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Os esforços para combater a crescente prevalência da obesidade continuam a centrar-se na promoção de estilos de vida saudáveis e controlo de peso através de dieta e exercício. O Centers of Disease Control and Prevention (2009b) declara que a sociedade se tornou “obesogenic” (“obesogénica”), caracterizada por ambientes que promovem o aumento da ingestão de alimentos não saudáveis e inactividade física. Iniciativas de mudança política e ambiental que tornem as escolhas saudáveis em nutrição e actividade física, disponíveis, acessíveis e fáceis, irão provavelmente demonstrar maior eficácia no combate à obesidade. Deste modo, reconhecendo que uma abordagem preventiva eficaz deve abordar o ambiente e as causas ambientais, e o estilo de vida subjacentes ao ganho de peso, as acções de prevenção ocorrem numa ampla gama de áreas de responsabilidade dos governos, como a saúde, educação, família e serviços comunitários, transportes, desporto e lazer, infra-estruturas e planeamento (Centers of Disease Control and Prevention, 2009b).

Para as pessoas que estão já com excesso de peso e obesidade têm sido empregues várias estratégias no seu tratamento. Estas incluem várias terapias, tais como aconselhamento dietético, aumento de actividade física, terapia comportamental e intervenção farmacológica. A maioria das pessoas com excesso de peso e obesidade deve adoptar a longo prazo ajustes nutricionais para reduzir a ingestão calórica. A terapia dietética inclui instruções para modificar dietas para alcançar este objectivo. Por sua vez, o aumento da actividade física tem benefícios directos e indirectos. É importante na tentativa de perda de peso porque aumenta o dispêndio de energia e desempenha um papel essencial na manutenção do peso. Por sua vez, também reduz o risco de cardiopatia mais do que a perda de peso alcançada por si só, assim como pode ajudar a reduzir a gordura corporal e prevenir a diminuição da massa muscular que frequentemente ocorre durante a perda de peso. Esta tendência é melhorada pela adição de terapia comportamental. A terapia comportamental é um complemento útil para adaptações previstas na alimentação e actividade física. Estratégias comportamentais específicas incluem auto-monitorização, gestão de stress, controlo de estímulos, resolução de problemas, gestão de contingências, reestruturação cognitiva e suporte social (National Institutes of Health, National Hearth, Lung, and Blood Institute, and

North American Association for the Study of Obesity, 2000; National Institutes of Health, 1998).

A terapia farmacológica pode ser útil para beneficiar pacientes com elevado risco. A intervenção farmacológica aprovada pela FDA para o tratamento a longo prazo pode ser um complemento útil para o tratamento da obesidade em alguns doentes. Estes fármacos devem ser usados apenas no contexto de um programa de tratamento que inclua os elementos descritos anteriormente – mudanças na dieta, actividade física e terapia comportamental. A Terapia Farmacologia deve ser só considerada em doentes que não são capazes de atingir a perda de peso adequada através de modificações de estilo de vida convencionais disponíveis e que não têm nenhuma contra-indicação para a terapia farmacológica. A combinação de mudanças na dieta, aumento de actividade física e terapia comportamental pode ser eficaz (NIH, NHLBI, NAASO, 2000; National Institutes of Health, 2007; National Institutes of Health, 1998)

Infelizmente, estas estratégias em pessoas com obesidade grave, estão associadas com pobres resultados a longo prazo (National Institutes of Health, 1998; National Inatitutes of Health, 2009). A cirurgia para a perda de peso, também designada cirurgia bariátrica, é uma opção para pessoas com obesidade grave, desempenhando um importante papel no tratamento. Em 1990, o tratamento cirúrgico para a obesidade foi aceite pelos seus efeitos nas comorbilidades associadas. Desde 1991, a obesidade grave (IMC>40 ou IMC>35 na presença de comorbilidades significativas, e em doentes nos quais houve fracasso com outros métodos de tratamento) tem sido considerada ela própria como uma indicação para cirurgia pelos seus efeitos prejudicais que esta doença tem (National Institutes of Health, 1991). O tratamento cirúrgico tem sido um método considerado eficaz para obter uma sustentada redução de peso e melhorias ou cura de comorbilidades (National Inatitutes of Health, 2009). Deste modo, embora a cirurgia tenha um papel relativamente menor na luta global contra a obesidade, esta precisa ser considerada para um pequeno segmento da população cuja saúde está seriamente comprometida pela obesidade clinicamente grave. Existem três tipos básicos de tratamento cirúrgico: as técnicas restritivas (reduzem a capacidade de armazenamento e velocidade de esvaziamento do estômago), as técnicas mal-absortivas (diminuem a capacidade de absorção dos alimentos) e técnicas mistas (combinam estes dois princípios básicos). Os tipos de cirurgia mais comuns são, respectivamente: a Banda

Gástrica Ajustável, a Derivação Bilio-Pancreática de Scopinaro, e o Bypass Gástrico (também conhecida por Derivação Gástrica em “Y” de Roux) (National Inatitutes of Health, 2009).

A gestão adequada requer a identificação de indivíduos que precisam de tratamento, o desenvolvimento de um plano de tratamento realista e implementar uma estratégia de tratamento definida, que possa ser modificada se necessário durante o acompanhamento a longo prazo. O Guia Prático de Identificação, Avaliação e

Tratamento do Excesso de Peso e Obesidade foi desenvolvido pela North American

Association for the Study of Obesity em conjunto com a National Institutes of Health e o National Heart, Lung, and Blood Institute (NIH, NHLBI, NAASO, 2000). O quadro 1 mostra as orientações sugeridas para seleccionar entre as diferentes opções de tratamento de perda de peso, com base no risco da doença (National Institutes of Health, 1998).

Quadro 1: Directrizes de Tratamento de Perda de Peso (Adaptado de NIH, 1998) Categorias de IMC Tratamento 25,0 – 26,9 27,0 – 29,9 30,0 – 34,9 35,0 – 39,9 > ou = 40,0 Terapia Dietética Actividade Física TerapiaComportamental Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Terapia Farmacológica Com

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Sim Sim Sim

Tratamento Cirúrgico Com

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