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As questões vão tentar lhe pegar aqui, dizendo que ”o Poder Executivo promoverá limitações no empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes”, mas você irá se lembrar dessa grande lição do mestre Yoda: os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira por ato próprio!

Se limitarmos cada uma em 50%, conseguimos chegar ao contingenciamento de R$ 1.500,00, olha só:

• Dotação 1: R$ 1.000,00 – R$ 500,00 (50% de R$ 1.000,00) = R$ 500,00

• Dotação 2: R$ 2.000,00 – R$ 1.000,00 (50% de R$ 2.000,00) = R$ 1.000,00

R$ 500,00 + R$ 1.000,00 = R$ 1.500,00 Excelente! Até aqui nenhuma novidade para você.

Agora, imagine que no 2º bimestre a receita arrecadada foi R$ 4.700,00. Não são os R$ 5.000,00 que o ente precisa para cumprir a meta, mas melhorou não foi? Passou de R$ 3.500,00 para R$ 4.700,00.

Como é o nome disso?

Restabelecimento parcial da receita.

Muito bem! Então nesse caso, conforme o § 1º do artigo 9º, precisamos refazer o cálculo do contingenciamento, de forma proporcional, porque agora não é mais preciso contingenciar R$ 1.500,00. É preciso contingenciar somente R$ 300,00 (R$ 5.000,00 – R$ 4.700,00).

Então vamos calcular. Dá para tirar 10% de cada dotação, olha só:

• Dotação 1: R$ 1.000,00 – R$ 100,00 (10% de R$ 1.000,00) = R$ 900,00

• Dotação 2: R$ 2.000,00 – R$ 200,00 (10% de R$ 2.000,00) = R$ 1.800,00

R$ 100,00 + R$ 200,00 = R$ 300,00 Pronto! É basicamente isso! 😄

E não precisa se desesperar: eu nunca vi questão que cobrasse algum cálculo desse tipo. Normalmente, as questões se limitam a dizer que a recomposição das dotações não precisa ser de forma proporcional ou que a recomposição das dotações só acontece se o restabelecimento da receita prevista for total. Isso está errado!

Não caia nessas pegadinhas! 😤

Preste atenção!

Se houver restabelecimento da receita, mesmo que tenha sido parcial, é preciso recompor as dotações que foram limitadas de forma proporcional

Tranquilo...

Mas algumas despesas são tão importantes que não serão objeto de limitação de despesas! Observe (LRF):

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

Portanto, não serão objeto de limitação:

obrigações constitucionais e legais: são todas aquelas obrigações definidas na legislação que não dependem de atos discricionários ou da vontade do administrador. Por exemplo, as despesas com pessoal e encargos sociais, as transferências intergovernamentais (como as decorrentes do FUNDEB) e o pagamento do serviço da dívida pública;

pagamento do serviço da dívida pública: já incluído na categoria anterior;

ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias: estas, por sua natureza, são discricionárias, entretanto, em razão de sua importância e prioridade, podem ser discriminadas no texto da LDO, evitando que se lhes aplique eventual limitação, preservando-se assim a execução dos recursos aprovados na lei orçamentária e em seus créditos adicionais. Podem ser programas ou ações específicas, seja na área social ou de infraestrutura, órgãos ou entidades, as quais se pretende incentivar ou priorizar o desempenho e os resultados, ou mesmo despesas financiadas com recursos destinados à contrapartida em convênios com outras esferas de governo.

Resumindo

Limitação de empenho e movimentação

financeira

Quando?

Verificação ao final de um bimestre

Durante os próximos 30 dias Receita realizada não comportar o cumprimento das

metas

Como?

Critérios e forma definidos pela LDO

Nãoserão objeto de limitação:

obrigações constitucionais e

legais serviços da dívida

ressalvadas pela Cada Poder, por ato próprio LDO

Questões para fixar

CESPE – MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto – 2019

Durante a execução orçamentária, caso o Poder Executivo verifique, ao final de determinado bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento da meta de resultado primário estabelecida no anexo de metas fiscais, ele deverá, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal,

A) tomar medidas de combate à sonegação.

B) ampliar as alíquotas de tributos que não exijam lei para tanto.

C) promover, por ato próprio, nos montantes necessários, limitação de empenho e movimentação financeira.

D) decretar o contingenciamento de dotações orçamentárias das transferências voluntárias.

E) reduzir o número de cargos comissionados.

Comentários:

Já que a questão pediu, vejamos a Lei de Responsabilidade Fiscal:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Gabarito: C

CESPE – EBSERH – Analista administrativo – 2018

No caso de frustração da receita orçamentária, os critérios e a forma de limitação de empenho devem ser instituídos pelo titular de cada poder ou órgão.

Comentários:

Em caso de frustração da receita orçamentária, para promover o atingimento das metas de resultado primário e nominal, os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira.

Mas quais serão os critérios que serão utilizados para decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔 Quem vai definir isso é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), olha só:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre: (...)

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Portanto, os critérios e a forma de limitação de empenho serão instituídos pela LDO (e não pelo titular de cada poder ou órgão). 😉

Gabarito: Errado

CESPE – TCE-PB – Auditor de Contas Públicas – 2018

É vedada a limitação de despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente.

Comentários:

Certinho! Do jeito que está no art. 9º, § 2º, da LRF: 😄

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

Gabarito: Certo

CESPE – CNJ – Técnico judiciário – 2013

De acordo com a LDO, na condição de se verificar, ao final do semestre, que a realização da receita não comportará o cumprimento das metas de resultado primário, o Poder Executivo promoverá, por ato próprio, limitações no empenho e na movimentação financeira dos três poderes.

Comentários:

Primeiro: essa regra está na LRF, e não na LDO.

Segundo: o Poder Executivo não promove (e nem poderá promover) limitações no empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta ao princípio da separação dos poderes! 😳 Lembre-se da lição do mestre Yoda: “em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫

Gabarito: Errado

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