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CAPÍTULO 3 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA

3.1 Pressupostos adotados

São características que estruturam a metodologia deste trabalho: (a) empíricas, pois orienta-se para o reflexo da realidade em estudo; (b) estatísticas, tendo em vista a possibilidade de análise dos dados quantitativos; e (c) teóricas, a fim da discussão acerca dos aspectos qualitativos. Dessa maneira, o participante contribui de maneira particular durante a aplicação dos instrumentos de coleta de dados favorecendo o caráter primário da natureza do objeto de estudo, a orientação para a ação escrever textos argumentativos em Química, diante da significação e ressignificação dos dados.

Esta pesquisa atua na descrição e explicação dos fatos e fenômenos observados em uma determinada realidade, onde o questionário, o uso de escalas e indicadores são técnicas de coleta de dados comuns, sendo analisados de maneira subjetiva através de um exame crítico das informações. Pode ser aliada à pesquisa qualitativa, que busca a explicação do porquê dos fatos ou fenômenos, onde o pesquisador e o objeto encontram-se bem próximos e o desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. Dessa forma, segundo Núñez (2015) trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes buscando a compreensão e a explicação da dinâmica das relações.

A fim de auxiliar na minimização das limitações peculiares dos instrumentos de coleta de dados selecionados (observação, prova pedagógica, caderno de registro e o sistema de tarefas) utilizou-se a triangulação de dados, neste processo as respostas relacionadas aos objetivos do estudo emergem do cruzamento e interpretação das diferentes fontes de dados, das inferências oriunda das discussões e da fundamentação teórica.

Este trabalho segue os momentos de estudo propostos por Núñez (2015): (a) exploratório por investigar um tema pouco estudado no que diz respeito à orientação para a ação escrever textos argumentativos em Química; (b) descritivo pois visa a o detalhamento do processo de assimilação através dos instrumentos de coleta de dados; e (c) analítico tendo em vista a possibilidade de inferências qualitativas e quantitativas sobre o objeto de estudo. Num segundo momento, a pesquisa atua enquanto uma intervenção fundamentada na metodologia do Experimento Formativo uma vez que atua na reconfiguração da orientação da ação para escrever textos argumentativos em Química.

O Experimento Formativo, originário das ideias de Vygotsky (1993), foi desenvolvido em contraposição ao experimento condutivista influenciado pelo positivismo. Seu emprego permite a investigação dos aspectos conscientes dentro da interação dos sujeitos da pesquisa e seu envolvimento com o objeto de estudo. Esta estratégia pedagógica foi adotado por Núñez (2015) com o intuito de investigar os aspectos conscientes da relação entre os estudantes em uma sala de aula, e assim estudar o próprio processo de formação da habilidades gerais.

Uma particularidade do experimento formativo é a possibilidade de apreciação do processo de formação da habilidade, neste trabalho a partir da ação, escrever textos argumentativos em Química, no contexto do estudo do aprofundamento da procura do sentido e significado do pensamento e da ação mental. Davidov (1983) explica sobre o Experimento Formativo,

... caracteriza-se pela intervenção ativa do pesquisador nos processos mentais que ele estuda. Nesse sentido, ele difere substancialmente do experimento de verificação (constatação, comprovação) que somente enfoca o estado já formado e presente de uma formação mental. A realização do experimento formativo pressupõe a projeção e modelado do conteúdo das formações mentais novas a serem formadas, dos meios psicológicos e pedagógicos e das vias se sua formação (DAVIDOV, 1983, p. 15).

O Experimento Formativo foi baseada na Teoria da Formação Planejada das Ações Mentais e dos Conceitos (TFPAMC) com o objetivo de investigar a reconfiguração da orientação para a ação escrever textos argumentativos em Química assim, foi realizado em condições específicas no contexto do estudo da ação e sua trajetória inicial no processo de assimilação para a transformação em habilidade, sendo adotado a denominação de Experiência Formativa.

A seleção da Experiência Formativa (EF) e o uso das três etapas da Teoria da Formação Planejada das Ações Mentais e dos Conceitos (TFPAMC) ocorreu pela natureza do objeto, tendo em vista a aplicação da EF na elaboração e/ou reconfiguração da orientação para a ação escrever textos argumentativos em Química. O objetivo desta estratégia é: o saber fazer, os conhecimentos, a funcionalidade e significação, técnicas e valores num espaço-tempo, além disso, este processo demanda integração entre as partes envolvidas, sujeito, objeto e responsável pela atividade e uma variedade de registros.

A intervenção busca de forma intencional, atuar nas ações mentais entendida sob a forma de ação de orientação que, por sua vez, direciona a execução da ação e o controle das ações diante do processo de assimilação. Este processo possui o Esquema da Orientação Completa da Ação (EBOCA) enquanto orientação desejável de forma a garantir a formação e o desenvolvimento das habilidades cognitivo linguísticas, um instrumento que favorece a assimilação dos conceitos científicos.

Na Experiência Formativa foi observado as relações entre os fatores que influenciam o pensamento e a ação dos participantes dentro das condições disponíveis em sala de aula e não presencial, que atuam no processo de reconfiguração da orientação, materializada sob a forma da Base Orientadora da Ação (BOA), para a ação escrever textos argumentativos em Química, considerando a resolução das tarefas e discussões presenciais permitindo desenvolver hipóteses explicativas baseadas nas informações obtidas por meio dos instrumentos de coleta de dados.

Desta forma, adotou-se a as seguintes etapas: (1) diagnóstico inicial: a fim de gerar a necessidade da realização da atividade por meio da motivação e revelar o nível de desenvolvimento da orientação para ação escrever textos argumentativos em Química a partir da Prova Pedagógica ; (2) elaboração da Base Orientadora da Ação (BOA): discussão sobre a orientação para a ação escrever textos argumentativos em Química, elaboração da BOA e o acompanhamento da aprendizagem através da observação; e, (3) etapa material ou materializada: aplicação da BOA materializada em cartão de estudo direcionado à solução de tarefas a fim de constatar a reconfiguração da orientação para ação escrever textos argumentativos em Química e (4) aplicação do controle final.

Para o desenvolvimento da Experiência Formativa faz se necessário a organização de um Sistema Didático, este é formado por um conjunto de procedimentos que sejam capazes de fornecer as condições necessárias para acompanhar o processo de formação ou reconfiguração da orientação para a ação escrever textos argumentativos em Química. Esta

estrutura do Sistema Didático reque as seguintes etapas: (a) dos pressupostos; (b) objetivos; (c) da orientação desejável (Esquema da Base de Orientação Completa da Ação – EBOCA); (d) dos critérios de seleção e (e) dos conteúdos e composição do sistema de tarefas.

Por fim, o item a organização e análise apresenta os instrumentos de coleta de dados utilizados na pesquisa: (a) prova pedagógica; (b) questionário; (c) observação e (d) caderno de registro). Apresenta-se as características de cada instrumento através da definição adotada, seu papel na coleta de dados, sua relação com os objetivos específicos e a estratégia de análise das informações obtidas. Segue uma visão geral da metodologia aplicada nesta pesquisa (Figura 3).

Figura 3: Esquema de organização da pesquisa.