• Nenhum resultado encontrado

Aula 11 LRF parte 1: disposições preliminares e planejamento. AFO p/ CGDF Prof. Sérgio Machado Prof. Marcel Guimarães

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Aula 11 LRF parte 1: disposições preliminares e planejamento. AFO p/ CGDF Prof. Sérgio Machado Prof. Marcel Guimarães"

Copied!
74
0
0

Texto

(1)

Aula 11 – LRF parte 1: disposições preliminares e planejamento

AFO p/ CGDF

Prof. Sérgio Machado

(2)

Sumário

CAP. I: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ARTS. 1º E 2º) ... 6

INTRODUÇÃO O QUE É A LRF E RESPONSABILIDADE FISCAL? ... 6

CAMPO DE APLICAÇÃO QUEM ESTÁ SUJEITO À LRF? ... 9

RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) ... 14

CAP. II: DO PLANEJAMENTO (ARTS. 3º A 10) ... 19

PLANO PLURIANUAL (PPA) ... 19

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ... 19

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) ... 28

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN) ... 32

EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E CUMPRIMENTO DAS METAS ... 33

Contingenciamento de Gastos ... 34

QUESTÕES COMENTADAS – CESPE ... 43

LISTA DE QUESTÕES – CESPE ... 63

GABARITO – CESPE ... 67

RESUMO DIRECIONADO ... 68

(3)

Dica de um concursado para um concurseiro

Arrume um jeito de estudar no trânsito, num consultório, numa fila, fazendo faxina em casa, etc. Por exemplo: tenha questões no seu celular. Outra dica são cursos em áudio. Para isso eu recomendo o aplicativo EmÁudio Concursos. É fantástico! Melhor aplicativo para isso. Sem dúvidas!

App Store: https://itunes.apple.com/app/id1252069351

Google Play: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.emaudio.emaudio_android Quaisquer 5 minutos de estudos são válidos.

Mentalidade dos campeões 🏆

O sucesso não consiste em não errar, mas em não cometer os mesmos equívocos mais de uma vez.

Errou uma questão? Não se preocupe. Os erros ensinam mais que os acertos. Marque essa questão e volta a ela depois de um tempo.

Professor Sergio Machado(https://www.youtube.com/channel/UCvAk1WvzhXG6kV6CvRyN1aA)

ProfSergioMachado (https://www.facebook.com/profsergiomachado)

ProfSergioMachado(https://www.instagram.com/profsergiomachado)

Prof.MarcelGuimaraes (https://www.instagram.com/prof.marcelguimaraes)

www.marcelguimaraes.com.br

@profsergiomachado

@prof.marcelguimaraes

(4)

Então, agora nós vamos começar o estudo da nossa querida Lei de Responsabilidade Fiscal (carinhosamente conhecida como LRF). É uma lei certamente muito cobrada em provas de concursos públicos e muito relevante no âmbito da Administração Pública brasileira.

Só que ela é um pouco extensa e sua linguagem não é tão amigável. Por isso alguns alunos até fogem dessa matéria! 😬

Mas você não deve fugir! Você deve é ter um direcionamento! 😄 Afinal:

Se você quer derrubar uma árvore em metade do tempo, passe o dobro do tempo afiando o seu machado Foi pensando nisso que eu preparei um estudo dos artigos que mais aparecem em prova (considerando todas as bancas, em todos os anos). Perceba como você resolve 75% das questões conhecendo somente 4 capítulos da lei!

😱 😃

E se quiser aumentar para quase 85%, basta estudar mais um capítulo! Isso é o que eu chamo de alto custo-benefício!

😏

Capítulos Número de

questões Representativid

ade Acumula do

Cap. IV: da despesa pública 653 23,8% 23,8%

Cap. II: do planejamento 558 20,4% 44,2%

Cap. IX: da transparência, controle e fiscalização 453 16,5% 60,7%

Cap. VII: da dívida e endividamento 404 14,7% 75,4%

Cap. III: da receita pública 251 9,2% 84,6%

Cap. I: disposições preliminares 233 8,5% 93,1%

Cap. V: das transferências voluntárias 69 2,5% 95,6%

Cap. VIII: da gestão patrimonial 44 1,6% 97,2%

Cap. X: Disposições finais e transitórias 40 1,5% 98,7%

Cap. VI: da destinação de recursos públicos para o

setor privado 37 1,3% 100,0%

Pronto? Machado afiado? 😏

Então chega de papo. Vamos começar! 😉

(5)

Espera aí, espera aí! 😅 Antes de começar...

Você já baixou a nossa LRF esquematizada e direcionada para concursos? 😃

Não?! 😳

Então faça um favor para si mesmo: clique aqui 👇

https://gratis.direcaoconcursos.com.br/gratis/ebook-lrf/

(6)

Cap. I: disposições preliminares (arts. 1º e 2º)

Introdução – o que é a LRF e responsabilidade fiscal?

Primeiro: o que é a LRF? 🤔

Vamos começar dizendo o que ela NÃO É! Ela não é “a prometida”! 🌈

“Não é ‘a prometida’, professor? Como assim?” 🤨

A LRF não é a tão sonhada nova lei de finanças públicas (aquela que irá substituir a Lei 4.320/64), prevista no art. 165, § 9º, I, da CF/88 (embora ela parcialmente aborde esses temas):

Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

“Ah, professor! Mas a Lei 4.320/64 é uma lei tão antiga: ela é de 1964! 😬 Algumas coisas que estão lá nem se aplicam mais. 😕 Você está me dizendo que, mesmo assim, ela continua valendo? Ou seja: a LRF não revogou a Lei 4.320/64? 🤔”

Como dizem no exército: afirmaTENTE combaTIVO! 😂 Sim! É isso que eu estou lhe dizendo! 😃

A LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e isso é diferente de estatuir normas gerais de Direito Financeiro (que é o que a Lei 4.320/64 faz). Portanto, a LRF não preenche lacunas, não substitui e nem revoga a Lei 4.320/64. 😏

Preste atenção!

A LRF não é a nova lei de finanças públicas e nem revogou a Lei 4.320/64

“Ok, entendi. Então, se ela não é a prometida, ela é o que?” 🤔

Para começo de história, ela uma lei complementar! É a Lei Complementar 101/2000. 😉

Ela é um conjunto de normas para que a União, os Estados e os Municípios administrem com prudência suas receitas e despesas, e evitem desequilíbrios orçamentários e o endividamento excessivo.

É só olhar para o próprio nome da lei: Lei de Responsabilidade Fiscal. Responsabilidade fiscal é isso:

tomar boas decisões, agir com prudência, garantir a sustentabilidade das instituições (e consequentemente da sociedade), etc.

Por exemplo: você, depois de concursado, entregaria o seu cartão de crédito (com limite altíssimo, porque você pode 😏) para aquele seu amigo gastador? Que compra rodadas de bebidas para todo mundo no bar e só depois percebe a besteira que fez? 🍻🍺 Ou entregaria o seu cartão de crédito para aquela sua amiga que não pode passar em frente a uma vitrine que já quer comprar aquele sapato? 👠

Veja quanta irresponsabilidade desses dois! Gastando o dinheiro dos outros sem pensar nas consequências, sem pensar no futuro! E irresponsabilidade sua também, porque emprestou o cartão de crédito sem “cortar as asas” (sem estabelecer limites) para esse seu amigo, e sua amiga.

(7)

Responsabilidade fiscal também é não gastar mais do que se arrecada:

Ora, se o seu salário é R$ 10.000,00 e seus gastos são da ordem de R$ 15.000,00, a conta não vai fechar! Uma hora a fatura vai chegar... e vai chegar com força! 😅

Pronto! É justamente por isso que a LRF existe. Deu para entender agora? 😄

Então, a LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.

Seu objetivo central é o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento.

E, apesar da LRF não ser a nova lei de finanças públicas, ela possui base constitucional, isto é, ela aborda, em partes, alguns dispositivos que a CF/88 exigiu que fossem disciplinados por lei complementar, a exemplo dos seguintes:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

“Professor, e por que criaram essa ‘maldita’ lei, hein? Foi só para complicar meus estudos mesmo?”

Foi não! 😂

A LRF, na verdade, é uma lei muito aplicada no dia a dia da gestão pública. Ela “foi um divisor na história das finanças públicas no Brasil e em termos de responsabilidade na gestão dos recursos públicos, tornando-se uma espécie de código a orientar a conduta dos administradores públicos, impondo-lhes, de um lado, regras e limites e exigindo prestação de contas da utilização dos recursos públicos, e de outro, abrindo espaço para responsabilização e aplicação de sanções pessoais1.”

Mas essa lei complementar surgiu mesmo foi por causa dívida! Esse foi o grande motivo! 😬

“Dívida, professor?” 🧐

1 PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.

(8)

Sim. Dívida pública, especialmente a dívida interna, que vinha aumentando de forma descontrolada e sem possibilidades de pagamento. 😕 Mas havia outros motivos também pressionando a elaboração dessa lei:

inflação, déficits primários, gastos excessivos com pessoal, guerra fiscal entre os Estados, e por aí vai...

Beleza! Agora, depois de toda essa introdução, estamos prontos para começar a análise do texto dessa importante lei. Então, vamos lá!

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Veja como a LRF realmente estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. E, pela LRF, a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe:

Seu objetivo central é o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento. Mas também podem ser considerados objetivos da LRF: estabelecer normas para as finanças públicas; fortalecer a função de planejamento; exigir controle do endividamento e das despesas públicas; fomentar o aumento da eficiência e da arrecadação; proteger o patrimônio público, e fomentar o controle social.

As bancas adotaram entendimento amplo e têm considerado válidos – como objetivos e como princípios – todos os principais assuntos abordados pela LRF. E, normalmente, consideram “objetivos” como sinônimos de “princípios”.

Agir de forma planejadae transparente, para prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contras públicas

Atingir as metas de resultados entre receitas e despesas

Obedecer limitesestabelecidos na legislação (gastos com pessoal, operações de crédito, concessão de garantia, etc.)

A transparência fiscal é obtida pela provisão de informaçõescompletas, confiáveis e tempestivas sobre as atividades passadas, presentes e futuras do governo

(9)

Muito bem! E somente a partir desses dispositivos, podemos inferir que os princípios da LRF são:

• Planejamento;

• Equilíbrio das contas públicas;

• Responsabilidade;

• Controle;

• Transparência; e

• Responsividade.

Os seus quatro pilares básicos são:

Campo de aplicação – quem está sujeito à LRF?

“Beleza, professor. Mas quem está sujeito à LRF? Quem tem que seguir as regras dessa lei?” 🧐 Que excelente pergunta! 😄 A resposta está logo no § 2º do artigo 1º, olha só:

§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Portanto, todos os entes da Federação! Mas será que todo mundo de todos os entes está obrigado? 🤔 Vamos continuar lendo para descobrir. 😄

§ 3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

Repare que, para efeitos da LRF, os Tribunais de Contas (TC) estão abrangidos no Poder Legislativo! Por favor, não vá dizer por aí que os eles estão subordinados hierarquicamente ou pertencem ao Poder Legislativo.

Os Tribunais de Contas são órgãos autônomos e independentes e são, simplesmente, vinculadas ao Legislativo para efeitos orçamentários e para observância das regras impostas pela LRF.

Por exemplo: você vai ver como o limite de despesa total com pessoal do Poder Legislativo inclui os Tribunais de Contas.

Pilares da LRF

Planejamento Transparência Controle Responsabilização

(10)

Preste atenção!

Não existe relação de hierarquia entre os TCs e o Poder Legislativo. Os TCs somente são vinculados ao Poder Legislativo para efeitos orçamentários e observância da LRF.

Mas a grande (e importante) conclusão que devemos tirar desses dispositivos acima é que:

As Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF Primeiro, vejamos o que a LRF diz sobre isso (vou pular lá para o artigo 2º, ok?):

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Portanto, as empresas estatais controladas são aquelas cuja maioria do capital social (não é qualquer percentual: se você é dono, você tem maioria do percentual, não é mesmo? 😏 Aqueles 51%...) com direito a voto (de que adianta ser dono se você não manda em nada, não decide nada? Se não tiver direito a voto, não é controlada!) pertença ao ente da Federação (União, Estado ou Município).

Muito bem! As empresas estatais controladas podem ser divididas entre:

• empresas estatais dependentes; e

• empresas estatais independentes.

P. Legislativo

Fins orçamentários e LRF

TC

(11)

Primeiro permita-me falar sobre a empresa estatal dependente. Segundo a LRF (art. 2º, III), uma Empresa Estatal Dependente (EED) é uma empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para o pagamento de:

1. Despesas com pessoal;

2. Despesas de custeio em geral (por exemplo: água, café, material de escritório, etc.);

3. Despesas de capital, excluídos aqueles recursos provenientes de aumento de participação acionária.

Quer dizer: a empresa estatal dependente é como se fosse aquela criança que recebe uma mesada do papai. 😅 Elas não têm receita própria ou não geram recursos suficientes para financiar suas despesas, necessitando da ajuda financeira do seu ente controlador (seu papai 😆). Em outras palavras: elas dependem do ente controlador para sobreviver, elas não são autossuficientes.

Exemplo: A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma empresa estatal dependente.

Agora você já imagina como são as empresas estatais independentes, não é mesmo? 😏

Elas são justamente o contrário das empresas estatais dependentes! 😃 Elas não dependem do governo para pagar os salários de seus empregados, para comprar o cafezinho, para fazer a “confra” de final de ano... 😅 As Empresas Estatais Independentes (EEI) também são controladas e também podem receber recursos financeiros, mas não para o pagamento das despesas que eu citei acima. 😏

“As estatais independentes podem receber recursos financeiros? Para que, professor?” 🤔

Veja bem: as empresas estatais dependentes recebem recursos financeiros para pagamento de despesas de capital, excluídos aqueles provenientes de aumento de participação acionária, não é mesmo?

Então você acha que as empresas estatais independentes recebem recursos financeiros para que? 😃 Ora! Justamente para aumento de participação acionária! 😃

Assim, quando uma empresa estatal só recebe recursos financeiros (aportes) de seu ente controlador apenas para aumentar a participação acionária (por exemplo: o ente quer aumentar sua participação de 60%

para 70%), ela será uma empresa estatal independente.

Exemplo: Petrobrás. A Petrobrás vende combustíveis. Ela gera recursos financeiros suficientes para financiar suas despesas. Não precisa do dinheiro do papai para pagar suas contas! 😂

Portanto, pelos nossos exemplos é possível concluir que:

• A Embrapa (que é uma EED) está sujeita à LRF;

• A Petrobrás (que é uma EEI) não está sujeita à LRF.

Empresas controladas

Estatal dependente

Estatal independente

(12)

E para finalizar esse tópico, eu lhe recordo que as Empresas Estatais Dependentes integram o Orçamento Fiscal (OF) ou o Orçamento da Seguridade Social (OSS); e as Empresas Estatais Independentes integram o Orçamento de Investimento (OI).

Continuando...

§ 3o Nas referências: (...)

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

Quando a LRF falar em “Estados”, ela também está incluindo o Distrito Federal.

“Professor, isso é preguiça do legislador de escrever ‘Estados e Distrito Federal’?” 😅 Um pouco! 😂 Mas também simplifica muito as coisas. 😉

III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

Quando a LRF falar em Tribunais de Contas, ela quer dizer todos os Tribunais de Contas: TCU, TCE, TC dos Municípios e TCM.

Quero, desde já, deixar clara a diferença entre Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas do Município (TCM) e Tribunal de Contas dos Municípios (TC dos Municípios).

Normalmente, um TCE cuida, ao mesmo tempo, das contas do governo do Estado e de todos os municípios daquele Estado.

Por exemplo: o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) – onde eu trabalho 😅 – fiscaliza, ao mesmo tempo, o governo do Estado da Paraíba, e os municípios de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Bayeux e todos os outros municípios do Estado da Paraíba.

Já um Tribunal de Contas do Município (TCM) fiscaliza somente as contas de um município. Atualmente, só existem 2 (dois) TCM’s no Brasil: TCM-SP (São Paulo) e TCM-RJ (Rio de Janeiro).

“Por que só nesses dois municípios, professor?” 🤔 Empresas

controladas

Estatal dependente

Pessoal

Custeio em geral

OF

OSS De capital

Estatal independente

Aumento de participação

acionária OI

(13)

Porque, segundo a CF/88:

Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

E os TCM’s de São Paulo e Rio de Janeiro já existiam antes de 1988, então deixa eles! 😅

“E por que você disse que ‘normalmente’ um TCE fiscaliza as contas estaduais e municipais, professor? Tem alguma exceção aí?” 🧐

Tem sim! Nos Estados da Bahia, Goiás e Pará (para memorizar: BA GO PA – fale como se fosse uma palavra: “bagopa”), existem os Tribunais de Contas dos Municípios (TC dos Municípios). Nesses estados, há uma separação de competências: o TCE fiscaliza somente o governo do Estado e o TC dos Municípios fiscaliza somente as prefeituras municipais.

“E como é que fica em São Paulo e no Rio de Janeiro, professor? Já que existe o TCM-SP e o TCM-RJ”.

Ora! O TCE-SP e o TCE-RJ não são aqueles das exceções (Bahia, Goiás e Pará), portanto eles irão fiscalizar, ao mesmo tempo, as contas do governo do Estado e de todos os municípios daquele Estado, exceto dos municípios São Paulo e Rio de Janeiro, pois esses já possuem TCM. Então ficamos assim:

• O TCM-SP fiscaliza as contas da prefeitura de São Paulo. O TCE-SP fiscaliza todo o resto: todos os outros municípios do Estado de São Paulo e o governo do Estado de São Paulo;

• O TCM-RJ fiscaliza as contas da prefeitura do Rio de Janeiro. O TCE-RJ fiscaliza todo o resto: todos os outros municípios do Estado do Rio de Janeiro e o governo do Estado do Rio de Janeiro.

Resumindo

Agora sim, finalmente, eu posso responder àquela sua pergunta: quem está sujeito à LRF?

Eu volto para o seguinte dispositivo:

Art. 1º, § 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

TCE

Bahia, Goiás e Pará

TCE-BA, TCE-

GO e TCE-PA Governo do Estado TCM-BA,

TCM-GO e TCM-PA

Municípios do Estado

Todos os outros TCEs

Governo do Estado Todos os

municípios Exceto

São Paulo

TCM-SP:

Município de São Paulo TCE-SP: o

resto

Rio de Janeiro

TCM-RJ:

Município do Rio de Janeiro TCE-RJ: o

resto

(14)

Quer dizer, é toda essa galera aqui:

Só que as Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF, beleza? 😉 Muito bem!

No artigo 2º, a LRF nos fornece algumas definições importantes. Já vimos alguns deles (o conceito de ente, empresa controlada e empresa estatal dependente). E agora nós veremos mais um...

Receita Corrente Líquida (RCL)

A Receita Corrente Líquida (RCL) é um conceito importantíssimo, porque todos limites da LRF (exceto os Restos a Pagar) têm como parâmetro a RCL, ou seja, todos os limites são definidos em termos de percentual (%) da RCL.

Por exemplo: o limite de despesas com pessoal é definido em termos de % da RCL.

A RCL é a soma das receitas correntes (não das receitas de capital). Aqui vale lembrar que as receitas correntes são:

Tributa Con PAISTO

Onde:

• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e contribuições de melhoria”);

• Con: receitas de Contribuições;

• P: receita Patrimonial;

• A: receita Agropecuária;

• I: receita Industrial;

• S: receita de Serviços;

• T: Transferências correntes; e

• O: Outras receitas correntes.

União, Estados, DF e municípios

Poder Executivo

Poder Legislativo Tribunais de Contas

TCU, TCEs e, quando houver, TC dos

M e TCM Poder Judiciário

Ministério Público

(15)

Dessas receitas correntes são feitas algumas deduções (daí o nome “líquida”). Mas as deduções não são iguais para todos os entes, senão vejamos:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como: (...)

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.

§ 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.

“Como é, professor? Entendi nada dessas deduções aí!” 😬 Então analise essa tabela aqui abaixo e tudo vai fazer sentido:

União Estados Municípios DF, AP, RR

Valores transferidos a Estados e Municípios (CF/88 e legal)

Valores transferidos a Municípios (CF/88 apenas)

Recursos transferidos pela União p/ custear despesas com pessoal Contrib. empregador e

trab. Seg. Social

Contrib. PIS e PASEP

Contrib. Servidores p/

Prev. e Assist. Social

Contrib. Servidores p/

Prev. e Assist. Social

Contrib. Servidores p/

Prev. e Assist. Social Receitas compensação

financ. entre diversos reg. Prev. Social

Receitas compensação financ. entre diversos reg. Prev. Social

Receitas compensação financ. entre diversos reg. Prev. Social

(16)

“Certo. E a RCL é calculada para cada exercício financeiro é, professor?”

Não é bem assim. Na verdade, o § 3º é que dita a regra de como ela será apurada:

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

Por exemplo: se quisermos apurar a RCL em abril de 2019, tomaremos como base o mês de abril de 2019 e os 11 meses que vieram antes dele. Esse intervalo de tempo vai de maio de 2018 a abril de 2019.

Perceba que a RCL pode considerar, em seu cálculo, receitas arrecadadas em exercícios anteriores! 😄 Essa é uma pegadinha que, “vira e mexe”, aparece em prova.

Questões para fixar

FEPESE - Prefeitura de Lages – SC – Contador – 2016

Assinale a alternativa que apresenta objetivo essencial da responsabilidade na gestão fiscal, tratada na LRF.

A) Prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.

B) Aumentar a publicidade e o controle sobre os atos públicos.

C) Impor limites e condições para as despesas com pessoal.

D) Reduzir os gastos públicos num contexto histórico de elevação da carga tributária.

E) Orientar a elaboração e o controle do orçamento e dos balanços públicos.

Comentários:

A LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Seu objetivo central é o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento.

Vejamos o texto da LRF:

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Maio/2018 Abril/2019

11 anteriores

Mês de referência

(17)

Portanto, o objetivo da LRF não é aumentar a publicidade e o controle sobre os atos públicos (alternativa B). Também não é reduzir os gastos públicos num contexto histórico de elevação da carga tributária (alternativa D), pois redução de gastos públicos não necessariamente é sinônimo de responsabilidade na gestão fiscal. A LRF também não busca orientar a elaboração e o controle do orçamento e dos balanços públicos (alternativa E). Existem outros instrumentos que fazem esse papel.

Agora, a LRF impõe limites e condições para as despesas com pessoal (alternativa C), mas esse é somente um meio do qual a lei se utiliza para alcançar o seu objetivo maior: responsabilidade na gestão fiscal, equilíbrio das contas públicas!

😄 E o objetivo essencial da responsabilidade na gestão fiscal, conforme o § 1º, do art. 1º, da LRF, é prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas (alternativa A).

Gabarito: A

CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo – 2016

A aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal colabora com a organização da gestão das finanças públicas do setor público brasileiro.

Comentários:

Colabora sim! E muito! É uma lei muito relevante no âmbito da Administração Pública brasileira. A LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Estabelece limites, condições, regras, para determinadas variáveis (gastos com pessoal, dívida, restos a pagar...), e, por isso, ela “colabora com a organização da gestão das finanças públicas do setor público brasileiro”, como afirma a questão.

Gabarito: Certo

SUGEP – UFRPE – Contador – 2016

A Lei de Responsabilidade Fiscal obriga a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios à sua aplicação, mas não inclui as(os):

A) empresas estatais independentes.

B) fundações de direito público.

C) autarquias.

D) fundos públicos.

E) administrações diretas.

Comentários:

Aqui você só precisava se lembrar do seguinte: as Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF.

Essa é a conclusão que tiramos dos seguintes dispositivos da LRF:

§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

Gabarito: A

(18)

FUNIVERSA – IF-AP – Administrador – 2016

Devem ser excluídas do conceito de receita corrente líquida as receitas A) de operações de crédito.

B) tributárias.

C) de contribuições.

D) patrimoniais.

E) de serviços.

Comentários:

Quais são as receitas que compõem a Receita Corrente Líquida (RCL)? 🤔 Tributa Con PAISTO! Veja só (LRF):

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: (...)

Beleza! Então a receita que não for “Tributa Con PAISTO” será excluída do conceito de RCL.

Olhando as alternativas, logo percebemos que as operações de créditos não pertencem à RCL, pois são receitas de capital (o próprio nome já diz: Receita Corrente Líquida). 😉

Gabarito: A

FCC - DPE RS – Analista – 2017

A Lei Complementar n° 101/2000 trouxe como uma de suas inovações mais marcantes o estabelecimento de limites para várias áreas dos gastos públicos. No que se refere à base de cálculo para a verificação desses limites, essa norma estabelece que

a) é denominada receita corrente nominal.

b) é composta de receitas correntes e de capital.

c) entram no cálculo, no caso dos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional.

d) será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

e) é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, sem deduções.

Comentários:

Vamos analisar cada alternativa:

a) Errada. O nome é Receita Corrente Líquida (RCL), e não receita corrente nominal.

b) Errada. É composta somente de receitas correntes, isso inclusive já está no nome! Receitas de capital estão fora!

c) Errada. As parcelas que os Estados entregam aos Municípios por determinação constitucional são deduzidas dos cálculos, ou seja, não entram no cálculo da RCL.

d) Correta. É exatamente isso que diz o art. 2º, § 3º, da LRF:

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

e) Errada. Sem deduções? Claro que não! O nome é Receita Corrente Líquida. Se é “líquida”, é porque houve alguma dedução aí. E você já viu que são feitas várias deduções.

Gabarito: D

(19)

Cap. II: do planejamento (arts. 3º a 10)

Agora a LRF começa a falar sobre planejamento, especialmente sobre os instrumentos de planejamento:

Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA).

Plano Plurianual (PPA)

Originalmente, a LRF trouxe em seu artigo 3º algumas disposições sobre o PPA. No entanto, esse artigo foi todo vetado! 🚫 Vou transcrevê-lo riscado para você entender que essas regras não são válidas. Se alguma questão disser isso, pode marcar errado sem medo! 😉

Art. 3º O projeto de lei do plano plurianual de cada ente abrangerá os respectivos Poderes e será devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.

§ 1º Integrará o projeto Anexo de Política Fiscal, em que serão estabelecidos os objetivos e metas plurianuais de política fiscal a serem alcançados durante o período de vigência do plano, demonstrando a compatibilidade deles com as premissas e objetivos das políticas econômica nacional e de desenvolvimento social.

§ 2º O projeto de que trata o caput será encaminhado ao Poder Legislativo até o dia trinta de abril do primeiro ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.

Questões para fixar

CESPE - MPOG – Administrador – 2015

O plano plurianual deve ser integrado por um anexo de política fiscal, em que serão estabelecidos os objetivos e as metas plurianuais de política fiscal a serem alcançados durante o período de vigência do plano, demonstrando isso a compatibilidade deste com as premissas e os objetivos das políticas econômica nacional e de desenvolvimento social.

Comentários:

Questão igualzinha ao dispositivo vetado, não é? Então marque errado! 😤 Gabarito: Errado

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Aqui você precisa saber o que a LDO faz (suas funções), quais são seus anexos e o que está contido nesses anexos.

Continuando, a LRF começa a falar sobre a LDO:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

“Limitação de empenho, professor? O que é isso?” 🤔

(20)

Veremos mais detalhes já já, calma aí! 😂 Por enquanto guarde isto:

A LDO define os critérios e a forma de limitação de empenho

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

Se o programa foi financiado com recursos dos orçamentos, temos que controlar, não é? 😅 Vamos controlar esses custos e avaliar esses resultados! A função da LDO aqui é estabelecer normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados desses programas.

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

Se alguém está recebendo recursos públicos, o Estado deve ser responsável (responsabilidade fiscal 😏) e impor condições e exigências. Essas condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas estão lá na LDO.

§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. (x + 2)

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior (x - 1);

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores (x - 3), e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios (x -3), destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social (RGPS) e próprio (RPPS) dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC).

§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

(21)

A principal inovação da LRF, em matéria de LDO, foi a previsão desses anexos, que necessariamente deverão integrar a LDO. Além disso, eles são exigidos para todos os entes federativos, ou seja, esses anexos deverão constar na LDO da União, dos Estados, do DF e dos Municípios.

As questões adoram perguntar o que consta no Anexo de Metas Fiscais (AMF) e também adoram fazer confusão deste com o Anexo de Riscos Fiscais (ARF). Por isso você tem que saber o que está em cada um deles e tem que saber distingui-los.

Antes de mais nada, repare que ambos estão contidos na LDO, e não no PPA ou na LOA, ok? 😉 Essa é outra pegadinha das questões.

Beleza! Agora, sugiro que você pense no nome de cada um: Anexo de Metas Fiscais e Anexo de Riscos Fiscais. Já deu pra entender o que está contido em cada um? 😏

“Deu, professor! O Anexo de Metas Fiscais conterá metas e Anexo de Riscos Fiscais conterá riscos!”

Brilhante! 😂 É isso mesmo! 👏👏👏

Essa é a base, mas precisamos saber um pouco mais que isso. 😅 O Anexo de Metas Fiscais conterá metas anuais.

“Ok. Mas metas anuais para que, professor?” 🤔 Para 5 coisas:

1. Receitas;

2. Despesas;

3. Resultado nominal;

4. Resultado primário;

5. Montante da dívida pública.

“E essas metas são para quanto tempo? Só para o próximo ano, pelo período de vigência da LDO, do PPA?”

Essa é outra pergunta interessante, porque as questões também adoram trocar os prazos. Por isso que marquei para você no texto da lei. 😉

“Ah. Por isso que tem escrito lá ‘x -1, x +2, x -3...’?”

Exatamente! 😄

Pois bem. O AMF estabelecerá metas anuais para o exercício a que se referirem (x) e para os dois seguintes (+ 2). Isso significa que o AMF para o exercício financeiro de 2019, estabelece metas anuais para o exercício financeiro de 2019 (x) e para 2020 e 2021 (+2).

X0 X1

Metas anuais:

1. Receita 2. Despesa

3. Resultado Nominal 4. Resultado Primário

5. Dívida Pública Exercício a que se referirem

X2 D o i s s e g u i n t e s

(22)

E agora vou resumir os períodos para você numa tabelinha:

AMF conterá Período

Metas anuais relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública

Exercício a que se referirem e para os dois seguintes (x + 2)

Avaliação do cumprimento de metas Ano anterior (x - 1)

Demonstrativo das metas anuais, comparando-as com Três exercícios anteriores (x - 3)

Evolução do patrimônio líquido Últimos três exercícios (x - 3)

Certo! 😄

E dentro do AMF nós encontramos ainda:

• avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior (x - 1)

Afinal, temos que controlar, avaliar, saber como foi o exercício anterior para aprender as lições e ver o que precisa ser melhorado.

• demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores (x - 3), e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

A Administração Pública não pode simplesmente “inventar” metas. Elas devem vir de algum lugar. É preciso então demonstrar (por meio de um demonstrativo 🤪) como se chegou nessas metas: como o cálculo foi feito? Qual foi a metodologia utilizada? Como essas metas se comparam àquelas dos três exercícios anteriores? As metas estão consistentes com as premissas e os objetivos da política econômica nacional? Tudo isso deve estar lá! 😄

evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios (x -3), destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

Queremos saber se o patrimônio público está sendo bem gerido ao longo do tempo. Por isso é interessante fazer essa comparação do patrimônio líquido com os últimos três exercícios.

• avaliação da situação financeira e atuarial:

o a) dos regimes geral de previdência social (RGPS) e próprio (RPPS) dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);

o b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

Afinal, é importante saber qual é a situação (financeira e atuarial) dos regimes de previdência e desses fundos e programas, para que isso não vire um problema que venha a comprometer as finanças públicas.

Não saber a situação financeira e atuarial desses regimes, fundos e programas seria como ter um cartão de crédito em que você não poderia ver a fatura. Você vai gastando e gastando sem ter noção do problema que isso pode ser para você lá na frente. E quando chegar lá, já será tarde demais para corrigir e será preciso tomar decisões drásticas. Não seria muito melhor ir acompanhando e evitar o problema? 🙂

• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC).

(23)

Renúncia de receita é quando a Administração renuncia a uma receita. 😉

“Não me diga, professor!” 😳😄

É! Quando o Estado tem o direito de arrecadar alguma receita, mas escolhe não o fazer, está acontecendo uma renúncia de receita.

Os exemplos estão no artigo 14, § 1º, olha só:

Art. 14, § 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

Pois é. Agora imagina o que aconteceria se um ente saísse renunciando receitas “a torto e a direito” (à toa, às cegas, sem controle). Muito em breve esse ente não teria quase nenhuma receita para arrecadar e sua situação fiscal estaria horrível, com pouco dinheiro para entrar e muitas contas para pagar! 😬

Por isso, é preciso acompanhar a estimativa dessas renúncias de receitas e as medidas de compensação que estão sendo adotadas. Esse acompanhamento é feito por meio desse demonstrativo.

Já as Despesas Obrigatórias de Caráter Continuando (carinhosamente chamadas de DOCC), estão definidas no artigo 17 da LRF, veja só:

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

Veremos mais detalhes sobre as DOCC em instantes, mas já podemos adiantar que são despesas

“complicadas”, pois são “persistentes”: elas fixam obrigações legais por um período superior a dois exercícios.

Por exemplo: comprar um cafezinho é fácil. Você paga um troco ali, na hora, pronto. Acabou. Difícil é comprar um imóvel. Você vai assumir a obrigação de pagar parcelas enormes e por um bom tempo (vários anos).

Então, é somente justo que haja um controle sobre a expansão dessas DOCC. Não queremos que elas cresçam demais, não é mesmo? Por isso existe esse demonstrativo da margem de expansão: para saber o quanto (qual a margem) essas despesas estão se expandindo.

“Beleza, professor. Agora, não tem um jeito mais fácil de lembrar de todo o conteúdo desse anexo de metas fiscais, não?”

Opa! Tem sim! Preste atenção na historinha:

Existia um político no Brasil chamado de Antônio Carlos Magalhães (ACM). Seu apelido era “toninho malvadeza”, mas, como ele era esquentado, vamos apelida-lo de “demônio malvadez”. Seu número nas urnas era 133. Depois de eleito, ele evoluiu seu patrimônio líquido: comprou um carro FIAT. Então, ele avaliou a situação do FIAT. Ele também ganhou um pouco de peso. Portanto, fez um regime porque estava FAT e ficou puto com o programa de emagrecimento pro natal. Como ele demorou a estar com o peso, ele foi a Roraima (RR) e a Minas Gerais (MG) para espancar o doctor que tinha lhe passado a dieta. 😂

(24)

“Como é, professor? Que viagem é essa?” 🤨

Olha esse esquema aqui que você vai entender tudo:

Entendeu agora? 😄

“Ah, entendi. Entendi o AMF, professor. E o Anexo de Riscos Fiscais (ARF) é aquele que conterá os riscos, não é mesmo?” 😃

Precisamente! 😄 Fácil, não é? É no Anexo de Riscos Fiscais em que serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. Mas o anexo não se contenta só com isso.

Além de avaliar, ele vai informar as providências a serem tomadas, caso os passivos contingentes e os outros riscos se concretizem. Assim, ele se torna bem mais útil, concorda? 😉

Por exemplo: é como se o jornalista que informa a previsão do tempo simplesmente dissesse: “olha, amanhã teremos um furacão”. Na mesma hora você se pergunta: “putz, e agora o que eu faço?”. Não seria melhor se o jornalista dissesse:

“amanhã teremos um furacão, por isso estoquem água, comprem lanternas e cubram as janelas de vidro com madeira”?

Agora você já sabe o que fazer! 😃

Ah, e é interessante você saber o que é um passivo contingente. Passivo contingente é:

(a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou

(b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:

i. não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos ou potencial de serviços seja exigida para liquidar a obrigação; ou

ii. o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.

Quer dizer: passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua efetiva ocorrência. Você não sabe se elas vão ocorrer ou não. Ou então nem pode mensurar o seu valor com confiabilidade. Por isso que eles estão categorizados como “riscos”. 😐

Prof. Marcel Guimarães

Anexo de Metas Fiscais (AMF)

-Aavaliação do cumprimento das metasrelativas aoano anterior;

- O demonstrativo das metas anuais, com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com asfixadas nos três exercícios anteriores;

- Aevolução do patrimônio líquido,também dosúltimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativo;

-Avaliaçãodasituação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicose doFundo de Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

- O demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado;

ACM

DEMônio MAlvadeza

EVOLUiu o PATRIM. LÍQUIDO

1

3

3

AVALioua SITUAÇÃO doFIAT Fez REGIMEpq estava FAT Ficou PUto com o PROGRAMAde Emagrecimento pro NATAL DEMorou a ESTarCOMo PEso; foi pra RRe pra MG ESPancar o DOCCtor

Mnemônico

[Anexo de Metas Fiscais - AMF]

(25)

Esse grau de incerteza quanto a sua ocorrência impossibilita a correta discriminação e previsão de valores na lei orçamentária, mas podem vir a afetar o equilíbrio das contas públicas na medida em que se tornem exigíveis.

Pronto! 😄 Basicamente, o Anexo de Riscos Fiscais só faz isso.

Anexo de Metas Fiscais (AMF) Anexo de Riscos Fiscais (ARF) Metas anuais (x + 2):

Avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas

1. Receitas Providências a serem tomadas caso os

riscos se concretizem 2. Despesas

3.Resultado nominal

4. Resultado primário 5. Dívida Pública

Avaliação do cumprimento de metas relativas ao ano anterior (x – 1)

Demonstrativo das metas anuais, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores (x – 3)

Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios (x – 3), destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos

Avaliação da situação financeira e atuarial:

a) RGPS, RPPS e FAT

b) Demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial

Demonstrativo da estimativa e compensação da:

1. Renúncia de receita

2. Margem de expansão das DOCC

“Beleza, e são só esses dois anexos, professor?” 🧐

Não. Tem mais um! Só que esse é específico para a União! E ele não é exatamente um anexo da LDO. 😅 Vejamos (LRF, art. 4º):

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.

Primeiro ponto de atenção (e eu repito): esse anexo é exigido apenas para a União!

(26)

Segundo ponto de atenção: esse anexo acompanha a LDO? É um anexo da LDO?

NÃO! 😤

Ele acompanha a mensagem que encaminha o projeto de LDO (PLDO).

“Certo. E o que tem nesse anexo específico, professor?”

Esse anexo apresentará objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial. Por isso que a gente o chama de:

Anexo da MOCRÉia CAMBaleante

É aquela mocréia, muito feia, muito bêbada, andando toda torta, toda cambaleante. 😂

“Que coisa horrível, professor!” 🙄

Pode ser horrível, mas se você acertar a questão, então deu certo! 😅 E para finalizar, aqui vai uma pergunta: onde estão as metas de inflação? 🤔

“Fácil, professor. Essa eu já sei. Metas de inflação estão no Anexo de Metas Fiscais, ué. É lá que estão as metas!” 😃

Disse o aluno apressado...

Ele não lembra que o AMF contém metas anuais relativas a:

1. Receitas;

2. Despesas;

3. Resultado nominal;

4. Resultado primário;

5. Montante da dívida pública.

Cadê as metas de inflação aí? 😏

Em lugar nenhum! Porque elas não estão aí. As metas de inflação estão no anexo da mocréia cambaleante, quer dizer, no anexo específico que acompanha a mensagem que encaminhar o projeto de LDO da União. 😂

Isso porque esse anexo apresentará os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente. Portanto, projeção do PIB, da taxa de juros, taxa de câmbio, taxa de inflação, estão todos lá! 😄

Anexos

Exigidos para todos os entes federativos

Anexo de Metas Fiscais (AMF)

Anexo de Riscos Fiscais (ARF)

Exigido apenas para a União Anexo específico

(27)

Questões para fixar

FGV - Prefeitura de Niterói - RJ - Auditor Municipal de Controle Interno - Auditoria Governamental – 2018 A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve conter o Anexo de Riscos Fiscais.

Sobre o Anexo de Riscos Fiscais, assinale a afirmativa correta.

A) Estabelece as metas anuais, em valores correntes e constantes, para o exercício a que se referir e para os dois seguintes.

B) Acompanha a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.

C) Contém a evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos.

D) Apresenta a avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e informando as providências a serem tomadas caso se concretizem.

E) Expõe o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

Comentários:

É só seguir a dica: pensar no nome do anexo. Olha para o quadro comparativo também ajuda muito! O Anexo de Riscos Fiscais (ARF) só contém a avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e as providências a serem tomadas caso os riscos se concretizem. Todo o resto está no Anexo de Metas Fiscais (AMF).

Gabarito: D

FGV - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional de Nível Superior – Contador – 2015 O Anexo de Riscos Fiscais integra o projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Sobre ele é correto afirmar que

A) contém a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior e avaliação da situação financeira e atuarial.

B) contém o demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores.

C) contém a evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos.

D) estabelece as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

E) avalia os passivos contingentes capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

Comentários:

Mesma coisa da questão anterior! O Anexo de Riscos Fiscais (ARF) só contém a avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e as a serem tomadas caso os riscos se concretizem. Todo o resto está no Anexo de Metas Fiscais (AMF).

Gabarito: E

(28)

FCC - TRT - 6ª Região - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2012

No Anexo de Metas Fiscais, parte integrante do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, estão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. O Anexo de Metas Fiscais contém

A) demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita nos últimos três exercícios.

B) avaliação da situação financeira e atuarial nos últimos três exercícios.

C) avaliação do cumprimento da execução financeira relativa aos últimos três exercícios.

D) evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios.

E) reserva de contingências nos últimos três exercícios.

Comentários:

Por isso que eu fiz questão de destacar os prazos. Vejamos as alternativas:

a) Errada. A lei não determina prazo para o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita.

b) Errada. A lei também não determina prazo para avaliação da situação financeira e atuarial.

c) Errada. Na verdade, é a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.

d) Correta. Olha só:

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

e) Errada. A Reserva de Contingência nem está na LDO (que contém o AMF). Ela está na LOA. A LDO é que irá definir a forma de utilização e o montante dessa reserva (LRF, art. 5º, III).

Gabarito: D

CESPE – FUB - Auditor – 2009

A partir da LRF, os anexos de metas fiscais e de riscos fiscais devem integrar o projeto de lei orçamentária anual.

Comentários:

Essa foi só para ver se você estava prestando atenção. Eu avisei que ambos estão contidos na LDO, e não no PPA ou na LOA, ok? 😉 Viu como é uma pegadinha das questões. 😏

Gabarito: Errado

Lei Orçamentária Anual (LOA)

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;

Os instrumentos de planejamento do nosso sistema orçamentário (PPA, LDO e LOA) juntos funcionam como engrenagens de uma máquina. Eles não podem ser elaborados de forma independente. É tanto que, o

(29)

caput do artigo 5º da LRF exige que o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) seja elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com a própria LRF.

Ademais, o PLOA conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais (AMF), que está na LDO. Afinal a LDO orientará a elaboração da LOA, está lembrando disso? 😉

“E para serve esse demonstrativo, professor?” 🤔

Para demonstrar (provar) que a LOA foi elaborada para alcançar as metas e objetivos estabelecidos e que ela guarda compatibilidade com os demais instrumentos de planejamento.

“E para que isso, professor?” 🤨

Para garantir que o nosso sistema e planejamento orçamentário esteja todo compatível, coerente,

“redondo”, “fechadinho”, aumentando as nossas chances de atingir as metas e objetivos traçados. Você imagina a bagunça que seria se a o planejamento estratégico estabelecesse X, o planejamento tático direcionasse para Y e o planejamento operacional planejasse a execução de Z? 😅

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

O inciso nos informa que o PLOA será acompanhado daquele demonstrativo regionalizado dos efeitos, sobre receitas e despesas, decorrentes de renúncia de receitas, observe (CF/88):

Art. 165, § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

Mas não é só isso. O PLOA também será acompanhado medidas de compensação a(ao):

renúncias de receita; e

• aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC).

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

a) (VETADO)

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

LOA

PPA LDO

(AMF)

(30)

⚠ Atenção para isto: a reserva de contingência está na LOA, mas a forma de utilização e o montante dessa reserva estão na LDO.

Imagine que a Reserva de Contingência seja um bolo. Isso mesmo: um bolo!

🎂

Muito bem. O bolo está na LOA, mas a forma (o molde) que você utilizou para fazer esse bolo está na LDO. 😉

Preste atenção

A reserva de contingência está na LOA, mas forma de utilização e montante estão na LDO

§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.

§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional.

§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.

§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da Constituição.

O dispositivo constitucional ao qual a LRF se refere é este:

Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

Por exemplo: em meados de julho, “do nada”, o Governador decide construir um novo hospital. O maior hospital que o Estado já viu. Moderníssimo! Tanto que a sua construção demorará cerca de 5 (cinco) anos. Um baita investimento.

“Amanhã abriremos o edital de licitação e começaremos os trabalhos”, diz ele. 🤔

Calma, Governador! 😅 Você acha que é assim tão fácil? De uma hora para outra? 😄 A execução desse investimento ultrapassa um exercício financeiro. Se você quiser construir esse hospital, vai ter que inclui-lo no PPA (ou numa lei que autorize a inclusão no PPA). Caso não faça isso, poderá incorrer em crime de responsabilidade.

Reserva de Contingência

LOA conterá a Reserva de Contingência

LDO Estabelece a forma de utilização e montante

Referências

Documentos relacionados

149, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias, compatível com o plano plurianual, compreenderá as metas e prioridades da administração pública do Distrito Federal, incluídas

165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

Questões para fixar FCC – TRT-15ª – Técnico Judiciário – 2018 Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que:

Tendo em vista que fiscalizar as ações do Poder Executivo é uma das funções do Poder Legislativo, e que o orçamento é um instrumento auxiliar para o cumprimento dessa função,

165, § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício

(A) de quando a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. (B) da

Tendo em vista que fiscalizar as ações do Poder Executivo é uma das funções do Poder Legislativo, e que o orçamento é um instrumento auxiliar para o cumprimento dessa função,