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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.7. PREVENÇÃO E CONTROLE DO AMPV

Para fins de prevenção e controle da infecção do AMPV e da ocorrência da SCI, deve-se determinar quais os “fatores predisponentes” em potencial que incidem sobre o plantel de aves, como: tipo de ave acometida (frango de corte, poedeira comercial, reprodutora) e o

período de ocorrência (idade). O emprego de medidas de biosseguridade, boas condições de higiene e práticas de manejo como a limpeza e desinfecção de equipamentos e instalações, boas condições da cama, utilização de vazio sanitário, densidade populacional adequada, aves com a mesma idade e boas condições de ambiência (variações de temperatura e ventilação adequada), são importantes para ajudar a prevenir ou minimizar os efeitos da infecção pelo AMPV (COOK, 2000; GOYAL et al., 2003; AL-ANKARI et al., 2004).

Os surtos causados pelo Metapneumovírus aviário nas criações avícolas comerciais são contidos através de ações como o rápido despovoamento e/ou quarentena de pólos afetados pelo vírus. Além disso, é necessária a aplicação imediata e rigorosa de medidas de biosseguridade e desinfecção de fômites e instalações contaminadas, as quais podem ser deixadas em vazio sanitário por um período de tempo adequado para que o APMV desapareça por processo natural (TIWARI et al., 2006).

Embora não exista tratamento para a infecção pelo AMPV, avanços relacionados à compreensão da patogênese da doença causada pelo vírus em determinados hospedeiros naturais fornecem estratégias combinadas de terapias imunomoduladoras/ anti-inflamatórias e antivirais. Além disso, antibióticos devem ser utilizados para controlar as infecções bacterianas secundárias que se instalam após a infecção pelo vírus (COOK, 2000; GOYAL et al., 2003; EASTON et al., 2004).

Os programas de vacinação são um importante reforço para as estratégias de controle do Metapneumovírus aviário no sistema intensivo de produção avícola. Em frangos de corte a utilização de vacina viva atenuada, resulta em uma proteção local de quatro a cinco dias pós-vacinação e a soroconversão é normalmente detectada após duas semanas. A vacina viva atenuada confere uma proteção eficaz tanto em relação à doença clínica após o desafio com o vírus, quanto na habilidade de induzir anticorpos, embora não evite que as aves sejam infectadas pelo AMPV (COOK, 1997; VILLEGAS, 1998; GANAPATHY & JONES, 2007).

A administração cuidadosa e correta da vacina viva atenuada proporciona excelente proteção às aves (COOK et al., 1989a; WILLIAMS et al., 1991a). Logo deve se tomar cuidado com alguns fatores que podem alterar a qualidade da água de beber utilizada na administração da vacina viva para as aves, afetando assim a viabilidade desta vacina, tais como: cloro, detergente e matéria orgânica. Para neutralizar esses elementos e manter a viabilidade da vacina, são utilizados estabilizadores, tais como o leite em pó desnatado, que são adicionados na água de beber oferecida as aves no momento da vacinação (CSEREP, 2003).

As vacinas vivas atenuadas de AMPV são rotineiramente utilizadas na Europa e América do Sul para proteger os frangos de corte da Síndrome da Cabeça Inchada (TARPEY et al., 2007). Entretanto, deve-se ter cautela ao utilizar a vacina viva, pois o AMPV é um vírus com genoma RNA sendo mais instável geneticamente. Logo, a vacina viva pode sofrer mutação e com isso ocorrer à reversão da virulência, que pode acarretar no aparecimento da doença nas aves (JONES, 1996; CATELLI et al., 2006). Além disso, a patogenicidade residual do AMPV utilizado nas vacinas pode resultar na eliminação do vírus para o meio ambiente, levando para à contaminação deste e dificultando assim os esforços empregados para erradicação do vírus (CHA et al., 2007).

No início da criação de matrizes e poedeiras comerciais a administração da vacina viva atenuada impede a ocorrência da doença respiratória nas aves; e a vacina inativada aplicada por via ocular ou spray antes do início da postura, garante um bom desempenho quanto à proteção do sistema reprodutivo, diminuindo a ocorrência de queda na postura dos ovos, no caso de um surto de AMPV. O emprego de esquema de vacinação com estes dois tipos de vacina confere uma melhor proteção nestas aves, que têm um ciclo de produção longo

(COOK et al., 1996; COOK et al., 2000; SUGIYAMA et al., 2006).

O esquema de vacinação para machos reprodutores também consiste na aplicação dos dois tipos de vacinas, a vacina viva com oito e 14 semanas de idade e a vacina inativada com 20 semanas (VILLARREAL et al., 2007).

Para a prevenção da infecção pelo AMPV em galinhas e perus, vacinas vivas e inativadas dos subtipos A e B têm sido desenvolvidas e utilizadas nas criações comercias em todo o mundo. Alguns autores afirmam que existe uma excelente proteção cruzada entre vacinas contra o AMPV dos subtipos A e B (WILLIAMS et al., 1991b; ETERRADOSSI et a.l, 1995; PATNAYAK et al., 2002). As vacinas dos subtipos A e B protegem contra o AMPV do subtipo C (COOK et al., 1999). No entanto, aves imunizadas com o subtipo C não são protegidas de desafios com os subtipos A e B.

A aplicação simultânea das vacinas vivas atenuadas de AMPV, vírus da Doença de Newcastle (NDV) e vírus da Bronquite Infecciosa das Galinhas (IBV), reduz a produção de anticorpos contra o AMPV nas aves vacinadas, pois o NDV e o IBV competem pelo mesmo sítio de ligação no epitélio da mucosa da traquéia. Logo, deve se respeitar o intervalo de aplicação de no mínimo 15 dias entre estas vacinas (CAVANAGH et al., 1999; TURPIN et al., 2002; TARPEY et al., 2007).

Atualmente a vacinação no ovo embrionado de galinhas e perus com 18 e 24 dias de incubação, respectivamente, vem sendo utilizada como via de administração da vacina viva atenuada contra o AMPV. A vacinação no ovo embrionado não causa efeitos adversos na incubação e saúde das aves pós-eclosão, e também confere títulos de anticorpos vacinais elevados (WORTHINGTON et al., 2003; HESS et al., 2004).

Outros tipos diferentes de vacinas vêm sendo desenvolvidos para a prevenção do AMPV, como a vacina virosoma que é produzida para conter proteínas da membrana do vírus num complexo lipossoma, ela não é infecciosa porque não possui o ácido nucléico; e também não contém as proteínas (L, N ou P) de replicação viral. Quando esta vacina é administrada no trato respiratório das aves diminui tanto os sinais clínicos da doença, quanto à carga viral, além de estimular a resposta imune celular e humoral das aves (KAPCZYNSKI, 2004). Outro tipo de vacina contra o vírus desenvolvida é a vacina de DNA com genes do AMPV, que levou a diminuição significativa da carga viral no tecido respiratório e redução dos sinais clínicos em aves após o desafio com o vírus (KAPCZYNSKI & SELLERS,

2003).

3. ARTIGOS CIENTÍFICOS

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