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Princípio da Humanidade ou da Humanização da Pena

1.2 Princípios Específicos da Execução Penal

1.2.5 Princípio da Humanidade ou da Humanização da Pena

José Afonso da Silva, num breve histórico sobre a integridade físico-corporal e o direito fundamental à sua proteção, demonstra a seguinte evolução:

As constituições anteriores já o consignavam, com pouca eficácia. Utilizavam-se habitualmente várias formas de agressão física a presos, a fim de extrair-lhes confissões de delitos. Fatos esses que já estão abolidos desde a Constituição de 1824, quando, em seu art. 179, XIX, suprimiu os açoites, a tortura, a marca de ferro

41 Exposição de motivos da LEP: “26. A classificação dos condenados é requisito fundamental para demarcar o início da execução científica das penas privativas da liberdade e da medida de segurança detentiva. Além de constituir a efetivação de antiga norma geral do regime penitenciário, a classificação é o desdobramento lógico do princípio da personalidade da pena, inserido entre os direitos e garantias constitucionais. A exigência dogmática da proporcionalidade da pena está igualmente atendida no processo de classificação, de modo que a cada sentenciado, conhecida a sua personalidade e analisado o fato cometido, corresponda o tratamento penitenciário adequado”.

42 BETTIOL, Giuseppe. O mito da reeducação, em O Problema Penal. Coimbra Ed., 1967, p. 271.

43 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 58.

quente, e todas as mais penas cruéis, o que foi completado pelo art. 72, parágrafo 20, da Constituição de 1891, ao abolir a pena de galés e o banimento judicial.44

O princípio da humanidade pretende atender aos princípios constitucionais, sendo certo que “o sentimento de humanidade descende da natureza comum do ser humano, que repugna em sua sã consciência a aplicação de castigos cruéis e ofensivos à dignidade, que ‘sempre permanecem em maior ou menor escala, até no pior delinquente”45.

O fundamento primordial do princípio da humanização da pena é o de reconhecer o condenado como ser humano e, consequentemente, respeitá-lo com respaldo no princípio da dignidade da pessoa humana, vedando-se toda e qualquer forma de sanções que violem o direito à vida e a integridade física, psíquica e moral dos sentenciados.

A vedação de penas cruéis não é recente. Ensina Luiz Luisi que “já a Emenda VIII à Constituição de Filadélfia de 1787, ratificada em 1791, proibia as penas cruéis e incomuns. Linguagem similar vamos encontrar praticamente em todas as Constituições do século XIX, e nas atualmente vigentes”46.

Na Constituição de 1988, observa-se a adoção do princípio da humanidade por meio da análise dos dispositivos que vedamn o tratamento desumano ou degradante, a pena de morte, o caráter perpétuo das penas, os trabalhos forçados, de banimento ou cruéis (III, XLVII).

Observa-se, ainda, como reflexo do princípio da dignidade da pessoa humana na aplicação da pena privativa de liberdade, o exposto por José Luis Gusmán Dalbora:

Las proyecciones del principio de humanidad sobre las penas y la extinción de la responsabilidad penal forman un cuadro sumamente rico y complejo, que aquí sólo puedo abocetar, y con este bosquejo termino. Primero, la proporción de las penalidades a la gravedad de los delitos. Segundo, la exigencia de suprimir aquellas incompatibles con la dignidad humana, esto es, la capital y todas las que inciden en la entidad fisica del condenado, las que por su ser o ejecución menosprecien sus derechos fundamentales y las perpetuas. Tercero, la limitación cualitativa e cuantitativa de las penas privativas de la libertad. Cuarto, la búsqueda de nuevas y más inteligentes formas de castigar, que sean a un tiempo eficaces y aceptables en el conglomerado social. Quinto, la prescriptibilidad de todos los delitos y todas las penas”47.

O Brasil ratificou alguns tratados internacionais que priorizam o princípio da humanização da pena. Um deles, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (1966),

44 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 202. 45 BRITO, Alexis Augusto Couto de. Execução penal. São Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 43-44.

46 LUISI, Luiz. Os princípios constitucionais penais. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2003, p. 47. 47 DALBORA, José Luis Guzmán. Justicia penal y principio de humanidad. Dogmática penal del tercer

no seu artigo 10, 1, estabelece que “toda pessoa privada de sua liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à dignidade humana”.

No mesmo sentido, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica (1969), disciplina em seu artigo 5º, 2, que “ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano”.

Destaque-se, ainda, a Convenção Americana de Direitos Humanos, que sugere a abolição da pena de morte e sua restrição quando ainda aplicada.

Constitucionalmente, observa-se, de maneira implícita, o princípio da humanização da pena, por meio da análise do artigo 5º, inciso XLIX, que preceitua o respeito à integridade física e moral do preso.

A relevância dos tratados internacionais e sua repercussão na ordem jurídica brasileira são imensas. Como explica Flávia Piovesan,

Intenso é o impacto jurídico do Direito Internacional dos Direitos Humanos no ordenamento interno. Considerando a natureza constitucional dos direitos enunciados nos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos, três hipóteses poderão ocorrer. O direito enunciado no tratado internacional poderá: a) reproduzir direito assegurado pela Constituição; b) inovar o universo de direitos constitucionalmente previstos; e c) contrariar preceito constitucional. Na primeira hipótese, os tratados internacionais de direitos humanos estarão a reforçar o valor jurídico de direitos constitucionalmente assegurados. Na segunda, esses tratados estarão a ampliar e estender o elenco dos direitos constitucionais, complementando e integrando a declaração constitucional de direitos. Por fim, quanto à terceira hipótese, prevalecerá a norma mais favorável à proteção da vítima.48

No âmbito da execução penal, como dito anteriormente, vários são os tratados aplicáveis e que, até o presente momento, o Estado não atende.

O princípio da humanização da pena pretende que não haja punições cruéis, desumanas, degradantes, torturas. Tenta-se, enfim, fazer com que o cumprimento da pena se dê, efetivamente, apenas com o que o Estado-Juiz determinou por meio da sua sentença condenatória, não sendo possível admitir meios que fogem às raias do tratamento do ser humano.

A questão da humanização da pena não é atual. Cesare Beccaria já pontuava, em sua época:

Como pode um corpo político, que, longe de se entregar às paixões, deve ocupar-se exclusivamente em pôr um freio nos particulares, exercer crueldades inúteis e empregar o instrumento do furor, do fanatismo e da covardia dos tiranos? Poderão

48 PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 12ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 162-163.

os gritos de um infeliz nos tormentos retirar do seio do passado, que não volta mais, uma ação já cometida? Não. Os castigos têm por fim único impedir o culpado de ser nocivo futuramente à sociedade e desviar seus concidadãos da senda do crime.49

O significado de humanizar, segundo o dicionário Houaiss, é: 1. “ato ou efeito de humanizar(-se), de tornar(-se) benévolo ou mais sociável”. Assim, compreende-se o ato de humanizar como o de “tornar(-se) humano, dar ou adquirir condição humana; humanar(-se) (...). 2. Tornar(-se) benévolo, ameno, tolerável; humanar(-se) (...) 3. Tornar(-se) mais sociável, mais tratável; civilizar(-se), socializar(-se) (...)”. Como adjetivo, temos: “que mostra piedade, indulgência, compreensão para com outra(s) pessoa(s)”50.

O Sentenciado deve, efetivamente, ser responsabilizado pela violação à ordem legal a que todos somos submetidos. Para isso, tem-se o Poder Judiciário, com o fim de determinar a quantidade de pena, a forma pela qual esta pena deverá ser cumprida e a humanização dos procedimentos durante o cumprimento da pena.

Entende-se que o princípio da humanização da pena seja decorrente do da dignidade da pessoa humana.

Assim e em poucas palavras, seria tratar o Sentenciado como ser humano que é, independentemente de seus atos, uma vez que para avaliá-los, há o Estado, que determina a pena, bem como a sua dosimetria. É a vedação da justiça privada por meio da execução penal, uma vez que o Sentenciado já foi julgado e condenado com base nos princípios constitucionais.

Nigel Rodley, Relator Especial das Nações Unidas Contra a Tortura, realizou uma missão no período de 20 de agosto a 12 de setembro de 2000, apresentando seu Relatório Final em Genebra, durante a 75ª Sessão da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. O documento reuniu 348 denúncias em unidades prisionais de 18 Estados da Federação. As péssimas condições carcerárias denunciavam a tortura indireta, como também se pôde constatar a efetivação de tortura, já que foram visualizadas marcas de agressões nos presos, além da existência de máquinas de choque elétrico, barras de ferrro, bastões de madeira, entre tantos outros instrumentos congêneres nas unidades visitadas.

Em face dessa situação, foi exarada a Recomendação nº 16, em que se destaca a relevante e fundamental função do Poder Judiciário, já que, a nosso ver, cabe a este Poder “socorrer” a questão penitenciária degradante em nosso país. A Recomendação assim expõe:

49 BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 2ª ED. Trad. Lucia Guidicini e Alessandro Berti Contessa. Rev. da trad. Roberto Leal Fereria. São P|aulo: Martins Fontes, 2002, p. 85.

50HOUAISS, Antônio (1915-1999) e VILLAR, Mauro de Salles (1939- ). Dicionário Houaiss da língua

portuguesa, elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa

Se não houver o fim da superlotação crônica nos lugares de detenção (um problema que improvavelmente será solucionado com a construção de outros lugares), um programa de conscientização dentro do judiciário é imperativo para assegurar que tal profissão, no âmago da lei e da garantia dos direitos humanos, torne-se sensível à necessidade de proteger os direitos dos suspeitos e também dos condenados para evidentemente reprimir a criminalidade.51

Embora teoricamente sejam atendidos os comandos principiológicos, sabe-se, como visto anteriormente, que se está longe de atingir o banimento total das penas cruéis no Brasil.

Como observa José Eduardo Goulart,

As penas cruéis, infamantes, degradantes e desumanas, como é óbvio, estão a longo tempo banidas de nossa legislação. No entanto, a realidade mostra que vários tipos de castigo extralegais são impostos aos presos. A propósito, lembrava o ilustre Juiz José Gaspar Fr

anceschini, quando exerceu a magistratura na Vara de Execuções Criminais de São Paulo, as visitas investigatórias a repartições policiais, a que se viu obrigado, alertado por “advogados da Comissão de Direitos Humanos da OAB, de religiosos e até de moradores vizinhos a Delegacias que, não suportando gritos e gemidos de pessoas submetidas a maus-tratos, nos telefonam...52

Atualmente esta situação ainda não se modificou. É o que atesta Cezar Roberto Bitencourt, ao dar relevo ao pensamento de Howard, dotado de grande carga humanitária:

Howard nunca aceitou as condições deploráveis em que se encontravam as prisões inglesas. Não admitia que o sofrimento desumano fosse consequência implícita e iniludível da pena privativa de liberdade, embora nessa época, como agora, a reforma da prisão não fosse um tema que interessasse ou preocupasse muito ao público ou aos governantes.53

Não parece, salvo entendimento em contrário, que seja objeto de preocupação dos governantes eliminar os maus tratos de forma ampla, até porque, em face do foro privilegiado que detêm, dificilmente tais autoridades estarão cumprindo pena no regime fechado. É como se o próprio sistema as protegesse.

De qualquer forma e considerando que a lei deveria ser para todos, hipótese que admitimos nesta nossa argumentação, é imprescindível compreender e dar vida à finalidade da pena: punir, mas, efetivamente, ressocializar, posicionamento em perfeita consonância com o de Guilherme de Souza Nucci:

51 Sumário Executivo do Relator Especial em Tortura das Nações Unidas, p. 4. Disponível em: <www.global.org.br>.

52 GOULART, José Eduardo. Princípios informadores do direito da execução penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1994, p. 110.

53 BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 59.

Temos sustentado que a pena tem vários fins comuns e não excludentes: retribuição e prevenção. Na ótica da prevenção, sem dúvida, há o aspecto particularmente voltado à execução penal, que é o preventivo individual positivo (reeducação ou ressocialização). Uma das importantes metas da execução penal é promover a reintegração do preso à sociedade. E um dos mais relevantes fatores para que tal objetivo seja atingido é proporcionar ao condenado a possibilidade de trabalhar e, atualmente, sob enfoque mais avançado, estudar.54

A ideia da humanização da pena é antiga. Cesare Beccaria já criticava as prisões de sua época, o que podemos depreender da seguinte manifestação: “Porque parece que no presente sistema criminal, segundo a opinião dominante, prevalece a ideia da força e a prepotência da justiça, porque se atiram confundidos em uma mesma caverna os denunciados e os condenados”55.

Humanizar a pena, portanto, é conferir ao sentenciado a dignidade da pessoa humana de forma plena. É tratá-lo como ser humano que é, possibilitando, nos termos da Lei de Execução, inclusive, sua ressocialização.

Para Cezar Roberto Bitencourt, é “paradoxal falar da ressocialização como objetivo da pena privativa de liberdade se não houver o controle do poder punitivo e a constante tentativa de humanizar a justiça e a pena.”56 Por isso entende-se que a responsabilização do Estado é

fundamental para se conquistar a execução penal de forma legal.

Atualmente o que existe no ambiente prisional é o total descaso com a observância dos direitos fundamentais dos Sentenciados e a certeza de que, inclusive, o Poder Judiciário contribui para esta inobservância, muitas vezes.

Pode-se, assim, afirmar que o apenado está sujeito a toda sorte de desgraças e infortúnios, dependendo exclusivamente de si para se “ressocializar” e se ver “reinserido” na sociedade no momento em que tiver, em suas mãos, o alvará de soltura.

Por fim, vale ressaltar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo V, assim disciplina: “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”.

No mesmo sentido, o item 57, das Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos, dispõe:

A prisão e outras medidas que resultam na separação de um criminoso do mundo exterior são dolorosas pelo próprio fato de retirarem à pessoa o direito de

54 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 5ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, p. 452.

55 B BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 2ª ED. Trad. Lucia Guidicini e Alessandro Berti Contessa. Rev. da trad. Roberto Leal Fereria. São P|aulo: Martins Fontes, 2002, p. 82.

56 BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão: causas e alternativas. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 57.

autodeterminação, por a privarem da sua liberdade. Logo, o sistema penitenciário não deve, exceto pontualmente por razões justificáveis de segregação ou para a manutenção da disciplina, agravar o sofrimento inerente a tal situação.

O princípio da humanização da pena objetiva um tratamento digno para que a pessoa que cometeu um crime possa ter nela despertada a vontade de se regenerar. Sem um tratamento digno, não há outro resultado senão a piora do caráter do ser humano.

O Poder Judiciário reconhece a falta de humanização da pena, como se observa da seguinte decisão:

O que ressalta no sistema penitenciário brasileiro, de forma indiscutível, é sua inépcia para se adequar a qualquer teoria que busque a humanização da reprimenda. Não há reeducação, condições dignas de sobrevivência, assistência física ou psicológica, envolvimento sério com laborterapia ou formação profissional. Em suma, com raras exceções, a prisão serve para conter as populações marginalizadas, econômica e moralmente. A desigualdade das ruas aplica-se ao sistema penitenciário: apenas os absolutamente desvalidos – também com raríssimas exceções – é que acabam encarcerados. Se a decisão em feitos desta natureza deve se louvar em superficiais análises, uma vez que o sistema nada mais oferece que tenha um resquício de cientificismo, ao magistrado resta o exame destes elementos e proferir decisão. Mas de nada servem eles sem a consciência dos anteriormente elencados. A se acreditar na impiedosa e superficial análise psicológica do agravante, teremos uma trágica conclusão: é ele delinquente por natureza e está irremediavelmente condenado a permanecer FECHADO! Só faltou esclarecer como deverá a sociedade reagir quando terminar a pena deste irrecuperável. Contrapondo- se estas considerações aos limites do pedido, verifica-se que o presidiário preenche os requisitos objetivos para a progressão pretendida. Quanto àqueles de índole subjetiva, (...) não se confundem com a inadaptação pessoal. Não há pena que impeça o homem de reincidir. (...) O agravante cumpriu durante anos o que o sistema lhe impôs; não lhe resta, assim, nenhuma outra condição, salvo a de progressão, eis que é a concretização da promessa do sistema com a qual contribuiu através de seu comportamento. Em local algum está dito que o preso terá direito à progressão de regime se estiver com sua personalidade, conduta e mérito adequados aos padrões da estrita normalidade. (...) Do exposto, DÁ-SE PROVIMENTO AO AGRAVO, deferindo a progressão (...).57

Há de se destacar que o princípio da humanidade “(...) afirma Bustos Ramirez – recomenda que seja reinterpretado o que se pretende com ‘reeducação e reinserção social’, uma vez que se forem determinados coativamente, implicarão atentado contra a pessoa como ser social”58.

Assim sendo, há esperança de que em algum momento, a efetivação das leis da execução penal limite-se a sua observância pura e exclusiva, afastando-se resquícios da vingança privada e responsabilizando todos, independentemente do seu estado social, pelas ações praticadas contra a lei.

57 Agravo em execução 1.046.927/8, TACrim SP, rel. Juiz Lagastra Neto.

58 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 47.