• Nenhum resultado encontrado

5.1 Cooperação da Agência com outras instituições, órgãos e agências da UE

e organizações internacionais

59

A presente secção fornece orientações para o intercâmbio eficiente de informações entre a Agência e outras instituições, órgãos, organismos e agências da UE ou organizações internacionais. Os pormenores sobre o modo como esse intercâmbio deve ser realizado são descritos em documentos específicos (por exemplo, nos acordos de trabalho).

5.1.1 Organizações parceiras

A Agência coordena e troca informações, utilizando linhas de comunicação seguras sempre que possível e necessário, com instituições, órgãos, organismos e agências da UE e organizações internacionais, a fim de fazer a melhor utilização possível das informações, capacidades e sistemas existentes. As partes interessadas são agrupadas em:

 instituições, órgãos, organismos e agências da UE («organizações parceiras da UE»); e

 organizações e órgãos internacionais («organizações externas à UE»)

Ao trabalhar com estas organizações parceiras, a Agência deve assegurar que o respetivo mandato, enquadramento jurídico e autonomia é cabalmente respeitado.

5.1.2 Âmbito de aplicação

A Agência procede ao intercâmbio de informações com organizações parceiras da UE ou externas à UE com o seguinte propósito:

1) Fornecimento de dados pertinentes sobre imigração ilegal e criminalidade transfronteiriça a incluir no QSE/QCIA. A Europol é o principal parceiro da Agência neste domínio. A Agência pode igualmente trabalhar com outras organizações parceiras, como a Interpol, o MAOC-N, os serviços da Comissão, a eu-LISA, a Eurojust, o SEAE e outras. As informações recolhidas no QSE/QCIA são partilhadas com as organizações parceiras com base no princípio da «necessidade de conhecer» e dentro dos limites necessários para exercerem as respetivas atribuições. Os dados para apoiar a manter o QSE/QCIA fornecidos pelos serviços da Comissão, o SEAE, a FRA, o EASO (por exemplo, sobre como gerir os fluxos migratórios, ou as informações sobre o país de origem) e organizações parceiras externas à UE serão tratados e combinados com informações de outras fontes, validados e disponibilizados aos CNC dos Estados-Membros pela Agência através do QSE/QCIA. Se a Agência receber informações pertinentes de duas ou mais organizações parceiras, funde as informações e valida-as antes de as publicar no QSE/QCIA.

2) As contribuições para a aplicação comum dos instrumentos de vigilância são fornecidas pela EMSA, pela AECP, pelo Satcen e outras organizações parceiras, como descrito na

59

secção 3.2.8. Para a aquisição de imagens de satélite e a utilização de dados derivados de satélite nas operações quotidianas, a Agência deve tirar partido do programa Copernicus60. 5.1.3 Quadro jurídico

A cooperação da Agência com os terceiros referidos no artigo 18.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013 rege-se por acordos de trabalho e outros documentos regulamentares pertinentes (por exemplo, acordos de nível de serviço, memorandos de acordo) celebrados entre a Agência e as organizações parceiras da UE ou externas à UE, nos termos do artigo 13.º do Regulamento (CE) n.º 2007/2004 do Conselho. Tal poderá incluir instrumentos de cooperação existentes, ou instrumentos novos se necessário. O regulamento interno utilizado para o intercâmbio de informações deve ser definido nos acordos de trabalho.

5.1.4 Canais de comunicação

A Agência é o ponto único de contacto para o intercâmbio de informações e a cooperação com organizações parceiras. Dado que o acesso ao QSE/QCIA se encontra limitado à Agência e aos CNC, a Agência deve criar canais de comunicação específicos com as organizações parceiras.

Cada organização parceira deve identificar a infraestrutura de comunicação necessária e um ponto de contacto. Os dados de contacto (endereço de correio eletrónico oficial e funcional, número de telemóvel e morada oficial) para este ponto de contacto devem ser comunicados à Agência.

Se a estrutura da organização parceira implicar a designação de mais do que um ponto de contacto, os dados de contacto e a repartição de responsabilidades destes pontos de contacto devem ser comunicados à Agência.

A Agência cria e mantém uma lista de contactos das organizações parceiras com as quais coopera no âmbito do Eurosur.

5.1.5 Avaliação

A Agência e as organizações parceiras analisam, desenvolvem e avaliam os resultados produzidos pelo trabalho em conjunto no quadro do Eurosur, com o intuito de identificar necessidades e lacunas e propor melhorias. Essas conclusões podem levar a Agência a iniciar um processo de alteração em consonância com as regras estabelecidas na secção 4.4. A avaliação é efetuada em conformidade com o quadro de cooperação bilateral e sempre que a situação operacional o exija. A cooperação entre a Agência e as organizações parceiras pode ser adaptada em função desta avaliação e de necessidades operacionais.

5.2 Cooperação dos Estados-Membros com países terceiros vizinhos

61

Um intercâmbio de informações permanente e bem estruturado e a cooperação por parte dos Estados-Membros com países terceiros vizinhos são cruciais para prevenir a imigração ilegal e a criminalidade transfronteiriça, bem como para salvar a vida de migrantes. Para ser sustentável, essa cooperação deve ser recíproca, assente na confiança mútua e benéfica tanto para os Estados-Membros como para os países terceiros em causa. É essencial que a cooperação neste âmbito se faça dentro do pleno respeito da legislação sobre os direitos fundamentais.

60

O Copernicus, anteriormente designado Vigilância Global do Ambiente e da Segurança (GMES), constitui o programa europeu para a criação de uma capacidade europeia de observação da Terra.

61

Os Estados-Membros podem colaborar com países terceiros vizinhos a nível internacional, multilateral e bilateral.

5.2.1 Cooperação internacional

Consoante o nível de cooperação, a cooperação internacional pode incluir:

1) Intercâmbio de informações e assistência da Agência, em estreita coordenação com o Serviço Europeu para a Ação Externa, a Europol, a Eurojust, a Interpol e outros órgãos competentes.

2) Participação de peritos de países terceiros em programas, projetos, conferências, seminários e grupos de trabalho criados pela Agência, a Comissão Europeia, a Interpol, as Nações Unidas e organizações internacionais.

3) Destacamento de agentes de ligação para delegações da UE62 e embaixadas e consulados dos Estados-Membros.

4) Análise dos riscos e atividades de investigação conjuntas com autoridades de países terceiros.

5) Formação destinada a autoridades de países terceiros sobre as atividades de controlo das fronteiras, operações de busca e salvamento, direitos fundamentais, etc.

6) Reforço das capacidades dos países terceiros através de programas cofinanciados por fundos da UE e internacionais.

5.2.2 Cooperação multilateral e bilateral

Consoante o nível de cooperação, a cooperação multilateral e bilateral pode abranger: 1) Criação de redes de agentes de ligação.

2) Criação de redes regionais, para o intercâmbio de informações através de canais de comunicação protegidos, intercâmbio de agentes de ligação, formação, reforço das capacidades de vigilância e criação de centros de coordenação em países terceiros. Se vários Estados-Membros participarem numa rede regional, devem informar a Agência sobre qual dos respetivos CNC é responsável pelo intercâmbio de informações entre a rede regional e o Eurosur.

3) Atividades operacionais conjuntas (terrestres, marítimas e aéreas), incluindo o patrulhamento conjunto.

4) Formação das autoridades de países terceiros em matéria de controlo das fronteiras, operações de busca e salvamento, direitos fundamentais, etc.

5) Reforço das capacidades através da doação de recursos e assistência técnica para melhorar as capacidades de controlo das fronteiras dos países terceiros.

Entre as redes regionais encontram-se, por exemplo, a rede Cooperação para o Controlo de Fronteiras na região do Mar Báltico (BSRBCC) e a rede Seahorse Atlântico.

5.2.3 Acordos

A cooperação acima descrita realiza-se com base em acordos e convénios de ordem prática ou através de redes regionais criadas com base nesses acordos. Antes da celebração de um acordo ou convénio de ordem prática, o Estado-Membro em causa deve comunicar o texto ou as

62

Em conformidade com o documento de reflexão sobre o destacamento de agentes de ligação europeus para a migração (documento do Conselho 13435/4.11.2015 JAI 790 ASIM 130 RLEX 853).

disposições em causa à Comissão Europeia. A Comissão examinará se essas disposições cumprem o disposto no artigo 20.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. Os Estados-Membros devem comunicar igualmente à Comissão os textos dos acordos celebrados e esta deve fornecer uma visão geral e uma avaliação desses acordos ao Parlamento Europeu, ao Conselho Europeu e à Agência.

Os Estados-Membros devem informar a Agência sobre a cooperação ao nível operacional com países terceiros, como exigido no artigo 2.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 2007/2004. Ao celebrarem acordos bilaterais com países terceiros, os Estados-Membros podem incluir disposições respeitantes às funções e responsabilidades da Agência, após a consulta da Agência sobre esta questão.

Se as informações a serem trocadas com autoridades de países terceiros pertencerem à Agência ou a um Estado-Membro que não seja parte no acordo de cooperação ou rede regional, o CNC do Estado-Membro que pretende partilhar as informações deve enviar um pedido por escrito ao proprietário das informações (Estado-Membro ou Agência), indicando o país terceiro com o qual pretende partilhar as informações e explicando o motivo da partilha das informações. O proprietário das informações (Estado-Membro ou a Agência) deve responder por escrito ao pedido o mais rapidamente possível. A recusa de partilha de informações deve ser justificada. Não é admitida a aprovação tácita — o proprietário das informações deve dar uma resposta positiva ou negativa.