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PROBLEMAS PATOLÓGICOS CAUSADOS PELA FALTA DE ESTANQUEIDADE

GIRO DE EIXO

2.3 PROBLEMAS PATOLÓGICOS CAUSADOS PELA FALTA DE ESTANQUEIDADE

As manifestações patológicas são um desafio de igual tamanho ao de se executar uma obra, e devem ser consideradas já em projeto para que não ocorram ou que não se tornem problemas ainda maiores durante a execução da obra. A patologia, de acordo com Granato (2002, pg. 5) “É a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças.”. Em relação às janelas de alumínio, estes problemas se fazem presentes quando há falta de estanqueidade. A NBR 10821-2 (ABNT, 2017) traz que a classificação da manifestação em relação a esse problema possui três níveis, que são: mínimo, que se pode ter água no trilho/marco inferior e no requadro, intermediário, que se pode ter água apenas no trilho/marco inferior, e superior, que não é permitido a presença de água, sendo que onde pode-se ter um

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acumulo de água desde que esse venha a ser eventualmente escoado, essas situações podem ser vistas no sistema ilustrativo da NBR 10821-3 (2017).

Fora os parâmetros permitidos por norma, qualquer outra infiltração existente pode ser considerado problema de falta de estanqueidade. Esses problemas podem ser devido a uma das três fases que a esquadria atravessa: projeto, fabricação e instalação.

No caso de projeto, este deve ser feito a fim de atender as necessidades do empreendimento e do local onde será implementado o mesmo. Se não for respeitado o projeto, algumas decisões feitas no próprio canteiro, inesperadas no processo de fabricação, fazem com que haja uma perda de desempenho da esquadria. Isto pode acarretar em perda de estanqueidade em um futuro próximo. Um bom exemplo é quando a esquadria fica com dimensões menores e o vão em excesso tem que ser preenchido por materiais selantes, que provavelmente terá alguma futura infiltração ou pelo material, como ressecamento ou descolamento, ou pela falta de qualidade na aplicação do mesmo.

Já no processo de fabricação, tendo um projeto bem executado, tem-se dois fatores principais que podem levar às manifestações patologias: um seria a qualidade do material e outro a qualidade da mão de obra. Não é segredo para nenhuma área que o material a ser utilizado deve-se ter boa qualidade, e que se não for escolhido corretamente, pode se deteriorar ou descolar comprometendo a estanqueidade do produto. Quanto a mão de obra, de acordo com a Alcoa Alumínio S.A. (2005 apud. Luduvico 2016) “[...] as empresas costumam ter dificuldades de encontrar este profissional, havendo a necessidade de formar os profissionais no próprio estabelecimento.” Esta parte demanda muita mão de obra, já que na montagem necessita-se comprar e receber, estocar e selecionar, montar a estrutura, fazer a vedação com selantes e outros. Para tudo isso ter êxito, o profissional deve ter um conhecimento mínimo com o que está trabalhando e se isso não acontecer, em qualquer parte pode-se ter um problema nas mãos, já que uma simples troca de material pode acarretar em falta de estanqueidade.

Além dos profissionais e materiais utilizados, possui mais um possível agravante, que seria o método de instalação, pois para cada obra, tem-se um processo de instalação adequado. Há obras em que é utilizado o contramarco e outras em que a esquadria é apenas chumbada e isso dependerá de como o vão se encontra na obra e de como foi orquestrado o projeto que obteve isso em consideração.

Sendo que se houver alguma dessas causas para agentes patológicos, essas podem gerar em todo o contexto falta de estanqueidade, e essa por si só pode levar à inúmeros problemas, que podem ser prejudiciais a estrutura da edificação e aos usuários. Para a edificação, a falta de estanqueidade em janelas de alumínio pode gerar problemas visuais, como

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manchas por infiltração ou devido ao escorrimento de água e problemas para a estrutura da edificação que seriam basicamente: descolamento de materiais (como revestimentos de fachadas e pedras de peitoris), apodrecimento do material de alvenaria, corrosão da armadura, trincas e fissuras, degradação de pintura e degradação de emboço e reboco. Esses problemas dependem do grau de infiltração, sendo que dependendo do nível pode-se se ter até o colapso da estrutura, vendo que pode acarretar em corrosão da armadura. Ainda, a falta de estanqueidade pode acarretar o desenvolvimento de mofos e bolores, que podem causar doenças para o usuário, principalmente de origem respiratória.

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3 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas: a fase inicial consistiu no estudo do referencial bibliográfico, a fim de obter-se maiores informações acerca do comportamento, dos materiais, utilização e principais agentes degradante e problemas patológicos que podem afetar o desempenho das esquadrias de alumínio. Os parâmetros de desempenho e demais especificações seguidas foram aqueles estabelecidos pela NBR 15575 (ABNT, 2013).

Para tal, a pesquisa utilizou o método qualitativo, que conforme Luduvico (2016, p. 104) “são pesquisas bibliográficas e técnicas de coleta de dados como a observação direta e intensiva com a técnica de observação na vida real, individual, e observação direta e extensiva por meio de formulário.”

Mediante as informações obtidas, a segunda fase foi destinada a investigação do desempenho de estanqueidade das esquadrias, definindo-se o tipo de esquadrias de alumínio que foram objetos de estudo, os materiais que essas eram compostas, e selecionou-se as edificações que este tipo de esquadria foi instalado nos últimos cinco anos.

Após, realizou-se a terceira fase, que consistiu na investigação de campo por registros fotográficos durante visitas técnicas nas edificações. Estes dados coletados foram e então analisados a luz da fundamentação teórica, a fim de identificar os mecanismos de ocorrência dos problemas patológicos. Tais problemas podem ter origem ao longo dos períodos de fabricação, instalação e acomodação das esquadrias na construção.

Em vista dos resultados adquiridos, na quarta etapa foi realizada a análise e avaliação do desempenho das esquadrias de alumínio, identificando-se quais as principais manifestações patológicas e agentes patológicos encontrados, assim como os períodos de maiores incidências. Então, foram propostas as soluções, salientando-se as devidas técnicas de execução de esquadrias, para os problemas de identificados.

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