• Nenhum resultado encontrado

Em função das diversificadas possibilidades de classificação das atividades amostradas, admitiu-se a necessidade de uma análise detalhada e assertiva, possibilitando focalizar os esforços na redução dos tempos não produtivos e de suporte de maior duração.

Essa verificação foi realizada todos as manhãs durante o período da REX, permitindo uma visão detalhada do dia anterior e o acumulado da reforma em uma visão global. Desse modo, foi possível verificar a efetividade dos planos de ação na redução de vozes específicas.

A Figura 4 representa a distribuição de tempo resultante do primeiro dia de trabalho, proveniente do acompanhamento das equipes da reforma por intermédio da ferramenta. O gráfico apresentado ordena as vozes no que se refere ao impacto durante a jornada de trabalho, colocando o trabalho não produtivo (TNP em rosa) como primeiro ponto para melhoria, seguido do trabalho de suporte (TS em azul) e do trabalho produtivo (TP em verde). Na figura também é possível verificar um resumo dos indicadores por grupo pelo gráfico pizza, mantendo a relação de cores descrita previamente.

Figura 4 – Distribuição detalhada do tempo no primeiro dia de amostragem.

Fonte: Autoria própria.

A partir do gráfico, nota-se que diversos problemas foram levantados e discutidos já no primeiro dia. Entre eles, destacam-se o atraso no início do turno por falta de permissão de trabalho diário, fila para bater crachá na catraca de entrada da indústria, planejamento de trabalho demasiadamente longo e períodos de almoço e jantar não definidos, excedendo a capacidade do refeitório disponível.

Adicionalmente às atividades de suporte, outro fator que se origina na falta de planejamento efetivo de trabalho é o tempo gasto em movimentação interna na área de trabalho, situada em 4,8%, o que demonstra uma disposição ineficiente de ferramentais e matérias-primas e até mesmo conflito entre equipes por espaços dentro de uma mesma frente de trabalho.

Deste modo, como tentativa de melhorar a saturação dos terceiros, as permissões de trabalho passaram a valer por uma semana ao invés da autorização diária; instalaram-se novos pontos para registrar a entrada e saída do operador, reduzindo assim o tempo ocioso em filas no início e fim de turno; os coordenadores foram aconselhados a chegarem 30 minutos antes do ínicio do turno para repassar as atividades atuais para os subordinados.

Além disso, as equipes de trabalhos foram separadas e escaladas para almoçar e jantar, de forma que cada grupo tinha exatamente uma hora (inclusos preparação e deslocamento) e deveriam revezar em atividades críticas ou nas que afetassem o caminho crítico de execução da reforma.

Na metade da REX, o quinto dia da reforma retratou o melhor desempenho, nada obstante apresentava ainda indicativos de melhorias, demonstrado na Figura 5. Figura 5 – Distribuição detalhada do tempo durante a reforma (5º dia).

Passados cinco dias de construção, as pertubações em tempo não produtivo passaram a se situar em interferências entre as equipes, provenientes de atividades sequenciais as quais demandavam que uma equipe esperasse outra finalizar um serviço, como por exemplo, a equipe de elétrica esperando a de civil terminar de concretar o chão para poder passar a fiação elétrica.

Além disso, destacam-se igualmente o deslocamento fora da área de trabalho, quando o operador tinha que se deslocar diversas vezes no turno para preparar peças, buscar material ou ferramentas; e o descanso não justificado, em momentos em que os colaboradores estavam ociosos sem motivo, isto é, estavam conversando ou realizando outras atividades não contribuintes para o andamento do projeto.

No último dia da reforma, obteve-se a segunda melhor performance de uma sequência gradativa, finalizando os indicadores em 75% de tempo produtivo, 14% de tempo de suporte e 11% de tempo não produtivo. O arranjo das atividades nesse dia pode ser visualizado na Figura 6.

Figura 6 – Distribuição detalhada do tempo no último dia de amostragem (9º dia)

Fonte: Autoria própria.

Para a compreensão desse panorama estabelecido no último dia da reforma, deve- se ter em vista que ele compete às entregas finais da reforma e que o processo

como um todo está em encerramento. Isso acarreta em várias frentes de trabalho em limpeza e movimentação interna para organização e liberação de área, o que explica os altos valores em tempo de suporte em limpeza (2,8%) e movimento interno na área de trabalho (3,2%).

No quesito das atividades não produtivas, com maior impacto encontram-se o descanso sem justificativa e o deslocamento fora da área de trabalho. Da mesma maneira, isso ocorre em função do fechamento das tarefas, o qual resulta em excesso de mão-de-obra para o serviços de acabamento e a transferência do equipamento utilizado e material excedente para as instalações da empresa contratada.

A seguir, com o término da REX e toda base de dados consolidada, formou-se a seguinte ordenação das vozes representativas no decurso de toda a pesquisa (Figura 7).

Figura 7 – Distribuição detalhada final do tempo amostrado no decorrer da REX.

Cabe colocar que esse gráfico foi construído como uma resultante de todas as coletas realizadas, ou seja, com as informações são acumulativas. Portanto, no que diz a respeito aos tempos não produtivos e de suporte, percebe-se que parte do impacto preponderante na reforma é oriunda de uma programação tardia e, consequentemente, contraproducente. Semelhantemente, entende-se também que seria benéfica uma comunicação mais eficaz relativo aos horários a serem respeitados e sobretudo transmissão de informações circunstanciais, intrínsecas ao dinamismo de uma reforma.

Documentos relacionados