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Capítulo 5 Parte Experimental

5.6 Análise de dados do Produto Acabado

5.7.1 Preparação de fórmulas

O controlo estatístico do processo para as características dos produtos A, B, C, D e E mostrou, apesar de existirem causas especiais de variação, que os processos se encontram sob controlo estatístico. No entanto, a análise de capacidade efectuada relevou que existem algumas características que não apresentam capacidade para produzir segundo as suas especificações técnicas. A Característica 2 nos Produtos A e C, a Característica 1 no Produto E e a Característica 6 no Produto B, não apresentam capacidade favorável. Em seguida é apresentada uma análise em detalhe das várias características e dos factores que podem introduzir variabilidade no processo.

Característica 1

A Característica 1 para o Produto E apresenta os índices de capacidade de Cp 1,428 e

Cpk  0,541, ou seja o processo é potencialmente capaz (Cp6 1,33), mas na realidade não

apresenta capacidade de produzir segundo a especificação (CpkE 1,33). O processo não

está centrado, (Cpk)

I  0,541 e (Cpk)S 2,316, e a média deste encontra-se deslocada para

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Esta situação pode estar a verificar-se devido a vários factores apresentados da Figura III.1 do Anexo III, no diagrama de Ishikawa. A variável que introduz mais variabilidade do processo é a matéria-prima, o concentrado de tomate, pois este apresenta uma variabilidade de lote para lote. Quando o tomate que chega à fábrica para a 1ªTransformação difere muito nas suas características, essa diferença vai introduzindo variabilidade ao longo do processo, numa primeira fase no concentrado de tomate e posteriormente nos produtos fabricados a partir do concentrado.

A falta de calibração da balança existente na bacine pode induzir em erros na receita e influenciar directamente esta característica.

Característica 2

O processo revela não ter capacidade de produzir segundo as especificações da Característica 2 para o Produto A e para o Produto C. No Produto A, a Característica 2 apresenta os índices de capacidade inferiores a 1,33, sendo Cp 1,227 e Cpk 1,091. Para

o Produto C, a Característica 2 apresenta Cp 1,239 e Cpk 1,104. Em ambas as

características o valor destes índices mostra que existe uma grande variabilidade no processo e que este não se encontra centrado.

Os factores que influenciam os parâmetros e a variabilidade da característica são os mesmos independentemente do produto e podem resultar de várias variáveis. Para efectuar uma análise mais completa procedeu-se à elaboração de um diagrama de Ishikawa, representado na Figura III.2 do Anexo III, onde se representa as várias variáveis que podem conduzir a esta situação. Das várias variáveis concluiu-se que a variável que mais contribui para a variabilidade desta característica é a matéria-prima, o concentrado de tomate, sendo a Característica 2 uma característica de extrema relevância.

Outra das variáveis que pode introduzir variabilidade no processo é o instrumento de medição da característica, este instrumento não é automático e o operador tem de cronometrar 10 segundos até efectuar a leitura. Este método introduz muita variabilidade na leitura obtida, apesar do próprio instrumento não apresentar uma leitura precisa, ainda comporta a componente de reacção de operador para operador no tempo para efectuar a leitura. Este instrumento em cada utilização deve ser ajustado à mesa do laboratório, para que o desnível na mesa não influencie a medição, quando assim não acontece podem ocorrer leituras erradas.

Característica 6

A Característica 6 para o Produto B apresenta os índices de capacidade de Cp  1,086 e

Cpk 1,061, logo o processo não apresenta capacidade para produzir segundo as

especificações, pois os índices são inferiores a 1,33. O valor destes índices indica a existência de uma grande variabilidade no processo.

As variáveis que influenciam os valores desta característica estão apresentadas no diagrama de Ishikawa, Figura III.3 do Anexo III. Uma das variáveis mais importante continua a ser o concentrado de tomate, no entanto existem outras duas variáveis que podem

123 influenciar a característica. A introdução de um componente na receita é feita de forma manual, e este componente influência directamente os valores desta característica. Este componente é introduzido com base numa medida, e cada operador ao encher essa medida, estipula o que representa essa medida cheia e por isso esse valor é algo variável. Outro factor que pode introduzir variabilidade é o instrumento de medição e nomeadamente os operadores na sua leitura. A análise desta característica efectua-se mediante uma titulação, logo a cor que o titulado deve atingir pode variar. Um operador pode considerar que a cor alvo é um pouco mais escura, enquanto outro considera um pouco mais clara. A aplicação do controlo estatístico às características dos Produtos F, G, H, I e J foi efectuada mediante as cartas Q. O Estudo demonstrou que a Característica 4, é a característica que apresenta um maior número de causas especiais de variação, e estas incidem principalmente nos produtos F e I. É necessário ter algum cuidado na análise destas cartas, pois estas baseiam-se nos valores dos instantes anteriores. Para estes produtos realizou-se também o estudo multivariado, para que fosse possível obter uma comparação. Este estudo efectuou-se através das cartas MQX, e revelou-se menos sensível que as cartas

Q, pois detectou menos causas especiais de variação. No entanto, há que referir que as

causas de variação detectadas foram maioritariamente no Produto F, assim como no estudo univariado.

5.7.2 Produto Acabado

O estudo das características do produto acabado iniciou-se com o estudo de verificação da independência, concluindo-se que todas as características são auto-correlacionadas. Seguiu-se o estudo de identificação e tratamento de Outliers. O controlo estatístico do processo foi efectuado na linha dos produtos com embalagem de plástico e os produtos em estudo foram os Produtos B, F e J. Nesta fase do processo todas as características revelaram estar sob controlo estatístico e após a análise da capacidade concluiu-se com todas as características têm capacidade para produzir segundo as suas especificações técnicas. Nesta fase do processo as pequenas variações resultam dos factores analisados anteriormente, no entanto desde a bacine à enchedora o produto passa pelo esterilizador, pelo homogenizador e pelo desareador, e o incorrecto funcionamento destes pode introduzir variações no processo. Outra situação que pode desencadear causas especiais no processo são as paragens na linha, quando ocorrem, o produto fica retido no esterilizador mais tempo que o devido alterando algumas das características.

Paralelamente ao estudo univariado, efectuou-se o estudo multivariado através da aplicação das cartas de Hotteling (Cartas T 2). Este estudo revelou-se mais sensível que o estudo univariado, nomeadamente na Fase II, onde através dos erros de previsão verificou um maior número de causas especiais de variação. Os índices de capacidade multivariada revelaram que o processo tem capacidade para produzir segundo as especificações.

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