• Nenhum resultado encontrado

Problemas educacionais e de saúde: identificação de problemas; estratégias de Admite que o conhecimento dos problemas pode não ser directo e imediato; existe a compreensão

de mais do que uma perspectiva (a sua e a da criança). Nível 2.Ex.” As vezes penso que se ele não responde é porque se cansa que estejam sempre a exigir-lhe. Se ele não responde pode ser porque não esteja para responder sempre que a gente queira.”

Se a pessoa estiver suficiente motivada é capaz de resolver alguns problemas educativos/de desenvolvimento/ de saúde dos filhos. Nível 3- Ex. “Não vejo os outros pais de crianças sem problemas a fazer os “treinos”, a criar situações de brincadeira de forma a estimular determinada capacidade. Há o ensinar, o treino….nós tem sempre a preocupação em falar no concreto. A preocupação é muito maior com estas crianças.”; “Este cuidado é útil, porque se não se tivéssemos cuidados ou preocupações não investíssemos tanto, poderia ter um maior número de consequências … e estas crianças necessitam mais apoio/treino. Sei que vou ter sempre que estimular, não posso facilitar…”

A resolução dos problemas de desenvolvimento é vista em termos da criança se encaixar nos critérios do meio, e estes não são questionados. Nível 3.Ex. “Temos que estimular/treinar as brincadeiras para ele saber fazer isso com os outros e não ficar de parte. E tentar que ele conviva o máximo com os miúdos.”;”Ex. “É importante ter regras…se virmos na rua um miúdo normal mal- educado, as pessoas dizem coisas…se for miúdo mongolóide mal-educado, as pessoas não têm coragem de corrigir… "pensam…”coitadinho é deficiente”. Eu já pensei nisso. “; “Eu sei que ele

Página 90 de 118

tem de compreender o que não pode mesmo fazer para ele puder conviver …ele tem de perceber o que está certo e errado para estar perto dos outros.”

Adesão

Aceitação e adaptação de regras estereotipadas de resolução de problemas, que se vão ensaiando sucessivamente. Recorre à aprendizagem pela vicariância. Nível 2 Ex. “Eu vejo e sigo as recomendações dos técnicos e também digo aos outros e explico, por exemplo lembro a avó de que tem de limpar a boca de baixo para cima, uma colega que se esquece de lhe pegar ao colo com as pernas juntas…as dicas que eu aprendo, eu digo aos outros e são sempre bem recebidas porque também explico porquê. É importante ver observar os técnicos primeiros para ver o que fazem com o Luís e por outro lado, ensina-me porque há coisas que eu posso fazer em casa.”

Caso E com base na análise em Anexo 11.

Pai de 33 anos, com Licenciatura, de uma criança com 2 anos do sexo masculino, com Trissomia 21. A criança não tem irmãos. A criança vive com o pai, a avó materna e a mãe; o pai tem uma situação laboral estável.

Tem como consequências o comprometimento ao nível do desenvolvimento com défice cognitivo moderado. A criança apresenta apenas três problemas de saúde associados, nomeadamente a patologia neuro- motora (hipotonia, hiperextensibilidade) bem como, a otite serosa que é uma patologia ao nível auditivo.

As entrevistas decorreram ao longo de uns 6 meses e centraram-se sobretudo ao nível da reflexão sobre a compreensão da patologia e as suas implicações no processo de desenvolvimento do filho, bem na identificação de problemas e de estratégias educativas adequadas para a promoção do desenvolvimento da criança.

Como indicadores de perturbação emocional esta pai apresenta um nível Normal em relação a todas as subescalas (depressão, ansiedade irritabilidade externa e interna).

Descreve um conjunto de 4 maiores problemas e /ou preocupações (de grau 4- bastante preocupado e 5- muito preocupado). Relativamente ao filho, preocupa a saúde e a autonomia. Em termos de desenvolvimento percebe como problema a linguagem /fala e motricidade

Página 91 de 118

Quanto à causalidade da patologia este pai encontra-se ao nível 4 porque faz uma procura racional das causas. Ex. “Primeira a parte emocional e depois, "porque é que isto acontece?'' Até porque não havia antecedentes, ela não estava com idade, nem eu estava em situação de risco. Não tínhamos equacionado a hipótese de amniocentese, porque os riscos do teste eram de tal modo grandes, que nós nem sequer arriscamos”

Conjuga dois determinantes no desenvolvimento: genético e educação, através da educação pode normalizar; pode acelerar-se o desenvolvimento, mas reconhece limitações estruturais Nível 4 - .Ex. “É a mesma coisa do que eu correr com um coxo; eu vou ganhar; mas se eu correr com um atleta, este vai-me dar um baile. Eu se treinar muito sei que eventualmente posso tentar chegar ao nível do atleta, mas infelizmente sei que o coxo por muito que treine, nunca poderá chegar ao nível que eu poderei atingir. Eu tenho que ter consciência desse facto.”

Procura compreender a sua experiencia utilizando estratégias metacognitivas. Nível 5- Ex. “Foi a surpresa, mas não foi só nós, o próprio médico ficou colhido da surpresa, ele pediu as ecografias, nada foi detectado nas ecografias, ele não tinha a prega no pescoço e hoje ainda não a vejo, mas com certeza não vejo porque também não quero ver.” Ainda neste nível, percepciona a realidade como complexa e multideterminada - múltiplas influências são consideradas e coordenadas como as Ex. “ Eu tenho que ter consciência desse facto, que há factores indissociáveis daquela pessoa. Têm mais dificuldades de aprendizagem, o que não quer dizer que não atinge outros níveis”

Significações parentais sobre problemas de desenvolvimento, comportamento e saúde Nível compensatório (nível 4) - as características da criança evoluem e transforma-se em função do desenvolvimento e da educação. Ex. ” Tem um ritmo diferente por handicaps diferentes mas que poderá fazer o mesmo que os outros desde que seja estimulado e que lhe dêem tempo. Pode não fazer tão naturalmente como os outros; acima de tudo tem de se compreender que ele tem o seu ritmo. (…)

Tema 2 - Problemas educacionais e de saúde: identificação de problemas; estratégias de