2.7 Contabilidade da Administração Pública 2.7.9 Princípios da Contabilidade sob perspectiva do setor público Os princípios da contabilidade são teorias aplicadas de forma a orientar os profissionais, sendo estes princípios instituídos pela Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que hoje revogada pela lei da força da Resolução (CFC) 1282/10 sendo intitulados: 2.7.9.1 Princípio da Entidade O princípio da Entidade afirma, que para o ente público pela autonomia responsabilização do patrimônio e ele pertencente. A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio e a responsabilização obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos. O Patrimônio também possui autonomia, originária de sua destinação social, porém, os agentes públicos que o administram têm obrigatoriedade de prestar contas de sua gestão, estando em toda a sua atividade funcional sujeitos aos Constituição Federal, Na Administração Pública somente se é permitido fazer o que a lei autoriza. 2.7.9.2 Princípio da Continuidade “No âmbito da entidade pública, a continuidade esta vinculada ao estrito comprimento de destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade”. A Contabilidade analisa e vê a entidade empresarial com sua operações contínuas para consecução de seus objetivos, seja nos investimentos, nas despesas e receitas e assim sucessivamente. Essa premissa direciona e condiciona o sistema de mensuração, avaliação e apresentação dos componentes do patrimônio; portanto, as atividades operacionais de uma empresa devem ser presumidas pela Contabilidade, como indefinidas no tempo, ou seja, em continuidade. 2.7.9.3 Princípio da Oportunidade O Princípio de Oportunidade é base indispensável a integridade e a fidedignidade dos registros contábeis dos atos e fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observada as Normas Brasileiras da Contabilidade Aplicada ao Setor Público. A integridade e a Fidedignidade dizem respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, independente do comprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo atendimento da essência sobre forma. O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais objetivando produzir informações íntegras e tempestivas. Na aplicação desse princípio abrange dois aspectos distintos e complementares abrange dois aspectos distintos e complementares: a integridade e a tempestividade. Esse princípio muitas vezes é denominado pela doutrina de 36 Princípio de Universalidade. A integridade refere-se à necessidade das variações serem reconhecidas na totalidade. Assim para ser confiável a informação contábil deve ser completa e dentro dos limites de materialidade e custo. 2.7.9.4 Princípio do registro do Valor Original Nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o valor original dos componentes patrimoniais. Valor Original, que ao longo de tempo não se confunda com o custo histórico, corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com agentes internos e externos, com base em valores de entrada a exemplos de custo histórico, custo histórico corrigido e custo corrente, ou valores de saída a exemplo de valor de realização, valor presente de fluxo de benefício do ativo e valor justo. Na Contabilidade pública permanece o critério de registro inicial ser efetuado pelo valor de entrada na data das transações havidas e resultantes do consenso entre os agentes econômicos externos, internos e entidade, assim o uso do valor monetário. Importa enfatizar, nesse ponto, que ao longo do tempo o princípio mantém-se de forma plena nas variações patrimoniais ocorridas no interior da entidade, isto é, utiliza inicialmente como base de mensuração, o custo histórico e, ao longo do tempo a variação desse custo histórico de várias formas. 2.7.9.5 Princípio da Atualização Monetária Na hipótese de que o consenso em torno de mensuração dos elementos patrimoniais identifique e defina os valores de aquisição, produção, doação, ou mesmo, valores obtidos mediante outras bases de mensuração; desde que defasadas no tempo necessita-se de atualizá-lo monetariamente quando a taxa acumulada de inflação no triênio for igual ao superior a 100% nos termos da Resolução CFC nº 900/2001. Nesse Princípio considera-se que a moeda brasileira embora aceita como medida de valor, não representa unidade constante de poder aquisitivo, necessitando de ajustes, a fim de permanecer correto os valores dos componentes patrimoniais o Patrimônio Líquido. A atualização monetária, por constituir uma variação de custo histórico deixa de ser considerada como um princípio, passando a ser tratada como forma de variação do custo histórico; Os efeitos de alteração do poder aquisitivo da moeda nacional, deve-se reconhecido nos registros contábeis no ajustamento dos valores dos componentes patrimoniais. 2.7.9.6 Princípio da Competência O Princípio da Competência é aquele que reconhece as transações e os eventos na ocorrência fatos geradores, independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Público. Os atos e os fatos que afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência e os seus efeitos devem ser evidenciados nas Demonstrações Contábeis no exercício financeiro com o qual se relacionam complementarmente ao registro orçamentário das receitas e despesas públicas. Esse Princípio de Competência relaciona-se ao reconhecimento das variações patrimoniais e sua natureza no momento em que ocorrem. Nas variações patrimoniais existem os componentes patrimoniais que se modificam em qualidade ou em natureza, porém, sem repercussão no montante do Patrimônio Líquido denominados: fatos permutativos, bem como os componentes que repercutem no montante de Patrimônio, denominados: fatos modificados, os quais sempre implicam a existência das alterações quantitativas no Patrimônio, mantendo assim inalterado o equilíbrio patrimonial. Portanto, ao evidenciar os fatos ligados á execução financeira e patrimonial, os quais exigem que os fatos modificados sejam levados à conta de resultado devera haver registro das receitas e das despesas no momento em que ocorrem na observância dos Princípios de Competência e Oportunidade. 38 2.7.9.7 Princípio da Prudência As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir a aplicação de procedimento de mensuração que prefiram montantes menores para ativos entre alternativas igualmente válidas e valores maiores para passivos. A Prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturado por determinados valores segundo os Princípios do Valor Original e da Atualização Monetária, surgiram possibilidades de novas mensurações. A aplicação do princípio da Prudência não deve levar a excessos ou a situações classificadas como manipulação do resultado, ocultação de passivos, super ou subavaliados de ativos. Pelo contrário em consonância com os Princípios Constitucionais de Administração Pública, deve constituir garantia de inexistência de valores fictícios de interesses de grupos ou pessoas, especialmente gestores ordenados e controlados. A prudência significa precaução, exatamente o conteúdo do Princípio ora comentado, pois sempre que se apresentam alternativas igualmente válidas para quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido, determina-se a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior Passivo. Podemos afirmar que a aplicação desse Princípio com a constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa, a qual determina o ajuste posterior para menos, do valor resultante das negociações com terceiros (Direitos e Contas a Receber) porem, a essência da escolha e aplicação do Princípio da Prudência esta no cálculo do montante da provisão e não no reconhecimento da incerteza, pois a hipótese de incerteza, aplica-se o Princípio da Oportunidade. No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS (páginas 35-39)