Principais resultados do programa LDAR na refinaria A

Ao longo dos anos a refinaria A ampliou o número de pontos para incorporar novas unidades de processo ao seu programa LDAR. Os pontos inacessíveis ou inseguros estão incluídos na contabilização e, embora não sejam medidos, suas emissões são estimadas tomando como base a taxa de vazamento e o fator médio de emissões da unidade de processo às quais pertencem.

A taxa de vazamento anual é calculada considerando a quantidade de pontos com vazamento em relação à quantidade de pontos efetivamente medidos no ano.

A Tabela 5 apresenta o panorama da evolução do programa LDAR na refinaria desde a sua adoção em 2002.

Tabela 5 – Resultados anuais do programa LDAR na refinaria A

ANO Quantidade de pontos inventariados Quantidade de vazamentos Taxas de vazamento % 2002 3030 91 3,5 2003 3037 60 2,2 2004 4583 36 0,9 2005 4590 58 1,5 2006 8608 63 0,92 2007 8608 116 1,65 2008 8608 103 1,46 2009 8608 68 0,97 2010 8608 56 0,8 2011 8608 52 0,71 2012 8608 41 0,56 2013* _{- - -} 2014 10.730 59 0,57

Fonte: adaptado de Petrobras (2014) * Sem medição no ano

Observa-se que desde o primeiro ano do programa a taxa de vazamentos já era relativamente baixa (3,5%) quando comparada à taxa média de 5% encontrada nas auditorias da EPA em refinarias de petróleo norte americanas. Com a evolução do programa a taxa de vazamento foi sendo reduzida, com algumas oscilações, porém é mantida abaixo de 1% desde 2009 e bem abaixo dos 2% estabelecido pela EPA como referencial para flexibilizações no programa LDAR e adotado como meta pela refinaria.

De acordo com dados do sistema informatizado de gestão do programa LDAR da refinaria, em relação à tipologia de componentes com maior quantidade de vazamentos, as válvulas representaram mais de 90% do total dos vazamentos. As válvulas são os componentes priorizados pela refinaria A, portanto sua quantidade é elevada em relação às demais tipologias e este fato influencia neste resultado. Porém, se for analisada a taxa de vazamento por tipologia de componentes, ou seja, a quantidade de cada tipo de componente com vazamentos em relação à quantidade total de mesma tipologia monitorada, esta mantém-se maior para as válvulas.

4.2.1.3 Características técnicas do programa na refinaria B

O programa LDAR está vigente na refinaria B desde 2008. Também foi contratada uma empresa especializada para a implantação e condução do programa. Esta empresa é

responsável por todas as etapas do LDAR, exceto o reparo dos componentes com vazamento, o qual é realizado pela equipe de manutenção da própria refinaria.

Para o gerenciamento do programa é utilizado um sistema informatizado desenvolvido pela empresa contratada. O sistema informatizado não é o mesmo utilizado pela refinaria A, porém são bastante semelhantes. A refinaria monitora os componentes sem priorizar tipologias específicas. Desde a implantação do programa foram incorporados novos componentes, especialmente em função de partida de novas unidades de processo. A refinaria B tem cerca de 87.000 pontos para monitoramento cadastrados no sistema informatizado em 2015.

As premissas técnicas adotadas no programa LDAR da refinaria são:

 Medição somente de linhas de processo com diâmetro acima de ¾ de polegada;

 Limites de vazamento de 10.000 ppmv para todas as linhas de processo;

 Medição engloba todas as linhas das unidades de processo que contenham COVs, selecionadas pela refinaria;

 São consideradas linhas em serviço de líquido leve e gás. Não são incluídas linhas em serviço de líquido pesado no programa;

 As tipologias de componentes monitoradas pela refinaria são válvulas, flanges, conexões, linhas abertas e selos de bombas;

 Componentes inacessíveis não são monitorados, mas são cadastrados no sistema de gerenciamento e têm as suas emissões estimadas;

 O cálculo das taxas de emissões é realizado no sistema informatizado de gerenciamento do programa. São utilizadas as equações de correlação conforme EPA-453/R-93-017;

 Não foi estabelecida meta de taxa de vazamentos na refinaria, sendo a referência apenas o limite de vazamento de 10.000 ppmv.

As etapas para a implantação do LDAR foram basicamente as mesmas adotadas na refinaria A e os procedimentos para o monitoramento dos componentes e calibração do analisador são aqueles preconizados pelo Método 21 da EPA. As medições são feitas com o mesmo modelo de analisador portátil de chama ionizante utilizado na refinaria A.

O sistema informatizado gera relatórios de pontos com necessidade de manutenção com a localização dos componentes e a foto do grupo de pontos ao qual eles pertencem. Após a manutenção dos vazamentos, eles são remedidos para verificação da eficácia do reparo e para compor o inventário de emissões. Também é calculada a quantidade de emissões fugitivas de compostos orgânicos totais de cada componente.

O técnico responsável pelas medições em campo é experiente no trabalho e, segundo os registros da refinaria, consegue medir em média 300 componentes por dia dentro do expediente de 8 horas. É a mesma média de pontos monitorados pelo técnico da refinaria A.

A metodologia Smart LDAR não é utilizada na rotina de controle de emissões fugitivas na refinaria.

4.2.1.4 Principais resultados do programa LDAR na refinaria B

A refinaria B também ampliou o número de componentes ao incorporar novas unidades de processo. Os pontos inacessíveis ou inseguros estão incluídos na contabilização e, embora não sejam medidos, suas emissões são estimadas tomando como base a taxa de vazamento e o fator médio de emissões da unidade de processo a qual pertencem.

A Tabela 6 apresenta um panorama da evolução do programa LDAR na refinaria desde a sua adoção em 2008.

Tabela 6 – Resultados anuais do programa LDAR na refinaria B

ANO Quantidade de pontos

inventariados Quantidade de vazamentos

Taxas de vazamento % 2008 40.768 34 0,09 2009 40.768 38 0,10 2010 55.768 82 0,60 2011 72.845 50 0,29 2012* _{- - -} 2013* _{- - -} 2014 80.015 180 0,34

Fonte: Sistema informatizado para LDAR da refinaria B * Sem medição no ano

Desde o primeiro ano do programa a taxa de vazamentos já era relativamente baixa (0,09%), inclusive em relação à taxa da refinaria A. Com a evolução do programa, a taxa de vazamento aumentou até o terceiro ano e depois reduziu novamente, porém sempre ficou abaixo de 1% desde do ano de implantação do programa e bem abaixo de 2% estabelecido pela EPA como referencial para flexibilizações no programa LDAR.

De acordo com dados do sistema informatizado de gestão do programa LDAR as válvulas foram os componentes com maior quantidade de vazamentos em todos os anos. No monitoramento realizado em 2014, as válvulas representaram 50,5% do total de vazamentos. Os flanges foram a segunda tipologia com maior número de vazamentos, com 41,3% do total.

Assim como na refinaria A, na refinaria B a relação entre a quantidade de cada tipo de componente com vazamentos e a sua quantidade monitorada é maior para as válvulas.

4.2.2 Dados coletados em campo durante aplicação das metodologias nas refinarias