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temática. Desta forma, segundo Berbel (1999a), a Metodologia da Problematização segue as etapas do Arco de Maguerez desenvolvendo-se através de cinco etapas: 1) observação da realidade e definição de um problema de estudo; 2) definição dos pontos chave do problema; 3) teorização; 4) hipóteses de solução, e aplicação à realidade e prática transformadora.

De acordo com a mesma autora (1999), o Arco tem como ponto de partida a realidade vivida, consiste em observar a realidade de uma maneira atenta e extrair elementos problemáticos. Então, a primeira etapa é a da Observação da Realidade e Definição do Problema de Estudo. É o início de um processo de apropriação de informações pelos participantes que são levados a observar a realidade em si, com seus próprios olhos e identificar-lhes as características, o que precisa ser trabalhado, corrigido, aperfeiçoado. Com a perspectiva de, por meio dos estudos, poderem contribuir para a transformação da realidade observada, uma das situações é selecionada e professor e estudantes problematizam essa situação ou várias situações de problema.

A metodologia de identificação e resolução de problemas traz em si uma abordagem problematizadora. O levantamento e a análise dos dados sobre o Programa de Formação Inicial e Continuada dos professores do Ensino Básico e Técnico é “provocado de”, por situações-problema, desafios e casos, os quais serão desenvolvidos e propostos na pesquisa apresentada. Normalmente, estes casos estão baseados em situações do cotidiano das práticas pedagógicas, cuja solução exigirá dos participantes do projeto conhecimentos dos conceitos envolvidos, processo de discussão, análise e reflexão, sendo necessário mobilizar uma série de competências até que se encontre uma solução.

De acordo com Michel (2005), o planejamento é o documento físico com a proposta da pesquisa que tem como finalidade a estruturação e organização desta pesquisa, a qual será realizada a partir de leituras acerca do tema levantado, análise de entrevistas, vozes, documentos e vozes dos educadores, definindo-se como estudo de caso e pesquisa descritiva qualitativa.

Buscar-se-ão outras bibliografias, além das já lidas e fichadas em relação ao tema proposto, através de fichas de leituras para registrá- las.

Gil (2009) destaca que a principal vantagem da pesquisa bibliográfica é possibilitar a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderia ser pesquisado diretamente.

De acordo com o mesmo autor:

[...] A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório (GIL, 2009, p. 133).

Apropriando-se das palavras de Chizzotti, o termo “qualitativo”:

[...] implica uma partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível e, após esse tirocínio, o autor interpreta e traduz em um texto, zelosamente escrito, com perspicácia e competência científicas, os significados patentes ou ocultos do seu objeto de pesquisa (CHIZZOTTI, 2003, p. 2).

Quanto à sua natureza, a pesquisa se caracteriza por ser qualitativa e procurar analisar os resultados das entrevistas desenvolvidas com os educadores do IFC – campus Rio do Sul, de uma forma qualitativa descritiva.

O trabalho será desenvolvido com os educadores do campus Rio do Sul do Instituto Federal Catarinense, para seu enriquecimento das pesquisas nesse campo de ensino.

1.1.1.1.1 Classificação do estudo

Segundo o pensamento de Severino (2000), para a busca de uma análise metodológica eficiente, é necessário selecionar as principais estratégias; entre elas destacam-se:

por métodos os procedimentos mais amplos de raciocínio, enquanto técnicas são procedimentos mais restritos que operacionalizam os métodos, mediante emprego de instrumentos adequados (SEVERINO, 2000, p. 162).

A pesquisa, quanto aos procedimentos técnicos, realizará o estudo de caso. Para Gil (2009, p. 54), caracteriza-se como um estudo “profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento”.

Schramm apud Yin 2001, informa que a essência de um estudo de caso é tentar desvendar uma decisão ou um conjunto de decisões: o motivo pela qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados.

Para referenciar esse estudo recorre-se a Yin (2001), que destaca que o estudo de caso torna-se estratégia preferida por uma pesquisa quando se colocam questões tipo: “como?” e “por quê?” ou, ainda, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos ou o foco da pesquisa se coloca em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da realidade. A necessidade pelo estudo de caso surge do desejo de se compreender fenômenos sociais complexos, resume Yin (2001).

Assim, a base de estudo do caso é considerada uma estratégia de pesquisa que busca examinar um fenômeno ou uma atividade respectiva dentro de seu contexto organizacional, em que se tenta obter o esclarecimento ou motivo para a tomada de decisões ou ações efetuadas para obtenção de resultados satisfatórios.

Severino afirma que o estudo de caso é uma:

Pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, considerando representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo. A coleta de dados e sua análise se dão da mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral (SEVERINO 2007, p. 121).

O mesmo autor (2007) afirma que o caso para a pesquisa deve ser significativo e representativo, de modo a ser apto a fundamentar uma generalização para situações análogas, autorizando inferências.

Quanto aos meios, o estudo foi realizado através de uma pesquisa qualitativa-descritiva, pois utiliza diversos autores na área de Currículo e Formação de Professores como referencial teórico para o estudo, e pesquisa de campo para que haja coleta de dados em ambiente natural para referência, evidenciando assim uma investigação precisa, na qual os dados serão analisados de forma minuciosa e, por fim, as conclusões levantadas .

Segundo Severino:

Os dados devem ser coletados e registrados com o necessário rigor e seguindo todos os procedimentos da pesquisa de campo. Devem ser trabalhados, mediante análise rigorosa, e apresentados em relatórios qualificados (SEVERINO, 200, p. 121).

1.1.1.1.2 Plano de coleta de dados

Conforme Severino

[...] as técnicas são procedimentos operacionais que servem de medicação prática para a realização das pesquisas. Como tais, podem ser utilizadas em pesquisas conduzidas mediante diferentes metodologias e fundamentadas em diferentes epistemologias. Mas, obviamente, precisam ser compatíveis com os métodos adotados e com os paradigmas epistemológicos adotados (2007, p. 124).

Segundo Gil (2009, p. 141), pode-se dizer, em termos de coleta de dados que:

[...] o estudo de caso é o mais completo de todos os delineamentos, pois se vale tanto de dados de gente quanto de dados de papel. Com efeito, nos estudos de caso os dados podem ser obtidos mediante análise de documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação espontânea, observação participante e análise de artefatos físicos.

Segundo Sarmento (2003), essa escolha metodológica possibilita que o ato de observar uma dada situação, depoimento ou documento seja analisado a partir de uma perspectiva unilateral, comprometendo a realidade em todo o seu aspecto amplo e complexo.

No plano de coletas de dados, realizar-se-á uma entrevista e a aplicação de um questionário aos educadores considerados formadores, participantes e gestores do Programa de Formação e Capacitação Pedagógica pesquisado no recorte temporal de 2010 a 2012.

Segundo Severino (2007, p. 124):

A entrevista como coleta de informações sobre um determinado assunto, diretamente solicitadas aos sujeitos pesquisados. Trata-se, portanto, de uma interação entre pesquisador e pesquisado. Muito utilizada nas pesquisas da área das Ciências Humanas. O pesquisador visa apreender o que os sujeitos pensam, sabem, representam, fazem e argumentam.

Afirma,

ainda,

o

autor

que,

as

entrevistas