• Nenhum resultado encontrado

3.6 DETALHAMENTO DO MÉTODO DE PESQUISA

3.6.2 Protocolo para o estudo de caso

3.6.2.4 Seção 4 – Definição das fontes de evidências para o estudo de caso

A seleção das fontes de evidências e a coleta de dados foram realizadas tendo como base as orientações de Yin (2010). O autor afirma que o princípio básico do estudo de caso que não pode ser descartado é o de sempre se utilizar mais de uma técnica de coleta de dados. O uso de múltiplas fontes de dados permite que o investigador aborde uma investigação maior de aspectos históricos e comportamentais. A vantagem mais importante é o desenvolvimento de linhas convergentes de investigação, um processo de triangulação e corroboração. Assim qualquer achado ou conclusão do estudo de caso é, provavelmente, mais convincente e acurado se for baseado em diversas fontes diferentes de informação, seguindo um método corroborativo.

Além das múltiplas fontes de evidências, outros dois princípios são fundamentais para a coleta de dados: um banco de dados do estudo de caso e um encadeamento de evidências, ou seja, vínculos explícitos entre as questões formuladas, os dados coletados e às conclusões que se chegou.

Yin (2010) apresenta seis fontes de coleta de dados: documentação, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação participante e artefatos físicos. As fontes de evidência elencadas para o estudo estão resumidas no Quadro 17.

Tipo de fonte de evidência ou coleta de dados

Fonte Observações

Documentos

Relatório corporativo de acompanhamento do programa de controle de emissões fugitivas

Informações sobre as ações corporativas tomadas pela empresa em estudo para o controle das emissões fugitivas de COVs.

Relatório de resultados do programa de controle de emissões fugitivas da refinaria A

Detalhes sobre o programa de controle de emissões fugitivas das refinarias, premissas de gestão e principais resultados alcançados.

Relatório de resultados do programa de controle de emissões fugitivas da refinaria B

Contrato de serviço de controle de emissões fugitivas da refinaria A

Quantitativo de pontos previstos para medição, custos do serviço e premissas técnicas adotadas pelas refinarias para a implantação do programa de controle.

Contrato de serviço de controle de emissões fugitivas da refinaria B

Licença de operação da refinaria A Exigências para o controle de emissões fugitivas.

Licença de operação da refinaria B Documentos de fornecedores do analisador portátil e da câmera de imagem ótica.

Características dos equipamentos utilizados para as medições previstas nas duas metodologias.

Tipo de fonte de evidência ou coleta de dados

Fonte Observações

Publicações de diferentes órgãos: EPA, ESA, API, IPIECA, CONCAWE etc.

Características das metodologias estudadas, dados quantitativos, exigências legais.

Registros em arquivo da empresa

Dados extraídos do sistema informatizado utilizado para o gerenciamento do programa de controle de emissões fugitivas da refinaria A

Dados de identificação das linhas de processo e dos pontos

monitorados, rotas de medição, concentrações medidas, emissões calculadas, identificação de pontos com vazamento. Dados extraídos do sistema informatizado

utilizado para o gerenciamento do programa de controle de emissões fugitivas da refinaria B

Entrevista com especialistas da empresa

Roteiro para realização de entrevista semiestruturada.

Reunião para validação da avaliação que serviu de base para a proposição do modelo

estruturado de controle de emissões fugitivas de COVs.

Observação

participante Formulário de coleta de dados de campo.

Formulário para o registro das observações realizadas na área industrial e dos dados coletados.

BASE: PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Quadro 17 - Fontes de evidências utilizadas no estudo de caso. Fonte – elaboração própria

Segundo Yin (2010), os documentos são importantes para corroborar e aumentar a evidência de outras fontes e os registros em arquivo, frequentemente registros quantitativos computadorizados, também podem ser usados em conjunto com outras fontes.

Gray (2012) afirma que a entrevista é melhor para explorar histórias e perspectivas dos informantes quando comparada aos questionários. Como para o presente estudo o objetivo do uso da entrevista é validar a avaliação do uso das metodologias LDAR e Smart LDAR realizada pela pesquisadora, é necessário um instrumento com potencial para explorar o assunto com maior profundidade e que permita que especialistas possam expor sua visão sobre o assunto. Ainda segundo o autor, há diferentes tipos de entrevista, dependendo das metas e objetivos da pesquisa: estruturada, semiestruturada, não diretiva, direcionadas e com conversas informais. Foi utilizada a entrevista semiestruturada.

A observação participante foi utilizada uma vez que a pesquisadora, além de ser funcionária da empresa em estudo, faz parte da equipe responsável por implantar o controle de emissões fugitivas nas refinarias. Yin (2010) apresenta a observação participante como aquela em que o pesquisador é um membro da equipe em um ambiente organizacional e, com isso, pode obter acesso aos eventos ou grupos que, de outro modo, seriam inacessíveis ao estudo. Além disso, o pesquisador pode manipular eventos menores, como por exemplo, convocar reuniões de um grupo de pessoas no caso.

Os dois instrumentos de coleta de dados utilizados foram o formulário para a coleta de dados de observações em campo e o roteiro de entrevista com especialistas da empresa.

O uso de diferentes fontes de evidências para a obtenção dos dados permite que seja realizada a triangulação. Segundo Azevedo (2013), a triangulação é uma forma de amenizar problemas de credibilidade em pesquisas ao se adotar como estratégia de investigação, múltiplos métodos de obtenção de informações. A triangulação pode combinar métodos e fontes de coleta de dados qualitativos e quantitativos e também diferentes formas de análise de dados. Seu objetivo é contribuir para que o fenômeno seja avaliado sob o olhar de múltiplas perspectivas e também para enriquecer a compreensão do pesquisador.

Ainda segundo o autor, a triangulação dos dados significa coletar dados em diferentes períodos e de fontes distintas de modo a obter uma descrição mais detalhada do fenômeno. A triangulação metodológica é a mais estudada e aplicada. Esse tipo de triangulação envolve a combinação de diversos métodos, geralmente observação e entrevista, de modo que se possa ter uma melhor compreensão dos diferentes aspectos de uma realidade ao mesmo tempo em que se evita o enviesamento de uma metodologia única. A Figura 16 representa a triangulação com as diferentes fontes de evidências consideradas no presente estudo.

Figura 16 - Representação de triangulação das fontes de evidências utilizadas na pesquisa Fonte – elaboração própria

Documentos da empresa: relatórios, contratos, LOs, software Formulário com dados coletados na observação em campo Pesquisa Bibliográfica Entrevista com especialistas