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PRINCIPAIS REGRAS QUE REGEM A IMUNIDADE CONSTITUCIONAL DO IPTU

3.1.1 Código Tributário Nacional

O Código Tributário Nacional tratava, ainda antes da Constituição Federal de 1988, das limitações da competência tributária, nos seguintes termos, in verbis:

Capítulo II - Limitações da Competência Tributária - Seção I - Disposições Gerais: artigo 9º: é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65; II - cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda; III - estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais; IV - cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; e d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros.

Também regulamentava o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU:

Seção II - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana: artigo 32: o imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial

urbana tem como fato gerador à propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Parágrafo 1º: para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado. Parágrafo 2º: a lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. Artigo 33: a base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Artigo 34: contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

Ressalte-se que os referidos enunciados normativos continuam em vigor, agora inseridos no sistema constitucional tributário.

3.1.2 Constituição Federal de 1988

O sistema tributário é assegurado pela Constituição Federal de 1988, nos termos a seguir expostos:

a) da tributação:

“Título VI - Da Tributação e do Orçamento - Capítulo I - Do Sistema Tributário Nacional - Seção I - Dos Princípios Gerais: artigo 145: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; [...]”;

b) das limitações do poder de tributar:

Seção II - Das Limitações do Poder de Tributar: artigo 150: sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea “b”; IV - utilizar tributo com efeito de confisco; V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de

assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...]. Parágrafo 2º: a vedação do inciso VI, alínea “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Parágrafo 3º: as vedações do inciso VI, alínea “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Parágrafo 4º: as vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas [...];

c) dos impostos municipais:

Seção V - Dos Impostos dos Municípios: artigo 156: compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; [...]. Parágrafo 1º: sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o artigo 182, parágrafo 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel [...].

3.1.3 Código Civil de 2002

Como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU tem como fato gerador à propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, é importante definir tais institutos e suas aquisições a partir da legislação civil.

a) sobre os bens imóveis:

Livro II - Dos Bens - Título Único - Das Diferentes Classes de Bens - Capítulo I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos - Seção I - Dos Bens Imóveis: artigo 79: são bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Artigo 80: consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Artigo 81: não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem;

b) dos direitos das coisas - a posse:

Livro III - Do Direito das Coisas - Título I - Da posse - Capítulo I - Da Posse e sua Classificação (artigos 1.196 a 1.203) - Capítulo II - Da Aquisição da Posse (artigos 1.204 a 1.209) - Capítulo III - Dos Efeitos da Posse (artigos 1.210 a 1.222) - Capítulo IV - Da Perda da Posse (artigos 1.223 a 1.224);

c) dos direitos reais em geral e da propriedade c.1) dos direitos reais:

Título II - Dos Direitos Reais - Capítulo Único - Disposições Gerais: artigo 1.225: são direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador

do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese; XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso. [...]. Artigo 1.227: os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (artigos 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código;

c.2) da propriedade e sua aquisição:

Título III - Da Propriedade - Capítulo I - Da Propriedade em Geral - Seção I - Disposições Preliminares (artigos 1.228 a 1.232). Artigo 1.228: o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha [...]. Capítulo II - Da Aquisição da Propriedade Imóvel - Seção I - Da Usucapião: artigo 1.238: aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. [...]. Seção II - Da Aquisição pelo Registro do Título: artigo 1.245: transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. Parágrafo 1º: enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. Parágrafo 2º: enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Artigo 1.246: o registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Artigo 1.247: se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único: cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. Seção III - Da Aquisição por Acessão (artigos 1.248 a 1.259).

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