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Investigação dos problemas gerados por falta de estanqueidade nas esquadrias de alumínio

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA KAREN MARTINS SILVANO

LUCAS RAFAEL DE SOUZA SOBRINHO

INVESTIGAÇÃO DOS PROBLEMAS GERADOS POR FALTA DE ESTANQUEIDADE NAS ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO

Tubarão 2020

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KAREN MARTINS SILVANO LUCAS RAFAEL DE SOUZA SOBRINHO

INVESTIGAÇÃO DOS PROBLEMAS GERADOS POR FALTA DE ESTANQUEIDADE NAS ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Rennan Medeiros

Tubarão 2020

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KAREN MARTINS SILVANO LUCAS RAFAEL DE SOUZA SOBRINHO

INVESTIGAÇÃO DOS PROBLEMAS GERADOS POR FALTA DE ESTANQUEIDADE NAS ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 26 de novembro de 2020.

______________________________________________________ Professor e orientador Rennan Medeiros, MSc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Beatriz Anselmo Pereira, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Eng. Jhonattan Vieira de Souza

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Dedicamos este trabalho primeiramente à Deus, e em especial aos nossos pais, familiares e amigos que com muito apoio e carinho nos ajudaram a trilhar este caminho.

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AGRADECIMENTOS

Dentre tantos ciclos que existem ao longo da trajetória de nossas vidas, mais uma etapa se encerra e esse é um dos momentos de agradecer, pois a jornada ainda não chegou ao fim.

Acima de tudo e de todos, agradeço primeiramente à Deus, que me concedeu a dádiva da vida e sem Ele eu nada seria.

Aos meus pais, Antônio Coelho Silvano e Maria Aparecida Martins, por todo apoio e carinho dado a mim. Sem a base de vocês eu não teria forças para chegar até aqui.

Ao meu namorado, Leonardo Goulart Velho, pela paciência e por sempre estar ao meu lado, em todos os momentos.

Aos meus familiares que sempre me deram uma palavra de ânimo e motivação. A todos os colegas feitos no decorrer da caminhada acadêmica, onde tive a oportunidade de compartilhar experiências e fazer amizades.

Ao nosso professor e orientador, Rennan Medeiros, por todo suporte e conhecimento propagado neste período.

A todos os professores que fizeram parte deste sonho, deixo minha admiração e gratidão

E por último, e não menos importante, a minha dupla, Lucas Rafael, obrigada por aceitar esse desafio e não medir esforços para que juntos conseguíssemos chegar até aqui.

Obrigada a todos, que direta ou indiretamente, contribuíram para a conclusão deste ciclo.

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AGRADECIMENTOS

Todos os dias vivemos na incerteza do amanhã, lutamos concentrados para alcançarmos uma boa qualidade de vida e com isso ficamos cegos para pequenos gestos e momentos que essa caminhada nos proporciona. E então chega o dia em que alçamos nosso objetivo, entretanto já é tarde demais para curtir a caminhada e os momentos que realmente importam, podendo ser uma confraternização entre amigos, as implicâncias entre irmãos ou um caloroso abraço dos pais e irmãos, enfim, são estes pequenos segundos que realmente valem a pena e nos dão energia e felicidade para continuar.

Com isso quero agradecer a Deus por proporcionar esses pequenos pedaços de felicidade, e também a todos que riram, abraçaram, aconselharam, acompanharam, acalentaram e até mesmo brigaram nesses momentos, uma vez que eu não estaria aqui se não fosse por todos esses momentos.

Em especial quero agradecer aos meus irmãos que mesmo o mais velho ou mais a nova sempre serão um espelho, a meus pais que serviram como base até aqui, a minha dupla de TCC que fez tudo isso possível, a todos os professores que participaram do meu aprendizado em especial ao nosso orientador que deu todo suporte, e todos os amigos e familiares meu muito obrigado a todos.

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“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” (Albert Einstein).

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RESUMO

A estanqueidade dos sistemas de vedação tem sido causa de problemas de infiltração em muitas edificações habitacionais. Estes problemas se manifestam com maior intensidade nas aberturas, como janelas e portas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo avaliar o desempenho de instalações de esquadrias nestas edificações em relação a estanqueidade. Para isso, foram analisados registros de serviços de instalação de esquadrias em fachadas com certo tempo de uso com intuito de determinar a fonte dos problemas. Foi identificada que a origem poderia ser na etapa de fabricação, montagem, pré-instalação e instalação. Este cenário é potencializado pela constatação de problemas relacionados a matéria-prima e a falta de treinamento da mão de obra. Entre os resultados, pode ser destacado o corte inadequado do perfil, ausência de um dos elementos básicos do sistema, como soleira e contra marco, por exemplo, e aplicação inadequada dos materiais selantes. Por fim, foi possível concluir com o presente estudo, que tais instalações devem ser realizadas por profissionais treinados e com matéria-prima de qualidade, seguindo os requisitos de desempenho especificados pelas normas vigentes.

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ABSTRACT

The sealing of wall system has been the cause of infiltration in many residential buildings. These problems appear more often in windows and doors. Thus, this research had as aim at evaluating the performance of frame installation in buildings related with sealing. For it, records of frame installation in building facade with some time of use were analyzed to determine the origin of these problems. Finds showed that this origin could be on step of manufacturing, assembly process, pre-installation, and installation. This scenario is empowered by the identification that the problems are related with raw material and the lack of trained labor. Among the finds, it could be highlighted improper cut, default of one of the basics elements of the system such as, threshold and jamb for example, and the inappropriate application of the sealant material. Finally, this work concluded this type of installation must be done by trained professionals and made of raw material with adequate quality, following the requirements standardized by currently rules.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Esquadria de folha fixa ... 26

Figura 2 - Esquadria de correr ... 26

Figura 3 - Esquadria de giro eixo vertical ... 26

Figura 4 – Esquadrias. a) projetantes. b) de tombar ... 27

Figura 5 - Esquadria de girar e tombar ... 27

Figura 6 - Esquadria projetante deslizante ... 28

Figura 7 - Esquadria pivotante... 28

Figura 8 - Esquadria basculante... 29

Figura 9 - Esquadria guilhotina ... 29

Figura 10 - Esquadria sanfonada ... 29

Figura 11 - Esquadria integrada... 30

Figura 12 - Gráfico das isopletas da velocidade básica do vento (V0), em m/s, no Brasil, conforme a NBR 6123 (ABNT, 1988) ... 34

Figura 13 - Infiltração por má fixação da soleira ... 41

Figura 14 - Infiltração devido à ausência de soleira ... 42

Figura 15 - Infiltração devido ao mal fechamento dos quadros ... 43

Figura 16 - Infiltração devido ao mal fechamento dos quadros ... 44

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de pressão de vento conforme a região do país e o número de pavimentos da edificação ... 35 Tabela 2 - Níveis de desempenho das esquadrias quanto ao seu uso (janelas) ... 36

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Tipos de materiais mais utilizados na fabricação de janelas no Brasil, vantagens e desvantagens ... 23 Quadro 2 - Tipos de esquadrias, vantagens e desvantagens ... 24

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AFEAL Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

NBR Norma Brasileira

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 16 1.1 JUSTIFICATIVA ... 17 1.2 OBJETIVO ... 18 1.2.1 Objetivo geral ... 18 1.2.2 Objetivos específicos ... 18 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 19 2.1 ESQUADRIAS ... 19 2.1.1 Tipos de esquadrias ... 19 2.1.2 Fabricação ... 20 2.1.3 Instalação ... 21 2.1.4 Vantagens e desvantagens ... 22 2.1.5 Especificações ... 25 2.2 ESPECIFICAÇÕES NORMATIVAS ... 32

2.3 PROBLEMAS PATOLÓGICOS CAUSADOS PELA FALTA DE ESTANQUEIDADE 37 3 METODOLOGIA ... 40 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 41 4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ... 46 5 CONCLUSÃO ... 47 REFERÊNCIAS ... 49

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1 INTRODUÇÃO

A construção civil conquistou seu espaço no âmbito residencial brasileiro a partir da implantação do Plano de Metas. Colocado em prática durante o governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1961), esse amplo projeto fazia parte de uma onda desenvolvimentista que atravessava diversos países de industrialização tardia, como o Brasil. Segundo Joseph (LOVE, 1998, p.371) “Em sua primeira mensagem ao Congresso, Kubitscheck ressaltou o papel vital desempenhado pelo governo no desenvolvimento econômico e nos investimentos estruturais”. Com o lema 50 anos em 5, o plano era composto por 31 medidas gerais, porém seu objetivo principal era alimentar o processo de industrialização brasileira, que na época ainda era baseada na ideia de substituição de importações. Para o avanço das indústrias necessitava-se de um setor residencial muito maior que o existente e um setor de construção civil com estrutura adequada para evoluir. A construção de Brasília, uma das metas mais ambiciosas do Plano, é um dos principais símbolos dessa busca por uma refundação nacional, seja na sociedade, na cultura, na economia ou na política, através do amplo projeto modernizador e reformista (HOUSTON, 1993).

As construções destinadas à habitação necessitavam, e necessitam até hoje, de um profissional muito bem capacitado, visto que para sua execução, tem-se a elaboração de uma estrutura de projetos que abrange inúmeras áreas, destacando-se: estrutural, elétrico, hidráulico, hidrossanitário, revestimento e vedação. Este último é usualmente composto de elementos unitários como blocos e tijolos, unidos e revestidos com material do tipo argamassa, podendo ser de diferentes bases, e as esquadrias, que são responsáveis por vedar aberturas e proporcionar a entrada de iluminação e ventilação natural, como portas e janelas (NBR 15575-1 ABNT, 2013).

Com o avanço dos processos, a área de esquadrias também obteve progresso, proporcionando a utilização de diferentes materiais como madeira, ferro e em destaque o alumínio, que surgiu no final da década de 50 e a partir de então passou a ser o mais utilizado devido a sua estrutura, design, durabilidade, trabalhabilidade e desempenho para esta execução. Porém, notou-se que deveria ser seguido um padrão de qualidade mínimo e devido a isso, a Associação Brasileira de Normas Técnica (ABNT) adotou uma série de normas que prevê um mínimo de qualidade para o produto. Por meio de ensaios e testes, a ABNT classifica os requisitos que qualificam as esquadrias. Uma dessas normas é a NBR 10821 (ABNT, 2017), que trata de esquadrias para edificação, que propõe os requisitos para instalação, manutenção e desempenho deste sistema. Um destes requisitos é a estanqueidade das esquadrias de alumínio.

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Estanqueidade é a propriedade de um elemento (ou de um conjunto de componentes) de impedir a penetração ou passagem de fluidos através de si. A sua determinação está associada a uma pressão-limite de utilização (relacionada com as condições de exposição do elemento ao fluido) (NBR 15575-3 ABNT, 2013). É a capacidade de não haver infiltração, que é hoje uns dos vilões na construção civil, pois entre os danos causados destaca-se a corrosão da armadura, putrefação da pintura, descolamento ou estragos (como manchas ou decomposição) do revestimento e podem causar também problemas à saúde do inquilino, provocando o aparecimento de bactérias e fungos.

A água é o principal agente de degradação de um amplo grupo de materiais de construção. Ela está presente no solo, na atmosfera, nos sistemas e procedimentos de higiene da habitação e, portanto, em contato permanente com alguns dos seus elementos ou sistemas. O controle adequado da umidade em uma edificação habitacional ou sistema é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas que abreviam sua vida útil, reduzindo seu valor de uso e de troca de uma habitação (NBR 15575-3 ABNT, 2013).

A exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do uso da edificação habitacional devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído (NBR 15575-1 ABNT, 2013).

1.1 JUSTIFICATIVA

No contexto da atual situação do ramo de construção civil, tem-se cada vez mais ciência que um dos principais problemas em uma edificação é a presença de umidade excessiva, sendo essa causada por inúmeros fatores, que nesse estudo em questão se dará destaque a falta de estanqueidade nas esquadrias de alumínio. Esse problema tem repercutido expressivamente e vem ganhando a atençãodos profissionais da área por conta dos fins patológicos causados.

Este estudo buscou conhecer os elementos do sistema de esquadrias que influenciam na obtenção da estanqueidade adequada, como o uso de contramarco na pré-instalação ou a presença de vergas e contravergas, através de um histórico de fabricação e instalação. Além disso, buscou analisar os problemas que a falta de artifícios ou a má execução em alguma parte do processo podem causar, atentando mais uma vez à presença de contramarco, que proporciona uma melhor qualidade à estanqueidade da esquadria, visto que seu material é impermeável e fica chumbado direto na alvenaria, e também funciona como uma garantia de que a esquadria seja do tamanho programado em projeto.

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1.2 OBJETIVO

Neste item serão apresentados os objetivos gerais e específicos desta pesquisa.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é a investigação dos problemas gerados por falta de estanqueidade nas esquadrias de alumínio, buscando definir seu diagnóstico apontando causa, origem, prognóstico e terapia.

1.2.2 Objetivos específicos

Analisar as especificações da NBR 15575 (ABNT, 2013) em relação a estanqueidade das esquadrias;

Investigar o desempenho a estanqueidade das esquadrias mais comuns do tipo janelas de alumínio utilizadas em algumas edificações nos últimos 5 anos;

Definir o mecanismo de ocorrência dos problemas patológicos identificados na investigação;

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Este item tem por finalidade apresentar o principal elemento a ser estudado, que são as esquadrias do tipo janela de alumínio: tipos, estrutura, normativas, métodos de fabricação e instalação, problemas patológicos causados e causadores da falta de estanqueidade da mesma.

2.1 ESQUADRIAS

As primeiras moradias possuíam apenas pequenas aberturas com portas de madeira para proporcionar a entrada e saída de seus habitantes. Com o decorrer do tempo, surgiram as janelas para propiciar a entrada de luz, que nos dias de hoje tornaram-se componentes fundamentais das edificações (D’ÁVILA, 2000 apud FERNANDES, 2004).

As esquadrias são elementos essenciais na construção civil, independentemente do tipo de edificação, pois além de funções como entrada de luz natural e ventilação, também possuem finalidades estruturais e estéticas.

Esquadria é o nome genérico dos componentes formados por perfis utilizados nas edificações, dos quais são definidos segundo sua finalidade, utilização ou função, seu movimento e suas partes (NBR 10821-1 ABNT, 2017).

2.1.1 Tipos de esquadrias

As esquadrias podem ser classificadas conforme sua funcionalidade, como janelas, portas, fachada-cortina e esquadrias para claraboia, coberturas e marquises (NBR 10821-1 ABNT, 2017).

As janelas tem por finalidade preencher um vão, possibilitando ou impedindo a entrada de ventilação e iluminação. Já as portas possuem a função de possibilitar ou impossibilitar a circulação de um recinto para outro. A fachada-cortina é uma esquadria que funciona como vedação e são contínuas (sem interrupções) na largura e/ou altura por pelo menos 2 pavimentos. Por último, esquadrias para claraboia, coberturas e marquises são usadas para entrada de iluminação natural (NBR 10821-1 ABNT, 2017).

Podem ser fabricadas com diferentes tipos de materiais. No Brasil, os tipos mais comuns são: madeira, policarbonato de vinila (PVC) e alumínio, este último sendo o componente que se dará foco neste trabalho.

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Diferem-se conforme suas estruturas e formatos, possibilitando que cada uma tenha um movimento e/ou característica única. Neste caso tem-se as seguintes classificações: esquadria de folha fixa, de giro de eixo vertical, projetantes e de tombar, pivotante, basculante, de correr, guilhotina, deslizante, sanfonada ou camarão, integrada, alçante ou elevadora, de correr com giro, de girar e tombar, de correr paralela e tombar e de correr com compressão transversal ao plano de movimentação. Apesar de possuírem funcionalidades e formas distintas umas das outras, possuem elementos de fabricação e instalação comuns, sendo eles: contramarco, marco, folhas, acessórios, vidros, peitoril, juntas e selantes (NBR 10821-1, ABNT, 2017).

2.1.2 Fabricação

A fabricação é a etapa onde as esquadrias serão montadas e preparadas para posteriormente serem instaladas na obra. Segundo Reis (2011), para dar início a esse processo, geralmente é feita uma medição na obra, visto que a maior parte das empresas do ramo opta por esquadrias sob medida, ocasionando um melhor resultado final ao produto.

A medição no local pode ser realizada em duas fases do processo: uma antes e outra após a aplicação do revestimento da parede com emboço e reboco. A medição feita antes do revestimento possibilita o uso de contramarco, que serve como base para o revestimento e como auxilio para resultar em um melhor acabamento de parede e estanqueidade na esquadria final.

Posteriormente a medição, chega-se no processo de projeto, que se responsabiliza por todo material que será usado, bem como método de montagem, corte de perfis, acessórios, materiais vedantes, vidros ou venezianas e métodos de instalação. Isso tudo é feito de acordo com projeto arquitetônico apresentado, que a cada dia vem sendo melhor elaborado e específico. Conforme Luduvico (2016, p. 131), “a compatibilização dos projetos é importante para a minimização das manifestações patológicas visto que racionaliza a construção evitando cortes de materiais e imprevistos no canteiro de obra”.

Com o projeto definido, são iniciados os cortes em perfis, usualmente em 90º e 45º, é feita a estamparia para encaixe de acessórios e depois começa o encaixe e fixação dos perfis. Nessa etapa é muito utilizada a técnica de cunha e cantoneira ou também realizada a fixação por parafusos, sendo que alguns perfis já possuem olhais que possibilitam a introdução deles. Em seguida, é colocado o material vedante no encontro de perfis para formar os quadros. Essa região pode conter arestas que facilitarão uma quebra de estanqueidade. Luduvico (2016) defende que essas regiões devem ser vedadas com selantes químicos, por serem incolor e

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garantirem a estanqueidade geral da esquadria. Com os perfis montados em quadros e com estampo necessário para cada tipologia, é hora de colocar os acessórios e montar a estrutura geral da esquadria.

Após a colocação dos acessórios, a esquadria já estará fazendo o movimento desejado, como por exemplo se for de correr, já estará deslizando no trilho. Dando sequência, é colocado o tipo de vidro conforme solicitado e fixadas as guarnições, escovas e/ou borrachas de vedação a fim de promover a capacidade de estanqueidade da esquadria. Com isso, a esquadria é embalada e preparada para ser deslocada até a obra.

Além da estanqueidade na fabricação, é na montagem que conseguirá ser feito corretamente a vedação das arestas e a correta fixação dos materiais vedantes. Caso esta etapa não seja perfeitamente realizada, todo o resto será prejudicado. Por exemplo, se os cantos não forem vedados com selante, poderá ter infiltração nos perfis do marco podendo vir até a escorrer água no lado de dentro do cômodo, se a face interna também estiver mal vedada.

2.1.3 Instalação

A instalação é uma das fases mais importantes, aonde um profissional bem qualificado faz toda a diferença. Mesmo que as etapas anteriores tenham sido executadas com excelência, é a qualidade da mão de obra que proporcionará melhores resultados relacionados a estanqueidade ao produto final.

Para realizar a instalação primeiro deve-se ter cuidado com o recebimento. “As esquadrias devem ser recebidas, embaladas em plástico ou outro material que garanta sua

integridade, e identificadas (tipo, andas, etc.), preferencialmente próximo à data de sua instalação para evitar a exposição das condições da obra.” (NBR 10821-5, 2017, p.5).

O armazenamento pode ser tanto na vertical como na horizontal. Entretanto, deve haver um calço intercalando as esquadrias com no máximo 15 peças, quando o empilhamento for horizontal. E com as esquadrias em uma inclinação aproximada de 15º, quando o empilhamento for vertical. Ainda, o ambiente tem que ser seco, coberto, livre de poeira e sem contato com o solo (NBR 10821-5 ABNT, 2017).

Então, o profissional treinado passará a fazer a parte da verificação prévia, que é a análise das condições do vão onde será instalada a esquadria. Isso requer um certo conhecimento pois são vários tópicos a serem verificados: prumo, esquadro, medidas, soleiras, etc. Nesta etapa deve-se ter muita cautela, uma vez que se o vão não estiver devidamente preparado para instalar a esquadria, pode acarretar em diversas manifestações patológicas

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futuras, como por exemplo, no caso da soleira, se não fixada corretamente, haverá infiltração entre a interface soleira/alvenaria.

Com a superfície devidamente preparada, chega a hora de chumbar a esquadria no vão. Essa parte já deve ser prevista no projeto, pois o contramarco poderá ser instalado através de chumbamento com grapa, fixação mecânica, chumbamento direto, fixação mista ou fixação por ancoragem. E posteriormente, o vão será estancado com vedantes químicos como o silicone, feito principalmente nas arestas, contornos e juntas a fim vedar perfeitamente a esquadria (NBR 10821-5, ABNT, 2017).

Por último, é feita uma vistoria para observar se tudo está dentro dos padrões estabelecidos, com muita atenção, já que esta será a última vistoria feita e os problemas com estanqueidades devem ser notados nessa etapa. Nessa fase, destaque-se que a estanqueidade depende muito de mão de obra de qualidade, uma vez que esta que notará alguma falha e fará a última vedação necessária de todo o processo.

2.1.4 Vantagens e desvantagens

Na fase de projeto, cabe ao profissional a escolha das esquadrias considerando a necessidade do local, uma vez que todo ambiente precisa de ventilação e iluminação, e ainda ter boa vedação, conforme preconiza a NBR 10821-2 (ABNT, 2017). A esquadria deve ter os requisitos mínimos de desemprenho para permeabilidade ao ar, estanqueidade a água, resistência às cargas uniformemente distribuídas, operações de manuseio e segurança nas operações de manuseio.

Mas, ainda para a escolha, o profissional deve ter o conhecimento sobre as vantagens e desvantagens das esquadrias, uma vez que cada tipologia poderá ser melhor que outra em determinado uso. Ainda, tem-se o tipo de material que será empregado para as esquadrias, sendo que estes também se sobressaem entre si e dão ao profissional mais opções para atender suas necessidades.

De acordo com Luduvico (2016), o Quadro 1 abaixo expõe algumas vantagens e desvantagens de materiais que o profissional da área deve levar em consideração, uma vez que para realização de um projeto adequado é necessário o conhecimento em questão.

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Quadro 1 – Tipos de materiais mais utilizados na fabricação de janelas no Brasil, vantagens e desvantagens

MATERIAL VANTAGENS DESVANTAGENS

AÇO

1) Material de fácil obtenção; 2) Grande resistência mecânica; 3) Durabilidade;

4) Custo popular;

1) Fabricação com medidas

padronizadas agregando alto custo à personalização;

2) Peso elevado;

3) Exige manutenção periódica; 4) Estanqueidade ao ar e à agua inferior aos demais materiais;

MADEIRA

1) Beleza natural; 2) Alta durabilidade; 3) Diferentes modelos; 4) Baixa transmissão térmica; 5) Resistente;

6) Possibilita pintura em diversas cores;

1) Manutenção frequente na pintura; 2) Cuidados especiais na limpeza; 3) Pode empenar ou entortar; 4) Pode apresentar instabilidade

dimensional quando utilizada em áreas expostas à chuva ou com grande incidência de água; 5) Sofre deterioração por ataques

biológicos;

6) Recurso escasso e caro quando projetado fora de padronização; 7) Elevado custo de manutenção; 8) Degrada-se facilmente sem

proteção;

ALUMÍNIO

1) Material inoxidável; 2) Baixa densidade;

3) Responde a qualquer projeto arquitetônico;

4) Vence grandes vãos; 5) Possui variações de cores e

acessórios;

6) Fácil limpeza e manutenção; 7) Resistência à corrosão; 8) Padronização reduz o custo;

1) Perdas energéticas significativas; 2) Cuidado na estocagem;

3) Elevada condução térmica e elétrica;

4) Por ser parafusada, necessita de verificação na vedação da instalação;

PVC

1) Fácil manutenção; 2) Não precisa ser pintada; 3) Boa resistência a oscilações de

temperatura; 4) Não perde o brilho;

5) Bom comportamento acústico e térmico;

6) Resistente aos agentes biológicos;

7) Não enferruja nem apodrece; 8) Não propaga chamas;

9) Desempenho adequado na vedação, estanqueidade e isolamento acústico;

1) Cuidados contra batidas e riscos, típicos de obras;

2) Custo elevado;

3) Só pode ser comprado por encomenda;

4) Disponibilizado em poucas cores; 5) Se o PVC for de má qualidade

pode ocorrer o envelhecimento precoce, ressecamento e amarelecimento;

(23)

24

O Quadro 2 apresenta as vantagens e desvantagens conforme o formato e movimento da esquadria.

Quadro 2 - Tipos de esquadrias, vantagens e desvantagens

(Continua)

MATERIAL VANTAGENS DESVANTAGENS

FIXA 1) Boa iluminação;

1) Não possibilita a vedação de entrada de luz;

2) Não possibilita ventilação;

CORRER

1) Fácil movimentação; 2) Regula o espaço de

ventilação conforme a abertura;

1) Dificuldade para limpeza da face externa;

2) 50% de ventilação;

PROJETANTE

1) Boa iluminação;

2) Eficiente na entrada de ar fresco mesmo com chuva ou vente;

3) Boa estanqueidade;

1) Dificuldade para limpeza da face externa;

2) Dificulta o uso de grades ou telas na face externa;

3) Abertura parcial do vão;

TOMBAR

1) Boa iluminação;

2) Eficiente na exaustão de ar quente;

3) Boa estanqueidade;

1) Dificuldade de limpeza na face externa;

2) Dificulta o uso de grades ou telas na face externa;

3) Dificuldade de uso em dias chuvosos;

MAXIM-AR

1) Boa iluminação;

2) Eficiente na entrada de ar fresco mesmo com chuva ou vento;

3) Boa estanqueidade;

4) Pode abrir com um ângulo de 90º;

1) Dificuldade de limpeza na face externa;

2) Dificulta o uso de grades ou telas na face externa;

OSCILO -BATENTE

1) Boa iluminação;

2) Eficiente na entrada de ar fresco e ar quente devido aos movimentos da folha;

3) Boa estanqueidade;

4) Pode abrir com um ângulo de 90º;

1) Dificuldade de limpeza na face externa;

2) Não possibilita o uso de grades ou telas na face externa;

3) Dificuldade de uso do movimento de tombar em dias chuvosos; 4) Custo mais elevado;

GIRO DE EIXO VERTICAL

1) Boa iluminação; 2) Boa estanqueidade; 3) Abertura total do vão;

1) Dificuldade de limpeza na face externa;

2) Não possibilita abertura parcial do vão;

(24)

25 (Conclusão) PIVOTANTE VERTICAL 1) Boa iluminação; 2) Facilidade de limpeza; 3) Abertura de vãos maiores

com uma única peça; 4) Boa ventilação;

1) Dificulta o uso de grades ou telas na face externa;

2) Ocupa espaço interno; 3) Dificuldade de uso em dias

chuvosos;

BASCULANTE

1) Boa iluminação; 2) Facilidade de limpeza; 3) Boa ventilação;

4) Abertura parcial do vão;

1) Dificulta o uso de grades ou telas na face externa;

2) Ocupa espaço interno; 3) Dificuldade de uso em dias

chuvosos;

4) Peças menores devido a manutenção;

SANFONADA

1) Boa iluminação; 2) Fácil movimentação; 3) Regula o espaço de

ventilação conforme abertura; 4) Abertura completa do vão; 5) Facilita limpeza das folhas;

1) Ocupa espaço interno; 2) Dificuldade de uso em dias

chuvosos.

3) Peças menores devido a manutenção;

INTEGRADA

1) Permite regular a entrada de iluminação e ventilação conforme necessidade; 2) Fácil movimentação;

1) O vão fica menor devido a caixa da persiana;

Fonte: Elaboração dos autores (2020).

As esquadrias podem mudar alguns elementos de sua estrutura para melhor atender a situação encontrada e trocar suas funções. Por exemplo, se nas janelas fixas onde são colocados vidros forem instaladas venezianas, permitirá que a esquadria tenha boa ventilação e nenhuma iluminação, logo as esquadrias podem ser muito versáteis.

2.1.5 Especificações

De acordo com a CBIC (2017) e a NBR 10821-1 (2017), os tipos de janelas mais utilizadas e suas definições são:

(25)

26

Figura 1 - Esquadria de folha fixa

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 2).

b) De correr: possuem movimento deslizante na horizontal;

Figura 2 - Esquadria de correr

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 4).

c) Giro de eixo vertical: fazem movimento de giro seguindo um eixo vertical e são fixadas pelas laterais da folha;

Figura 3 - Esquadria de giro eixo vertical

(26)

27

d) Projetar e tombar: fazem movimento de giro seguindo um eixo horizontal, que pode estar fixado na parte superior da esquadria, fazendo assim a projetante, ou na parte inferior, fazendo assim de tombar;

Figura 4 – Esquadrias. a) projetantes. b) de tombar

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 3).

e) Giro e tombar: fazem movimento de giro seguindo um eixo horizontal que está fixado na parte inferior da esquadria, e fazem movimento de giro seguindo um eixo vertical que está em uma das laterais da folha;

Figura 5 - Esquadria de girar e tombar

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 2).

a)

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28

f) Projetante deslizante: ou ainda chamada de maxim-ar, fazem movimento de giro seguindo um eixo horizontal, e possuem braços articulados podendo chegar até uma abertura de 90º.

Figura 6 - Esquadria projetante deslizante

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 2).

g) Pivotante de eixo vertical: fazem movimento de giro seguindo um eixo vertical, e não estão nas laterais da folha;

Figura 7 - Esquadria pivotante

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 3).

h) Basculante: fazem movimento de giro seguindo um eixo horizontal, e não estão na extremidade superior e inferior da folha;

(28)

29

Figura 8 - Esquadria basculante

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 4).

i) Guilhotina: possuem movimento deslizante na vertical; Figura 9 - Esquadria guilhotina

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 4).

j) Sanfonada: ou ainda chamada camarão, são formadas por mais de uma folha que ao abrirem se articulam uma sobre as outras no sentindo horizontal;

Figura 10 - Esquadria sanfonada

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 6).

k) Integrada: formada por um conjunto de persianas de enrolar e folhas que podem ter movimentos na horizontal, vertical ou de giro, sendo que as persianas tem movimento vertical com alguma inclinação e se recolhem na extremidade superior da folha;

(29)

30

Figura 11 - Esquadria integrada

Fonte: NBR 10821-1 (ABNT, 2017, p. 6).

Todas possuem as mesmas partes estruturais, independente do material que às compõem, podendo ser realizados iguais ou não, dependendo do tipo e movimento da janela. Por exemplo, se uma janela for de giro poderá ter os mesmos tipos de vidros, mas não os mesmos acessórios que uma de correr. Visto isso, consegue-se destacar as principais partes de uma janela devido ao uso em diferentes tipos e funcionalidades. Logo, segundo a NBR 10821-1 (ABNT, 2010821-17) e Araújo (2003):

a) Contramarco: quadro perimetral geralmente de madeira ou alumínio, que pode ou não estar presente na esquadria e tem como objetivos melhorar vedação, proteção contra danos da obra e maior precisão na medida final da janela, isso porque este já vem para obra com a medida exata que será a esquadria. Logo, é usado como base para o acabamento e posteriormente a instalação do marco, fazendo assim com que edifícios consigam manter um melhor padrão esquadrias. A NBR 10821-5 (ABNT, 2017) ainda traz que:

“Cabe ao contratante executar a interface entre contramarco e a estrutura/alvenaria da obra de forma a garantir a resistência do produto ao uso a que se destina. O resultado final deve garantir o prumo, o nível, o esquadro, a torção e a vedação entre o contramarco e a estrutura/alvenaria.”. (NBR 10821-5 ABNT, 2017 p. 8).

b) Marco: quadro perimetral que está em contato, quando possui, com o contramarco. Por ser fixo, este é base para o restante de perfis a serem utilizados, podendo servir ainda como trilhos, guias ou batente. Quando em alumínio, podem ser parafusados, se possuírem olhal, ou fixados com cunha e cantoneira, possuindo seus respectivos graus para cada situação. Podem ser também de aço ou madeira, nessas situações geralmente são soldados em um e pregados ou parafusados em outro respectivamente.

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31

c) Folhas: “parte fixa ou móvel da esquadria, onde são fixados os panos, que podem

ou não ter subdivisões.” (NBR 10821-1 ABNT, 2017, p. 11).

d) Juntas: esta parte é onde se tem a ligação entre dois elementos distintos da

esquadria, que na maioria das vezes possui sistemas para vedação do mesmo. Logo, esta pode ser considerada a parte mais vulnerável da esquadria para falha na estanqueidade. As quatro principais juntas estão no encontro da esquadria com alvenaria, encontro de marco e folha, entre o vidro e o quadro que o compõe e pelas juntas causadas pelo encontro de perfis.

De acordo com a NBR 15575-4 (ABNT, 2013), para auxiliar o escoamento da água, o projeto deve apontar os detalhes construtivos para as interfaces e juntas entre os componentes. As empresas especializadas em esquadrias devem seguir as recomendações impostas pelo projetista e tomar precauções com a escolha de guarnições ou materiais selantes para garantir a estanqueidade das esquadrias.

e) Peitoril: parte abaixo de uma janela que serve como guarda corpo, podendo ou

não possuir pingadeira.

f) Vidros: estes têm como objetivos fazer a vedação das esquadrias e possibilitar a

entrada de luz, onde dependendo do vidro escolhido pode dar ou não privacidade ao local. Por exemplo, o vidro tipo mini boreal que possibilita a entrada de luz mais não a visão nítida através do mesmo.

g) Venezianas: assim como o vidro, serve para vedação, porém invés do intuito de

entrada de luz, estas têm algumas outras finalidades, que são: barragem de iluminação parcial ou total e ventilação permanente, parcial ou não nenhuma do local.

h) Acessórios: são os que trarão funcionalidade as esquadrias. No caso de uma folha

móvel tem-se roldanas, fechos, limitadores, puxadores, etc., e assim funciona para os outros tipos. Geralmente são instalados pelo fabricante, pois nos dias atuais grande parte das esquadrias já sai toda montada para obra e apenas fixada no respectivo vão.

i) Selantes: são materiais e componentes que servirão para fazer a estanqueidade

da esquadria, podendo ser de diferentes tipos como escova de vedação, guarnições e silicones. Eles estão em toda a parte da esquadria desde o processo de fabricação até a instalação na obra, podendo ser considerado a parte mais importante do processo afinal são esses que faram a vedação das juntas citadas anteriormente.

(31)

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2.2 ESPECIFICAÇÕES NORMATIVAS

Assim como toda parte que compõe uma obra, as esquadrias também estão sujeitas a uma série de normas técnicas impostas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a fim de garantir um padrão mínimo. Em seu escopo, a norma fala: “Esta norma visa assegurar ao consumidor o recebimento do produto com condições mínimas exigíveis de desempenho” (NBR 10821-1 ABNT, 2017, p. 1). Desta maneira, projetistas, fabricantes e representantes que participam do processo devem levá-la em consideração, já que se houver alguma manifestação patológica inesperada, essa poderá ser usada como parâmetro de qualidade.

Essas normas trazem toda a informação e padronização que as esquadrias deverão seguir. Já de início, a NBR 10821 (ABNT, 2017) traz as nomenclaturas tanto do tipo de esquadrias, como de partes e componentes das esquadrias em geral.

Os perfis de alumínio que moldam a estrutura das esquadrias podem ser pintados ou anodizados. Nos pintados, é fixada uma camada de tinta ao alumínio sem alterar sua composição, devendo atender os resultados mínimos de espessura de revestimento orgânico, aderência, aderência úmida e corrosão acelerada, conforme previsto pela NBR 14125 (ABNT, 2016). A anodização é um processo eletrolítico que cria uma proteção, por meio da oxidação da superfície e acabamento de pintura por resinas, fazendo com que as esquadrias mantenham seu padrão de acabamento por mais tempo. A Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (AFEAL) determina os padrões mínimos para os perfis com base nas normas NBR 12609 (ABNT, 2017) e NBR 14125 (ABNT, 2016), sendo esses: camada anódica, selagem anódica e corrosão por exposição à névoa salina acética (CBIC, 2017). De acordo com a NBR 10821-2 (2017) os parafusos utilizados precisam ser de aço inoxidável ou atenderem ao desempenho da classe 4, passando 240 horas em uma câmara de nevoa salina neutra.

O conjunto de materiais formam as esquadrias de alumínio, que quando fabricadas devem ter um funcionamento e uma boa vedação, a fim de proporcionar estanqueidade e não permitir a entrada de água por nenhuma parte. Para isso, a NBR 10821-2 (ABNT, 2017) recomenda que as esquadrias sejam submetidas aos ensaios de vazão de água e pressão para classificá-las com níveis de desempenho, sendo eles: Mínimo (M), quando há passagem de água porém não chegam a parte interna da parede; Intermediário (I), quando há acúmulo de água apenas no perfil inferior do marco; e Superior (S), que deve ter vedação de 100%, não tendo acúmulo algum em qualquer parte da esquadria.

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A norma ainda expõe que para atender os requisitos mínimos de estanqueidade à água, as janelas devem obedecer a parâmetros distintos de alguns tópicos, sendo eles:

• Resistência as cargas uniformemente distribuídas; • Resistência às operações de manuseio;

• Manutenção de segurança durante os ensaios de resistência às operações de manuseio;

• Ensaio cíclico acelerado de corrosão;

Sendo que cada um desses tópicos deve obedecer aos requisitos impostos pela NBR 10821-3 (ABNT, 2017).

Todos os ensaios de desempenho descritos pela NBR 10821-2 (ABNT, 2017) devem obedecer a uma sequência de ensaios com dois ou três corpos de provas distintos. Para janelas, usa-se:

a) Primeiro corpo de prova – permeabilidade ao ar, estanqueidade à água, resistência as cargas uniformemente distribuídas e permeabilidade ao ar sendo nessa sequência respectivamente;

b) Segundo corpo de prova – resistência às operações de manuseio e Manutenção de segurança durante os ensaios de resistência às operações de manuseio, sendo nessa sequência respectivamente;

c) Terceiro corpo de prova – ciclos acelerados de corrosão;

Para a resistência das cargas uniformemente distribuídas deve-se seguir o procedimento de ensaio explicado pela NBR 10821-3 (ABNT, 2017), que divide-se em pressão de ensaio, que é a diferença de pressão especificada entre a face externa e interna do corpo de prova, e a pressão de segurança, que é 150% da pressão de ensaio. Para que os requisitos mínimos sejam atendidos, ao fazer a análise da pressão de ensaio, deve-se observar a pressão em que a sua região está submetida, conforme mostrado na figura 12.

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Figura 12 - Gráfico das isopletas da velocidade básica do vento (V0), em m/s, no Brasil, conforme a NBR 6123 (ABNT, 1988)

Fonte: NBR 10821-2 (ABNT, 2017, p. 8).

Quando submetida a pressão proposta para sua região, a esquadria não deve apresentar: qualquer ruptura ou colapso de seus elementos – incluindo vidro; déficit em seu movimento de abertura acima do previsto em norma; ter nível de desempenho de permeabilidade ao ar acima do esperado; deflexão máxima instantânea maior do comprimento do perfil em questão, dividido por 175; e deformação residual acima de 0,40% do comprimento do perfil em questão. Quando o ensaio ocorrer na pressão de segurança, independe o dano que o ensaio ocasionou, porém não pode haver desprendimento de nenhuma de suas partes.

Para resistência às operações de manuseio, a janela deve suportar os ensaios sem que haja deformação residual superior à 4% do vão, fissura ou ruptura dos vidros, deterioração de sua estrutura e qualquer alteração em seu movimento de origem, onde cada tipologia tem seus ensaios específicos. Por exemplo, a janela projetante deve resistir ao esforço torsor.

A manutenção de segurança durante os ensaios de resistência às operações de manuseio, as esquadrias deverão resistir sem que haja ruptura ou queda de qualquer componente, ruptura dos vidros e arrombamento da folha da porta de giro. Há ainda algumas considerações que são toleradas, como afrouxamentos dos componentes, deformação nos perfis

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que compõem a esquadria e queda de acabamentos das esquadrias. Cada tipologia tem seu respectivo teste e requisito mínimo.

Por fim, o ensaio cíclico acelerado de corrosão, que ao término do ensaio todos os corpos de prova devem estar isentos de ferrugem e grau de empolamento, sendo a NBR 5841 (ABNT, 2015) responsável pelos padrões mínimos aceitos.

Esses ensaios têm como resultados os valores de pressão, vazão e tempo de aparecimento, assim como o registro com foto de todo vazamento ao longo da prática e se ocorreu escoamento. Por último, é feita a classificação e é analisado se as esquadrias irão suprir as necessidades requisitadas pelo projeto. Para a análise de classificação e atendimento ao projeto, são utilizadas as tabelas 1 e 2. A Tabela 1 apresenta os valores relacionados às pressões do ensaio de resistência das cargas uniformemente distribuídas citado acima.

Tabela 1 - Valores de pressão de vento conforme a região do país e o número de pavimentos da edificação (Continua) Quantidade de pavimentos Altura máxima Região do país Pressão de ensaio (Pe) positiva e negativa Pe= Pp x 1,2 Pressão de segurança (Ps) positiva e negativa Ps= Pe x 1,5 Pressão de água (Pa) Pa= Pp x 0,20 02 6 m I 350 520 60 II 470 700 80 III 610 920 100 IV 770 1160 130 V 950 1430 160 05 15 m I 420 640 70 II 580 860 100 III 750 1130 130 IV 950 1430 160 V 1180 1760 200 10 30 m I 500 750 80 II 680 1030 110 III 890 1340 150 IV 1130 1700 190 V 1400 2090 230

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36 (Conclusão) 20 60 m I 600 900 100 II 815 1220 140 III 1060 1600 180 IV 1350 2020 220 V 1660 2500 280 30 90 m I 660 980 110 II 890 1340 150 III 1170 1750 200 IV 1480 2210 250 V 1820 2730 300 Fonte: NBR 10821-2 (ABNT, 2017, p. 9).

A Tabela 2 apresenta os requisitos relacionados aos outros ensaios citados neste item.

Tabela 2 - Níveis de desempenho das esquadrias quanto ao seu uso (janelas)

(Continua)

ENSAIO DESEMPENHO

Mínimo (M) Intermediário (I) Superior (S)

Permeabilidade ao ar

Ver figura B.1ª Vazão por área 62,45 m³/h x m²a 163,52 m³/h x m2 Vazão por comprimento 15,61 m³/h x m a 40,88 m³/h x m Ver figura B.1 Vazão por área 6,66 m³/h x m²a 62,44 m³/h x m² Vazão por comprimento 1,66 m³/h x m a 15,60 m³/h x m Ver figura B.1 Vazão por área < 6,65 m³/h x m² Vazão por comprimento < 1,65 m³/h x m Estanqueidade à água É permitido PI, conforme 3.7 da ABNT NBR 10821-3:2017, Figura 1. É permitida a presença de água no perfil inferior do marco ou originada do PI, desde

que ocorra escoamento após o término da aplicação

Não é permitido PI, conforme 3.7 da ABNT

NBR 10821-3:2017, Figura 1. É permitida a

presença de água no perfil inferior do marco, desde que ocorra escoamento,

após o término da aplicação da vazão de água com pressão. Não

Não é permitido PI, conforme ABNT NBR 10821-3:2017, 3.7 e Figura 1. Não é permitida a presença de água na face interna da esquadria.

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(Conclusão)

Estanqueidade à água

da vazão de água com pressão. Não é permitido que a água

ultrapasse o plano interno do marco.

é permitido que a água ultrapasse o plano interno do marco. Resistencia às cargas uniformemente distribuídas

Ver os valores de pressão de acordo com altura da edificação e região do país da edificação – Tabela 1

Operações de manuseio

Esforço aplicado conforme a ABNT NBR 10821-3, com avaliação da deformação residual obtida.

Segurança nas operações de

manuseio

Esforço aplicado conforme a ABNT NBR 10821-3, sem avaliação da deformação obtida, apenas da ruptura e queda de componentes da

esquadria.

ª Não aplicável a esquadrias instaladas em edificações localizadas na Região I, conforme a figura 3.

NOTA 1 No ensaio de estanqueidade à água, desde que não esteja especificado em contrato e/ou a esquadria não seja intalada em ambientes condicionados, é permitida a ocorrência de permeabilidade inicial (PI), conforme definido na ABNT NBR 10821-3.

NOTA 2 O contratante deve determina antes do ensaio, qual desempenho que deseja ensaiar.

Fonte: NBR 10821-2 (ABNT, 2017, p. 10).

A qualidade do sistema de esquadrias está condicionada à realização dos ensaios citados e atendimento dos requisitos mínimos preconizados na NBR 10821 (ABNT, 2017) em todas as suas partes.

2.3 PROBLEMAS PATOLÓGICOS CAUSADOS PELA FALTA DE ESTANQUEIDADE

As manifestações patológicas são um desafio de igual tamanho ao de se executar uma obra, e devem ser consideradas já em projeto para que não ocorram ou que não se tornem problemas ainda maiores durante a execução da obra. A patologia, de acordo com Granato (2002, pg. 5) “É a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças.”. Em relação às janelas de alumínio, estes problemas se fazem presentes quando há falta de estanqueidade. A NBR 10821-2 (ABNT, 2017) traz que a classificação da manifestação em relação a esse problema possui três níveis, que são: mínimo, que se pode ter água no trilho/marco inferior e no requadro, intermediário, que se pode ter água apenas no trilho/marco inferior, e superior, que não é permitido a presença de água, sendo que onde pode-se ter um

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acumulo de água desde que esse venha a ser eventualmente escoado, essas situações podem ser vistas no sistema ilustrativo da NBR 10821-3 (2017).

Fora os parâmetros permitidos por norma, qualquer outra infiltração existente pode ser considerado problema de falta de estanqueidade. Esses problemas podem ser devido a uma das três fases que a esquadria atravessa: projeto, fabricação e instalação.

No caso de projeto, este deve ser feito a fim de atender as necessidades do empreendimento e do local onde será implementado o mesmo. Se não for respeitado o projeto, algumas decisões feitas no próprio canteiro, inesperadas no processo de fabricação, fazem com que haja uma perda de desempenho da esquadria. Isto pode acarretar em perda de estanqueidade em um futuro próximo. Um bom exemplo é quando a esquadria fica com dimensões menores e o vão em excesso tem que ser preenchido por materiais selantes, que provavelmente terá alguma futura infiltração ou pelo material, como ressecamento ou descolamento, ou pela falta de qualidade na aplicação do mesmo.

Já no processo de fabricação, tendo um projeto bem executado, tem-se dois fatores principais que podem levar às manifestações patologias: um seria a qualidade do material e outro a qualidade da mão de obra. Não é segredo para nenhuma área que o material a ser utilizado deve-se ter boa qualidade, e que se não for escolhido corretamente, pode se deteriorar ou descolar comprometendo a estanqueidade do produto. Quanto a mão de obra, de acordo com a Alcoa Alumínio S.A. (2005 apud. Luduvico 2016) “[...] as empresas costumam ter dificuldades de encontrar este profissional, havendo a necessidade de formar os profissionais no próprio estabelecimento.” Esta parte demanda muita mão de obra, já que na montagem necessita-se comprar e receber, estocar e selecionar, montar a estrutura, fazer a vedação com selantes e outros. Para tudo isso ter êxito, o profissional deve ter um conhecimento mínimo com o que está trabalhando e se isso não acontecer, em qualquer parte pode-se ter um problema nas mãos, já que uma simples troca de material pode acarretar em falta de estanqueidade.

Além dos profissionais e materiais utilizados, possui mais um possível agravante, que seria o método de instalação, pois para cada obra, tem-se um processo de instalação adequado. Há obras em que é utilizado o contramarco e outras em que a esquadria é apenas chumbada e isso dependerá de como o vão se encontra na obra e de como foi orquestrado o projeto que obteve isso em consideração.

Sendo que se houver alguma dessas causas para agentes patológicos, essas podem gerar em todo o contexto falta de estanqueidade, e essa por si só pode levar à inúmeros problemas, que podem ser prejudiciais a estrutura da edificação e aos usuários. Para a edificação, a falta de estanqueidade em janelas de alumínio pode gerar problemas visuais, como

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manchas por infiltração ou devido ao escorrimento de água e problemas para a estrutura da edificação que seriam basicamente: descolamento de materiais (como revestimentos de fachadas e pedras de peitoris), apodrecimento do material de alvenaria, corrosão da armadura, trincas e fissuras, degradação de pintura e degradação de emboço e reboco. Esses problemas dependem do grau de infiltração, sendo que dependendo do nível pode-se se ter até o colapso da estrutura, vendo que pode acarretar em corrosão da armadura. Ainda, a falta de estanqueidade pode acarretar o desenvolvimento de mofos e bolores, que podem causar doenças para o usuário, principalmente de origem respiratória.

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3 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida em quatro etapas: a fase inicial consistiu no estudo do referencial bibliográfico, a fim de obter-se maiores informações acerca do comportamento, dos materiais, utilização e principais agentes degradante e problemas patológicos que podem afetar o desempenho das esquadrias de alumínio. Os parâmetros de desempenho e demais especificações seguidas foram aqueles estabelecidos pela NBR 15575 (ABNT, 2013).

Para tal, a pesquisa utilizou o método qualitativo, que conforme Luduvico (2016, p. 104) “são pesquisas bibliográficas e técnicas de coleta de dados como a observação direta e intensiva com a técnica de observação na vida real, individual, e observação direta e extensiva por meio de formulário.”

Mediante as informações obtidas, a segunda fase foi destinada a investigação do desempenho de estanqueidade das esquadrias, definindo-se o tipo de esquadrias de alumínio que foram objetos de estudo, os materiais que essas eram compostas, e selecionou-se as edificações que este tipo de esquadria foi instalado nos últimos cinco anos.

Após, realizou-se a terceira fase, que consistiu na investigação de campo por registros fotográficos durante visitas técnicas nas edificações. Estes dados coletados foram e então analisados a luz da fundamentação teórica, a fim de identificar os mecanismos de ocorrência dos problemas patológicos. Tais problemas podem ter origem ao longo dos períodos de fabricação, instalação e acomodação das esquadrias na construção.

Em vista dos resultados adquiridos, na quarta etapa foi realizada a análise e avaliação do desempenho das esquadrias de alumínio, identificando-se quais as principais manifestações patológicas e agentes patológicos encontrados, assim como os períodos de maiores incidências. Então, foram propostas as soluções, salientando-se as devidas técnicas de execução de esquadrias, para os problemas de identificados.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para realização da pesquisa foram visitadas 7 obras residenciais, como casas térreas e edifícios multifamiliares, onde há uma frequência maior de esquadrias de alumínio. Essas visitas foram acompanhadas do engenheiro responsável pela execução das esquadrias. Assim, foram levantados alguns dados para construção de diagnósticos técnicos dos problemas patológicos encontrados. Nesta investigação, foram destacados os sintomas (manifestações patológicas), que já foram previamente relatados pelo cliente, origem, mecanismo de ocorrência, desempenho mínimo esperado e consequência. Ainda, foram apontadas medidas para solução dos problemas e alguns métodos preventivos.

No primeiro caso analisado, o cliente relatou o surgimento de infiltrações na parte inferior da esquadria. Constatou-se como mecanismo de ocorrência a má fixação da soleira, devido à falta de acabamento e material vedante, possibilitando a entrada de água, conforme figura 13.

Figura 13 - Infiltração por má fixação da soleira

Fonte: Autores (2020).

Para realizar a fixação de qualquer esquadria no canteiro, é necessária a preparação do vão para receber a mesma, que já deve estar no esquadro. Caso houver soleira, esta deverá estar fixada no local com sua devida vedação para que não ocorram problemas de estanqueidade, visando que por norma não pode haver qualquer infiltração nesse local. Esta etapa exige muito a qualidade tanto do profissional que fará a colocação dos elementos de pré-instalação, quanto do que for instalar a esquadria. O primeiro deverá preencher bem os vazios com argamassa e fazer o acabamento com material vedante, já o segundo deve ser sagaz e um bom observador, uma vez que este ainda poderá identificar um possível erro de execução. É esse processo que permitirá a prevenção do problema, que tem como consequência a infiltração

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de água pela face soleira/alvenaria o que com o tempo poderá desenvolver problemas como: desgaste da pintura local, degradação da alvenaria, bolores e mofos, descolamento da soleira e em casos mais severos, oxidação da armadura. Para que seja solucionado o problema e para prevenir que ocorra novamente, deve-se fazer a retirada da janela e da soleira, para que esta última seja reinstalada com os devidos cuidados.

No segundo caso, teve-se também como origem a infiltração na parte inferior da esquadria. Entretanto, observou-se que não havia soleira e que haviam problemas na fixação do contramarco, o que ocasionou em pontos de infiltração na interface alvenaria/esquadria, conforme observado na figura 14.

Figura 14 - Infiltração devido à ausência de soleira

Fonte: Autores (2020).

O contramarco é um instrumento muito utilizado para fixação da esquadria, uma vez que esse agrega na qualidade final dela, trazendo uma maior e melhor estabilidade no tamanho e esquadro final do vão. Mas a instalação deste elemento exige um profissional experiente e hábil, que saiba que ao fazer o processo de chumbamento, deve-se estar atento à não deixar pontos mal chumbados, porque essas serão regiões em que haverá ocorrência de infiltração. Logo, o profissional deve identificar quantos parafusos com buchas (ou paraboltes) serão utilizados e em que locais do contramarco serão posicionados, pois será isso que permitirá um bom desempenho final do contramarco. Para realizar a solução do problema, deve-se retirar a janela, reinstalar o contramarco e melhorar a vedação externa com material vedante, a fim de dificultar ainda mais a entrada de água.

No terceiro caso, observou-se a infiltração em um dos cantos inferiores da janela, que devido ao mal fechamento do quadro, ficou uma fissura entre os perfis do canto inferior esquerdo da esquadria, conforme figura 15.

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Figura 15 - Infiltração devido ao mal fechamento dos quadros

Fonte: Autores (2020).

O processo para montagem da esquadria envolve várias etapas, desde a compra até a instalação no canteiro de obras. Nesse caso, foi identificado que o corte do perfil inferior da janela não estava com 90º exatos como deveria e com isso, criou-se uma fissura entre os perfis que possibilitou a entrada de água. Na fábrica, onde foi previamente montada, são realizados dois processos cruciais que, nesse caso, fez a diferença: o corte dos perfis que compõe a esquadria e sua montagem. Essas duas etapas necessitam de profissionais bem qualificados, pois em relação ao corte, cada milímetro e grau são importantes, quanto ao montador, cabe identificar se os materiais antes da montagem estão corretos e se os encaixes estão bem realizados e vedados.

Como essa janela possuía fixo inferior em alumínio, o problema apresentado não levaria a degradação da pintura, alvenaria e estrutura em geral, mas poderia causar mofos e bolores, além de permitir a entrada de água na residência, que ao se acumular, poderia levar à tombos dos moradores, causando hematomas e lesões. Para realizar o estanque desse ponto de infiltração, foi recomendado a retirada do quadro da janela com problema e refazer os cortes e o encaixe de perfis, assim como a recolocação do silicone. Desta maneira, a vedação ficaria perfeita e pronta para posterior reinstalação da folha no local. Caso haja um acordo entre o

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profissional e o morador, este processo poderia ser realizado na própria residência, apenas levando os devidos equipamentos.

No quarto caso, foram visitadas três obras em que os clientes relataram que havia água escorrendo através da parte inferior da esquadria. Pode-se então observar que as borrachas externas de vedação não estavam realizando seu papel com a devida eficiência, conforme figura 16.

Figura 16 - Infiltração devido ao mal fechamento dos quadros

Fonte: Autores, (2020).

Embora uma das três obras não apresentava água transbordando da esquadria (Figura 16c), a NBR 10821 (ABNT, 2017) permite que nessas linhas de esquadrias haja água apenas no trilho externo, que pode possuir drenos para o escoamento dessa. Considerando mais uma vez o processo de fabricação, o profissional encarregado de comprar os materiais a serem utilizados não só deve procurar materiais de qualidade, como também conferir para que não se tenha esse tipo de surpresa futuramente. Ao voltar na fábrica e analisar o problema, foi identificado junto com o montador principal que o lote das borrachas de vedação estava defeituoso, porque apesar de possuir a espessura correta, as propriedades esperadas não eram correspondentes com o solicitado. Isso porque as borrachas de vedação não só precisam ser duráveis, mais também terem a rigidez e deformidade esperadas, para que ao serem colocadas preencham o vão e não possibilitem a entrada de água para o interior da esquadria.

A

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Para solucionar esse caso, o fornecedor das peças com defeito foi contatado e realizou a troca do produto devido ao equívoco. Para finalizar, as borrachas que foram para as esquadrias foram substituídas.

No quinto caso, foi relatado pela cliente que estava havendo infiltração pela parte inferior da esquadria, e foi constatado que os perfis dos baguetes inferiores não faziam o encaixe adequado com os perfis dos marcos, conforme observado na figura 17.

Figura 17 - Infiltração devido à má instalação dos baguetes

Fonte: Autores (2020).

No processo de montagem, deve ser testada a esquadria a fim de verificar seu funcionamento e possíveis falhas. Nesse caso, os materiais estavam certos e os perfis com suas folgas conforme esperado, entretanto os baguetes inferiores não estavam fixados de acordo. Esses perfis são colocados por meio de encaixe com pressão, da seguinte maneira: as peças são cortadas de forma exata, e tanto elas quanto os perfis do marco possuem um encaixe, que quando o profissional aplica força faz seu encaixe com pressão, que comprime a borracha de vedação e garante estanqueidade ao conjunto. Nesse caso, não foi aplicada a força necessária e perto do fecho do maxim-ar não havia sido encaixado corretamente, o que ocorreu em um ponto de infiltração. Com rapidez, o profissional acompanhante no local aplicou a força certa nos lugares necessários e solucionou o problema.

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4.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Após a análise dos casos, pode-se constatar que os principais agentes causadores de problemas com a estanqueidade das esquadrias foram por má fixação da soleira e vedação adequada, má fixação dos contramarcos, fechamento inadequado dos perfis, borrachas de vedação com defeito e encaixe dos baguetes.

Para evitar que esses problemas ocorram, é necessário maior atenção desde o início do processo de construção, pois a mão de obra qualificada e profissionais devidamente habilitados são de suma importância para que todas as etapas sejam executadas com êxito e ocorra a prevenção de patologias futuras.

A maior parte do surgimento das infiltrações deu-se por falhas na instalação, logo a mão de obra tanto da pré-instalação quanto da instalação está diretamente envolvida. Além disso, pode-se perceber que os materiais também influenciam na qualidade do sistema. Logo, para melhora do processo, é necessário um investimento em mão de obra qualificada para montagem e que haja agentes organizadores e fiscalizadores de qualidade em todo o processo, desde a chegada de materiais até a instalação in loco. Essa medida, se bem executada, preveniria problemas decorrentes de escolha e chegada corretas de materiais, e diminuiria problemas de instalação e montagem incorretos ou mal executados. Isso por que, se você prevê métodos de montagem e instalação antes de serem executados, você se previne e se prepara muito melhor para qualquer eventualidade no processo.

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5 CONCLUSÃO

As esquadrias não são apenas aberturas em uma construção, mas elementos que proporcionam iluminação natural, ventilação natural e vedação total do vão. Podem ser de inúmeros materiais, porém dando prioridade as esquadrias de alumínio, percebe-se que o processo para estar finalizado em obra é muito complexo e necessita de várias fases, e é no decorrer deste processo que se obtém a estanqueidade final com qualidade. A estanqueidade é a capacidade da esquadria de impedir a entrada de água, tanto para dentro do vão quanto dentro de si mesma. A falta desta propriedade pode trazer muitas manifestações patológicas, que necessitarão de manutenção para conserto, sendo que em casos mais graves, quando a umidade causa corrosão da armadura estrutural, pode levar a estrutura ao colapso.

Para ressaltar a importância da estanqueidade foi realizado um estudo das esquadrias, que demonstrou os tipos existentes, seus principais movimentos, finalidades e composições, a fim de entender o que é a esquadria e o que ela proporciona para o edifício. Ainda, destacou-se que o processo de fabricação é a etapa mais importante para obtenção do resultado final, pois nesse processo a mão de obra qualificada e materiais de qualidade influenciam diretamente no desempenho do sistema. Por último, foram realizadas visitas em obras para registrar por meio de fotos os problemas encontrados, para que pudessem ser analisados e apontados os principais locais e causas destas manifestações patológicas.

Foi constatado que os problemas podem ter diferentes causas e origens, relacionado ou não com a esquadria em si. A origem pode acontecer na fase de fabricação das peças, na montagem da esquadria, na preparação do vão para instalação ou na instalação in loco. As causas podem estar relacionadas a má execução ou a utilização de materiais de má qualidade.

Ainda assim, na maioria das vezes o problema é na própria esquadria, devido a deficiência dos materiais escolhidos e da mão de obra utilizada em alguma etapa do processo. Destaca-se que a presença de um profissional muito bem qualificado é de extrema importância, visto que este foi a principal causa dos problemas registrados neste trabalho.

É possível verificar com o estudo que para que a estanqueidade realmente funcione, necessita-se da escolha bem feita dos materiais na hora do projeto e, o mais importante de uma equipe muito bem qualificada do começo ao fim do processo de fabricação e instalação da esquadria, para que as manifestações patológicas provenientes da a falta desta sejam evitadas.

Por fim, ressalta-se a importância da parte de projeto e Planejamento e Controle da Produção (PCP) e que esta etapa deveria ter um investimento maior, com o intuito de melhorar o processo como um todo através de um melhor planejamento e organização. Desta maneira, as

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decisões acerca de materiais e métodos de execução ficam sob responsabilidade de profissionais capacitados e com o conhecimento necessário para evitar futuras manifestações patológicas.

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