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Principais dificuldades para ensinar Álgebra aos alunos

Capítulo 3 Ensino de Álgebra na visão de professores do Ensino Fundamental

3.3. Apresentação e análise dos dados

3.3.3. Análise dos depoimentos dos professores e dos resultados da tabulação

3.3.3.5. Principais dificuldades para ensinar Álgebra aos alunos

Questão 5: Quais as principais dificuldades que você encontra para ensinar

Álgebra aos seus alunos?

Esta pergunta e a seguinte, que trata das principais dificuldades dos alunos, apresentam grande semelhança. Os professores responderam a esta questão sobre as principais dificuldades que eles encontram para ensinar Álgebra com referências às dificuldades dos alunos, o que, de certa forma, reflete a dificuldade do professor em lidar com as barreiras apresentadas pelos alunos. Vejamos mais detalhadamente:

Na 6ª série, que teve 32 respostas referentes a este item, as principais dificuldades apresentadas para ensinar Álgebra foram as seguintes: falta de compreensão, interpretação, autonomia cognitiva e maturidade dos alunos: 11 respostas (34%); depois, ensinar conteúdos específicos (operações com racionais, oposto do número, regra de sinais, fração, operação com inteiros, operação inversa), com 9 respostas (28%). Em terceiro lugar na quantidade de respostas, novamente os professores respondem com dificuldades que os alunos têm: defasagem em conteúdos, falta de pré-requisitos, embasamento (5 respostas, ou 16% do total) e, em seguida, falta de interesse ou de concentração do aluno: 4 respostas (13%). Finalmente, com uma resposta cada: a dificuldade está na passagem do concreto para a representação gráfica (3%); e não há dificuldade para ensinar Álgebra (3%).

Na 7ª série, foram 35 respostas para este item. Das 35 respostas, 16 (46%) apontam como principais dificuldades a falta de compreensão, de abstração, de interpretação, a capacidade de generalizar, a falta de autonomia cognitiva e de maturidade dos alunos. Depois, 8 respostas (23%): o ensino de conteúdos específicos (tabuada, oposto do número, fatoração, produtos notáveis, polinômios). Em seguida, temos, novamente, dificuldades dos alunos: falta de interesse/compromisso (3 respostas, ou 9%). Posteriormente, dificuldade de associar Álgebra com o cotidiano (2 respostas, ou 6%), pressão da direção e da família do aluno (2 respostas, ou 6%) e, todas as demais respostas únicas (que

correspondem a 3%), apresentam tópicos como: ensinar a estudar Álgebra, desenvolver no aluno a habilidade para estudar Álgebra, trabalhar com o lúdico, trabalhar com expressões algébricas dissociadas de significado. Nesta série, não houve respostas que afirmassem não haver dificuldade no ensino da Álgebra.

Na 8ª série, com 27 respostas no total, há uma diferença entre as demais séries: o maior número de respostas apresenta tanto a questão do ensino dos conteúdos (que nas outras séries aparece em segundo lugar) quanto as dificuldades dos alunos. Das respostas, 7 (26%) se referem à falta de pré- requisitos do aluno e outras 7 (26%) fazem menção a conteúdos (operações com radicais, estudo do sinal das funções, racionalização, oposto do número e princípio de equivalência). Em seguida, com 6 respostas (22% do total), encontramos dificuldades dos alunos: falta de autonomia intelectual, abstração, compreensão, interpretação do aluno. Depois: diversificar a metodologia (2 respostas, ou 7%), e, com 1 resposta cada (4%): trabalhar com o lúdico, contextualizar, sintetizar resoluções extensas, despertar o interesse dos alunos, pressão da família do aluno e da direção da escola. Também houve uma resposta (4% do total) em que o professor afirma “não ter quase nenhuma” dificuldade para o ensino da Álgebra.

Algumas respostas:

“7ª – Sinto um pouco de dificuldade, pois eles não têm uma boa abstração dos conceitos, não associam os conceitos com os objetos de estudo, tornando as resoluções mecânicas.” (P12).

“8ª – A falta de interesse dos alunos é evidente, mas não posso culpá-los, pois são conteúdos passados da mesma maneira que fazíamos há 10, 20 anos atrás. “ (P15).

“8 ª – Já trabalhei com alunos de 8ª série, e a principal dificuldade no ensino da Álgebra, foi exatamente o princípio de equivalência, os alunos não sabiam como resolver equações simples do 1º grau. O interessante é que sabiam aplicar direitinho o algoritmo da equação do 2º grau. Desde então, procurei prestar mais atenção nesse tema e o que pude perceber é que os alunos devem ter uma preparação melhor nesse tema (princípio da equivalência)” (P41).

“6ª – Além falta de maturidade para abstrair (entender o que é uma incógnita) a falta de conhecimentos prévios.” (P42)

“6ª / 8ª – Os mesmos possuem algumas lacunas no processo ensino aprendizagem, impossibilitando-os de serem autônomos na aquisição do próprio conhecimento.” ( P2).

“7ª / 8ª – Os alunos não têm conceitos básicos.” (P5).

“6ª / 7ª – Todas as dificuldades possíveis porque eles não têm base nenhuma ” (P16). “6ª / 7ª / 8ª – Falta de pré-requisitos “ (P9).

“8ª – Falta de pré-requisitos dos alunos.” (P31) “8ª – Falta de embasamento.” (P25)

Outras respostas, nas quais dificuldades de compreender e usar letras, de generalizar, de abstrair são bastante ressaltadas:

“6ª - Nesta série ocorre, na maioria dos casos, o primeiro contato dos alunos com a Álgebra, as expressões algébricas, “as letras”. Então, a aceitação dessa novidade é bastante lenta. Outro fator que pode dificultar bastante é o tratamento extremamente abstrato que pode ser dado a essa parte dos conteúdos.” (P40)

“6ª / 7ª – Os alunos a princípio se assustam com as expressões literais e se bloqueiam a entender o sentido de uma “letra” em uma conta..” (P17)

“7ª – Logo no início a dificuldade de operar as letras.” (P4).

“8ª – Fazer o aluno reconhecer que podemos usar letras como valores, que podemos dar a estas os mesmos tratamento que damos aos números. “ (P8).

“6ª – Fazer com que a Aritmética não prevaleça nesses momentos, pois o pensamento deles é, até então, todo aritmético. “ (P29)

“7ª – Imaturidade dos alunos e a dificuldade que os alunos têm de generalizar, visto que não sabem ler e interpretar” (P10).

“7ª – A grande dificuldade dos alunos é o entendimento, ou seja, a visualização da variável.” (P24)

“7ª – O aluno deve estar necessariamente engajado em atividades que inter-relacionem as diferentes concepções da Álgebra. O aluno, por não compreender a conexão entre outros

conceitos já aprendidos em outros conteúdos, muitas vezes não consegue generalizar os

procedimentos para calcular o número de diagonais para qualquer polígono, a proporcionalidade que já vem sendo trabalhada em outros conteúdos e aparece na resolução de problemas

multiplicativos, nos estudos de porcentagens entre outros.” (P28).

“7ª – Despertar no aluno a abstração, conceituar incógnita e variável.” (P38) “8ª – A maior dificuldade é a falta de abstração do conteúdo” (P23)

Respostas que se referem ao desinteresse ou desmotivação ou, ainda, falta de maturidade dos educandos:

“6ª / 7ª – A falta de interesse e compromisso. Mas também a insegurança de poder fazer sozinhos, as tarefas.” (P27)

“6ª – A falta de concentração, nesta fase eles brincam muito.” (P49) “6ª / 7ª / 8ª – Falta de concentração” (P34)

“6ª – A maturidade deles, a aceitação da Álgebra como linguagem matemática que envolve leitura e escrita.” (P45)

“6ª – Regra de sinais. / 7ª – Falta de concentração dos alunos.” (P46)

“6ª – A falta de interesse dos alunos, pois a maioria vem sem uma base para encarar a Álgebra, tornando um trabalho de reinício até atingir o objetivo.” (P48)

Mais uma vez, a questão da contextualização e da associação dos conteúdos no dia-a-dia:

“7ª / 8ª – Desenvolver a habilidade para estudar Álgebra no aluno e em associar a Álgebra com o dia-a-dia.” (P3).

“6ª – No passado já tive muito, mas, hoje... O que faltava: contextualização. “ (.P6).

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