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PRINCIPAIS PROGRAMAS E LEGISLAÇÕES LIGADOS À

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Diversas são as legislações brasileiras que tratam sobre o tema sustentabilidade. Assim, nesta seção, serão destacadas as mais relevantes para o estudo em foco.

A lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), seus fins e instrumentos de aplicação. Instituiu ainda, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), visando definir políticas relacionadas ao meio ambiente. O objetivo da PNMA, de acordo com seu artigo 2º, é “a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana” (BRASIL,1981, art. 2º).

Com o intuito de diminuir os crimes ambientais, o governo federal instituiu, em 12 de fevereiro de 1998, a lei nº 9.605, que estabelece as sanções penais e administrativas para crimes contra a fauna, a flora, a poluição e outras ações lesivas ao meio ambiente.

No ano de 1993, com a finalidade de normatizar as compras e os contratos públicos, foi criada a lei nº 8.666 (conhecida como lei das licitações). Essa normativa foi alterada em 2010, pela lei nº 12.349, a qual incluiu a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas licitações, priorizando a escolha de empresas que busquem a sustentabilidade em seus processos produtivos.

Nesse sentido, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), criou a IN nº 01/10, que dispõe sobre critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, serviços e obras pela Administração Pública Federal.

Outra legislação muito importante em relação às compras públicas é o decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, o qual determina critérios, práticas e diretrizes de sustentabilidade para as contratação públicas. De acordo com esse decreto são considerados critérios de sustentabilidade:

I - baixo impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; II – preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local; III – maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;

IV – maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local; V – maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra; VI - uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais;

VII - origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos serviços e nas obras; e

VIII - utilização de produtos florestais madeireiros e não madeireiros originários de manejo florestal sustentável ou de reflorestamento (BRASIL, 2012, art. 4º).

Além disso, este mesmo decreto, em seu artigo 16º, define que todos os órgãos da Administração Pública federal deverão elaborar e implementar Planos de Gestão de Logística Sustentável, PLS (BRASIL, 2012). O PLS tem por objetivo fazer um planejamento de ações sustentáveis que devem ser adotadas nos órgãos públicos, através da definição de metas e prazos, e delimitação de indicadores que visem avaliar como essas metas estão sendo alcançadas.

As regras, diretrizes e prazos para a construção do PLS foram instituídos pela Instrução Normativa do MPDG nº 10, de 12 de novembro de 2012. Essa IN determina, entre outros pontos, que cada organização pública deve elaborar relatórios anuais de acompanhamento e publicar seu PLS no prazo de 180 dias, a contar da data de promulgação da IN.

No que diz respeito à educação ambiental, o governo federal editou a lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e determina as atribuições das instituições na disseminação do conhecimento ambiental e, os procedimentos necessários para esse fim.

O gerenciamento de resíduos sólidos também foi tema de legislação federal, através da lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que estabelece a PNRS, regulamentada pelo decreto nº 7.404/10. Ambos objetivam normatizar a gestão adequada dos resíduos sólidos gerados, além de estabelecer as responsabilidades existentes em cada esfera.

Com o objetivo de reduzir o consumo de energia, foi criado o decreto nº 4.131/2002, o qual dispõe sobre medidas emergenciais de redução do consumo de energia elétrica no âmbito da Administração Pública.

Em relação ao desenvolvimento de pessoal, tópico importante para qualidade de vida do servidor, no ambiente de trabalho, o governo promulgou, em 23 de fevereiro de 2006, o decreto nº 5.707. Esta norma institui a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal a ser implantada pela Administração Pública federal, que possui as seguintes finalidades:

I - melhoria da eficiência, eficácia e qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão;

III - adequação das competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições, tendo como referência o plano plurianual;

IV - divulgação e gerenciamento das ações de capacitação; e

V - racionalização e efetividade dos gastos com capacitação (BRASIL, 2006b, art. 1º).

Por fim, no Quadro 8, destacam-se as resoluções do CONAMA que regulamentam algumas ações sustentáveis de relevância para esse estudo:

Quadro 8 – Principais resoluções do CONAMA ligadas à promoção da sustentabilidade no âmbito público

Resolução

CONAMA ASSUNTO

Nº 20/1994 Trata sobre a instituição do Selo Ruído de uso obrigatório para aparelhos eletrônicos que geram ruído no seu funcionamento.

Nº 275/2001 Estabelece um código de cores para diferenciação de resíduos e informações relativas à coleta seletiva.

Nº 307/2002 Institui diretrizes, critérios e práticas para o gerenciamento dos resíduos da construção civil.

Nº 358/2005 Regulamenta o tratamento e destinação final dos resíduos provenientes dos serviços de saúde humana e animal, como clínicas, hospitais, laboratórios e etc. Nº 401/2008 Determina que pilhas e baterias que tenham elevados teores de chumbo, mercúrio

e cádmio, devem ser recolhidas pelos estabelecimentos comerciais. Fonte: Elaboração própria (2019).

No que tange aos programas que têm a finalidade de promover práticas de sustentabilidade, na Administração Pública, pode-se citar:

a) Programa de Eficiência do Gasto Público – coordenado pela Secretaria de Orçamento Federal. Visa aprimorar a qualidade do gasto público através da eliminação do desperdício e da melhoria contínua da gestão dos processos, objetivando otimizar a prestação de bens e serviços aos cidadãos (BRASIL, 2015). b) PROCEL – programa do governo federal instituído em 1985, que tem o objetivo de

promover o uso eficiente da energia elétrica e combater o seu desperdício, reduzindo custos (CARVALHO, 2016).

c) Coleta Seletiva Solidária – estabelecida em 2006, pelo Decreto nº 5.940, que institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos entes públicos federais, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis (BRASIL, 2006a).

d) Projeto Esplanada Sustentável – implantado em 2012, por meio da Portaria Interministerial nº 244, objetiva “incentivar os órgãos da Administração Pública federal na adoção de um modelo de gestão e de processos organizacionais mais eficientes” (CARVALHO, 2016, p. 62-63).

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