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ANEXO RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO. que adota o manual prático para a execução e a gestão do Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (manual Eurosur)

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COMISSÃO EUROPEIA Estrasburgo, 15.12.2015 C(2015) 9206 final ANNEX 1

ANEXO da RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO

que adota o manual prático para a execução e a gestão do Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (manual Eurosur)

(2)

Índice Conteúdos

1 INTRODUÇÃO ... 5

2 ORIENTAÇÕES GERAIS ... 6

2.1 Objetivos e quadro do Eurosur ... 6

2.2 Âmbito de aplicação ... 7

2.3 Definições para efeitos do presente manual ... 8

2.4 Proteção dos direitos fundamentais e medidas que contribuem para salvar a vida de migrantes ... 9

3 ORIENTAÇÕES OPERACIONAIS ... 11

3.1 Centro Nacional de Coordenação ... 11

3.1.1 Funções e tarefas ... 11

3.1.2 Autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras ... 13

3.1.3 Cooperação com outras autoridades nacionais ... 13

3.1.4 Gestão de recursos e do pessoal ... 14

3.1.5 Quadro de situação nacional ... 15

3.1.6 Planeamento e execução das atividades de vigilância nacionais ... 15

3.1.7 Sistema nacional de vigilância das fronteiras ... 15

3.1.8 Avaliação dos efeitos... 15

3.1.9 Cooperação com outros CNC ... 15

3.1.10 Horário de funcionamento ... 15

3.1.11 Notificação da criação e acompanhamento do CNC ... 16

3.1.12 Atribuição de tarefas a outras autoridades nacionais ... 16

3.1.13 Regulamento interno ... 16

3.1.14 Cooperação entre serviços a nível nacional ... 16

3.1.15 Lista de contactos ... 17

3.2 Conhecimento da situação ... 18

3.2.1 Relação entre os quadros de situação e os respetivos níveis ... 18

3.2.2 Propriedade e fiabilidade das informações e abordagem orientada para os serviços ... 19

3.2.3 Comunidades de interesses ... 19

3.2.4 Fontes de informação ... 20

3.2.5 Nível respeitante às ocorrências ... 21

3.2.6 Nível operacional ... 23

3.2.7 Nível de análise ... 25

3.2.8 Aplicação comum dos instrumentos de vigilância ... 28

3.2.9 Política em matéria de dados pessoais ... 30

3.3 Capacidade de reação ... 31

3.3.1 Definição e componentes ... 31

(3)

3.3.3 Delegação de tarefas nos níveis regionais e locais ... 32

3.3.4 Troços das fronteiras ... 33

3.3.5 Níveis de impacto dos troços de fronteiras ... 33

3.3.6 Reações dependentes dos níveis de impacto ... 35

3.3.7 Cooperação com os países vizinhos ... 38

3.3.8 Avaliação ... 39

4 ORIENTAÇÕES TÉCNICAS... 39

4.1 Rede de comunicações do Eurosur ... 39

4.1.1 Funções e responsabilidades ... 39

4.1.2 Gestão da aplicação ... 40

4.1.3 Serviços técnicos de gestão do Eurosur ... 40

4.1.4 Administrador informático do nó e funções correspondentes ... 41

4.1.5 Aplicação de alterações técnicas ... 42

4.1.6 Manuais de utilizador ... 42

4.2 Formação ... 42

4.3 Política de segurança e gestão da segurança ... 44

4.3.1 Objetivos de segurança ... 44

4.3.2 Medidas de segurança física ... 45

4.3.3 Proteção das informações manuseadas nos sistemas de comunicação e informação ... 46

4.3.4 Funções e responsabilidades de segurança ... 46

4.3.5 Mecanismos de controlo e procedimentos de comunicação se houver uma violação da segurança ... 48

4.4 Gestão das alterações ... 48

4.4.1 Objetivos gerais e regras ... 48

4.4.2 Tipos de alterações ... 49

4.4.3 Iniciação do processo de alterações por parte dos Estados-Membros ... 49

4.4.4 O papel do Conselho Consultivo de Alterações do Eurosur ... 50

4.4.5 Regras aplicadas aos pedidos de alteração ... 51

4.5 Gestão da continuidade operacional ... 51

4.5.1 Análise do impacto ... 52

4.5.2 Gestão dos riscos ... 52

4.5.3 Elaboração de uma estratégia e de um plano de continuidade das atividades ... 52

4.5.4 Comunicação em caso de interrupção ... 53

4.5.5 Gestão da manutenção da continuidade das atividades ... 53

4.6 Comunicação ... 53

4.6.1 Objetivos gerais ... 53

4.6.2 Comunicação quotidiana ... 53

4.6.3 Ponto de contacto central da Agência ... 54

(4)

4.6.5 Comunicação relacionada com matérias operacionais quotidianas .. 55

4.6.6 Reuniões oficiais ... 55

4.6.7 Eurosur e relações públicas ... 55

4.6.8 Língua de comunicação ... 56

5 PRINCÍPIOS DE COOPERAÇÃO EXTERNA E ENTRE SERVIÇOS ... 56

5.1 Cooperação da Agência com outras instituições, órgãos e agências da UE e organizações internacionais ... 56 5.1.1 Organizações parceiras ... 56 5.1.2 Âmbito de aplicação ... 56 5.1.3 Quadro jurídico... 57 5.1.4 Canais de comunicação ... 57 5.1.5 Avaliação ... 57

5.2 Cooperação dos Estados-Membros com países terceiros vizinhos ... 57

5.2.1 Cooperação internacional ... 58

5.2.2 Cooperação multilateral e bilateral ... 58

5.2.3 Acordos ... 58

6 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO ... 59

7 REVISÃO DO MANUAL E OBSERVAÇÕES FINAIS ... 60

8 LISTA DOS INSTRUMENTOS ... 61

(5)

1 Introdução

O presente manual fornece orientações gerais, técnicas e operacionais, bem como recomendações e melhores práticas para executar e gerir o Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (Eurosur) criado pelo Regulamento UE n.º 1052/20131.

O presente manual destina-se aos Estados-Membros, à Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia (a «Agência») e a outros órgãos, organismos e agências da UE envolvidos no Eurosur.

O presente manual não cria quaisquer obrigações juridicamente vinculativas para os Estados-Membros, a Agência ou outros órgãos, organismos ou agências da UE, nem estabelece novos direitos ou obrigações para as autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras ou outros organismos para os quais possa ser pertinente. Apenas o Regulamento (UE) n.º 1052/2013, no qual o presente manual se baseia, ou outra legislação a que faça referência2 podem produzir efeitos juridicamente vinculativos e ser invocados perante os órgãos jurisdicionais ou os tribunais nacionais.

O presente manual deve ser periodicamente revisto, em função da experiência e dos ensinamentos extraídos da aplicação do Regulamento (UE) n.º 1052/2013.

1

Regulamento (UE) n.º 1052/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2013, que cria o Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (Eurosur).

2

Por exemplo, o Regulamento (CE) n.º 562/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, que estabelece o código comunitário relativo ao regime de passagem de pessoas nas fronteiras (Código das Fronteiras Schengen), a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

(6)

2 Orientações gerais

2.1 Objetivos e quadro do Eurosur

3

O Eurosur é um sistema polivalente utilizado para detetar, prevenir e combater a imigração ilegal e a criminalidade transfronteiriça nas fronteiras externas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do acervo de Schengen. Visa contribuir para proteger e salvar a vida dos migrantes que tentam atravessar as fronteiras externas da União.

A fim de alcançar estes objetivos, o Eurosur fornece um quadro comum para o intercâmbio de informações e a cooperação entre todas as autoridades responsáveis pela vigilância das fronteiras externas terrestres e marítimas4. O Eurosur segue uma abordagem orientada pela análise das informações e dos riscos, permitindo às autoridades nacionais e europeias compreender melhor aquilo que se passa nas fronteiras externas e dando-lhes a possibilidade de reagir de forma mais célere à criação de novas rotas e métodos para a imigração ilegal e a criminalidade transfronteiriça. Os elementos-chave desta abordagem incluem o intercâmbio de informações em tempo quase real, a partilha regular de dados e a cooperação estreita entre as autoridades a nível nacional e europeu.

O quadro do Eurosur é constituído por várias componentes5, interligadas do seguinte modo: A nível nacional, as autoridades cooperam através dos centros nacionais de coordenação para vigilância das fronteiras e procedem ao intercâmbio de informações através de quadros de situação nacionais. A nível europeu, os centros nacionais de coordenação trocam informações entre si e a Agência através da rede de comunicações Eurosur, com acesso ilimitado ao quadro de situação europeu e ao quadro comum de informações além-fronteiras.

A Agência coopera igualmente com outros órgãos, organismos e agências da UE (nomeadamente o Serviço Europeu para a Ação Externa, a Europol, a Eurojust, a Agência dos Direitos Fundamentais), a fim de fazer a melhor utilização possível das informações, capacidades e sistemas disponíveis. Por exemplo, a Agência coordena a aplicação comum dos instrumentos de vigilância em cooperação com a Agência Europeia da Segurança Marítima e o Centro de Satélites da União Europeia, com o intuito de fornecer aos centros nacionais de coordenação e a ela própria informações de vigilância relativas às fronteiras externas e às áreas além-fronteiras.

O Eurosur permite a todos os Estados-Membros reagir de forma mais célere a incidentes ou situações graves que ocorram nas fronteiras externas. Para ajudar a fazê-lo, as fronteiras externas terrestres e marítimas encontram-se divididas em «troços de fronteiras», sendo atribuído um nível de impacto a cada um. Esta abordagem permite a identificação de pontos críticos nas fronteiras externas, com uma reação normalizada a nível nacional e o apoio da Agência, se necessário.

A fim de alcançar os objetivos do Eurosur, os Estados-Membros trocam igualmente informações e colaboram com países terceiros vizinhos, com base em acordos e através de redes regionais específicas neles assentes.

3

Artigos 1.º e 4.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013.

4 O quadro do Eurosur poderá ser igualmente utilizado para a vigilância das fronteiras aéreas e os controlos das fronteiras, se os Estados-Membros fornecerem voluntariamente essas informações ao Eurosur.

5

Centros nacionais de coordenação, quadros de situação nacionais, um sistema de comunicações Eurosur, um quadro de situação europeu, um quadro comum de informações além-fronteiras, uma aplicação comum dos instrumentos de vigilância — ver artigo 4.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013.

(7)

Ao procederem ao intercâmbio de informações e à cooperação no quadro do Eurosur, os Estados-Membros e a Agência devem cumprir os requisitos relativos à proteção dos direitos fundamentais, designadamente o princípio da não repulsão e a proteção dos dados pessoais.

2.2 Âmbito de aplicação

6

Tema Incluído no âmbito de aplicação

Facultativo Fora do âmbito de aplicação Controlo das

fronteiras (vigilância e controlos)

 Vigilância das fronteiras externas terrestres e marítimas7  Vigilância das fronteiras externas aéreas  Controlos nos pontos de passagem das fronteiras  Fronteiras internas Vigilância das fronteiras  Controlo  Deteção  Identificação  Seguimento  Prevenção  Interceção - Medidas jurídicas e administrativas após a interceção (por exemplo, procedimentos de asilo, readmissão, regresso, inquéritos judiciais) Conhecimento da situação8  Ocorrências, informações e análise sobre:9  Passagens não autorizadas das fronteiras  Criminalidade transfronteiriça

 Risco para a vida dos migrantes

 Posição, estatuto e tipo de recursos próprios das autoridades nacionais com responsabilidade pela vigilância das fronteiras externas no quadro de situação nacional (QSN) Posição, estatuto e tipo de recursos numa missão de vigilância das fronteiras/policial a operar nos troços de fronteiras externas vizinhos de outro Estado-Membro Posição, estatuto e tipo de recursos militares que não se encontram a prestar assistência à missão policial

6

Artigo 2.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 7

Incluindo fronteiras externas temporárias. 8

No tocante às fronteiras externas marítimas, o Eurosur está a apoiar a criação do ambiente comum de partilha de informações (CISE) para o controlo do espaço marítimo da UE. Assim que estiver criado, o CISE proporcionará um quadro mais amplo para o conhecimento da situação marítima, apoiando o intercâmbio de informações entre as autoridades públicas em todos os setores, desde a segurança marítima ao controlo das pescas, proteção do ambiente, serviços aduaneiros, controlo das fronteiras, aplicação da legislação geral e defesa. 9

As disposições contidas no presente manual não alteram quaisquer requisitos aplicáveis às autoridades nacionais para partilha de informações através de outros sistemas dedicados que se baseiam na legislação da UE (por exemplo, autoridades aduaneiras, através do sistema comunitário de gestão dos riscos aduaneiros, com base no Regulamento (CEE) n.º 2454/93 da Comissão).

(8)

 recursos da Agência no quadro de situação europeu (QSE) e no quadro comum de informações

além-fronteiras (QCIA) Capacidade

de reação

 Passagens não autorizadas das fronteiras  Criminalidade transfronteiriça - Coordenação das operações de busca e salvamento no mar Dados pessoais

Dados pessoais respeitantes aos números de identificação de navios no QSE/QCIA Dados pessoais no QSN Quaisquer outros dados no QSE/QCIA

2.3 Definições para efeitos do presente manual

10

1) «Controlo», observar uma situação ou uma área geográfica.

2) «Deteção», tomar conhecimento da presença e localização de um objeto de interesse. 3) «Identificação», estabelecer as características de identidade únicas ou específicas do

objeto de interesse.

4) «Seguimento», determinar as localizações passadas, atuais e futuras de um objeto de interesse.

5) «Prevenção», atividades que dificultam ou impedem a realização de uma ação.

6) «Medidas de interceção», medidas adotadas para prevenir que um objeto de interesse prossiga.

7) «Autoridades nacionais», todas as autoridades com responsabilidade pela vigilância das fronteiras externas terrestres e marítimas nos termos da legislação nacional e, se aplicável, pelos controlos nas fronteiras e pela vigilância das fronteiras aéreas.

8) «Sistema nacional de vigilância das fronteiras», uma estrutura única ou uma combinação de sistemas de vigilância e controlo que reúne as atividades de vigilância nas fronteiras externas de um Estado-Membro, sob a coordenação do centro nacional de coordenação nos termos da legislação nacional e que apoia o intercâmbio de informações entre as autoridades nacionais com responsabilidade pela vigilância das fronteiras externas.

9) «Recursos próprios», o equipamento móvel ou fixo e os recursos humanos ao dispor de um Estado-Membro ou que a Agência utiliza para controlar e patrulhar as fronteiras externas.

10) «Estatuto dos recursos», o nível de prontidão e a disponibilidade dos recursos.

11) «Ocorrência», um incidente (uma situação relacionada com imigração ilegal, um crime transfronteiriço ou um risco para a vida dos migrantes) ou uma situação de crise (por exemplo, num país terceiro vizinho) ou qualquer outra situação com impacto significativo na segurança das fronteiras.

10

Ver o artigo 3.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. As definições respeitantes ao tratamento das informações devem ser utilizadas conforme definidas no modelo de análise comum e integrada dos riscos (CIRAM) v.2.0.

(9)

12) «Passagens não autorizadas das fronteiras», qualquer ato de passagem da fronteira nos pontos de passagem ou fora destes que não cumpra as normas de passagem das fronteiras externas definidas no Código das Fronteiras Schengen.

13) «Dados pessoais», quaisquer informações respeitantes a uma pessoa singular identificada ou identificável («pessoa em causa»); é considerada identificável a pessoa que possa ser identificada, direta ou indiretamente, nomeadamente por referência a um número de identificação ou a um ou mais elementos específicos da sua identidade física, fisiológica, psíquica, económica, cultural ou social.

14) «Tratamento de dados pessoais», qualquer operação efetuada sobre dados pessoais, com ou sem meios automatizados, tais como a recolha, registo, organização, conservação, adaptação ou alteração, recuperação, consulta, utilização, comunicação por transmissão, divulgação ou qualquer outra forma de colocação à disposição, com comparação ou interconexão, bem como o bloqueio, supressão ou destruição.

15) «País terceiro vizinho», um país terceiro que tenha uma fronteira terrestre ou marítima ou uma bacia marítima comum com um Estado-Membro.

2.4 Proteção dos direitos fundamentais e medidas que contribuem para

salvar a vida de migrantes

11

1. As autoridades nacionais devem dar cumprimento aos instrumentos internacionais e europeus em matéria de direitos fundamentais12, nomeadamente o acervo da UE em matéria de asilo e o direito internacional dos refugiados. Devem respeitar a dignidade humana das pessoas envolvidas na imigração ilegal e na criminalidade transfronteiriça, não podendo fazer discriminações com base no sexo, raça, condição social ou origem étnica, língua, religião ou crença, opinião política ou de qualquer outro tipo, deficiência, idade ou orientação sexual. Quaisquer medidas adotadas no exercício das suas competências devem ser proporcionais aos objetivos perseguidos pelas mesmas.

2. Na recolha de informações durante as atividades de vigilância das fronteiras, deve ser respeitado o direito à vida privada e à proteção dos dados pessoais de todas as pessoas em causa, nos termos da legislação nacional e da UE.

3. As autoridades devem cumprir a sua obrigação de prestar assistência a qualquer navio ou pessoa em perigo no mar e, durante as operações de vigilância marítima, assegurar que as suas unidades participantes cumprem essa obrigação, nos termos da legislação internacional e na observância dos direitos fundamentais. No contexto da cooperação operacional coordenada pela Agência, devem ser respeitadas as normas estabelecidas pelo Regulamento (UE) n.º 656/201413.

4. Sempre que as pessoas necessitem de assistência médica, nomeadamente as grávidas ou as pessoas feridas, doentes ou desidratadas, o centro de coordenação responsável (centro de coordenação de busca e salvamento marítimo, centro de coordenação local, regional ou

11

Artigo 2.º, n.º 4, do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 12

Nomeadamente a Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia e a Convenção de 1951 sobre o Estatuto dos Refugiados e o respetivo Protocolo de 1967.

13

Regulamento (UE) n.º 656/2014, de 15 de maio de 2014, que estabelece regras para a vigilância das fronteiras marítimas externas no contexto da cooperação operacional coordenada pela Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia.

(10)

nacional, consoante a situação) deve assegurar que são imediatamente adotadas as medidas necessárias, nomeadamente a solicitação de apoio médico. A segurança da tripulação e das pessoas em causa é uma preocupação primordial, devendo ser adotadas todas as medidas para garantir essa segurança a todo o momento.

5. Os guardas de fronteira e o pessoal de todas as autoridades nacionais competentes devem receber formação sobre como identificar e abordar as crianças e as pessoas vulneráveis14 e ajudá-las a aceder a medidas apropriadas de proteção ou assistência15. Deve ser facultado ao pessoal informações sobre os mecanismos de orientação nacionais16 e sobre como preservar as provas de crimes nas fronteiras para eventuais futuros processos judiciais. 6. As autoridades nacionais devem assegurar, em plena conformidade com o princípio da

não repulsão, que as pessoas que procuram proteção internacional são identificadas, recebem a assistência adequada, são devidamente informadas sobre os seus direitos e sobre como ter acesso aos procedimentos necessários (incluindo a possibilidade de requerer asilo) e são imediatamente encaminhadas para as autoridades nacionais responsáveis pela receção dos pedidos de asilo.

7. A fim de ajudar a assegurar a proteção e a salvar a vida de migrantes no mar, é necessário definir canais de comunicação nacionais e fluxos de trabalho entre o centro nacional de coordenação (CNC) e o centro de coordenação de busca e salvamento marítimo (MRCC), para garantir o intercâmbio de informações em tempo útil. Este intercâmbio de informações deve realizar-se tendo plenamente em conta o facto de que o MRCC é exclusivamente responsável pela coordenação de todas as operações relacionadas com incidentes de busca e salvamento, atuando ao abrigo de instrumentos jurídicos internacionais específicos de busca e salvamento17. O intercâmbio de informações pode incluir:

a) Informações sobre o estatuto e a posição dos recursos de patrulha (importantes para ambos os centros para avaliar a sua capacidade de reação).

b) Produtos de análise dos riscos partilhados pelo CNC com o MRCC, uma vez que os fluxos migratórios podem conduzir a riscos potencialmente elevados para as vidas no mar.

c) O MRCC e o CNC podem partilhar entre si as suas comunicações por satélite e terrestres e capacidades de seguimento, incluindo as que se encontram disponíveis através da Agência.

d) A informação do MRCC sobre incidentes que inicialmente não requerem, mas que possam vir a requerer posteriormente, ações de busca e salvamento, para que estejam prontos a responder no caso de agravamento das condições e seja necessária uma ação de busca e salvamento. De igual modo, o CNC deve ser informado sobre quaisquer incidentes de busca e salvamento que envolvam migrantes.

e) O CNC poderá ajudar o MRCC a selecionar o ponto de desembarque eventualmente necessário (a decisão sobre esta matéria durante operações de busca e salvamento é tomada pelo MRCC). Tal pode revelar-se importante para que sejam adotadas medidas

14

Por exemplo, grávidas, mulheres com filhos pequenos, menores não acompanhados, pessoas suscetíveis de exploração e vítimas de exploração ou de tráfico de seres humanos.

15

Consultar a secção 1.7 do tronco comum de formação. 16

Por exemplo, os relativos às vítimas de tráfico de seres humanos e à proteção das crianças.

17

Convenção Internacional sobre Busca e Salvamento Marítimo de 1979 e outras convenções internacionais

(11)

suplementares (por exemplo, capacidades administrativas e de acolhimento no ponto de desembarque).

Melhor prática: O MRCC e o CNC celebram um acordo formal sobre o intercâmbio de informações, observando as normas em matéria de proteção dos dados, assegurando assim uma cooperação harmoniosa. Esse acordo poderá abranger, por exemplo, o destacamento de agentes de ligação, a lista de produtos e relatórios que podem ser objeto de intercâmbio, o eventual acesso aos respetivos sistemas informáticos (com base no princípio da «necessidade de conhecer» e em consonância com as normas nacionais de proteção de dados) e reuniões periódicas entre o pessoal dos dois centros, tanto a nível da gestão como do trabalho.

Os recursos de patrulha utilizados nas operações de vigilância de fronteiras devem estar equipados para operações de busca e salvamento.

8. Ao cooperar com um país terceiro vizinho, os Estados-Membros devem cumprir as suas obrigações por força da legislação da UE e internacional, designadamente o princípio da não repulsão e as normas em matéria de proteção de dados. Não devem partilhar informações suscetíveis de serem utilizadas pelo país terceiro para identificar pessoas ou grupos de pessoas cujo processo para aceder a proteção internacional esteja a ser avaliado ou se existir sério risco de que podem ser sujeitas a tortura, tratamentos ou penas desumanos e degradantes ou a qualquer outra violação dos seus direitos fundamentais. Melhor prática: O CNC elabora um procedimento operacional normalizado para partilhar informações com países terceiros. Este procedimento deve incluir a verificação de que as informações não são partilhadas quando o CNC sabe ou deve saber que as mesmas serão utilizadas ou poderão muito provavelmente ser utilizadas pelo país terceiro para violar os direitos fundamentais. Pode ser mantido um registo eletrónico com a data, o nome do país terceiro e o tipo de informações partilhadas.

3 Orientações operacionais

3.1 Centro Nacional de Coordenação

18

3.1.1 Funções e tarefas

O CNC coordena e procede ao intercâmbio de informações entre todas as autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras externas terrestres e marítimas, bem como com os demais CNC e a Agência. A estrutura organizacional e o pessoal do CNC varia para se ajustar às circunstâncias nacionais, nomeadamente aos níveis de impacto atribuídos aos troços de fronteiras externas e ao modo como o CNC se encontra integrado na autoridade que o acolhe. As atividades do CNC são geridas pelo seu diretor. As suas funções e tarefas são descritas no quadro infra.

Funções Tarefas19

Gestão  Monitorizar e supervisionar as atividades do CNC, incluindo a conformidade com os direitos fundamentais

18

Artigo 5.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 19

Estas tarefas podem ser realizadas pelo próprio CNC ou por outras autoridades ou organismos na autoridade nacional que acolhe o CNC, desde que trabalhem com o CNC.

(12)

 Gerir e administrar o pessoal do CNC

 Assegurar a proteção do CNC (pessoal, edifício, TIC) Conhecimento

da situação e análise dos riscos

 Criar e difundir o QSN; neste contexto

 Acompanhar a situação operacional nas fronteiras externas e recolher informações operacionais e estratégicas

 Recolher, tratar, avaliar, validar, filtrar e fundir informações (incidentes, recursos, dados20) a nível nacional

 Traduzir e criar artefactos na aplicação do QSN

 Analisar padrões e tendências na imigração ilegal e na criminalidade transfronteiriça

 Desenvolver e gerir requisitos de informações e produzir produtos de análise de riscos partilhados no QSN, no QSE e no QCIA para apoiar a tomada de decisões

Capacidade de reação21

 Acompanhar a execução das atividades operacionais a nível local/regional e avaliar o desempenho nacional; neste contexto

 Assegurar que as autoridades a nível local/regional trabalham em conjunto de forma harmoniosa

 Avaliar a necessidade de assistência suplementar a nível local/regional

 Avaliar as operações nacionais e os contributos para operações conjuntas/bilaterais

Ligação  Definir modalidades operacionais e de ligação com as autoridades nacionais

 Contactar a rede de agentes de ligação

 Apoiar/receber apoio da Agência (ponto de contacto nacional Frontex/PCNF)

Planeamento  Apoiar o planeamento da gestão das fronteiras nacionais e do reforço de capacidades

 Apoiar o planeamento de atividades de vigilância a longo prazo

TIC  Operar, acompanhar, apoiar, manter e continuar a desenvolver sistemas de TIC

Disponibilidade  O pessoal do CNC assegura a disponibilidade operacional, 24 horas por dia, sete dias por semana (por exemplo, durante o turno da noite)

 Gestão de contactos em caso de emergência

 Criar e manter listas telefónicas e listas de verificação

O pessoal do CNC deve dispor de conhecimentos de línguas estrangeiras suficientes para poder trabalhar com CNC vizinhos e de outros países. O CNC deve dispor das capacidades de tradução necessárias, internas ou externas, para assegurar o intercâmbio atempado de informações.

Nos casos em que um Estado-Membro acolha uma atividade operacional coordenada pela Agência (por exemplo, uma operação conjunta), poderá utilizar a infraestrutura fornecida pelo CNC ou pelos centros subordinados.

20

Tal poderá incluir as informações provenientes de fontes abertas (OSINT ou Open-source intelligence), informações provenientes de fontes humanas (HUMINT ou Human Intelligence), informações provenientes de imagens (IMINT ou Imagery Intelligence) ou de sinais (SIGINT ou Signals Intelligence).

21

A autoridade nacional competente é responsável pelo comando e controlo dos ativos e recursos. O CNC tem uma função de coordenação e estratégia e, consoante a forma como foram repartidas as responsabilidades a nível nacional, pode igualmente desempenhar um papel operacional.

(13)

3.1.2 Autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras22

A fim de coordenarem as suas atividades, os representantes das autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras externas terrestres e marítimas devem colaborar permanentemente no âmbito do CNC.

Caso o Estado-Membro assim decida, o CNC poderá igualmente fornecer informações sobre a vigilância das fronteiras aéreas e sobre os controlos nos pontos de passagem das fronteiras externas. Nesse caso, recomenda-se que os representantes das autoridades nacionais responsáveis pelo controlo das fronteiras e pela vigilância das fronteiras aéreas também trabalhem no CNC.

O CNC poderá incluir agentes de ligação de outras autoridades nacionais ou de outros organismos, consoante as necessidades.

3.1.3 Cooperação com outras autoridades nacionais23

Em função da repartição nacional das responsabilidades e sem prejuízo das suas obrigações por força da legislação aplicável, o CNC deve proceder ao intercâmbio de informações e cooperar regularmente, através dos canais adequados, com as seguintes autoridades:

a) Guarda costeira

b) Polícia/guarda nacional c) Autoridades aduaneiras24 d) Guarda nacional

e) Forças armadas

f) Centro de coordenação de busca e salvamento marítimo (MRCC) g) Autoridades responsáveis pela migração

h) Autoridades responsáveis pelo asilo

O CNC pode proceder ao intercâmbio de informações e cooperar, através dos canais adequados, com outras autoridades nacionais, nomeadamente:

a) Autoridade marítima

b) Autoridade de controlo das pescas

c) Agentes de ligação destacados no estrangeiro d) Serviços veterinários/fitossanitários

e) Ministério Público

f) Departamento consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros, embaixadas e consulados

g) Gabinete SIRENE

h) Autoridades responsáveis pela prevenção da proliferação nuclear

22

Artigo 5.º, n.º 3, alínea a), e artigo 2.º, n.º 2, do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 23

Artigo 5.º, n.º 3, alínea b), do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 24

Ver artigo 4.º, n.º 3, do Regulamento (CEE) n.º 2913/92 do Conselho. Atendendo ao seu papel na supervisão da circulação de mercadorias pelas fronteiras externas e às suas responsabilidades na análise e na gestão dos riscos, as autoridades aduaneiras podem nomear representantes para trabalhar no CNC.

(14)

i) Autoridades dos transportes j) Serviços da proteção civil

k) Serviços da proteção do ambiente l) Serviços de informações

m) Autoridades responsáveis por mecanismos de orientação destinados às vítimas de tráfico de seres humanos e por sistemas de proteção de outros grupos vulneráveis, como as crianças

n) Autoridades sanitárias

3.1.4 Gestão de recursos e do pessoal25

O CNC apoia a gestão eficaz dos recursos e do pessoal por parte das autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras externas. Ao fazê-lo, o CNC apoia o planeamento e a execução de atividades de vigilância das fronteiras, designadamente mediante:

a) A criação e atualização de uma síntese dos recursos disponíveis pertencentes às autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras, incluindo o nível de prontidão, o tipo e a utilização dos recursos no nível operacional do QSN.

b) A garantia de que os recursos disponíveis a nível nacional e que são distribuídos para os troços de fronteiras correspondem ao nível de impacto atribuído a esses troços.

Tal pode incluir a reafectação de recursos disponibilizados por uma autoridade nacional de um troço de fronteiras para outro, ou a afetação de recursos suplementares disponibilizados por uma autoridade nacional para reforçar as medidas de vigilância adotadas num determinado troço de fronteira.

Para o fazer, o CNC deve assegurar que são implementados os fluxos de trabalho e os acordos necessários, a fim de permitir que os recursos sejam reafetados rapidamente, com o aval das autoridades nacionais competentes.

c) A contribuição para o reforço das capacidades nacionais em matéria de vigilância das fronteiras e, se aplicável, de controlos nas fronteiras, trabalhando em estreita colaboração com as autoridades nacionais competentes. Pode incluir a identificação de lacunas e de necessidades relacionadas com:

 informações recolhidas em diferentes sistemas, sensores, patrulhas e outras fontes;

 competências e instrumentos para analisar as informações;

 recursos fixos e móveis;

 pessoal com perfil e disponibilidade adequados;

 formação, incluindo a formação do pessoal do CNC.

d) O apoio ao planeamento, execução e adaptação de operações a nível local, regional e nacional, bem como a nível da UE em cooperação com a Agência. Tal pode incluir questões como a comunicação, a aquisição de equipamento interoperável e a definição de uma estratégia nacional de controlo das fronteiras.

25

(15)

3.1.5 Quadro de situação nacional26

O CNC cria e atualiza o QSN através do tratamento e da avaliação das informações sobre a situação, da gestão do processo de recolha de informações nacionais e do desenvolvimento de produtos analíticos em consonância com o disposto na secção 3.2 do presente manual. O CNC deve partilhar regularmente as informações com as autoridades nacionais competentes através do QSN.

3.1.6 Planeamento e execução das atividades de vigilância nacionais27

O CNC apoia o planeamento e a execução das atividades de vigilância nacionais através do acompanhamento das atividades de vigilância aos níveis local, regional, nacional e da UE, formulando sugestões sobre a adaptação das práticas com base na experiência adquirida. 3.1.7 Sistema nacional de vigilância das fronteiras28

Cada Estado-Membro com fronteiras externas terrestres e marítimas cria e mantém atualizado um sistema nacional de vigilância das fronteiras composto por uma única estrutura ou uma combinação de sistemas nacionais de vigilância e controlo. As atividades de vigilância em cada troço das fronteiras externas correspondem ao nível de impacto que lhe foi atribuído (ver secção 3.3.6.), utilizando equipamento fixo e móvel e patrulhas.

O CNC coordena o sistema nacional de vigilância das fronteiras em conformidade com a legislação nacional, controlando o funcionamento do sistema, incluindo os níveis de impacto atribuídos e os procedimentos operacionais, bem como contribuindo para o desenvolvimento do sistema e dos procedimentos.

O CNC dispõe de acesso direto e em tempo real às partes relevantes do sistema nacional de vigilância das fronteiras, incluindo os subsistemas criados a nível local/regional e os sistemas de vigilância geridos por outras autoridades nacionais. Nos casos em que o CNC receba informações sobre um troço de fronteira provenientes de dois ou mais sistemas nacionais de vigilância, deve combinar essas informações.

3.1.8 Avaliação dos efeitos29

O CNC apoia a avaliação periódica dos efeitos das atividades nacionais de vigilância das fronteiras, mediante a recolha e análise das informações e a elaboração de uma síntese das ocorrências e das atividades de resposta realizadas, incluindo a respetiva eficácia e os recursos e pessoal utilizados.

3.1.9 Cooperação com outros CNC30

No âmbito do Eurosur, o CNC é o único ponto de contacto para o intercâmbio de informações e a cooperação com outros CNC e com a Agência.

3.1.10 Horário de funcionamento31

O CNC funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, assegurando a presença de, no mínimo, um oficial de serviço/chefe de turno.

26

Artigo 5.º, n.º 3, alínea d), do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 27

Artigo 5.º, n.º 3, alínea e), do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 28

Artigo 5.º, n.º 3, alínea f), do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 29

Artigo 5.º, n.º 3, alínea g), do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 30

Artigo 5.º, n.º 3, alínea h), do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 31

(16)

3.1.11 Notificação da criação e acompanhamento do CNC32

Cada Estado-Membro deve notificar a Comissão Europeia a criação do respetivo CNC. A Comissão fornece regularmente aos Estados-Membros e à Agência um relatório técnico sobre a criação e o desenvolvimento dos CNC.

O CNC deve informar regularmente a Agência sobre os desenvolvimentos pertinentes no atinente às suas atividades e estruturas. Tal pode incluir informações sobre responsabilidades, funções e tarefas adicionais atribuídas ao CNC, autoridades adicionais que cooperam com o CNC, atualizações técnicas ou outras informações pertinentes.

3.1.12 Atribuição de tarefas a outras autoridades nacionais33

Os Estados-Membros podem encarregar as autoridades regionais, locais, funcionais ou outras de assegurar o conhecimento da situação e a capacidade de reação nos respetivos domínios de competência, desde que:

1) estejam em posição de tomar decisões operacionais;

2) as tarefas atribuídas apoiem a gestão eficaz e eficiente dos recursos e do pessoal, apoiem o planeamento e a execução das atividades nacionais de vigilância das fronteiras ou ajudem a coordenar o sistema nacional de vigilância das fronteiras; e

3) essa decisão não interfira com a capacidade do CNC de cooperar e proceder ao intercâmbio de informações com outros CNC e a Agência.

Em casos previamente definidos, o CNC poderá autorizar as autoridades regionais, locais, funcionais ou outras a comunicar e a trocar informações com autoridades regionais ou o CNC de outro Estado-Membro ou as autoridades responsáveis de um país terceiro, contanto que informem regularmente o CNC sobre a comunicação e o intercâmbio de informações.

Na coordenação de atividades de vigilância das fronteiras com autoridades funcionais ou outras, o CNC deve assegurar que as responsabilidades e a autonomia (por exemplo, funções de comando e controlo) de cada uma dessas entidades são cabalmente respeitadas.

3.1.13 Regulamento interno

A autoridade responsável pelo CNC dispõe de um regulamento interno, que especifica o processo a seguir para o intercâmbio de informações e a colaboração com as autoridades nacionais competentes. Esse regulamento interno abrange o manuseamento, o armazenamento, a transmissão, o tratamento e a supressão de dados pessoais e de informações sensíveis não classificadas e de informações classificadas.

3.1.14 Cooperação entre serviços a nível nacional

Cada Estado-Membro determina a repartição das responsabilidades entre as respetivas autoridades nacionais responsáveis pela vigilância das fronteiras externas. As autoridades nacionais devem respeitar as respetivas áreas de responsabilidade e abster-se de adotar medidas que possam interferir, direta ou indiretamente, na realização das tarefas por parte das demais autoridades.

Nos casos em que não exista um modelo único para cooperação entre serviços, a cooperação reforçada, nomeadamente entre as autoridades civis e militares, proporciona uma utilização mais eficaz e económica das informações, capacidades e sistemas disponíveis a nível nacional.

32

Artigos 5.º, n.º 1, e 22.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 33

(17)

Dependendo do âmbito da cooperação e das responsabilidades das autoridades competentes previstas na legislação nacional, essa cooperação pode consistir em:

a) Partilha de informações: As autoridades nacionais partilham informações resultantes dos seus sistemas individuais, bem como de ocorrências e do nível operacional e de análise do QSN. As autoridades nacionais podem igualmente partilhar informações resultantes das suas infraestruturas de vigilância (por exemplo, estações de radar, acompanhamento das frequências em VHF) a nível local, de preferência em tempo quase real.

b) Cooperação: As autoridades nacionais podem partilhar infraestruturas de vigilância selecionadas (incluindo, por exemplo, a criação e a manutenção de estações de rádio), facultar acesso controlado aos respetivos sistemas e bases de dados (com base no princípio da «necessidade de conhecer»), realizar análises de riscos conjuntas e coordenar as suas atividades de patrulha. Para o fazer, as autoridades nacionais devem, tanto quanto possível, utilizar o CNC.

c) Assistência: Uma autoridade nacional (por exemplo, uma autoridade militar) pode prestar assistência a outra (por exemplo, guarda de fronteiras) na realização de missões de vigilância de fronteiras. A responsabilidade e a autoridade para levar a cabo a missão continua a pertencer ao órgão original. As autoridades nacionais competentes devem informar o CNC sobre o âmbito de aplicação, a duração e outras informações úteis para esse efeito.

d) Integração: Na melhor das hipóteses, um sistema nacional único e/ou um centro nacional único são utilizados por diferentes autoridades nacionais para realizar diferentes funções de vigilância (por exemplo, controlo das fronteiras, controlo da pesca, operações de busca e salvamento). Outra possibilidade é a de a legislação nacional tornar uma autoridade nacional responsável por várias tarefas de vigilância.

Podem ser contempladas várias formas de cooperação:

 O pessoal de uma autoridade nacional fornece informações e apoio operacionais, analíticos, técnicos e administrativos a outra autoridade nacional;

As infraestruturas de vigilância e comunicação são partilhadas para melhorar o conhecimento geral da situação;

A utilização do equipamento (por exemplo, recursos para patrulha) é coordenada, a fim de melhorar a capacidade geral de reação;

São definidos procedimentos operacionais normalizados para o intercâmbio de informações e a cooperação;

 É ministrada formação ao pessoal de outras autoridades, a fim de assegurar uma melhor compreensão mútua e uma transferência de conhecimentos mais eficaz.

Os acordos entre autoridades nacionais devem clarificar o âmbito e as modalidades de cooperação, assim como as obrigações jurídicas, operacionais e financeiras de cada parceiro. Deve privilegiar-se a utilização ou a adaptação de acordos existentes em vez de se celebrar novos acordos.

3.1.15 Lista de contactos

O CNC cria e mantém atualizada uma lista de contactos das autoridades nacionais com quem trabalha e troca informações.

(18)

3.2 Conhecimento da situação

3.2.1 Relação entre os quadros de situação e os respetivos níveis34

O quadro de situação nacional (QSN) atualizado pelo CNC fornece um conhecimento da situação a nível nacional, ao passo que o quadro de situação europeu (QSE) e o quadro comum de informações além-fronteiras (QCIA) mantidos atualizados pela Agência fornecem conhecimento sobre a situação a nível europeu. A relação entre estes quadros e o lugar que ocupam no âmbito do Eurosur podem ser descritos do seguinte modo:

1) QSN

Os CNC são responsáveis pela criação e atualização do QSN em cada Estado-Membro. Este quadro representa a soma de todas as informações fornecidas pelo Estado-Membro ao Eurosur, refletindo, assim, a origem dos dados e das informações contidos nos mesmos. O QSN pode ser criado com recurso a plataformas técnicas capazes de proceder ao necessário tratamento do intercâmbio de informações, permitindo ao Estado-Membro fornecer as informações em causa em tempo quase real ao quadro de situação europeu e ao quadro comum de informações além-fronteiras.

2) Relação entre o QSE e o QCIA

O QSE estabelece o quadro geral da situação nas fronteiras externas, com base nas informações fornecidas pelos CNC e pela Agência. Inclui informações dos QSN e a aplicação comum dos instrumentos de vigilância. O QCIA está relacionado com as informações e os dados nas áreas fora das fronteiras externas. A tónica é colocada na prestação de serviços, nomeadamente serviços de análise preditiva, abrangendo zonas marítimas e países terceiros de origem e trânsito. Os dois quadros são combinados, proporcionando continuidade geográfica. Ambos os quadros são partilhados entre os Estados-Membros e estão à disposição da Agência.

3) Relação entre o QSN e o QSE/QCIA

Poderá haver uma sobreposição parcial dos conteúdos do QSN e do QSE/QCIA, dado que partes dos QSN disponibilizadas à Agência e a outros Estados-Membros são também elementos inerentes do QSE/QCIA. As disposições pertinentes do Regulamento (UE) n.º 1052/2013 (por exemplo, a transmissão limitada de dados pessoais)35 aplicam-se a todas as informações dos QSN que passam a integrar o QSE/QCIA.

Todas as informações contidas no QSN que não sejam disponibilizadas à Agência são tratadas em consonância com as disposições que regulam os QSN. Estas disposições aplicam-se igualmente aos intercâmbios de informações entre dois ou mais Estados-Membros vizinhos, na medida em que não envolvam a Agência. As disposições que regulam o QSE/QCIA aplicam-se automaticamente sempre que a Agência esteja envolvida.

O intercâmbio de informações entre os três quadros segue os respetivos três níveis comuns. 1) O nível respeitante às ocorrências inclui:

 incidentes em passagens de fronteiras não autorizadas, incluindo informações disponíveis ao CNC sobre ocorrências relacionadas com um risco para a vida dos migrantes e sobre criminalidade transfronteiriça;

 informações sobre situações de crise;

34

Artigos 8.º a 11.º do Regulamento (UE) n.º 1052/2013. 35

(19)

 informações sobre veículos, navios e outras embarcações e pessoas, não identificados e suspeitos, presentes nas fronteiras externas ou nas suas imediações, e

 qualquer outra ocorrência que possa ter um impacto significativo no controlo das fronteiras externas.

2) O nível operacional consiste em informações sobre os recursos próprios e outras informações operacionais e ambientais.

3) O nível de análise consiste em informações de caráter geral, relatórios analíticos, dados, imagens, dados geográficos e diferentes tipos de mapas.

3.2.2 Propriedade e fiabilidade das informações e abordagem orientada para os serviços

Normalmente, as informações são detidas pelo nó que facultou as informações (o CNC em causa ou a Agência). A propriedade pode ser transferida para outro CNC ou para a Agência, com base num acordo mútuo. Tal transferência pode ocorrer numa base casuística ou poderá ser acordada para um grupo ou categoria específicos de informações, por exemplo se as informações forem transferidas através de uma ligação automatizada entre o Eurosur e outro software. O Estado-Membro que solicita a propriedade das informações deve fundamentar o pedido.

Os CNC são responsáveis por fornecer um quadro o mais completo, exato e atempado possível. Tanto os CNC como a Agência são responsáveis por assegurar a disponibilidade, a confidencialidade e a integridade das informações trocadas. Fazem-no observando rigorosamente as normas de segurança, as normas respeitantes à proteção de dados classificados e pessoais e respeitando os direitos de propriedade no tratamento posterior das informações.

Os proprietários das informações são responsáveis por validá-las antes da sua publicação na rede de comunicações do Eurosur (RCE). Devem envidar-se esforços para evitar qualquer duplicação das informações, através de procedimentos apropriados e processos de validação coerentes. Deve ser conferida especial atenção à garantia de que as informações carregadas manualmente não duplicam as informações já presentes no sistema provenientes de fontes semiautomáticas e automáticas (e outros sistemas conectados). São elaborados procedimentos ao nível da Agência e do Estado-Membro para minimizar esse risco.

No fornecimento de informações e serviços ao Eurosur, a Agência assume uma abordagem orientada para os serviços, com base nas normas acordadas internacionalmente.

3.2.3 Comunidades de interesses36

As comunidades de interesses são formadas pelos utilizadores do Eurosur que têm objetivos, exigências ou interesses comuns. Estes utilizadores podem criar grupos geográficos ou grupos temáticos. Por exemplo, uma comunidade geográfica de interesses pode concentrar-se numa zona/tipo particular de fronteira ou em ter uma fronteira comum com um determinado país terceiro. Uma comunidade temática pode concentrar-se em continuar a desenvolver o nível de análise ou outro serviço específico do Eurosur, ou em participar numa operação conjunta. Estas comunidades não se encontram formalmente criadas, mas ajudam a melhorar a organização e, em especial, a aumentar a cooperação e as sinergias na prestação de serviços e no intercâmbio de informações e, consequentemente, a melhorar a capacidade de reação.

36

(20)

O intercâmbio de informações e a cooperação no âmbito destes grupos é regulada por disposições do QSN ou do QSE/QCIA, consoante a Agência participar ou não.

Uma vez que têm uma dimensão cruzada, as comunidades de interesses podem ir além do âmbito de aplicação do Eurosur, sendo aplicáveis disposições individuais (por exemplo, mandato geral da Agência) às partes não abrangidas pelo Eurosur. A título de exemplo, se um grupo de Estados-Membros que participa numa operação conjunta criar uma comunidade de interesses, parte das informações recolhidas e tratadas pela Agência enquanto parte dessa operação poderão estar fora do âmbito do Eurosur (informações sobre procedimentos de regresso, asilo, etc.).

3.2.4 Fontes de informação37

Categoria Lista não exaustiva de exemplos A — Sistema

nacional de vigilância

 Sistema(s) de vigilância das fronteiras terrestres

 Sistema(s) de vigilância das fronteiras marítimas

 Sistema(s) de vigilância das fronteiras aéreas B — Sensores

fixos e móveis

 Radar: posição, percurso, velocidade, hora, dimensão do alvo

 Câmaras: imagens, vídeos, hora, direção, dados de imagens tratados

 Câmaras fechadas de gama ativa: distância do alvo, identificação do navio

 Sensores de radiofrequência/sistemas de direção: posição, frequência de funcionamento, tipo de rádio

 Sistemas de hidrofones: dados de movimentação de navios, identificação de navios

C — Patrulhas

 Missões de vigilância de fronteiras marítimas, terrestres e aéreas

 Recursos militares de assistência a uma missão policial

 Missões de busca e salvamento

 Missões de controlo aduaneiras/das pescas

 Missões de segurança marítima (por exemplo, deteção de derrames de petróleo)

D — Centros locais,

regionais e outros

 Centros de coordenação locais e regionais

 Centros de coordenação de busca e salvamento marítimo

E — Outras autoridades e sistemas, incluindo agentes de ligação

 Pontos de contacto nacionais para a prevenção da imigração ilegal/contrabando de droga

 Centros operacionais para cooperação transfronteiriça

 Centros nacionais para controlo das pescas/segurança e proteção marítima

 Pontos de contacto entre os Estados-Membros vizinhos (por exemplo para documentos falsos, fronteiras, alfândegas, ou combate à

criminalidade automóvel transfronteiriça)

 Embaixadas, consulados e agentes de ligação em países terceiros F — A

Agência

 Serviços Fusion do Eurosur, incluindo informações da aplicação comum dos instrumentos de vigilância (por exemplo, serviço de deteção de navios, imagens de satélite, informações sobre o terreno, previsões meteorológicas)

37

(21)

 Produtos analíticos desenvolvidos pela unidade de análise dos riscos da Agência (por exemplo, níveis de impacto atribuídos a troços de fronteiras)

 Informações de operações conjuntas, incluindo relatórios de ocorrências enviados através da aplicação para comunicação de operações conjuntas (JORA)

 Informações sobre os recursos próprios da Agência G — Outros

CNC

 Troços de fronteiras vizinhos: incidentes, relatórios de análise dos riscos táticos e, possivelmente, patrulhas

 Redes regionais

 Rede Europeia de Patrulhas (REP) H — Países terceiros  Redes regionais  Cooperação bilateral I — Sistemas de notificação de navios

 Sistema de identificação automática (SIA)

 Sistema de localização de navios por satélite (VMS)

 Sistema de intercâmbio de informações marítimas da União, incluindo o SafeSeaNet (SSN) e o sistema de identificação e seguimento de longo alcance de navios (LRIT)

3.2.5 Nível respeitante às ocorrências38

No que se refere à vigilância das fronteiras terrestres e marítimas, os Estados-Membros devem comunicar todas as ocorrências conforme definido nas secções que se seguem, independentemente do nível de impacto da ocorrência.

Se um Estado-Membro decidir comunicar ocorrências em pontos de passagem das fronteiras relacionadas com a vigilância das fronteiras aéreas, deverá:

 declarar o âmbito dessa comunicação à Agência; e

 respeitar plenamente o âmbito declarado aquando da comunicação.

As questões relacionadas com controlos nas fronteiras e a vigilância de fronteiras aéreas são relevantes para obter um conhecimento pleno da situação. Os Estados-Membros devem, por conseguinte, continuar a fornecer informações sobre as mesmas assim que tiverem começado e apenas interromper esse fornecimento em casos excecionais e devidamente justificados. Caso interrompam as comunicações, os Estados-Membros devem participar à Agência essa mesma interrupção.

3.2.5.1 Forma do nível respeitante às ocorrências do QSN

Os subníveis do nível respeitante às ocorrências não devem ser interpretados como estando fisicamente separados, mas sim como conjuntos de informações relacionadas com temáticas diversas, que podem ser apresentadas de várias formas, com o intuito de melhorar o conhecimento da situação e a capacidade de reação do modo mais eficaz. A forma como as ocorrências são recolhidas no QSN deverá permitir a transferência fácil e imediata de todas as ocorrências para o QSE, por exemplo mediante a transferência através de uma plataforma semiautomática/automática ou da introdução manual rápida dessas ocorrências no QSE.

38

Ver o artigo 4.º, n.os 2 e 3, o artigo 9.º, n.os 3 e 4, o artigo 10.º, n.º 3, e o artigo 11.º, n.º 4, do Regulamento (UE) n.º 1052/2013.

(22)

3.2.5.2 Subnível respeitante às passagens não autorizadas das fronteiras

Todas as ocorrências relacionadas com passagens não autorizadas das fronteiras detetadas nas fronteiras externas de um Estado-Membro devem ser comunicadas no QSN, independentemente do número de pessoas envolvido, da sua nacionalidade, ou do nível de impacto da ocorrência. Constitui uma boa prática incluir igualmente ocorrências relacionadas com controlos fronteiriços e vigilância das fronteiras externas, a fim de alcançar um conhecimento pleno da situação.

3.2.5.3 Subnível respeitante à criminalidade transfronteiriça

Este subnível diz respeito às ocorrências relacionadas com uma criminalidade grave com dimensão transfronteiriça que se verifiquem nas fronteiras externas ou nas suas imediações.

3.2.5.4 Subnível respeitante a situações de crise

Este subnível abrange catástrofes naturais e de origem humana, acidentes, crises humanitárias ou políticas ou quaisquer outras situações graves que ocorram nas fronteiras externas ou nas suas imediações e que tenham um impacto significativo no controlo das fronteiras. Um impacto significativo, neste contexto, deve ser interpretado como afetando as condições nas fronteiras de tal modo que seja necessário adotar medidas adicionais ou uma intervenção especial, nomeadamente o envio de reforços ou a tomada de decisões urgentes.

3.2.5.5 Subnível respeitante a outras ocorrências

Este subnível contém informações sobre veículos, navios e outras embarcações e pessoas, não identificados e suspeitos, presentes nas fronteiras externas do Estado-Membro em questão ou nas suas imediações, bem como sobre qualquer outra ocorrência que possa ter um impacto significativo no controlo das fronteiras externas.

3.2.5.6 Elementos do nível de ocorrências do QSN que devem ser partilhados com o QSE

Todas as ocorrências comunicadas no QSN devem ser igualmente disponibilizadas no QSE. O CNC deve assegurar que as mesmas são imediatamente carregadas e encaminhadas para o QSE.

3.2.5.7 Atribuição de troços de fronteiras

Cada ocorrência deve ser atribuída a um determinado troço de fronteira.

3.2.5.8 Nível de impacto das ocorrências

Na manutenção dos respetivos QSN, os CNC atribuem um nível de impacto, com base numa avaliação nacional, a todas as ocorrências comunicadas. A Agência não pode alterar os níveis de impacto das ocorrências atribuídos pelos CNC.

3.2.5.9 Nível de ocorrências do QSE/QCIA

O QSE e o QCIA estão disponíveis para todos os Estados-Membros que participam no Eurosur. A Agência deve facultar ao CNC, através do QSE, acesso ilimitado a ambos os quadros.

O conteúdo do QCIA reflete a estrutura apresentada no QSE, o que significa que as informações abrangem as mesmas áreas temáticas. Juntos, o QCIA e o QSE fornecem continuidade geográfica. Poderá haver ocorrências que são detetadas na área abrangida pelo QCIA e intercetadas na área abrangida pelo QSE.

Todas as ocorrências que se verifiquem na área operacional de uma operação conjunta, projeto-piloto ou intervenção rápida coordenada pela Agência devem ser comunicadas no QSE/QCIA, incluindo as que ocorreram na área operacional, mas não enquanto parte da

(23)

própria operação conjunta. As áreas operacionais da rede europeia de patrulhas e quaisquer outras atividades operacionais que envolvam a Agência pertencem a esta categoria.

3.2.5.10 Processo de comunicação e garantia da qualidade

Os Estados-Membros e a Agência devem assegurar que a comunicação apresenta uma qualidade apropriada e que não há duplicação das comunicações (por exemplo, de incidentes) no quadro do Eurosur. Para tal, os Estados-Membros devem criar um mecanismo de validação, que torna o CNC responsável pela validação final dos dados fornecidos ao QSE/QCIA. O CNC deve ainda assegurar que não é carregado no QSE/QCIA qualquer dado pessoal, excetuando os respeitantes à identificação de navios.

O ponto de contacto nacional Frontex (PCNF) informa antecipadamente o CNC sobre quaisquer operações previstas no seu território.

3.2.6 Nível operacional39

3.2.6.1 QSN

O nível operacional consiste:

 num subnível sobre recursos próprios e áreas operacionais; e

 num subnível sobre informações ambientais (ver secção 3.2.6.5).

O subnível sobre recursos próprios e áreas operacionais contém informações sobre os recursos nacionais e os recursos humanos, conforme definidos e mantidos a nível nacional.

As informações sobre recursos próprios e áreas operacionais são recolhidas nos sistemas nacionais dos Estados-Membros. Tal pode incluir, por exemplo, uma visualização das áreas de responsabilidade das estruturas subordinadas num mapa georreferenciado, a posição e o itinerário das patrulhas, a distribuição e o tipo de recursos, imagens em tempo real fornecidas por câmaras de vídeo, a área abrangida pelas câmaras e a posição e coordenadas dos navios de patrulha nos rios e no mar. A comunicação direta entre o CNC e os recursos de patrulha através de terminais específicos (por exemplo, radiocomunicações com recursos partilhados da rede transeuropeia/TETRA) melhora consideravelmente a capacidade de reação.

As informações sobre os recursos militares de assistência a uma missão policial podem ser restringidas com base no princípio da «necessidade de conhecer», mediante pedido da autoridade nacional responsável por esses recursos.

A interligação das informações fornecidas no nível operacional (por exemplo, sobre os recursos de patrulha e as condições meteorológicas) com as informações provenientes do nível respeitante às ocorrências melhora consideravelmente o conhecimento e a capacidade de reação.

O quadro da situação dos troços de fronteira externa adjacentes contido no nível operacional pode ser partilhado entre os Estados-Membros envolvidos e com a Agência, a título voluntário.

3.2.6.2 QSE/QCIA

Este nível consiste:

 num subnível respeitante aos recursos próprios;

 num subnível respeitante às operações; e

39

(24)

 num subnível sobre informações ambientais (ver secção 3.2.6.5).

Os subníveis sobre recursos próprios e operações contêm informações fornecidas pelos Estados-Membros e pela Agência, nos casos em que os recursos participem nas operações conjuntas da Agência ou se encontrem à disposição da Agência. As informações que se seguem são necessárias para todos os recursos que participem em atividades operacionais coordenadas pela Agência:

 tipo de recurso

 nome do recurso (marca, modelo, indicativo de chamada)

 descrição (indicação pormenorizada do tipo de recurso)

 proprietário — indicando o Estado-Membro (descrição normalizada, incluindo o código do país composto por três letras (norma ISO 3166-1 alfa-3) da autoridade de implementação do Estado-Membro)

 localização (última base de destacamento)

 nome da operação

Além disso, devem ser incluídas informações sobre o estatuto e a posição dos recursos (por exemplo, um recurso que participa numa operação conjunta deve comunicar a sua posição através do sistema de posicionamento Frontex), a declaração de missão e os agentes envolvidos, o calendário de implementação e patrulha, as áreas operacionais, relatórios de situação periódicos, informações estatísticas, pontos focais e de coordenação e outras atividades operacionais coordenadas pela Agência, como a rede europeia de patrulhas (REP). A melhor prática consiste em os CNC acolherem atividades coordenadas pela Agência, incluindo o Centro de Coordenação Internacional. Nos casos em que este esteja separado do CNC, devem existir canais e procedimentos de comunicação adequados para o intercâmbio de informações entre si sobre as atividades coordenadas pela Agência.

3.2.6.3 Rede Europeia de Patrulhas (REP)

Todos os Estados-Membros pertencentes à REP utilizam o quadro do Eurosur para partilhar informações da REP. Os Estados-Membros pertencentes à REP utilizam o seu CNC e a RCE para

comunicar todos os incidentes relacionados com a imigração ilegal e a criminalidade transfronteiriça registados nas áreas da REP ao nível respeitante às ocorrências do QSE/QCIA. Os relatórios, vídeos e imagens padrão da missão podem ser anexados para fornecer pormenores sobre o incidente, se disponíveis;

fornecer informações sobre as patrulhas comuns da REP ao nível operacional do QSE/QCIA, incluindo informações sobre os recursos a bordo de patrulha dos observadores (nomeadamente agentes de ligação);

verificar e atualizar as áreas da REP40no nível operacional do QSE/QCIA; e

 atualizar informações sobre elementos-chave (por exemplo, calendários de patrulhamento da REP e informações mensais sobre as patrulhas realizadas nas áreas da REP, alterações às estruturas da REP).

As informações relacionadas com a cooperação diária entre os Estados-Membros pertencentes à REP devem estar claramente assinaladas no nível operacional do QSE/QCIA.

40

Estas áreas foram determinadas com base nas atividades de patrulhamento dos Estados-Membros, abrangendo zonas costeiras específicas do Mar Mediterrâneo, do Oceano Atlântico e do Mar Negro.

(25)

3.2.6.4 Funções e responsabilidades

As informações sobre operações, projetos-piloto e intervenções rápidas coordenadas pela Agência devem ser fornecidas do seguinte modo:

 A Agência introduzirá informações sobre a área operacional para operações conjuntas.

 O Estado-Membro anfitrião fornecerá informações sobre os recursos que participam nas operações conjuntas, mas as mesmas poderão ser igualmente fornecidas pela Agência mediante acordo com o Estado-Membro anfitrião.

 O sistema de posicionamento Frontex indica a posição, a hora, o estatuto e o tipo de recursos que participam em operações conjuntas, projetos-piloto e intervenções rápidas ou que se encontram à disposição da Agência. Se os recursos que participam numa operação conjunta não estiverem ligados ao sistema de posicionamento Frontex, o CNC do Estado-Membro que acolhe a operação conjunta deve fornecer uma atualização frequente do número, posição e estatuto dos recursos utilizados.

A Agência poderá ainda partilhar através do nível operacional do QSE/QCIA outras informações sobre operações, projetos-piloto e intervenções rápidas coordenadas pela Agência, tais como:

 relatórios de situação diários/semanais para cada operação conjunta específica;

 informações adaptadas destinadas aos meios de comunicação social.

3.2.6.5 Subnível sobre informações ambientais

Este subnível permite o acesso a informações sobre o terreno e as condições meteorológicas. Através do nível operacional do QSE/QCIA, a Agência fornece observações meteorológicas, previsões meteorológicas, informações oceanográficas e serviços de modelos à deriva, que podem ser igualmente utilizadas para o QSN.

3.2.7 Nível de análise41

Os níveis de análise do QSE/QCIA e do QSN estão interligados, dado que podem ter por base os mesmos dados relativos à situação e a informações. Os dois quadros infra contêm os tipos de produto e serviço que são iguais no nível de análise do QSN e do QSE/QCIA.

Os produtos do nível de análise não são, por definição, fornecidos a pedido, mas sim com base em tarefas internas específicas do CNC ou da Agência.

Produtos Descrição

Principais

desenvolvimentos

Breve relatório com uma descrição e análise sucintas das ocorrências ou condições políticas, sociais, económicas ou demográficas, incluindo a situação em matéria de direitos fundamentais, que tenham ou sejam suscetíveis de ter impacto na imigração ilegal e na criminalidade transfronteiriça.

Nota informativa

Um relatório sucinto e, normalmente, ad hoc que analisa questões

específicas de imigração ilegal ou criminalidade transfronteiriça. Tem como principal objetivo informar de forma rápida e eficaz os decisores sobre uma questão concreta.

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