado. A expressão utilizada segundo Silva (2003 apud Mattos, 2006) é: NC = 4 × s² (x/10)² s² = 1 N − 1 Σ (xi − x) % [Eq. 03] Onde:

NC = quantidade mínima de cotações requeridas s² = variância da amostra

xi = cada cotação obtida x = média das cotações

N = quantidade de cotações colhidas

Para esta expressão se a quantidade de cotações for maior que o valor obtido em NC, a média reflete bem o número de fornecedores, mas caso contrário, se a quantidade de cotações for menor que o valor de NC, deve-se desprezar os valores extremos e realizar um número maior de cotações.

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