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Comparação de custos de uma obra utilizando valores estabelecidos pelo Sinapi com valores obtidos no município de Ijuí/RS

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THIANA DIAS HERRMANN

COMPARAÇÃO DE CUSTOS DE UMA OBRA UTILIZANDO VALORES

ESTABELECIDOS PELO SINAPI COM VALORES OBTIDOS NO

MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS

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COMPARAÇÃO DE CUSTOS DE UMA OBRA UTILIZANDO VALORES

ESTABELECIDOS PELO SINAPI COM VALORES OBTIDOS NO

MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Diorges Carlos Lopes

Ijuí 2015

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COMPARAÇÃO DE CUSTOS DE UMA OBRA UTILIZANDO VALORES

ESTABELECIDOS PELO SINAPI COM VALORES OBTIDOS NO

MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 02 de dezembro de 2015

Prof. Diorges Carlos Lopes Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador Prof. Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Diorges Carlos Lopes (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria Prof. Ana Paula Maran (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Dedico este trabalho aos meus pais, Dari e Jurema, por todo apoio e ensinamentos concebidos a mim.

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Primeiramente agradeço a Deus por ter guiado e iluminado toda minha trajetória, por ter me amparado em todos os momentos e por ter me abençoado com tantas pessoas maravilhosas nesta etapa tão importante.

Aos meus pais, Dari e Jurema, que sempre estiveram ao meu lado, que enfrentaram comigo todas as batalhas, que sempre me incentivaram e me mostraram o melhor caminho a ser percorrido. São meu orgulho, minha fonte de inspiração pra vida toda, a jornada de vocês é o reflexo do que sou hoje. Sempre fizeram o possível e o impossível para que eu chagasse até aqui, só eu sei o quanto vocês batalharam por isso. Agradeço ao meu irmão Thiago que sempre me compreendeu, me apoiou nas minhas escolhas, pelos incentivos de sempre seguir em frente. Muito obrigada por tudo, eu amo vocês!

Ao meu orientador, Mestre Diorges Carlos Lopes, pelos seus ensinamentos, por sempre ter me orientado com todos os conhecimentos necessários para o desenvolvimento deste trabalho. Por ter tido toda a disponibilidade, paciência e dedicação. Muito obrigada por ter feito parte deste momento tão especial!

A todos os meus amigos que longe ou perto sempre torceram e acreditaram em mim. Mas, em especial agradecer as minhas amigas Luiza e Jaciele, que são sem dúvida o presente que a engenharia me deu, que sempre me apoiaram , me deram forças, sempre estiveram ao meu lado.

A todos os docentes que fizeram parte desta trajetória, muito obrigada por todos os ensinamentos e conhecimentos, por terem contribuído com meu crescimento acadêmico e profissional.

Por fim, agradeço a todos aqueles que de alguma forma proporcionaram o desenvolvimento deste trabalho. Muito obrigada!

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A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

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HERRMANN, T. D. Comparação de custos de uma obra utilizando valores estabelecidos

pelo SINAPI e valores obtidos no município de Ijuí/RS. 2015. Trabalho de Conclusão de

Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2015.

A orçamentação é um processo indispensável para a vitalidade de um empreendimento, a qual possibilita identificar os custos, os serviços mais representativos de uma obra. Deve ser realizada sempre com muita atenção e responsabilidade, pois apresentará o lucro e as despesas. Para tornar o procedimento mais ágil, é importante a existência de ferramentas que possibilitem o acesso aos custos de insumos de maneira fácil e rápida. O SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) busca disseminar os preços de composições e insumos para toda a população. É uma ferramenta pública que possui abrangência nacional, e apresenta os custos para cada estado brasileiro, com pesquisa de preço realizada em suas respectivas capitais. Por este motivo, é necessário estudar o orçamento de uma obra com custos locais onde será implantado o projeto, não situado na região metropolitana, comparando com os custos que são fornecidos pelo SINAPI. Sendo assim, o presente trabalho comparou os custos de um projeto de padrão baixo de uma residência unifamiliar de aproximadamente 53,00 m², com valores obtidos no mês de setembro para o estado do Rio Grande do Sul através do SINAPI, com os valores alcançados a partir de cotação de mercado realizada no município de Ijuí/RS. Para tal comparação foi gerada duas planilhas orçamentárias analíticas, onde ambas possuem as composições de serviços com seus respectivos insumos de acordo com o que é apresentado pelo SINAPI, e cada uma apresenta os custos para cada caso, uma com os custos relativos ao SINAPI e a outra com os custos do município de Ijuí/RS. Esta comparação permitiu analisar se os valores fornecidos pela ferramenta são satisfatórios e confiáveis. O custo para o projeto referência através do SINAPI resultou em R$89.177,10, e para o município de Ijuí/RS alcançou R$82.792,95. Os orçamentos permitem visualizar que o valor da mão-de-obra foi responsável pela diferença no custo global total da obra, sendo que os insumos de materiais se mostraram satisfatórios, devendo prestar uma maior atenção individualmente nos materiais relativos à matéria prima e de instalações hidrossanitárias. Esta diferença entre os orçamentos de 7,16% é aceitável, pois não se considerou perdas para o projeto, as quais com sua correção tornaria um equilíbrio e menor aproximação entre esta diferença. O SINAPI se mostrou uma boa ferramenta de orçamentação, podendo ser utilizado em projetos a serem executados no município de Ijuí/RS de uma maneira segura e prática.

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HERRMANN, T. D. Comparação de custos de uma obra utilizando valores estabelecidos

pelo SINAPI e valores obtidos no município de Ijuí/RS. 2015. Trabalho de Conclusão de

Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2015.

The argument is an indispensable process for the vitality of an enterprise, which allows the identification of costs, the most representative services of a work. It should always be carried out with great care and responsibility, for the present income and expenses. To make the procedure faster, the existence of tools to allow access to input costs easily and quickly is important. SINAPI (National System of Costs Survey and Indexes of Construction) seeks to disseminate prices compositions and supplies for the entire population. It is a public tool that has national coverage, and presents the costs for each Brazilian state, with price survey in their respective capitals. For this reason, it is necessary to study the budget of a work with local costs which will be implemented the project, not located in the metropolitan area, compared to the costs that are provided by SINAPI. Thus, this study compared the costs of a low standard design of a detached house of approximately 53,00 m², with values obtained in September for the state of Rio Grande do Sul through SINAPI with the values achieved at from market value held in the city of Ijuí/RS. For such a comparison was generated two analytical budget spreadsheets, where both have compositions services with their inputs according to what is presented by SINAPI, and each presents the costs for each case, with the costs of SINAPI and another with the costs of the municipality of Ijuí/RS. This comparison allowed us to analyze the values provided by the tool are satisfactory and reliable. The cost for the project reference by SINAPI resulted in R$89.177,10, and for the city of Ijuí/RS to R$82.792,95. Budgets allow you to view the amount of hand labor was responsible for the difference in the total overall cost of the work, and the material inputs were satisfactory and should pay more attention individually in the materials relating to raw material and sanitary facilities. This difference between the 7,16% of budgets is acceptable because it was not considered losses for the project, which with its correction would make a balance and lower approximation of this difference. SINAPI proved a good budgeting tool that can be used in projects to be executed in the city of Ijuí/RS in a safe and practical way.

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Figura 1: Exemplo de orçamento sintético ... 21

Figura 2: Exemplo de orçamento analítico ... 22

Figura 3: Etapas do orçamento ... 23

Figura 4: Impostos pagos sobre o custo da obra ... 28

Figura 5: Valores médios do BDI ... 30

Figura 6: Encargos aplicados a mão-de-obra horista... 35

Figura 7: Histórico de desenvolvimento do SINAPI ... 38

Figura 8: Exemplo de relatório de insumos ... 46

Figura 9: Comparação de relatório de composições com e sem desoneração ... 47

Figura 10: Exemplo de relatório dos serviços em formato Excel... 48

Figura 11: Exemplo de relatório dos insumos em formato Excel ... 49

Figura 12: Delineamento da pesquisa ... 51

Figura 13: Cabeçalho da planilha orçamentária ... 54

Figura 14: Seleção de localidade na página do SIPCI ... 54

Figura 15: Pesquisa de insumo ou composição ... 55

Figura 16: Pesquisa da composição por código ... 56

Figura 17: Resultado da pesquisa ... 56

Figura 18: Dados da composição... 57

Figura 19: Local de seleção de “itens e coeficientes” ... 57

Figura 20: Itens e coeficientes da composição ... 58

Figura 21: Decomposição de “Alvenaria em tijolo cerâmico maciço” ... 59

Figura 22: Decomposição do serviço ... 60

Figura 23: Decomposição da mão-de-obra pedreiro com encargos complementares ... 61

Figura 24: Decomposição do equipamento vibrador de imersão ... 61

Figura 25: Custo total dos insumos e suas respectivas porcentagens ... 62

Figura 26: Custo total da dos insumos e da construção ... 63

Figura 27: Salários base da construção civil para o munícipio de Ijuí/RS ... 82

Figura 28: Comparação de custos da mão-de-obra com encargo complementares entre SINAPI e cotação em Ijuí/RS ... 84

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Figura 30: Comparação do custo da mão-de-obra para os serviços entre SINAPI e cotação no município de Ijuí/RS ... 89 Figura 31: Comparação global do custo dos serviços entre SINAPI e cotação no município de Ijuí/RS ... 91 Figura 32: Comparação do custo global da obra entre SINAPI e cotação no município de Ijuí/RS ... 92

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Tabela 1: Etapas e subetapas do projeto ... 53

Tabela 2: Comparação de custos dos materiais entre SINAPI e cotação de mercado no município de Ijuí/RS ... 65

Tabela 3: Materiais substituídos no orçamento analítico para município de Ijuí/RS ... 73

Tabela 4: Representatividade dos materiais para o município de Ijuí/RS em relação ao custo total ... 74

Tabela 5: Comparação de custos da mão-de-obra entre SINAPI e cotação em Ijuí/RS .... 82

Tabela 6: Comparação de custos dos materiais para os serviços ... 85

Tabela 7: Comparação de custos da mão-de-obra para os serviços ... 88

Tabela 8: Comparação global do custo dos serviços ... 90

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BDI Benefícios e Despesas Indiretas BNH Banco Nacional de Habitação CAIXA Caixa Econômica Federal

CENPHA Centro Nacional de Pesquisas Habitacionais CUB Custo Unitário Básico

FUNASA Fundação Nacional da Saúde GIHAB Gerência Executiva de Habitação

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEG Instituto de Desenvolvimento Econômico e Gerencial

INCRA Instituto de Colonização e Reforma Agrária e Ministério da Defesa IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias UF Unidade de Federação

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil SIDRA Sistema IBGE de Recuperação Automática

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1 Introdução ... 15 1.1 OBJETIVOS ... 16 2 Revisão da Literatura ... 17 2.1 ENGENHARIA DE CUSTOS ... 17 2.2 ORÇAMENTO ... 18 2.3 TIPOS DE ORÇAMENTO ... 19 2.3.1 Orçamento paramétrico ... 20 2.3.2 Orçamento sintético ... 20 2.3.3 Orçamento analítico ... 21 2.4 ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO ... 23

2.4.1 Estudo das condicionantes ... 24

2.4.1.1 Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas ... 24

2.4.1.2 Leitura e interpretação do edital ... 24

2.4.1.3 Visita técnica ... 25

2.4.2 Composição de custos ... 25

2.4.2.1 Identificação dos serviços ... 25

2.4.2.2 Levantamento de quantitativos ... 25

2.4.2.3 Custo direto ... 26

2.4.2.4 Custo indireto ... 26

2.4.3 Fechamento do orçamento ... 27

2.4.3.1 Lucro ... 28

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2.5.2 Equipamentos ... 33

2.5.3 Mão-de-obra ... 34

2.6 SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO CIVIL – SINAPI ... 36

2.6.1 Histórico do SINAPI ... 36

2.6.2 Metodologias de coleta dos custos do SINAPI ... 38

2.6.2.1 Insumos ... 39

2.6.2.2 Composições ... 41

2.6.3 Desoneração da folha de pagamento ... 44

2.6.4 Resultados, aplicações e utilização ... 45

2.6.5 Divulgação dos resultados ... 46

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 50

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 50

3.2 DELINEAMENTO ... 51

3.3 DESENVOLVIMENTO DA PLANILHA ORÇAMENTÁRIA ANALÍTICA 52 3.4 COTAÇÃO DE MERCADO ... 63

4 RESULTADOS ... 64

4.1 COMPARAÇÃO DO CUSTO DOS INSUMOS ... 64

4.1.1 Comparação do custo dos materiais ... 64

4.1.2 Comparação do custo da mão-de-obra ... 81

4.2 COMPARAÇÃO DO CUSTO DOS SERVIÇOS ... 85

4.2.1 Comparação do custo dos materiais para os serviços ... 85

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5 CONCLUSÃO ... 93

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 94

REFERÊNCIAS ... 95

ANEXO A – PROJETO ARQUITETÔNICO REFERÊNCIA ... 98

ANEXO B – PROJETO ELÉTRICO REFERÊNCIA ... 100

ANEXO C – PROJETO HIDROSSANITÁRIO REFERÊNCIA ... 101

ANEXO D – MEMORIAL DECRITIVO DO PROJETO REFERÊNCIA ... 102

ANEXO E – COTAÇÃO DE MERCADO DOS MATERIAIS NO MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS ... 113

ANEXO F – COTAÇÃO DE MERCADO DA MÃO-DE-OBRA NO MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS ... 125

ANEXO G – ORÇAMENTO ANALÍTICO COM VALORES DO SINAPI ... 127

ANEXO H – ORÇAMENTO ANALÍTICO COM VALORES DO MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS ... 147

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1

INTRODUÇÃO

Vivemos num mundo competitivo que torna evidente o dever de empresários terem o total conhecimento de fatores específicos para o perfeito gerenciamento da execução de um empreendimento. O processo de obtenção de mão-de-obra, materiais e equipamentos, são indispensáveis para a construção de uma obra, trazendo-lhe qualidade satisfatória, execução dento de uma prazo estabelecido, e que siga os custos de execução segundo o que foi previsto em um orçamento bem elaborado (LIMA, 2000).

O orçamento é responsável por informar quais os prováveis custos para um empreendimento ser concluído, caracteriza-se como uma etapa muito importante para tornar um projeto exequível. Consequentemente o construtor traz consigo muita responsabilidade, pois o projeto representará a competitividade e eficiência vital para sua sobrevivência, tornando portanto, a orçamentação um ramo importantíssimo na construção civil (BERWANGER, 2008).

Bomfim (2013) destaca que as empresas vêm buscando a otimização de gastos, aumentando os investimentos que se relacionam com o planejamento, o que torna que a orçamentação de um empreendimento ganhe destaque cada vez mais no ramo da construção civil. Assim, acarreta a necessidade de criação e aperfeiçoamento de ferramentas capazes de auxiliar no progresso da atividade como um todo.

A evolução de ferramentas de controle e de avanços das atividades e diminuição dos custos representa um objetivo imprescindível para a obtenção do êxito nos dias de hoje. Sendo assim, o orçamento é uma ferramenta tradicional largamente empregada, fazendo com que ferramentas orçamentárias sejam aperfeiçoadas ao longo do tempo, o que torna evidente o aparecimento de novos métodos (BONFIM, 2013).

Neste sentido, é notória a necessidade do desenvolvimento de ferramentas e metodologias capazes de auxiliarem e facilitarem a elaboração de orçamentos que permitam a credibilidade de seus dados, para que não ocorra disparidade dos custos duramente a execução de uma obra. Uma das ferramentas disponíveis para a elaboração de orçamentos e de livre acesso de toda população é o

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SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), o qual fornece dados de custos de insumos e das composições dos serviços. A mesma é disseminada por órgãos públicos e amplamente empregada no ramo da construção civil. Porém, a cotação de seus custos é realizada na capital de cada estado brasileiro, não levando em consideração os custos que abrangem as cidades do interior de cada estado. É importante estudar e discutir a existência de diferença de custos que podem ocorrer em um projeto que não seja executado na região metropolitana, analisando se a aplicação desta ferramenta em orçamentos é um recurso seguro.

Deste modo, a pesquisa deste trabalho permitirá a comparação dos dados fornecidos pelo SINAPI no Rio Grande do Sul, com os dados existentes e coletados na cidade de Ijuí/RS no mês de setembro, visualizando a confiabilidade ou não da empregabilidade dos dados em projetos na região. Terá como base um projeto de padrão baixo de uma residência unifamiliar com aproximadamente 53,00 m². Será desenvolvida também, uma planilha orçamentária analítica prioritariamente destinada a orçamentos que utilizam os dados do SINAPI, beneficiando profissionais da área e empresas de construção civil, possibilitando uma melhor interação com a ferramenta. Ressalva-se que a orçamentação deve ser feita sempre com atenção independe do método utilizado.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é comparar os custos de um projeto de padrão baixo, entre os valores fornecidos pelo SINAPI e os existentes e coletados no município de Ijuí/RS. Assim, serão empregados os dados fornecidos pelo SINAPI necessários para o desenvolvimento de um orçamento, desenvolvendo dois orçamentos analíticos, um com valores fornecidos pelo SINAPI e o outro utilizando preços do munícipio de Ijuí/RS. Analisando os valores obtidos para cada orçamento, comparando os resultados de ambos os métodos e apontando quais os fatores que podem influenciar nos resultados orçamentários.

A partir do tema proposto e da pesquisa a ser realizada, almeja-se responder se é plausível utilizar os dados fornecidos pelo SINAPI em projetos para o município de Ijuí/RS, sem a ocorrência de divergências de custos significativos na execução de uma obra. Também se pretende obter o custo de um projeto através das tabelas do SINAPI, e o custo deste mesmo projeto com preços dos insumos para o munícipio de Ijuí/RS, analisando quais as diferenças existentes entre ambos.

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2

REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo serão abordados a partir de referenciais teóricos assuntos pertinentes ao tema deste trabalho. Primeiramente será apresentada a engenharia de custos, em seguida serão explanados os conceitos, tipos e etapas da orçamentação e os custos dos insumos. E por fim será exposto as características e funcionamento do sistema SINAPI.

2.1 ENGENHARIA DE CUSTOS

A engenharia de custos é definida por Dias (2011) como a área de engenharia que resolve os diversos obstáculos existentes na estimativa de custos, realiza avaliação econômica, de planejamento, de gerência e controle de empreendimentos. Para que sejam realizados adequadamente, utilizam-se como ferramenta de auxílio os princípios, normas, critérios e própria experiência.

Oliveira (2011) ressalta que a engenharia de custos determina as etapas pelo qual os serviços de construção irão seguir, decompondo entre atividades e tarefas, de modo que constituam prazos e processos determinados, possibilitando que o empreendimento obtenha o melhor comportamento possível.

A elaboração de um orçamento traz ao profissional que executa grandes, responsabilidades e competências, para que ele seja realizado corretamente, aplicando os princípios da engenharia de custos. É preciso saber elaborar e desenvolver o orçamento em curto período, utilizando de processos executivos atuais, além de alcançar o menor e melhor preço (DIAS, 2011).

Concretamente seus alvos são os serviços de construção, focalizando a dinâmica de processos, que correspondem a fluxos de materiais (consumos) e de trabalho (produtividade e produção), fluxos financeiros, no tempo e no espaço, atendendo às necessidades da tecnologia de construção (TAVES, 2014, p. 4).

De acordo com Taves (2014) a engenharia de custos abrange a elaboração de orçamentos e atua na consolidação de um empreendimento, levando em conta alguns aspectos como a

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_____________________________________________________________________________________________ verificação da viabilidade, o estudo de pré-investimento, o planejamento das construções, além do controle de custos.

A viabilidade, segundo Limmer (1997), é a fase de avaliação do empreendimento, ou seja, investigar se o empreendimento é exequível ou não, levando em conta a disponibilidade dos recursos e a relação do custo-benefício. Já o estudo de pré-investimento, de acordo com Tisaka (2006, p. 143) tem como finalidade fundamentar políticas de investimento e gestão e/ou determinar a visibilidade de projetos individuais, onde se incluem: planos diretores e setoriais de desenvolvimento urbano, rural e regional e outras atividades de planejamento, como também estudos de mercado e de localização, viabilidade técnica, econômica e financeira, estudos de impactos ambientais e sociais, estudos institucionais e atividades assemelhadas.

Gonzáles (2008) aborda que o planejamento das construções é a fase que abrange a organização de sua execução, levando em conta tanto o orçamento quanto a programação da obra. E por fim o controle de custo nada mais é, segundo Mattos (2006), que a identificação de possíveis erros no orçamento original, possibilitando a geração de um histórico pra as próximas estimativas.

2.2 ORÇAMENTO

De acordo com Limmer (1997, p. 86) “Um orçamento pode ser definido como a determinação dos gastos necessários para a realização de um projeto, de acordo com um plano de execução previamente estabelecido, gastos esses traduzidos em termos quantitativos”.

Para González (2008), um orçamento é uma previsão de quanto irá custar um empreendimento. O custo da obra é o valor resultante da soma de todos os gastos indispensáveis para sua implantação, e o preço é igual ao custo somado à margem de lucro.

Mattos (2006) destaca que orçamento não pode ser confundido com orçamentação, onde o orçamento é o produto e a orçamentação é o processo de determinação. Neste contexto, Xavier (2008) profere que se deve entender sobre o produto, lhe descrevendo e quantificando-o corretamente com técnica e atenção. Quanto maior o conhecimento e detalhes, melhor será a execução e a identificação de problemas, bem como controle dos custos.

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______________________________________________________________________________ O custo de um empreendimento envolve vários itens, sendo cada um identificado, descrito, quantificado e analisado. Este processo demanda grande habilidade técnica e muita atenção. Para que não haja lacunas na composição de custos nem considerações impróprias, é necessário estudar bem cada item do orçamento já que ele é realizado antes da construção do produto (MATTOS, 2006).

A realização do orçamento de um projeto por mais que siga todos os preceitos da orçamentação com rigidez, sempre haverá uma margem de incertezas. E é neste sentido que Mattos (2006) apresenta os principais atributos do orçamento:

Aproximação: todos os orçamentos são aproximados, por se fundamentar em previsões. Não há necessidade de ser exato, mas preciso, aproximando-se o máximo de quanto irá custar;

Especificidade: todo orçamento depende do local em que ele será implantado, não pode ser considerado padrão nem genérico;

Temporariedade: todo orçamento realizado anos atrás, hoje possui seus custos defasados, e para ser válido seus custos devem ser atualizados;

Ainda de acordo com Mattos (2006), quanto mais especificado e detalhado é um orçamento, mais benéfico ele se torna, pois o responsável pelo empreendimento passa a possuir subsídios para sua execução, como o tipo de serviço que irá implantar, a quantidade das atividades, promovendo assim o controle dos custos.

2.3 TIPOS DE ORÇAMENTO

“Existem vários tipos de orçamento, e o padrão escolhido depende da finalidade da estimativa e da disponibilidade de dados” (GONZÁLEZ, 2008, p. 9).

Segundo Minichiello (2003), para definir esta escolha é necessário saber se o interesse é alcançar uma estimativa rápida, a qual se fundamenta somente na concepção básica da obra, ou se é mais detalhado com um grau maior de informações. A partir desta definição pode-se optar pelo tipo de orçamento, que basicamente são de três formas: paramétrico, sintético e analítico.

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_____________________________________________________________________________________________

2.3.1 Orçamento paramétrico

Deve-se optar pelo orçamento paramétrico quando se pretende obter uma rápida estimativa do empreendimento, com a disponibilidade de dados básicos da obra. Não há necessidade de ter em mãos o projeto arquitetônico, hidrossanitário, elétrico, estrutural, e sim apenas um anteprojeto (MINICHIELLO, 2003).

Para González (2008) o orçamento paramétrico é aproximado, o qual se adapta as averiguações inicias, a estudos de viabilidade e para consultas de clientes. É uma estimativa, proporcionando ao interessado definir se deve ou não avançar com o empreendimento ou realizar mudanças necessárias para a viabilidade de construção.

O orçamento paramétrico também pode ser chamado de estimativa de custos, que segundo Mattos (2006) é uma estimativa baseada no histórico de custos e na similaridade com projetos já executados. É realizado a partir de indicadores, que pode ser o custo do metro quadrado construído, o qual o Custo Unitário Básico (CUB) é o mais empregado.

2.3.2 Orçamento sintético

É obtido através de cálculo pelo método dos Índices de Construção. Para este tipo de orçamento é necessário que haja um projeto básico, que auxiliará no cálculo de todas as atividades macros possíveis de serem medidas (VALENTINI, 2009).

De acordo com Mattos (2006) este tipo de orçamento pode ser chamado também de orçamento preliminar, e requer o levantamento de quantidades e pesquisa dos preços dos principais insumos e serviços. É mais detalhado que o orçamento paramétrico e possui um grau de incerteza menor. Utilizam de indicadores como, por exemplo, taxa de aço, taxa de fôrma, espessura média, que servirão para gerar pacotes menores de trabalho, com maior facilidade de orçamentação e análise de sensibilidade de custos.

O orçamento sintético mostra o preço dos serviços e o preço total, podendo apresentar também os percentuais de cada serviço (AVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003). A figura 1 ilustra um exemplo de orçamento sintético.

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______________________________________________________________________________ Figura 1: Exemplo de orçamento sintético

Fonte: Avila, Librelotto e Lopes (2003)

2.3.3 Orçamento analítico

Em comparação com os tipos de orçamentos apresentados, paramétrico e sintético, o orçamento analítico é o mais preciso de todos. De acordo com Mattos (2006), ele é realizado a partir da estimativa de custos e pesquisa dos preços de cada insumo, chegando a um valor muito próximo do verdadeiro custo.

“O orçamento analítico vale-se de uma composição de custos unitários para cada serviço da obra, levando em consideração quanto de mão-de-obra, material, e equipamento é gasto em sua execução” (MATTOS, 2006, p. 42).

Este tipo de orçamento necessita que todos os projetos estejam prontos, sendo eles: arquitetônico, hidráulico, elétrico, estrutural. Além das especificações técnicas, memoriais e outros documentos e dados que forem pertinentes ao empreendimento. Com esses elementos é possível listar as atividades e as quantidades de serviços que serão executados (GONZÁLEZ, 2008).

Mattos (2006) ressalta que além dos serviços, devem ser consideradas outras despesas incidentes indiretamente na obra, como custos de manutenção do canteiro de obras, equipes técnicas, administrativa e de suporte da obra, taxas e emolumentos, etc. Também de acordo com

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_____________________________________________________________________________________________ González (2008) deve ser incluída a taxa de BDI (Benefícios e despesas indiretas), o qual acrescenta o lucro esperado e todas as despesas não expressas no orçamento.

O orçamento analítico é apresentado em planilhas, composto por: discriminação de todos os itens e subitens dos serviços, as unidades dos serviços, as quantidades, os preços unitários dos serviços, o preço parcial ou subtotal para cada subitem, o preço do item ou subtotal de cada item, o preço total do empreendimento sem o BDI, o preço total do empreendimento com o BDI (AVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003). A figura 2 ilustra um exemplo de orçamento analítico.

Figura 2: Exemplo de orçamento analítico

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2.4 ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO

Para a elaboração do orçamento de um empreendimento, devem-se seguir basicamente três etapas de acordo com Mattos (2006), sendo elas: estudo das condicionantes, composição de custos e fechamento do orçamento, como apresentado na figura 3.

Figura 3: Etapas do orçamento

Fonte: Adaptado de Mattos (2006)

Primeiro estudam-se os documentos disponíveis, realiza-se visita de campo, e fazem-se consultas ao cliente. Em seguida, monta-se o custo, que é proveniente das definições técnicas, do plano de ataque da obra, dos quantitativos dos serviços, das produtividades e da cotação de preços de insumos. Por fim, soma-se o custo indireto, aplicam-se os impostos e aplica-se a margem de lucratividade desejada, obtendo-se assim o preço de venda da obra (MATTOS, 2006, p 26).

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2.4.1 Estudo das condicionantes

Para que seja possível elaborar um orçamento, é necessário que exista um projeto básico ou executivo do empreendimento, ele será o responsável por orientar o orçamentista. Com ele serão identificados os serviços da obra e seu quantitativo, o grau de intervenção entre ambos e a dificuldade de concretização das tarefas, etc. (MATTOS, 2006).

Nesta etapa são conhecidas as condições de entorno da obra, realizando as seguintes atividades: leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas, leitura e interpretação do edital, e a visita técnica.

2.4.1.1 Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas

Xavier (2008) salienta que a partir da leitura e interpretação do projeto, seja ele arquitetônico, estrutural, de instalações, etc., o orçamentista analisa, entende e compreende o empreendimento. Para tanto é preciso conter a seguinte composição de projetos de acordo com Mattos (2006): plantas baixas, cortes, vistas, perspectivas, notas esclarecedoras, detalhes, diagramas, gráficos, tabelas e quadros.

O orçamentista deve também estudar as especificações técnicas da obra, que são documentos no formato descritivo que contemplam informações qualitativas. São compostos pela descrição dos materiais utilizados, o padrão de acabamento, descrição da sua aplicação, tolerâncias de dimensionamento dos elementos estruturais, critérios de recebimento e de medição dos materiais, ensaios necessários para o procedimento de execução (XAVIER, 2008).

2.4.1.2 Leitura e interpretação do edital

Caso a obra seja elemento de concorrência, é necessária a leitura e interpretação do edital, o qual é um documento que conduz a licitação. O edital deve conter as seguintes informações: prazo da obra, datas-marco contratuais, penalidades por atraso do prazo ou bônus por antecipação, critérios de medição, pagamento e reajustamento, regime de preços, limitação de horários de trabalho, critérios de participação da licitação, habilitação técnica, documentação requerida e seguros exigidos (MATTOS, 2006).

(27)

______________________________________________________________________________ 2.4.1.3 Visita técnica

Para complementar os estudo das condicionantes, é indispensável que seja realizado visita técnica no local da obra. De acordo com Mattos (2006), a visita técnica possibilita extrair as possíveis dúvidas, levantamento de dados importantes, registro com fotos, aferir a condição das vias de acesso e disponibilidades de materiais, equipamentos e mão-de-obra na região. Esse processo pode ser registrado em formulários, facilitando a interpretação dos dados.

2.4.2 Composição de custos

A composição de custos de acordo com Mattos (2006) é o procedimento que estipula os custos dos serviços ou atividades, representados por insumos e condições pré-estabelecidas. Lista todos os insumos necessários para a execução de um serviço e suas quantidades, seja de materiais, equipamentos ou mão-de-obra, traz também sua unidade de mediada, o índice de incidência do insumo sobre o serviço, seu custo unitário e total. Neste contexto de composição de custos, é realizada primeiramente a identificação dos serviços, após o levantamento de quantitativos, e posteriormente a discriminação dos custos diretos e indiretos.

2.4.2.1 Identificação dos serviços

Para realizar o orçamento e determinar os custos, é necessário a identificação dos serviços que integrarão a obra (XAVIER, 2008). Dificilmente um orçamento deixará de excluir algum serviço e ser completo por mais cuidadoso que seja, salienta Mattos (2006).

2.4.2.2 Levantamento de quantitativos

Após a identificação dos serviços é possível quantifica-los. Mattos (2006) enfatiza que o levantamento dos quantitativos é um dos principais afazeres do orçamentista, pois nem sempre o projetista dispõe destas informações de forma detalhada. Um pequeno erro no cálculo pode trazer trágicas consequências.

Esta etapa requer do orçamentista o conhecimento da obra e correta interpretação do projeto, pois deverá realizar cálculos de área, volumes, pesos, lineares, todos os levantamentos

(28)

_____________________________________________________________________________________________ quantitativos imprescindíveis. Cada serviço deve ser separado de acordo com suas características técnicas, e sua quantificação feita considerando suas dimensões especificadas (MATTOS, 2006).

Esta quantificação pode ser feita por da análise da edificação a ser implantada, a partir de memoriais descritivos do projeto e de suas plantas construtivas. Tais informações extraídas serão mais confiáveis quando os projetos estiverem mais detalhados e corretos possíveis, trazendo maior confiança nesta etapa de identificação dos quantitativos (TAVES, 2014).

2.4.2.3 Custo direto

O Custo Direto é o somatório de todos os custos provenientes dos insumos necessários à realização das atividades para execução do empreendimento e que podem ser levantados diretamente dos projetos, discriminados e quantificados na planilha orçamentária. Eles compreendem nos seguintes grupos de custo: Mão-de-Obra, Materiais e Equipamentos (VALENTINI, 2009, p 17).

De acordo com Mattos (2006), a unidade básica do custo direto é a composição de custo, podendo ser unitários. Podem ser apresentados por unidade de serviço, como: kg de armação, m³ de concreto; ou ainda como verba, que é quando o serviço não pode ser mensurável um uma unidade física, como: paisagismo, sinalização.

A composição dos custos unitários possui os insumos de serviços com seus referentes índices, que é a quantidade de cada insumo demandada para a concretização de uma unidade de serviço. E também apresenta o valor, originário da cotação dos preços e aplicação dos encargos sobre a hora/base do trabalhador (MATTOS, 2006).

2.4.2.4 Custo indireto

“É o somatório de todos os gastos com elementos coadjuvantes necessários à correta elaboração do produto ou não, então, de gastos de difícil alocação a uma determinada atividade ou serviço, sendo por isso diluídos por certo grupo de atividades ou mesmo pelo projeto todo” (LIMMER, 1997, p. 87).

Para Mattos (2006), os custos indiretos são aqueles que ocorrem independentemente, sem estar incluso na composição de custo de um serviço, sua ocorrência é inevitável. Ou seja, custo indireto é aquele que não apareceu como mão-de-obra, material ou equipamento, que não está incluso nos custos diretos da obra.

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______________________________________________________________________________ No custo indireto são considerados os salários com equipes técnicas, de apoio e de suporte. As despesas da obra com contas, materiais de escritório, limpeza, mobilização do canteiro, taxas e emolumentos, entre outros (MATTOS, 2006).

Os custos indiretos variam muito, principalmente, em função do local de execução dos serviços, do tipo de obra, impostos incidentes, e ainda com as exigências do edital ou contrato. Devem ser distribuídos pelos custos unitários diretos totais dos serviços na forma de percentual destes (DIAS, 2011, p. 142).

Os aspectos que influenciam no custo indireto são: localização geográfica, política da empresa, prazo e complexidade. Normalmente o custo indireto representa de 5 a 30% do custo total da obra (MATTOS, 2006).

De acordo com Dias (2011, p. 142) os custos indiretos que mais afetam a construção são: Mobilização e desmobilização dos equipamentos;

Mobilização e desmobilização de pessoal;

Mobilização e desmobilização de ferramentas e utensílios; Administração local; Administração central; Tributos; Despesas financeiras; Benefícios; Risco ou eventuais; 2.4.3 Fechamento do orçamento

Nesta etapa deve ser definido qual será o lucro desejado, baseando-se nas condições técnicas, nas dificuldades de execução, nos prazos, nas condições locais, características do cliente, risco do empreendimento, etc. (XAVIER, 2008).

O fechamento do orçamento é caracterizado pela definição do lucro, qual será o preço de venda e BDI, e por fim demonstrar toda a planilha que discrimina cada item do empreendimento, os quais foram obtidos nas etapas anteriores.

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_____________________________________________________________________________________________ 2.4.3.1 Lucro

“Lucro pode ser conceituado, do ponto de vista contábil e de forma bastante simplificada, como a diferença entre as receitas e as despesas. É o que entra menos o que sai. Lucro, portanto, é um valor absoluto, expresso em unidades monetárias (reais)” (MATTOS, 2006, p 218).

Para a definição da taxa do lucro do empreendimento, Mattos (2006) observa que se devem ser considerado os fatores de concorrência, necessidade de conquistar certa obra e o risco do empreendimento.

2.4.3.2 Preço de venda e BDI

Para o cálculo do preço de venda e do BDI, tem-se como embasamento a planilha de orçamento que possui todos os custos diretos e indiretos, custo com encargos financeiros, administração central, impostos e lucro (VALENTINI, 2009).

O valor do preço de venda é o somatório do custo, do lucro e dos impostos. É definitivamente o custo final do empreendimento (MATTOS, 2006).

Ainda de acordo com Mattos (2006), os impostos são aplicados sobre o preço de venda da obra, e podem ser de ordem federal, estadual ou municipal. Estes impostos são representados pelo COFINS, PIS, CPMF, ISSQN, IRPJ, CSLL, de acordo com o ilustrado na figura 4.

Figura 4: Impostos pagos sobre o custo da obra

(31)

______________________________________________________________________________ BDI ou BONIFICAÇÃO é a parcela do custo do serviço independente, do que se denomina custo direto, ou seja, o que efetivamente fica incorporado ao produto. Desta maneira o BDI é afetado entre outros, pela localização, pelo tipo de administração local exigido, pelos impostos gerais sobre o faturamento, exceto leis sociais sobre a mão-de-obra aplicada no custo direto, e ainda deve constar desta parcela o resultado ou lucro esperado pelo construtor (DIAS, 2011, p. 141).

O significado da abreviatura de BDI, de acordo com Dias (2001) é dividida em duas parcelas e significa: B - é o beneficio que condiz ao resultado estimado do contrato; DI – abreviação de despesas indiretas que conduz aos custos julgados indiretos.

Mattos (2006) explica que o BDI é um fator de majoração expresso em porcentagem, aplicado sobre o custo direto sobre todos os serviços da obra, chegando ao preço de venda. Aponta que o BDI inclui despesas indiretas, custo da administração central, custos financeiros, fatores imprevistos, impostos e lucro.

A sequência de cálculo dos preços de venda é: (MATTOS, 2006 p. 240) 1. Calcular o custo direto (CD);

2. Calcular o custo indireto (CI); 3. Fazer a soma CD+CI;

4. Calcular a administração central (AC) sobre CD+CI; 5. Calcular o custo financeiro (CF) sobre CD+CI;

6. Calcular os imprevistos e contingências (IC) sobre CD+CI; 7. Totalizar CUSTO = CD+CI+AC+CF+IC;

8. Somar as alíquotas de COFINS, PIS, CPMF, ISS = IMP%; 9. Somar IMP% + Lucro = i% (incidências sobre o preço de venda); 10. Calcular PV = CUSTO / (1-1%);

(32)

_____________________________________________________________________________________________ 12. Aplicar o BDI sobre os custos unitários para obter os preços unitários.

O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão que estabelece as taxas de BDI para cada tipo de obra, e de acordo com o Acórdão Nº 2622/2013 os percentuais médios de BDI a serem utilizados, principalmente para obras públicas, são os valores apresentados na figura 5. De acordo com o Acórdão Nº 2622/2013, estas taxas foram fixadas por um grupo de trabalho que estabeleceu parâmetros de mercado analisando orçamentos de obras públicas, utilizando critérios contábeis e estatísticos, e controlando a representatividade das amostras.

Figura 5: Valores médios do BDI

Fonte: Tribunal de Contas da União (2013)

O preço de venda e o BDI conforme Mattos (2006) são obtidos a partir da aplicação das seguintes fórmulas: Preço de venda: PV = ( % %) [Eq. 01] Onde: CD = custo direto; CI = custo indireto; AC = administração central; CF = custo financeiro; IC = imprevistos e contingências;

TIPOS DE OBRA VALOR MÉDIO

DO BDI

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS 22,12%

CONSTRUÇÃO DE RODOVIAS E FERROVIAS 20,97% CONSTRUÇÃO DE REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA,

COLETA DE ESGOTO E CONSTRUÇÕES CORRELATAS 24,18% CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTAÇÕES E REDES

DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 25,84% OBRAS PORTUÁRIAS, MARÍTIMAS E FLUVIAIS 27,48%

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______________________________________________________________________________ LO = lucro operacional; IMP = impostos. BDI: BDI = − 1 [Eq. 02] Onde: PV = preço de venda; CD = custo direto. 2.4.3.3 Planilhas de preço

A planilha de preço ou orçamentária, nada mais é do que o documento que integra todos os serviços de forma discriminativa que se refere aos custos diretos, suas unidade de medições, quantidades e seus referentes preços unitários e totais (SANTOS; SILVA; OLIVEIRA, 2012). 2.5 CUSTO DOS INSUMOS

Os insumos de acordo com Gonzáles (2008) são representados pelos elementos que são indispensáveis para a execução de um serviço de uma construção, sendo classificados em três categorias: materiais, mão-de-obra e equipamentos. Minichiello (2007) destaca que os insumos originam-se das especificações dos projetos e seus memoriais descritivos, os quais quanto mais detalhados estiverem, melhor será o resultado do orçamento.

2.5.1 Materiais

O custo dos materiais para Mattos (2006) é de suma importância para a análise do preço de uma composição de serviço de uma obra, pois representa normalmente mais da metade do seu custo unitário do serviço. Segundo Limmer (1996, p.104), “Os materiais representam cerca de 60% do custo da construção, e o seu custo de utilização subordina-se a dois aspectos bem distintos: consumo e preço”.

(34)

_____________________________________________________________________________________________ Sobre os materiais são aplicados impostos de ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza), IPI, (Imposto sobre produtos industrializados), alíquota de importação, etc. (MATTOS, 2006).

Com os insumos identificados, pode-se realizar sua cotação de mercado, que deve ser feita na região que será construída a edificação. Também, é importante que já se tenha as quantidades e especificidades corretas dos materiais, para possibilitar uma melhor negociação com o fornecedor (DIAS, 2011).

A cotação de preços dos materiais deve ser feita no mínimo em três fornecedores, realizando simplesmente a média aritmética entre eles, para adotar o preço. Caso se verifique muita disparidade entre os três preços, é necessário realizar um número maior de cotação (DIAS, 2011). Para saber se é realmente necessário realizar mais cotações, Mattos (2003) aposta na distribuição estatística “t-Student” que mostra quantas amostras devem ser coletadas para obter uma boa representação dos preços de mercado. A expressão utilizada segundo Silva (2003 apud Mattos, 2006) é: NC = 4 × s² (x/10)² s² = 1 N − 1 Σ (xi − x) % [Eq. 03] Onde:

NC = quantidade mínima de cotações requeridas s² = variância da amostra

xi = cada cotação obtida x = média das cotações

N = quantidade de cotações colhidas

Para esta expressão se a quantidade de cotações for maior que o valor obtido em NC, a média reflete bem o número de fornecedores, mas caso contrário, se a quantidade de cotações for menor que o valor de NC, deve-se desprezar os valores extremos e realizar um número maior de cotações.

(35)

______________________________________________________________________________

2.5.2 Equipamentos

Os equipamentos a serem utilizados podem ser próprios ou alugados, e seu custo é representado por hora de utilização. De acordo com Limmer (1996) o preço pode ser adquirido através de cotação de mercado, e com o passar do tempo o valor decresce até chegar num estado de não-rentabilidade.

O custo horário de um equipamento é a soma de várias parcelas, sendo preciso calcular cada uma delas. Como são vários os fatores envolvidos, não é tarefa das mais fáceis. Por isso, os métodos de cálculo são relativamente empíricos, baseados em parâmetros obtidos da observação das condições de trabalho, tipo de equipamento e outras características especiais. Mais uma vez é de se ressaltar que cabe a cada empresa apropriar seus custos reais e tabulá-los de forma a ter dados confiáveis para o orçamento. Mesmo dois equipamentos idênticos em modelo, ano de fabricação e tipo de serviço podem apresentar custos reais diferentes, que a empresa só detectará se coletar os dados e tratá-los (MATTOS, 2006, p.108).

O custo de um equipamento envolve três fatores: custo de propriedade, custo de operação e custo de manutenção. De acordo com Mattos (2006) é representado pela seguinte expressão:

Ch = Dh + Jh + Ph + Gh + Lh + MOh + Mh [Eq. 04]

Onde:

Ch = custo horário total (R$/h)

Dh = custo horário de depreciação (R$/h)

Jh = custo horário de juros (R$/h)

Ph = custo horário de pneus (R$/h)

Gh = custo horário de combustível (R$/h)

Lh = custo horário de lubrificação (R$/h)

MOh = custo horário de mão-de-obra de operador (R$/h)

Custo de propriedade Custo de operação Custo de manutenção

(36)

_____________________________________________________________________________________________ Mh = custo horário de manutenção (R$/h)

2.5.3 Mão-de-obra

O custo da mão-de-obra segundo Mattos (2006) pode representar de 50% a 60% do custo total da obra, sendo notória a importância da precisão de seu levantamento para o orçamento. De acordo com Dias (2011), seu custo pode ser obtido na construtora que realizará a obra ou através da tabela do sindicato de profissionais da região, a partir de pesquisas ou outra forma de obtenção destes valores.

Segundo Tisaka (2006) o custo da mão-de-obra é composto pelo salário do trabalhador de acordo com a sua função, acrescidos de encargos sociais, despesas com alimentação, transporte, EPI (equipamentos de proteção individual) e ferramentas de uso pessoal.

De acordo com Mattos (2006), o custo do homem hora é a multiplicação de seu salário-base pelos encargos sociais e trabalhistas, e é este valor que deve ser utilizado nos orçamentos. A fórmula a seguir apresenta como deve ser realizado o cálculo:

Custo do homem hora = hora-base x (1 + %encargos) [Eq. 05]

Os encargos sociais e trabalhistas são previstos em lei e o empregador é obrigado a pagar ao empregado, e são atribuídos por legislação e convenções de trabalho. São identificados por encargos sociais básicos, encargos trabalhistas, encargos indenizatórios e incidências acumulativas. Além dos encargos são acrescidos ao valor do homem/hora, os custos com alimentação, café da manhã, transporte, EPI, seguro em grupo, ferramentas e horas extras habituais. Com a incorporação destes custos, o salário do trabalhador é mais completo, englobando todas as despesas (MATTOS, 2006). A figura 6 ilustra cada um dos encargos aplicados com suas respectivas porcentagens para a mão-de-obra horista.

(37)

______________________________________________________________________________ Figura 6: Encargos aplicados a mão-de-obra horista

(38)

_____________________________________________________________________________________________ 2.6 SISTEMA NACIONAL DE PESQUISA DE CUSTOS E ÍNDICES DA CONSTRUÇÃO

CIVIL – SINAPI

O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) é um sistema que informa os preços e índices da construção civil para o setor da habitação, de acordo com resultados obtidos com levantamento de custos de materiais e salários pagos na construção civil (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015). É utilizado como limitador de preço para os serviços contratados que utilizam recursos do Orçamento Geral da União, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias desde sua edição anual de 2003 (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2015).

A gestão do sistema do SINAPI é partilhada entre a Caixa Econômica Federal (CAIXA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme explica o site da Caixa Econômica Federal (2015), é de responsabilidade da CAIXA a conservação da base técnica de engenharia, que envolve a especificação de insumos, composições de serviços e projetos referenciais, e pelo processamento dos dados. E o IBGE é responsável pela pesquisa mensal de preço, pela formulação da metodologia e concepção dos índices, sendo realizada a coleta dos custos em estabelecimentos comerciais, industriais e sindicatos da construção civil. Salienta ainda, que o SINAPI tem periodicidade mensal na divulgação dos custos e índices da construção civil, e abrange todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.

2.6.1 Histórico do SINAPI

Segundo o Manual de metodologias e conceitos (2014) desenvolvido pela CAIXA, o SINAPI foi fundado em 1969 pelo extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) em conjunto com o IBGE, com o intuito de divulgar informações sobre os custos e índices da construção civil habitacional.

Conforme o que prescreve o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015), o SINAPI visava o preencher a falta de informações disponíveis referente aos custos e índices existentes até o momento. A Lei de Incorporações definia que os Sindicatos da Indústria da Construção Civil tinham a incumbência de realizar os cálculos dos custos da construção a partir de projetos padronizados, levando em consideração o número de pavimentos, quantidade de dormitórios e o padrão da construção.

(39)

______________________________________________________________________________ Após a decisão de implantação do SINAPI, o IBGE ficou encarregado de coletar mensalmente os preços dos materiais de construção e os salários de mão-de-obra utilizada na construção civil. Os custos e índices foram primeiramente feitos pelo Centro Nacional de Pesquisas Habitacionais (CENPHA), e em 1975 passou a ser de responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Gerencial (IDEG), e posteriormente em 1981 ao BNH (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015).

O IBGE em agosto de 1982 também ficou na incumbência da coleta mensal de custos e índices, juntamente com o BNH. E em janeiro de 1985 a coleta e o processamento dos dados se tornaram de inteira reponsabilidade somente do IBGE, requerendo do BNH a conservação do sistema em relação aos aspectos técnicos de engenharia. Após a extinção do BNH, o SINAPI foi adotado pela CAIXA em 1986, tornando-se um sistema corporativo utilizado como referência de custos e índices para obras habitacionais em todo o Brasil (MANUAL DE METODOLOGIAS E CONCEITOS, 2014).

Nós próximos anos, como explica o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015), em 1994, o Conselho Curador do FTGS publicou a Resolução 161, exigindo da CAIXA a uniformização dos procedimentos de análise de engenharia em nível nacional e implantação de um sistema de acompanhamento de custos, para empreendimentos no setor habitacional, de saneamento e de infraestrutura urbana. Assim, a CAIXA ampliou o SINAPI incluindo bancos de referências de custos provenientes de outras instituições. E ainda em 1997 a CAIXA assinou convênio com o IBGE para a implantação e execução da pesquisa mensal de preços e salários dos novos setores.

O Manual de Metodologias e Conceitos (2014) explana que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em 2003 definiu o SINAPI como o limitador de preços para serviços contratados com recursos do Orçamento Geral da União, sendo mantida a determinação até a edição de 2013. No ano de 2013 o tema foi eliminado da LDO para 2014 e foi ajustado pelo Decreto Presidencial 7983/2013, que define as regras e os critérios a serem considerados na preparação do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos provenientes dos orçamentos da União.

(40)

_____________________________________________________________________________________________ No ano de 2009, a CAIXA passou a divulgar na internet os serviços e custos do Banco Referencial, que é a base de composições geradas a partir da concretização de todos os bancos do SINAPI, tornando-se o principal recurso de consulta pública de custos da construção civil. Foi iniciado na CAIXA em 2013, a técnica de aferição das composições do Banco Referencial do SINAPI, com o intuito de dar mais clareza e precisão nos conceitos e indicadores de cada serviço (MANUAL DE METODOLOGIAS E CONCEITOS, 2014). Todo este desenvolvimento do histórico do SINAPI está ilustrado na figura 7.

Figura 7: Histórico de desenvolvimento do SINAPI

Fonte: Manual de metodologias e conceitos da CAIXA (2014)

2.6.2 Metodologias de coleta dos custos do SINAPI

Segundo o Manual de Metodologias e Conceitos (2014), a coleta dos custos é realizada pelas equipes estaduais do IBGE, na primeira quinzena do mês referência, a partir da adoção de conceitos e procedimentos semelhantes que permitam a comparação dos dados. Os preços são coletados na região metropolitana de cada Estado e não há ajustes dos mesmos para os municípios do interior.

Para o cálculo dos custos é considerado as despesas com materiais e com salários. Não são incluídas as despesas com compra de terreno, execução dos projetos em geral, licenças, habite-se, certidões, seguros, administração da obra, financiamentos, lucro da construtora e incorporadora, instalações provisórias, ligações domiciliares de água, energia elétrica e esgoto, depreciações dos equipamentos, equipamentos mecânicos como elevadores e compactadores, infraestrutura urbana, equipamentos de segurança e fundações especiais (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA , 2015).

(41)

______________________________________________________________________________ Para saber o custo final por metro quadrado, o qual introduz todos os custos do empreendimento, utiliza para o cálculo a seguinte fórmula (Eq. 06), conforme consta no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015):

OF = Custo SINAPI +[( 45 46)]

7 + BDI [Eq. 06]

Onde:

OF = orçamento final por metro quadrado;

Custo SINAPI = custo unitário do projeto em estudo, estimado com base nos custos do SINAPI (projeto mais aproximado);

Ofe = orçamento das fundações especiais;

Ofd = orçamento das fundações diretas (já consideradas nos projetos das casas); CD = custos diversos com ligações + complementos;

S = área de construção do projeto em estudo;

BDI = parcela acrescida ao orçamento final (por m²) equivalente às bonificações (B) e despesas indiretas (DI).

2.6.2.1 Insumos

De acordo com o Manual De Metodologias E Conceitos (2014), os relatórios de insumos do SINAPI são publicados mensalmente no site CAIXA e fazem parte do Banco Nacional de Insumos. Cada uma das instituições que possuem gestão sobre o SINAPI, a CAIXA e o IBGE, possuem as seguintes responsabilidades:

CAIXA: decidir e atualizar a partir de discernimentos de engenharia das especificações técnicas dos insumos, e também definir os conjuntos de famílias juntamente com as especificações dos insumos;

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_____________________________________________________________________________________________ IBGE: coletar todos os meses os preços de insumos, realizando extensa coleta, para auxiliar na revisão das famílias homogêneas, revisando os coeficientes e a formação de novas famílias de insumos;

Para realizar a coletas de preços, o Manual de Metodologias e Conceitos (2014), explica que os insumos são formados por famílias homogêneas, elegendo o insumo mais recorrente como insumo representativo, sendo os restantes denominados de representados. Os insumos representativos tem seu preço coletado mensalmente, e os demais são alcançados por meio do emprego de coeficientes de representatividade, que indicam a proporção entre os preços dos insumos representativos e os preços de cada um dos outros insumos da família.

O salário é investigado em construtoras, e as categorias profissionais também são divididas em famílias. Os custos de mão-de-obra refletem a mão-de-obra própria, não considerando regimes de empreitada ou de terceirização. É incidente os encargos sociais sobre os insumos de mão-de-obra, em percentual e com cálculo exclusivo para cada Estado brasileiro. A CAIXA publica relatórios de preços desde abril de 2013, considerando os resultados da desoneração da folha de pagamento da construção civil de acordo com a Lei nº 12.844/2013, e também relatórios sem desoneração, de encargos sociais que consideram 20% de INSS (MANUAL DE METODOLOGIAS E CONCEITOS, 2014).

Segundo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015), os principais insumos que participam dos custos de construção calculados pelo SINAPI são:

Materiais básicos: argamassa para reboco/emboço, areia, cimento, cal, gesso em pó, pedra britada, saibro;

Aço: arame preto recozido, vergalhões, prego;

Concreto e fibrocimento: laje pré-moldada, bloco de concreto para alvenaria, telha de fibrocimento, caixa d’água de fibrocimento;

Material cerâmico: tijolo maciço e furado, telha canal e francesa, tubo (manilha); Madeiras: aduela (batente), chapa de compensado, porta interna, janela, peças para telhado, pontalete, tábua para formas, taco para piso;

Esquadrias: basculante de alumínio e ferro; Ferragens para esquadrias: dobradiça, fechadura;

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______________________________________________________________________________ Utilidades: armário plástico para banheiro, chuveiro elétrico, bancas de mármore e marmorite, cuba (pia de cozinha);

Vidro: vidro liso para janelas;

Revestimentos: azulejo, cerâmicas, chapa de laminado, carpete, mármore, piso vinílico;

Material para pintura: massa corrida (base látex e base óleo), selador base acrílica, tinta (PVA e à óleo);

Material para instalação hidráulica: tubos (FG, PVC e FF), registro, torneira, válvula de descarga, vaso sanitário, conjunto moto-bomba;

Material para instalação elétrica: eletrodutos (ferro e PVC), fio de cobre, disjuntor, interruptor, tomada;

Categorias profissionais: armador, bombeiro hidráulico, carpinteiro de esquadrias, carpinteiro de formas, eletricista, ladrilheiro, pedreiro, pintor e servente.

2.6.2.2 Composições

As composições do SINAPI também são divulgadas mensalmente, e fazem parte do Banco Referencial de Composições. As composições passam pelo procedimento de aferição, que segundo o Manual de metodologias e conceitos (2014), aferir as composições é dimensionar as produtividades de mão-de-obra e equipamentos, consumos e perdas de materiais da construção civil.

As aferições das composições são fundamentadas em dados de campo, que são coletados e analisados com a utilização de metodologia por equipe especializada. As medições são feitas em canteiros de obras distribuídas em todo território brasileiro, em obras públicas e privadas, de pequeno e grande porte, executadas por empresas de diferentes portes, bem como equipes de trabalho com diferentes regimes de contratação. A aferição da composição de custo horário de equipamentos é realizada através de pesquisa de mercado dos equipamentos acessíveis, referências bibliográficas e de manuais de fabricantes (MANUAL DE METODOLOGIAS E CONCEITOS, 2014).

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_____________________________________________________________________________________________ Este estudo, de acordo com o Manual de Metodologias e Conceitos (2014), identifica elementos que impactam na produtividade de mão-de-obra e equipamentos, e no consumo de materiais para cada grupo de serviços. Estes elementos serão levados em conta para a geração do grupo de composições representativas do serviço em análise, influenciando os coeficientes das composições. Cada composição é aferida a partir de amostras composta no mínimo por 10 obras distintas no território brasileiro, com medições diárias com prazo mínimo de cinco dias em cada uma.

Para cada etapa do serviço, a aferição das composições busca os recursos indispensáveis para sua execução. É possível representar várias formas de construção a partir da combinação de composições. As composições conforme o Manual de Metodologias e Conceitos (2014), são classificadas em:

Composições principais: representam a execução dos principais serviços, considerando o empenho da mão-de-obra e equipamentos envolvidos diretamente no serviço;

Composições auxiliares: representam a composição de custos dos componentes que serão utilizados nos principais serviços;

Composições de custo horário de equipamentos: para cada equipamento é criado composições para os custos produtivos e improdutivos;

Composição de custo horário de mão-de-obra: para cada profissional, são considerados os custos com alimentação, transporte urbano, equipamentos de proteção individual, ferramentas, exames médicos e seguros obrigatórios;

Composição de transportes: são considerados os empenhos do ciclo de transporte, e pelas improdutividades oriundas da falta de demanda pelo transporte;

Combinações e kits de composições: combinações entre os principais serviços e seus auxiliares, a partir de ocasiões mais representativas deparadas em campo durante o procedimento de aferição;

O Manual De Metodologias e Conceitos (2014), explica que as composições aferidas do SINAPI são identificadas por dois códigos. O primeiro provém do procedimento de aferição que capta cada referência. E o segundo código é originado de modo automático quando realizado o cadastramento da composição no sistema, e se encontra nos relatórios mensais. O primeiro

(45)

______________________________________________________________________________ código é exposto do seguinte modo: Nº LOTE (XX). CLASSE. GRUPO.NUM(XXX)/ SEQUENCIAL (XX).

Explica ainda, que o número de lote é composto por dois dígitos referentes à identificação do lote em que o serviço em estudo está implantado. Pode ser classificados em: Lote I (01) – Habitação, fundações e estruturas; Lote II (02) - Instalações hidráulicas prediais e redes de distribuição de energia elétrica; e Lote III (03) – Saneamento e infraestrutura urbana.

Já a classe divide as composições em 29 macroetapas, segundo o Manual de metodologias e conceitos (2014, p.31), sendo elas:

ASTU: assentamento de tubos e peças CANT: canteiro de obras

COBE: cobertura

CHOR: custos horários de máquinas e equipamentos

DROP: drenagem/obras de contenção/poços de visita e caixas ESCO: escoramento

ESQV: esquadrias/ferragens/vidros

FOMA: fornecimento de materiais e equipamentos FUES: fundações e estruturas

IMPE: impermeabilizações e proteções diversas

INEL: instalação elétrica/eletrificação e iluminação externa INPR: instalações de produção

INES: instalações especiais INHI: instalações hidrossanitárias

LIPR: ligações prediais água/esgoto/energia/telefone MOVT: movimento de terra

PARE: paredes/painéis PAVI: pavimentação PINT: pinturas PISO: pisos

Referências

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