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PRESTE ATENÇÃO A SEUS MOTIVOS

QUANDO O PARANORMAL TORNA-SE ANORMAL?

PONTO 3: PRESTE ATENÇÃO A SEUS MOTIVOS

É fácil nos iludir que os nossos motivos em fazer consultas se revestem de grande auxílio, e a atenção que nos é dada pode ser muito lisonjeira. As pessoas nos considerarão poderosas e sobre-humanas, pois estamos em contato com forças que se encontram além da realidade cotidiana. Pergunte-se com regularidade o quanto tornou-se importante receber essa espécie de atenção. Será que você depende dos poderes paranormais para parecer importante aos olhos dos outros ou para conquistar amizades? Muitos paranormais têm se sentido diferentes por causa de sua extraordinária sensibilidade. Se você se sentiu dessa maneira, talvez esteja atrás da popularidade proveniente das consultas. No mínimo, essa espécie de atenção é basicamente negativa. Se você nunca se deu bem com ninguém, as pessoas não passarão a gostar de você só porque você é paranormal. Em vez disso, as exigências que lhe fizerem podem até esgotar sua energia, o que implica negligenciar seu próprio desenvolvimento. Acima de tudo, evite tornar-se o guru do grupo ou entrar numa de "salvar" os outros. Você pode até cair na armadilha sustentando seus dons por meios sutis, pois você nunca pode confiar totalmente neles, e o que fazer se alguém "precisar" de você num dia em que não estiver "funcionando"? Fingir?

A tendência de vangloriar-se de seus dons deve ser evitada como um sinal de envolvimento do ego. Quando isso acontece, os dons se tornam ainda mais passíveis de desconfiança, tentando a pessoa a fabricá-los consciente ou inconscientemente. Por fim, há o potencial para um mau carma em todas as formas de aconselhamento. Mesmo que você induza as pessoas a fazerem coisas que lhes sejam corretas, num dado nível, você é responsável pelo que acontecer.

PONTO 4: DESCONFIE DE GUIAS, GURUS E GRUPOS O potencial mais forte para o desvirtuamento do caminho correto parece estar nos mesmos lugares em que existe a mais intensa força potencial, ou seja "sempre e onde dois ou mais dentre vós estiverem reunidos

em nome Dele". De alguma forma, a loucura em grupo é mais aterrorizante do que a demência solitária, pois os grupos têm uma força poderosa para moldar seus membros. Quanto mais extravagante o sistema de crenças, mais força é acionada, apesar de muitas vezes isso acontecer com grande sutileza. Não quero citar nomes, pois é maçante publicar intrigas, mas talvez a tragédia de Jonestown seja um exemplo seguro o suficiente do poder que um líder insano pode exercer sobre a vida de seus seguidores. Para ter uma outra visão do que é um culto, leia o livro Crazy for God (Louco por Deus), de Christopher Edwards, relacionado na bibliografia. Claro que seu grupo e seu guru pessoal não são assim, eu sei, são "realmente espirituais". Mas, apenas em consideração à discussão, levante as seguintes indagações a respeito de qualquer grupo ao qual você pertence ou está pensando em ingressar:

Teste de saúde mental para grupos e gurus

Eles dizem ou ensinam que este é o único caminho verdadeiro e que seu grupo estará entre os poucos sobreviventes da iminente destruição, em virtude de seus conhecimentos especiais?

Sugerem que seu líder é um avatar da Nova Era, um mestre espiritual perfeito, ou a reencarnação de uma figura espiritual passada?

Enfatiza-se que os discípulos devem absoluta obediência ao líder ou ao grupo como condição de pertencer ao movimento ou como única forma de chegar à iluminação?

A obediência absoluta implica contatos sexuais entre o líder e participantes escolhidos (atraentes) do grupo?

Procuram-se ou cortejam-se novos membros com insistência e obstinação? O grupo presta serviços ou realiza atividades gratuitamente, sem indicar com clareza que são funções do grupo, com a finalidade de conquistar novos adeptos? O grupo insiste veementemente em que você se desligue da influência negativa da família e amigos, a menos que eles também vejam a luz? Pedem-se aos adeptos grandes somas de dinheiro ou a prestação de serviços pesados, para benefício do líder ou para aliviá-lo das preocupações materiais, ou para financiar a aquisição de bens e propriedades para o grupo?

Os membros que questionam os ensinamentos ou que desejam sair do grupo são submetidos a pressões intensas, a ostracismo ou outras formas mais rudes de tratamento?

Se você tiver respondido afirmativamente a mais de duas dessas perguntas, seu grupo ou guru não passou no teste de saúde mental e deve consultar um especialista. E você também, caso continue se dedicando a ele. Essas perguntas são como bandeiras vermelhas que sinalizam que o grupo não é bem aquilo que parece e pode, na realidade, ser uma estrutura dedicada à manipulação do poder. Qualquer grupo que impeça a livre iniciativa ou a individualidade de seus membros é perigoso. Em sua forma extrema, corresponde aos -ismos de toda espécie, em nome do que os Verdadeiros Crentes deflagram guerras santas de diversas maneiras. Qualquer grupo que venere seu líder ou qualquer líder que consinta essa prática está se afastando do seu caminho. A maioria desses sinais é francamente óbvia, mas o oculto é por natureza muito sutil. Aos poucos você vai sendo levado e pode não ser admitido no círculo íntimo, ou iniciado pelo guru, enquanto não abandonar sua liberdade de pensamento e houver algum risco de você questionar os ensinamentos. Abertura a questionamentos pode ser o teste isolado mais importante para se aferir a saúde mental de um grupo ou guru.

Quanto a guias espirituais, são gurus do plano astral com todos os mesmos problemas já discutidos. Os guias de algumas pessoas são apenas maiores do que as projeções vivas de suas próprias mishuagas, revestidas de espiritualidade somente por terem sido denominadas falecidas. Mesmo que o guia não seja um companheiro imaginário, como pode o mero fato da morte libertar a alma de suas imperfeições? Se a morte representasse iluminação imediata, por que a necessidade de repetição das vidas? A gente não aceita tudo o que uma pessoa viva diz de boa-fé; portanto, por que acreditar em tudo o que diz um ser invisível? Os guias espirituais podem levantar um ego desanimado, mas já vimos que tipo de armadilha pode representar um ego inchado.